quinta-feira, março 31, 2011

Quando a esmola é grande...

Quando vejo tanta gente unida em defesa do interesse nacional sendo este o derrube do governo e a eleição de Passos Coelho para primeiro-ministro recordo-me de que “quando a esmola é grande até o pobre desconfia”. Nem quando vamos às compras temos descanso, ontem entrei no Pingo Doce e os altifalantes em vez de anunciarem mais uma fornada de pão sugeria a compra de um livro ao preço da uva mijona, é um estudo da Fundação Soares dos Santos (a do António Barreto) que acabava de ser publicado e era promovido perguntando aos clientes se achavam que iam ter pensão.

Já não vejo telejornais, faço zapping para o canal história para não assistir a debates e, pelos vistos, terei de deixar de ir às compras ou mudar de mercearia.

Nunca vi tanta gente empenhada em correr com um primeiro-ministro, uma causa que une o Bagão Félix ao Jerónimo de Sousa, o Mexia ao Pureza, o Soares dos Santos ao Francisco Louçã, o Pinto Balsemão à Manuela Moura Guedes, a Ferreira Leite ao Passos Coelho é mesmo uma grande causa e não e não se trata de um jogo decisivo para a selecção nos tempos de Scolari nem da independência de Timor.

Terá sido o Magalhães a irritar tanta gente? Terão sido as Novas Oportunidades que atiraram Carrilho para o colo do Mário Crespo? Terá sido a avaliação dos professores que levaram a louraça do Sol a ver em Paços Coelho um homem invulgar? Terão sido os cortes nas pensões da família Silva previsto no PEC IV que levou o mísero professor a ver no líder do PSD qualidades intelectuais que dantes não descortinava?

Já vi uma boa parte desta gente unida com receio de que chegasse um gay a primeiro-ministro. Muitos deles voltaram a unir-se para correr com um corrupto. Reanimaram-se porque eram inaceitáveis pressões sobre magistrados. Juntaram-se em manifestações de indignação pela ousadia do governo em fazer escutas a Belém. Agora juntaram-se todos novamente para apelar à vinda do FMI.

É evidente que nenhum deles está a defender os seus interesses, nenhuma dessas personalidades está ressabiada por ter perdido algum tacho, nenhum destes empresários está a defender o interesse das suas empresas, estão todos preocupados com o interesse nacional e com os jovens à rasca. Carrilho voltaria à marmelada com o Mário Crespo mesmo que o Sócrates lhe devolvesse o palácio em Paris, Pinto Balesmão não se retiraria da procissão mesmo que Sócrates fechasse a RTP e recomendasse a SIC aos anunciadores da estação pública de televisão e o António Barreto continuaria com intervenções dramáticas mesmo que o Pingo Doce triplicasse os lucros, até mesmo o Medina Carreira continuaria a pregar-nos cagaços se o Obama nos oferecesse o Fort Knox.

Este Sócrates deve ser mesmo do piorio e se eu não fosse desconfiado até era bem capaz de me juntar à procissão, até porque tenho muitas contas a ajustar com o homem, depois de cinco anos a aturar incompetentes no ministério das Finanças. O problema é que vejo nesta turba gente muito pior do que o Sócrates, economistas ainda piores do que o Teixeira dos Santos, sociólogos que medem a sociedade pelo crivo da conta bancária, filósofos viciados em palacetes de luxo e outras personagens que costumam levar-me ao vómito e do vómito ao voto ainda resta alguma distância.

Ironicamente há uma coisa que o Sócrates conseguiu e que me parecia imaginável, conseguiu juntar uma boa parte das personagens que detesto, nunca imaginei ver Cavaco, António Barreto, Louçã, Jerónimo de Sousa, Mário Crespo, Manuela Moura Guedes, Pinto Balesemão, Medina Carreira, o Alberto João e muitos outros juntos numa mesma causa, nem mesmo no futebol isso seria possível pois alguns deles nunca foram à bola. Este Sócrates deve ser mesmo uma grande malandro.

Umas no cravo e outras na ferradura




FOTO JUMENTO


Guincho-comum [Larus ridibundus], Terreiro do Paço, Lisboa
  
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO


Janela em Alcochete [A. Cabral]
JUMENTO DO DIA


Alberto Costa, ministro da Justiça

O ministro Alberto Costa precisou de semanas e de um inquérito criminal para perceber que a situação das remunerações da sua esposa iriam acabar desta forma e fez agora o que devia ter feito no primeiro momento, impedir a situação ou revogar o despacho que favorecia a esposa.
  
«O Ministério Público abriu um inquérito-crime e fez buscas à secretaria-geral do Ministério da Justiça no dia 18 de Março, no âmbito do caso de pagamentos à procuradora Maria Conceição Fernandes, mulher do ministro Alberto Martins.


A abertura do processo-crime por parte do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, cuja existência o Diário de Notícias noticiou no dia 25 de Março, aconteceu três dias depois de a notícia dos pagamentos à mulher do ministro ter sido divulgada pela imprensa. E consta do relatório da Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça a este caso, pedido pelo próprio Alberto Martins.

Este relatório, hoje divulgado, refere que, no dia 18, apareceu nas instalações da Secretaria-geral do Ministério da Justiça uma equipa de magistrados do Ministério Público (MP), juntamente com inspectores da Polícia Judiciária, "munidos de mandato de busca, emitido no âmbito de um inquérito-crime", tendo apreendido vários processos, "dos gabinetes dos membros do Governo e da Direcção de Serviços Jurídicos e de Contencioso". O referido inquérito encontra-se em segredo de justiça.

Entretanto, na terça-feira, o ministro anunciou que decidiu revogar o despacho do ex-secretário de Estado João Correia que autorizou o pagamento de 72 mil euros à procuradora Maria Conceição Fernandes (ver relacionado).» [DN]

 CAVACO, O PSD E OS MERCADOS
  
Se Sócrates é o grande responsável pela situação financeira do país, tal como o acusa Cavaco Silva ao defender uma política de verdade ou ao queixar-se de não ter sido ouvido, seria de esperar que os mercados financeiros reagissem positivamente a uma mudança política. Com as sondagens a darem uma vitória a um partido que espera que o FMI o ajude a rever a constituição, que defende as soluções habitualmente defendida pelos investidores e que a crer na jornalista que mais segredos conhece é um "homem invulgar".
  
Em vez de descerem o rating da república seria de esperar que estivessem na expectativa e perante as sondagens da Marketest até deveriam dar provas de confiança na futura governação do país, até porque Passos Coelho assegurou à Reuters que tinha chumbado o PEC por defender mais austeridade. Mas isso não sucede e vamos aguardar que Cavaco faça uma das suas declarações preferidas, que não devemos criticar as agências de rating. Aliás, espero que se Passos Coelho chegar a primeiro-ministro não se esqueça desta e de outras coisas que tem dito pois corre o risco de os portugueses dizerem que afinal o Pinóquio mora em Belém.

 MAIS UMA DE UM TAL HENRIQUE RAPOSO
  
Vou à coluna de opinião desse tal Henrique Raposo que publica diariamente na página online do Expresso e fico em sobressalto com o que leio, depois deste tempo todo o Supremo Tribunal de Justiça acusa Paulo Pedroso de ter feito tráfico de influências. Fiquei logo com uma ideia no ouvido, o gajo mexeu-se e escapou-se. Interessadíssimo no tema, numa altura em que o Processo Casa Pia se vai desmoronando, vou ler a opinião/novidade:
  
«Em "Lesboa", há uma espécie de código de silêncio que protege os socialistas. E há mesmo silêncios que não se percebem. Na segunda, o telejornal da SIC largou uma notícia que só pode ser considerada uma bomba, mas ninguém pegou na dita bomba política. Parece que anda tudo anestesiado pelo spin socrático. E que bomba é essa? É napalm puro: o Supremo Tribunal de Justiça considera que Paulo Pedroso e/ou pessoas ligadas a Paulo Pedroso tentaram pressionar o normal funcionamento de um processo judicial (Casa Pia, pois claro) . Ou seja, o mais alto tribunal da República acaba de dizer que Paulo Pedroso e/ou pessoas ligadas ao dito tentaram corromper o processo judicial. »
  
Não fiquei esclarecido mas a preocupação aumentou, em "Lesboa" há um código de silêncio, coisa inventada pelos mafiosos sicilianos, a conclusão é óbvia, a omertá socialista protegeu Pedroso e do que protegeu? Ele era pedófilo e ter-se-á escapado, como? Recorrendo ao tráfico de influência. E porque razão ninguém soube? Graças à omertá socialista.
  
Mas os que nos vale é a SIC e o Henrique Raposo, se não fossem eles, que nem sequer têem influência para que o país fique a saber destas coisas eu teria ficado na total ignorância. Mas como o Henrique fica pela denúncia terei de seguir o linke para a SIC e fiquei desiludido, ou o tráfico de influências obrigou a SIC a alterar a notícia, ou foi vítima da omertá socialista ou este Henrique é um grande aldrabão. Não li a acusação que ele tão corajosamente denunciou e que o levou a ficar profundamente indignado por os portugueses não terem sido devidamente informado.
  
É assim o jornalismo português, andam por aí uns idiotas que revelam um profundo desprezo pelos que ainda têm a paciência de os ler ajudando-os a  ganhar a vida.


 

 EFERREÁ POR LULA E PELO DR. LACERDA
  
«Diz o reitor que Lula da Silva, tendo 50 convites de todo o mundo, escolheu a Universidade de Coimbra para o seu honoris causa de hoje. Porquê Coimbra? Nem talvez Lula o saiba, mas eu digo: é uma homenagem a Francisco José de Almeida e Lacerda, o brasileiro Dr. Lacerda. Lacerda nasceu em São Paulo e foi para Coimbra estrear, em 1763, o curso de Matemáticas com que o marquês de Pombal quis retirar o monopólio das leis na velha Universidade. Lacerda voltou para a sua terra, já matemático e astrónomo, isto é, com saberes modernos e precisos para o Brasil: durante dez anos, ele andou pelos rios, florestas e sertões da Amazónia e Mato Grosso, e mais tarde, de São Paulo. Andou desenhando o Brasil, que graças a ele, Dr. Lacerda, ficou com quase todas as fronteiras que já teria definido na independência (1822) e ainda hoje guarda. Olhem o mapa do continente sul-americano: foi o Dr. Lacerda, brasileiro nado e coimbrão emprestado, que o marcou no essencial. Coimbra foi boa escolha, Lula da Silva! Mas Lacerda é ainda mais: o príncipe-regente D. João VI convidou o brasileiro para fazer a primeira travessia africana, costa-a-costa (50 anos antes de Livingstone!). Mas em 1798, o Dr. Lacerda morre a meio caminho, entre Moçambique e Angola. Hoje, Lula devia dedicar o seu doutoramente ao Dr. Lacerda e dizer na nossa língua comum: "Que mundo somos!"» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

 CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS?

«Todos são contra a privatização da Caixa Geral de Depósitos, assunto de que se fala sempre a medo. Agora alguém ganhou alguma coragem, embora só tenha falado de "privatização parcial". Mesmo isso faz sentido? Objectivamente, não.
  
Há uns largos anos atrás fui convidado para escrever uma História da CGD e dela apenas sabia que era uma instituição semi-monopolista onde se faziam filas para ser atendido e se pediam empréstimos à habitação. Fui ver, portanto, num projecto que me levou aos dias de hoje, e conclui que estava ali um bocado do Estado português que vale mais do que o seu valor. Sobretudo agora. 
     
Comecei por tentar perceber porque a Caixa foi criada e porque não havia nada como ela no resto da Europa ocidental. Bem, na verdade havia instituições similares, mas nenhuma que juntasse balcões onde se recebiam depósitos dos tribunais a balcões onde particulares colocavam as suas poupanças. Sabendo como sabia que Portugal em 1876 não era um país desenvolvido, não estranhei que a Caixa representasse um desenvolvimento institucional especial. De certo modo, a sua criação culminou a demorada série de reformas que puseram fim ao "antigo regime" nacional, formalmente morto algumas décadas antes.
  
Mas a Caixa cresceu e o que cresceu foi a sua parte dos depósitos particulares. Cada vez mais gente subia a um esconso no Terreiro do Paço ou se dirigia a uma repartição de Fazenda para lá levar algumas poupanças. Não eram os mais pobres, pois esses não iam aos bancos, e também não eram os mais ricos. Eram aqueles que se interessavam por investir na dívida pública, uma das poucas aplicações de largo espectro existentes no país.
  
E o Estado cedo percebeu o que tinha ali. E cedo percebeu que tinha de ter cuidado porque a prosperidade da Caixa dependia dos depositantes e, por isso, da confiança que eles nela depositavam. Esse pano de fundo, todavia, não escondeu alguns episódios menos felizes. Aliás, sendo uma instituição pública cada vez com maior peso, a sua vida teria de estar cada vez mais ligada à conturbada vida política e financeira do país.
  
O Estado português funciona mal, sempre funcionou: é uma prerrogativa dos países menos avançados. Mas, através da história da Caixa, podemos ver em que medida esse mau funcionamento é reflexo de condições menos favoráveis. E também como o Estado foi melhorando através de diferentes épocas, desde a monarquia, à República, ao Estado Novo e, claro, à democracia. Não há muitos espelhos institucionais de uma tão rica história.
  
Mas houve momentos menos felizes, para dizer o menos. Momentos que nos podem dar ensinamentos sobre alguns nervosismos actuais.
  
O primeiro foi, naturalmente, o da crise financeira de 1890-1892, durante a qual a Caixa viu os seus activos reduzidos na proporção da bancarrota parcial então declarada, de tal modo que durante quase uma década não apresentou as suas contas no Parlamento, como legalmente era obrigada.
  
O segundo momento menos feliz foi o da República, quando mentes mais optimistas quiseram fazer da caixa uma impossível caixa económica universal, e quando as contas do Estado e do país entraram novamente em dificuldades. Durante esse período, o grau de politização da administração da Caixa subiu a níveis porventura altos demais, mas a ditadura e o Estado Novo encarregaram-se de devolver a disciplina. Como a disciplina se estendeu a tudo o que mexia no país, é natural que a vida da Caixa tenha sido tranquila até às novas fontes de perturbação, da revolução de 1974. 
  
A história da Caixa do período democrático foi todavia indelevelmente marcada pela adesão às Comunidades Europeias, em 1986, e pela criação do Mercado Único, em 1992, que levaram à transformação definitiva de uma instituição ainda com laivos de repartição pública num banco comercial como os demais. A Caixa teve de absorver as regras impostas pela integração europeia e, mais uma vez, a voz dos depositantes venceu, agora com um aliado de peso, o da integração europeia.
  
O rol de momentos menos felizes continuou durante esse período, e incluiu a construção da sede central, a polémica compra do Banco Nacional Ultramarino, e alguns episódios de gestão menos sábia por parte de governos.
  
A Caixa também serviu ao longo da sua história como regulador mais ou menos formal, do mercado bancário e financeiro nacional.
  
Todas as contas feitas, as coisas não têm corrido mal. A Caixa é uma boa fonte de receitas para o Estado e uma boa fonte de política financeira, sendo ao mesmo tempo um banco como os outros. Privatizá-la, para quê? Só se for para pagar uma parte da dívida nacional. Mas isso seria bom?
 
Objectivamente, não, pois seria uma parte diminuta da dívida e, mais importante, o que interessa não é tanto pagar a dívida, mas sim garantir que ela não volte a crescer como até aqui, o que deve ser feito obrigando os mercados a dar os sinais correctos, resultado que não seria seguramente ajudado por um resgate artificial. A história acaba sempre por absolver. Mas quem privatizar a Caixa vai ter algum trabalho em passar pelo crivo. Sobretudo agora, que a venderia com um grande desconto. » [Jornal de Negócios]


Autor:

Pedro Lains




 PSD PEDE A PASSOS COELHO PARA TER CUIDADO COM AS ASNEIRAS
  
«Mas houve múltiplos apelos, apurou o DN, a que a direcção do partido tenha mais cautelas na campanha, com críticas quer ao anúncio de subida do IVA, quer ao travão à avaliação de professores.
  
Paulo Rangel foi um dos que fez críticas e recomendaçoes, apesar de em tom de paz. Pediu atenção de Passos para as propostas que vai fazer na justiça, saúde e educação.
   
A questão da mensagem ( e da necessidade de cautelas, sem triunfalismos) passou por várias intervençoes. De Calvão da Siva a Fernando Costa, passando por Jaime Ramos, todos criticaram a admissão de subida do IVA. Duarte Marques, líder da Jota, alertou que o PSD não pode ir para o poder apenas para fazer um pouco melhor.» [ Link]

Parecer:

O mais grave não é sugerirem a Passos Coelho que mude de intenções, é pedirem-lhe para esconder o seu verdadeiro programa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «E o outro é que era o Pinóquio?»

 POBRE CARRILHO
«O antigo ministro da Cultura diz que o "PS vai apostar tudo na vitimização". Já o PSD vai jogar na linha da responsabilidade e apostar numa equipa de Governo forte.
 
"Eu penso que o PS vai apostar tudo na vitimização. Até aqui, os mercados eram os culpados de tudo e nós só precisávamos de confiança, agora é o PSD que é culpado de tudo e já não há nada a fazer. É um modo de fazer política que me faz alguma confusão", disse o ex-ministro de António Guterres à TVI24.» [DE]

Parecer:

Mete dó ouvri este Carrilho, alguém que é o que é hoje graças ao PS e à custa do qual está a conseguir o protagonismo que a direita costuma dar a este tipo de gente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se como em Roma, não se pague a traidores.»

 O OPORTUNISMO JÁ ESTÁ À SOLTA
  
«"Entendo que o Governo está fragilizado mas resta ver se esta é uma medida consciente ou se é uma medida de oportunismo eleitoral, mascarada de impedimento jurídico, porque o Governo estava cheio de determinação e convicção, de imposição de uma forma até pouco democrática até há dias".
  
É desta forma que Macário Correia, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, reage à notícia de que o Governo poderá estar a preparar-se para 'congelar' a introdução de portagens nas quatro SCUT que faltavam, incluindo a Via do Infante, no Algarve. » [Expresso]

Parecer:

As saudades que eu tenho de quando Macário er um jovem saloio de Tavira com ambições de lider marxista-leninista do proletariado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo que está a ser dado pelo PSD, lá fora dizem que são rigorosos enquanto cá dentro é o que se vê.»

 A ANEDOTA DO DIA
  
«O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel afirmou hoje o seu partido conta com a solidariedade do Partido Popular Europeu (PPE), acrescentando que a chanceler alemã, Angela Merkel, "quando vir o Governo do PSD vai respirar de alívio".
  
No final da reunião do Conselho Nacional do PSD, em Lisboa, Paulo Rangel defendeu que "tudo o que se está a passar" em Portugal, "incluindo o que se passou hoje, é da responsabilidade exclusiva do engenheiro Sócrates".» [Expresso]
  
Parecer:

Aliás, respirou de alívio logo que soube que o PSD provocou eleições.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada pelas baboseiras deste insperado representante oficioso da senhora Merkel.»

 CONFIANÇA DOS PORTUGUESES AUMENTOU NOS ÚLTIMOS DOIS MESES

«Segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança dos consumidores aumentou nos últimos dois meses, Fevereiro e Março, interrompendo o movimento negativo que observava desde Novembro de 2009. Passou de -50,6 em Janeiro, para -49,1 em Fevereiro, antes de passar para -48,4 em Março.

  
A evolução do “moral” dos consumidores é um dado qualitativo importante para antecipar o comportamento da economia, já que o consumo explica quase dois terços da formação do Produto Interno Bruto.» [Jornal de Negócios]
Parecer:

Depois veio a bruxa má de Boliqueime e assustou os consumidores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelos dados do mês de Março.»

 JÁ ANDAM ZANGADOS NO BE
  
«A corrente Ruptura/FER (Frente de Esquerda Revolucionária), liderada por Gil Garcia, prepara-se para romper com o Bloco de Esquerda ao fazer depender a sua continuidade de uma aliança com o PCP, cenário que está excluído.
  
Este ultimato político da Ruptura/FER ainda não foi comunicado formalmente à direção do Bloco de Esquerda, mas a linha estratégica foi assumida publicamente sábado passado por Gil Garcia, durante a festa anual desta corrente interna do BE, na Voz do Operário, em Lisboa.» [DN]

Parecer:

Começa a desagregação do BE?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver»



 FACES OF THE DISPLACED [Boston.com]





 MIRCEA COSTINA 




quarta-feira, março 30, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




FOTO JUMENTO


Musgo no Parque Eduardo VII
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO


Earth Hour Lisboa [T. Miranda]
JUMENTO DO DIA


Ângelo Correia

Neste país onde se tornou moda andar à rasca não admira que Ângelo Correia se afirme agora também como um político rasca, que escreve de forma rasca, se dirige aos adversários de forma rasca, que inventou um líder do PSD rasca e que pense de forma rasca. Pensa de uma forma tão rasca que se esquece de que mesmo que venha a ganhar as eleições o PSD corre um sério risco de ter que ter um PS a fazer o mesmo que o partido do seu empregado fez ao governo do eng.º Pinto de Sousa, mais conhecido por José Sócrates, como esta este senhor se refere ao primeiro-ministro.

Esperemos que o engenheiro que um dis pensou comprar a GALP em nome dos americanos da Carlyle e com o dinheiro da CGD não venha a ter de engolir os artigos que escreve, mesmo que isso o faça sentir-se à rasca.
  
«Por tudo isto, a relação política e pessoal que o engº Pinto de Sousa criou, desenvolveu e estabeleceu com a oposição à sua direita não é de molde a permitir acordos futuros.» [CM]

 "UM HOMEM INVULGAR"
  
Quando reparei num cartaz nas lojas do El Corte Ingles anunciando o novo livro de Felícia Cabrita, a jornalista especializada em conseguir ter acesso a tudo o que está sob segredo de justiça sem quaisquer consequências, ia tendo uma coisa. Então não é que o tal "homem invulgar" não é nem mais nem menos do que o Pedro Passos Coelho, precisamente aquele que Mendes Bota apresentou como um igual a todos nós por viver na rasca Massamá.

E quando reparei que o livro ia ser apresentado por Mário Crespo resistir a ter outra coisa e poupei uma consulta ao cardiologista. Quase aposto que quando ligar a SIC vai aparecer a Manuela Moura Guedes a entrevistar a conduzir um debate entre o Carrilho e Medina Carreira sobre as invulgaridades de Passos Coelho.

Mas depois de ler as notícias percebi porque razão o homem é mesmo invulgar, quem  diz em Portugal e em bom português que é contra o PEC porque tal como disse Cavaco há limites para a austeridade e depois diz num inglês razoável à Reuters precisamente o contrário que "We voted down the austerity package not because it went too far but because it didn't go far enough to deliver results on public debt", este homem, o homem que não nasceu em berços dourados, que vive em Massamá, não é mesmo um homem vulgar.

Ainda por cima tem a mania dos livros ou está com receio de ter uma carreira política tão curta que promove todas as iniciativas editoriais ainda antes das legislativas, não vá o diabo tecê-las, já escreveu (pelo menos o nome está na capa) um e agora é a louraça do Sol que lhe escreve outro.
  
 E O PINÓQUIO É O SÓCRATES?
    
  
Vou ao "i" online e sou surpreendido com a notícia de que os conselheiros de Estado defendem um governo maioritário, pensei cá com os meus botões "mas se o Conselho de Estado só reúne na quinta-feira como é que os conselheiros de Estado se pronunciara? Bem, pensei eu, provavelmente o jornalista do "i" ouviu os conselheiros de Estado um a um e chegou a essa conclusão.
  
Leio a notícia e quem é o Conselho de Estado para o "i"? São apenas dois os que permitem ao jornalista chegar à brilhante conclusão, Alberto João Jardim e Bagão Félix. Aliás, nem seria necessário ler a notícia, o Conselho de Estado não vai ser ouvido sobre o novo governo mas sim sobre a dissolução do parlamento. Mas isso não importa a jornalistas aldrabões.
  

 

 A DEMISSÃO CONSAGROU-SE
  
«situação dificílima de Portugal, no quadro europeu, consagrou-se com a crise política aberta, após a posse do Presidente da República e a viagem do primeiro-ministro a Bruxelas, no dia seguinte. Assim se sobrepôs à crise financeira e económica, com que lidámos mal, uma crise política muito séria. O Parlamento, reunido para debater o chamado PEC IV, resolveu, numa estranha coligação negativa, composta pelos dois partidos do centro direita (PSD e CDS-PP) e pelos dois partidos da esquerda radical (PCP e Bloco de Esquerda), votar, sem hesitação, contra o PEC IV, imposto por Bruxelas, e derrubou o Governo, Sócrates. O primeiro-ministro e líder do PS, após a votação histórica, dirigiu-se a Belém e, num curtíssimo encontro, apresentou a sua demissão ao senhor Presidente da República, como lhe competia, nos termos da Constituição. O Presidente aceitou o pedido de demissão, mas deixou o primeiro-ministro em funções. Demissionário, pelo menos até vir a ser substituído - se os eleitores assim quiserem - pelo líder do PSD, Passos Coelho. O que obrigou Sócrates a partir para a reunião de Bruxelas, realizada a 24 e a 25 do corrente. Os resultados dessa reunião evidenciaram uma pequena viragem da União Europeia da Zona Euro, para defesa da moeda única e para criar um Fundo Financeiro, na próxima Cimeira, para valer aos países mais fustigados pelos mercados especulativos. Mas sobre isso, que envolve o futuro da União, escreverei a seguir.
  
Sócrates, apesar de demissionário, foi excepcionalmente bem recebido pelos seus colegas da União. Há muito tempo que a imprensa internacional não falava tanto de Portugal nem do Governo português, pelas boas e pelas más razões. O que acresce as responsabilidades do futuro primeiro-ministro, seja ele quem for. Passos Coelho também foi a Bruxelas. Ouviu e conversou com a chanceler Merkel - que não foi especialmente doce para com ele - e com alguns outros correligionários do Partido Popular Europeu. Percebeu, seguramente, que a política que vai ser obrigado a seguir não será substancialmente diferente da política proposta, antes da crise, por Sócrates, se não for mesmo mais impopular ainda. Será a política conservadora europeia no seu pior. Foi isso que os partidos da esquerda radical votaram no Parlamento de Lisboa. Eles lá sabem porquê...
   
A perspectiva de aumentar o IVA - que Passos Coelho anunciou, como teste - deve tê-lo convencido, pelas reacções negativas que provocou, que terá escolhido o pior momento para desencadear uma crise política, desejada por alguns, com certeza, mas cuja oportunidade o eleitorado em geral não compreende nem aprova. Nem pela maioria dos empresários que temem, com razão, a recessão que está à vista...
  
É certo que o líder do PSD deve ter sido muito pressionado pelos seus correligionários, ávidos de poder, que não escondem, aliás, que não o suportam e o querem substituir, uma vez realizada a sale besogne, como dizem os franceses. Isto é: o trabalho mais impopular e difícil. Como outros queriam "fritar em lume brando" José Sócrates. Mas ele não os deixou fazer...
  
E agora? Vamos ter eleições, que se anunciam para fins de Maio, princípios de Junho. E até lá? Vai ficar o Governo demissionário, sem autoridade, a fazer o menos possível. Porque não é lógico que faça, como é óbvio, a política que o Parlamento rejeitou. Este é um dos imbróglios em que estamos metidos. Dois meses decisivos, sem que ninguém saiba para onde vamos. Foi, por isso, que me permiti alertar o senhor Presidente da República para o perigo de cairmos num vazio de poder. Mas, ao que disse, parece que "foi tudo muito rápido, e não teve espaço de manobra para intervir".»[DN]



Autor:

Mário Soares.

 LULA E DILMA VIERAM À TERRINHA
  
«Já houve, claro, microfones estendidos a Lula, perguntando se ele vai meter uma cunha a Dilma para o Brasil comprar parte da dívida portuguesa. Mas, que raio!, há Portugal e Brasil para além da dívida portuguesa. E o admirável, tendo um sido colonizador e outro colónia, é que foi quase sempre assim. Reparem, não foi nos tempos recentes do politicamente correcto, mas muito antes, que os dois deixaram de se tratar de mãe-pátria e filhote. Há muito quiseram ambos ser países irmãos, como ilustra esse extraordinário D. Pedro, imperador deles, IV nosso, aceitando o papel que para outros seria esquizofrénico e nele foi natural. Nascido em Queluz, em 1798, mas desde 1808 com o Brasil como pátria da sua adolescência, ele disse "fico" quando teve de escolher. E quando, por imperativo de convicções veio modernizar Portugal, deixou ao seu filho e herdeiro brasileiro uma carta sobre a dor que era abandonar o seu país, o Brasil. Parece neste negócio que Portugal é secundarizado, não é? Isso é não entender esta história fraterna. Os portugueses no Brasil fizeram sempre o mesmo que D. Pedro: fizeram-no seu, ao Brasil. Daí que o "me dá uma moedinha, dá" conte pouco. Será, ou não, assunto seco de contabilistas. Outra coisa é a chegada de Lula e Dilma, os sucessores de D. Pedro. Eu levava-os à terrinha. A Queluz, onde eles nasceram. » [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.




 JORNAL IRLANDÊS ESCREVE CARTA A PORTUGAL
  
«No artigo do "Sunday Independent" pode ler-se que a "ajuda do FMI não vai tirar o país de dificuldades". E a carta começa: "Querido Portugal, daqui quem te escreve é a Irlanda. Sei que não nos conhecemos muito bem e não me quero intrometer, mas li notícias sobre a situação portuguesa e sinto-me capaz de oferecer alguns conselhos".

Na carta é sublinhada a ideia de que não temos de nos sentir gratos pela ajuda que poderemos receber, pois isso representa uma hipoteca. "Como o inglês é a vossa segunda língua podem pensar que a palavra ajuda significa que o país vai ser ajudado pelos nossos irmãos europeus. Permitam-me que vos avise. Essa ajuda não vai tirar o país de dificuldades. Vai prolongar os vossos problemas para as gerações futuras".» [DN]

Parecer:

Pode ser que Passos Coelho leia a carta antes de dizer que quer o FMI.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao "homem invulgar".»
 

"Bit of friendly advice, Portugal
  
Dear Portugal, this is Ireland here. I know we don't know each other very well, though I hear some of our developers are down with you riding out the recession.
  

They could be there for a while. Anyway, I don't mean to intrude but I've been reading about you in the papers and it strikes me that I might be able to offer you a bit of advice on where you are at and what lies ahead. As the joke now goes, what's the difference between Portugal and Ireland? Five letters and six months.
  

Anyway, I notice now that you are under pressure to accept a bailout but your politicians are claiming to be determined not to take it. It will, they say, be over their dead bodies. In my experience that means you'll be getting a bailout soon, probably on a Sunday. First let me give you a tip on the nuances of the English language. Given that English is your second language, you may think that the words 'bailout' and 'aid' imply that you will be getting help from our European brethren to get you out of your current difficulties. English is our first language and that's what we thought bailout and aid meant. Allow me to warn you, not only will this bailout, when it is inevit-ably forced on you, not get you out of your current troubles, it will actually prolong your troubles for generations to come.
  
For this you will be expected to be grateful. If you want to look up the proper Portuguese for bailout, I would suggest you get your English-Portuguese dictionary and look up words like: moneylending, usury, subprime mortgage, rip-off. This will give you a more accurate translation of what will be happening you.
 

I see also that you are going to change your government in the next couple of months. You will forgive me that I allowed myself a little smile about that. By all means do put a fresh coat of paint over the subsidence cracks in your economy. And by all means enjoy the smell of fresh paint for a while.
  

We got ourselves a new Government too and it is a nice diversion for a few weeks. What you will find is that the new government will come in amidst a slight euphoria from the people. The new government will have made all kinds of promises during the election campaign about burning bondholders and whatnot and the EU will smile benignly on while all that loose talk goes on.

Then, when your government gets in, they will initially go out to Europe and throw some shapes. You might even win a few sports games against your old enemy, whoever that is, and you may attract visits from foreign dignitaries like the Pope and that. There will be a real feel-good vibe in the air as everyone takes refuge in a bit of delusion for a while.
  

And enjoy all that while you can, Portugal. Because reality will be waiting to intrude again when all the fun dies down. The upside of it all is that the price of a game of golf has become very competitive here. Hopefully the same happens down there and we look forward to seeing you then.

Love, Ireland.


Sunday Independent»
  
 S&P VOLTA A CORTAR O RATING DE PORTUGAL
  
«A S&P voltou a descer a avaliação de Portugal, tal como tinha alertado, para o nível 'BBB-', a um passo de 'junk bond'. É o segundo corte de 'rating' da S&P para Portugal em menos de uma semana.
  
A agência de 'rating' manteve o 'outlook' negativo para a avaliação de Portugal, o que significa que pode avançar com novo corte em breve.
  
O 'downgrade' de hoje deve-se ao resultado da cimeira europeia da semana passada, que definiu os termos de empréstimos aos países do euro em dificuldade, confirmando as expectativas da S&P de que uma reestruturação prévia da dívida poderá ser uma condição para os países acederem às ajudas do fundo europeu.
  
"Devido às fracas condições de acesso de Portugal ao mercado e à sua considerável necessidade de financiamento nos próximos anos, acreditamos que Portugal vai aceder provavelmente ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira e depois ao Mecanismo Europeu de Estabilidade", o fundo europeu que o vai substituir o anterior a partir de 2013, nota a S&P.

A agência de ‘rating' indica que o 'outlook' negativo reflecte as perspectivas de que o ambiente macroeconómico pode agravar-se mais do que o previsto e que um impasse político pode enfraquecer a implementação do programa de consolidação orçamental de Portugal.» [DE]
  
Parecer:

Mais um grande resultado para o país da estratégia política de Cavaco Silva, o homem que queria ajudar o país com os seus conhecimentos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Cavaco.»

 MAIS GREVES NO METRO
  
«A adesão à greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa "foi total", disse à Lusa um dirigente sindical, avançando que as paralisações de 5 e 7 de abril serão, para já, as últimas, havendo depois outras formas de luta.
  
"Houve uma total paralisação dos comboios e da área operacional e de manutenção e as estações estiveram fechadas", disse Diamantino Lopes, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), sublinhando ainda não dispor de números.» [Expresso]

Parecer:

Alguém acredita que estas greves se prendem com questões de natureza laboral? É evidente que não, não passam de uma tentativa de desestabilização social com fins políticos, é o PCP a usar a destruição do país em seu proveito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se a privatização do Metro.»

 PASSOS COELHO QUER FERREIRA LEITE COMO DEPUTADA
  
«A ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, vai ser convidada pelo partido para integrar a lista de deputados nas próximas eleições legislativas, confirmou o i junto de fonte próxima da direcção laranja. De fora, devem ficar nomes como o do deputado Pacheco Pereira, de Helena Lopes da Costa e o de António Preto, que integraram as listas nas últimas eleições. Helena Lopes da Costa e António Preto viram os seus nomes envolvidos em processos judiciais.
  
Contactada pelo i, Manuela Ferreira Leite não quis confirmar se está disponível para integrar as listas nas eleições antecipadas que se aproximam, mas é provável que a ex-líder do PSD prefira não ter assento no Parlamento na próxima legislatura.» [i]

Parecer:

Vai ter de a engolir como ministra ou como presidente da AR.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 O PROCESSO CASA PIA VAI-SE DESMORONANDO
  
«O advogado de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, vai requerer hoje que a entrevista do ex-aluno da Casa Pia, Ilídio Marques, e a de Carlos Silvino sejam juntas ao processo que está agora no Tribunal da Relação de Lisboa. Na entrevista dada ao "Expresso", o jovem casapiano retira as acusações de abusos sexuais contra os arguidos, enquanto que Carlos Silvino, na entrevista à revista "Focus", desmente ter algum dia levado os jovens aos abusadores.
  
As declarações do jovem em tribunal levaram à condenação do advogado Hugo Marçal a seis anos e dois meses de prisão. Reagindo à entrevista de Ilídio Marques, o advogado diz que só agora as pessoas estão a perceber que o processo em que foi condenado " é uma fraude monstruosa". Por isso, defende que o Ministério Público tem obrigação "de abrir um inquérito, já que se corre o risco de pôr pessoas inocentes na cadeia". Marçal quer ainda que os juízes do Tribunal da Relação ouçam o jovem casapiano que garantiu, agora, ter acusado "pessoas inocentes". Mas o jovem, na entrevista publicada no fim-de-semana, nada esclarece sobre os motivos que o terão levado a indicar determinados nomes, acrescentando apenas que a comunicação social "ajudou a sustentar, a manter, uma situação que não existia". Os nomes, explicou, "foram surgindo" à medida que era entrevistado na Polícia Judiciária.» [i]

Parecer:

Alguma vez saberemos todas a verdade?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Procurador-Geral.»

 UM BOM TACHO PARA MANUELA FERREIRA LEITE
  
«O Governo decidiu reconduzir a actual administração da Caixa Geral de Depósitos, liderada por Faria de Oliveira, apurou o Negócios. A divulgação oficial desta nomeação deverá ser anunciada ainda hoje.
  
A nomeação está contudo condicionada à aprovação por parte do próximo Governo, que resultar das eleições legislativas deverão ocorrer em finais de Maio ou início de Junho, se o novo Executivo assim o entender..» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Da última vez o seu nome foi um dos propostos por Belém e vejam no que deu o facto de Sócrates não a ter escolhido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 LULA DIZ QUE BRASIL PODE AJUDAR PORTUGAL
  
«Em relação a Portugal, Lula da Silva afirmou que o problema do País "não é de um ou outro governante mas sim do povo português", querendo com isto dizer que é necessário "unir as pessoas para encontrar uma saída" para a actual crise económica.
  
O antigo presidente brasileiro manifestou ainda a disponibilidade do Brasil para ajudar Portugal a sair da crise. "O Brasil pode e tem condições para ajudar Portugal", afirmou Lula da Silva, acrescentando que o "Governo português deve conversar com o Executivo de Dilma Rousseff e que este deve ser muito solidário com Portugal".» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Está mais preocupado com Portugal do que muitos políticos portugueses.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Registe-se.»

  


  
 NO "CÂMARA CORPORATIVA"
  
O post "Estatuto dos Açores revisitado":

«Lembram-se da polémica em torno do Estatuto dos Açores? Lembram-se do ar grave com que Cavaco Silva, interrompendo as suas férias estivais, se dirigiu ao país à hora dos telejornais? E será que alguém ainda se lembra do que então estava em causa? Quais os motivos da indignação presidencial?


Eu ajudo: o novo Estatuto dos Açores previa que o Presidente, para dissolver a Assembleia Legislativa Regional, tivesse que ouvir entidades que a Constituição não exigia que fossem ouvidas, como por exemplo o Presidente da Assembleia Legislativa Regional. E Cavaco Silva viu nisto uma compressão intolerável dos seus poderes presidenciais.

Agora façam um fast forward para a actualidade. No contexto da actual crise política e com vista - ao que tudo indica - à dissolução da Assembleia da República, o Presidente tem vindo a realizar audições. Recebeu na passada sexta-feira os partidos políticos, recebeu hoje o Presidente da Assembleia da República Jaime Gama, e convocou para a próxima quinta-feira o Conselho de Estado.

Sucede que, nos termos do artigo 133.º, alínea e) da Constituição, para dissolver a Assembleia da República o Presidente só tem de ouvir os partidos nela representados e o Conselho de Estado. Nada o obriga a ouvir o Presidente do Parlamento.

Ou seja, Cavaco Silva fez agora - voluntária e opcionalmente - aquilo que, em 2008, a propósito do Estatuto dos Açores, considerou que era uma limitação inaceitável dos seus poderes. O que só vem comprovar que o que estava em causa no Estatuto dos Açores não era assim tão grave nem justificava tamanha agitação e que tudo aquilo não passou, afinal de contas, de uma tempestade num copo de água.

Ou isso, ou o Presidente decidiu submeter-se desde já ao projecto de revisão constitucional do PS, que prevê - justamente - que o Presidente da República tenha que ouvir o Presidente da Assembleia da República antes de dissolver a dita. »




 EARTH HOUR 2011 [Boston.com]
  
  

 
 
 
 
  
  

  


 SERIV








target="_blank"