sábado, fevereiro 28, 2015

Fazer oposição em conversas de taberna

Eu até compreendo que um adepto do Benfica como o António Costa vá ver um jogo do Porto na Liga dos campeões e aplauda a vitória do clube rival, mas convenhamos que se o mesmo António Costa for ver o mesmo jogo com uma camisola do Quaresma e embrulhado num cachecol do FCP já seria um pouco ridículo. Aquilo que o António Costa fez no jantar do ano da cabra foi mais ou menos o mesmo, perante estrangeiros vestiu a camisola do adversário.
  
Considerar que perante investidores estrangeiros devemos recorrer á mentira em nome de um suposto interesse nacional é ridículo, e não é difícil de imaginar que uma boa parte da audiência riu-se por dentro pois uma coisa é ser estrangeiro e outra é ser parvo, quem ali estava sabe o suficiente do país e só não se terão apercebido dos disparates por problemas de tradução.
  
Neste país é essa ideia bacoca que defender o país é falar bem dele e que todos os que o critiquem no estrangeiros ou perante estrangeiros estão cometendo um crime de lesa pátria. Essa é uma ideia muito antiga que o anterior regime promoveu numa tentativa de promover a condenação daqueles que se exilavam e criticavam o regime no estrangeiro. Mas este é um aspecto que Mário Soares terá a oportunidade de explicar a António Costa pois há coisas que ele não teve a oportunidade de aprender na JS.
  
Mas António Costa enfrenta agora uma grande contradição, como é que vai pedir à Europa soluções se ele só pode questionar a situação do país perante nacionais ou, na pior das hipóteses, em Badajoz? Se a situação do país já não á aquela que enfrentava há quatro anos isso significa que as políticas são as mais adequadas, não fazendo sentido questioná-las, a não ser em conversas de taberna tidas em Portugal.
  

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Flor da Quinta das Conchas, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Paula Teixeira da Cruz, a ministra mais incompetente da Península Ibérica

Paula Teixeira da Cruz anuncia o fim da impunidade, sugere que com António Costa não haverá separação de poderes, acusa impunemente dois funcionários para afastar a responsabilidade pelas consequência da sua incompetência, afirma o fim da imunidade, relaciona os casos judiciais com a acção do seu governo, mas afirma um profundo respeito pela separação de poderes. É uma pena que não respeite também a separação entre a competência e a incompetência, entre a inteligência e a burrice ou entre a honestidade e a má fé.

«A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, recusou esta sexta-feira comentar as declarações da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, que, numa entrevista recente ao PÚBLICO e à Rádio Renascença, admitiu não poder garantir que nenhum procurador violasse o segredo de justiça e salientou que a actuação do MP não obedece a “timings políticos”.

Paula Teixeira da Cruz rejeitou qualquer comentário alegando “lealdade institucional” e “um profundo respeito pelo princípio da separação de poderes”. Porém, a governante, que falou na manhã desta sexta-feira à margem da inauguração das novas instalações do Julgado de Paz de Vila Nova de Gaia, não tem dúvidas de que a forma de actuação das polícias e do órgão que tutela as investigações e a acção penal, o Ministério Público, mudou com este Governo.

“Mais do que as palavras, valem os actos. Penso que tem sido visível, desde o combate à fraude no Serviço Nacional de Saúde, na Segurança Social e em outras áreas e sectores, a actuação de todas as forças e de todos aqueles que devem intervir na acção penal. Creio que iniciámos uma mudança efectiva. Nós, todos nós. Quando digo nós, não estou a referir-me a ninguém em particular, mas a todos aqueles que estão de facto no [poder] judicial. E, nessa medida, os resultados vão sendo aqueles que os senhores têm testemunhado”, referiu, numa alusão aos vários casos judiciais e de operações policiais que têm marcado as notícias.» [Público]

 Será que o António Costa percebe a mensagem?

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 Grande economista!

Para o aluno a jovem Schäuble a taxa de desemprego é designada por "stock de desemprego". Enfim, há também os stocks da fome, da ausência de investimento, até há um Stock da Cunha e mesmo um grande stock de falta de inteligência do próprio primeiro-ministro.
 
 Espectáculo memorável

A forma como António Costa tentou corrigir a sua asneiras com uma declaração não podia ter corrido melhor, fez uma intervenção desastrosa, perdeu a oportunidade de esclarecer todos os equívocos respondendo a perguntas mas optou por não correr riscos. Mas pior do que tudo isto foi ver uma Edite Estrela a "apresentar" o líder do PS e quando este acabou a comunicação seguiu atrás dele batendo palmas, enquanto segurava um jornal debaixo do braço. Ainda bem que não se lembrou de estar a comer uma sandes de presunto, teria sido divertido ver a eterna Edite Estrela a seguir atrás do líder aplaudindo persistentemente a sua intervenção, enquanto segurava o jornal com o sovaco ao mesmo tempo que prendia a sandes de presunto com os dentes.
 
Mau demais para ser verdade.
 
 Constatação

A ministra da Administração Interna esteve ausente nas cerimónias de homenagem aos jovens agentes da PSP que morreram em Sacavém. Sem comentários.

 António Costa

Desde a famosa confusão de contas de António Guterres que um candidato a primeiro-ministro não se espetava de forma tão espectacular, como sucedeu agora com o líder do PS. O problema é que no caso de António Guterres tratou-se de um mero erro de cálculo por parte de quem tinha uma média brilhante em engenharia. No caso de António Costa não ocorreu qualquer erro, foi uma afirmação de uma opinião pessoal.

António Costa já devia ter pedido desculpa ao PS e aos seus simpatizantes pelo lapsus linguae em vez de andar a sugerir que as pessoas são parvas, enquanto os seus apoiantes acusam tudo e todos de serem de direita. Além de se sentirem humilhados os seus apoiantes ainda são ofendidos por uma estratégia que os condena só pelo facto de terem ouvidos.

Quando se erra não se ofende aqueles que confiam em nós nem se tenta fazer deles parvos, pede-se desculpa, lamenta-se o erro. É ofensivo dizer que estava a defender o país, como se aqueles que analisam a realidade não defendem o país.

      
 Assalto à mão regulada
   
«Era a EDP ainda estatal e monopolista quando me quis cobrar os consumos não liquidados por anteriores locatários de uma casa que comprei. Para celebrar o novo contrato tive de dar a leitura do contador e, na primeira conta, tungas: desapareceu-me uma fortuna da conta bancária. Como pelo telefone se recusassem a devolver o dinheiro, fui a uma dependência, onde ainda me quiseram convencer de que era de lei pagar consumos alheios. Percebendo-me à beira da luta armada, lá aceitaram devolver o valor - na fatura seguinte. Queriam, pois, um empréstimo a juro zero aqui da magnata, que, graças a competente banzé, não saiu dali sem o pecúlio, até à última moeda - e várias horas perdidas.

Passaram 20 anos. Num mercado "livre", concorrencial e com reguladoras profissionais, deveria ser muito mais fácil para um consumidor fazer valer os seus direitos, não era? Pois. Desbloqueio de telemóveis, por exemplo: lei de 2010 estipula que, após um período de fidelização contratual (não podendo exceder dois anos), a operadora, se tal lhe for solicitado, tem de o fazer de graça. Nem pensar, dizem elas: a fidelização aplica-se ao serviço, não ao aparelho. Ou seja: compra-se um telefone com desconto no âmbito de um contrato de dois anos, contrato esse que obriga a uma mensalidade superior por se comprar o telefone (é assim na Vodafone, por exemplo), mas no fim do mesmo, se pedir desbloqueio, tem de pagar. As reclamações são inúmeras - há até condenações das operadoras em tribunal pela má-fé. Que faz a reguladora do setor, a Anacom? Dorme a sesta.

A ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) não é melhor. Constatei-o em recente queixa sobre estimativas sistematicamente empoladas à qual juntei faturas e reclamações de anos (e respetivas respostas, sempre iguais, da empresa). Pombo de correio eletrónico, a ERSE comunicou-me que comunicara a minha queixa à empresa, e respondeu-me com a resposta desta (idêntica às anteriores). Insisti; sucedeu o mesmo. Intervenção da ERSE: zero. E quando intervém? Piora. Caso das cauções que EDP e Galp cobraram até 1999 na celebração de contratos e que, anuncia-se, são obrigadas a devolver até ao final de 2015, num total de mais de 18 milhões de euros. E que decidiu a ERSE para os termos da devolução? Nada tão simples como as empresas devolverem diretamente aos clientes que mantêm contratos, nem pensar. Têm de ser estes, um a um, a solicitar a devolução (podem não querer, não é?). Como, a Galp explica no site: o "interessado" tem de enviar à empresa, por correio, "original do documento que comprova o pagamento da caução" (o original, deus) solicitando uma declaração da mesma atestando o direito a receber, a qual deve de seguida enviar à Direção-Geral do Consumidor (que ficará com dinheiro não reclamado). Caricatura mais perfeita só a de não ser raro presidentes das reguladoras passarem para as entidades que regulam, ou vice-versa. É o "mercado livre" à portuguesa.» [DN]
   
Autor:

Fernanda Câncio.
  

   
   
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sexta-feira, fevereiro 27, 2015

2011-2015

Com os actuais níveis da dívida, com um défice acima dos 3% do PIB, com os elevados níveis de desemprego, com um crescimento anémico e com uma carga fiscal brutal, se neste momento ocorresse uma situação de instabilidade nos mercados financeiros internacionais e a posição do BCE em relação à intervenção nos mercados em defesa do euro fosse a que existia em 2011 Portugal ficaria na bancarrota numa questão de semanas.
  
 Podemos gabar-nos de conseguirmos financiamento no mercado mas a verdade é que a notação da nossa dívida é neste momento pior do que quando se começou a equacionar o risco de pedir ajuda. Com uma notação de lixo, sem nada para vender, sem investimento desde há quatro anos Portugal está hoje mais vulnerável do que nunca. Mas a verdade é que Portugal conta hoje com um apoio que não contava no passado e uma boa parte da nossa dívida não está no mercado.
  
E o que mudou desde então? O Estado está de braços caídos, um jovem médico do SNS ganha pouco mais do que uma empregada doméstica, o país está sendo abandonado pelos seus quadros mais promissores, empresas como a EDP foram “democratizadas” sendo vendidas ao Partido Comunista da China, em três anos não ocorreu nenhum investimento digno de nota.
  
O turismo cresceu mas seguindo uma tendência anterior à crise, as exportações aumentaram mas sem que isso tivesse resultado de qualquer ajustamento, alguns sectores seguiram uma tendência anterior á crise, noutros surgem agora os resultados dos investimentos realizados no passado (olival ou refinarias), noutros as empresas procuram no estrangeiro os mercados que deixaram de ter em Portugal. Só uma percentagem marginal das exportações se explica por um suposto aumento da competitividade. Empresas sem mercados em Portugal, a desvalorização do euro, os investimentos na refinaria de Sines ou no olival, são os principais impulsionadores de exportações. Só na agricultura e na refinação se pode falar de aumento da capacidade de produção, em nenhum sector se pode falar de um investimento significativo nestes quatro anos.

Portugal não está muito diferente? É evidente que está, há mais desigualdades sociais, as empresas estão descapitalizadas e com vários anos de desactualização dos equipamentos, os melhores quadros estão abandonando o país, deixou de ter capacidade de resposta para assegurar que o SNS tenha médicos e enfermeiros que substituam os que se reformam, os que optam pelo sector privado ou os que abandonam o país, no Estado cresce a desmotivação e os únicos investidores estrangeiros limitam-se aos chineses que procuram vistos gold e que nuns dias são gente duvidosa e nos outros são investidores exemplares.
  
É uma injustiça atribuir aos emigrantes chineses as responsabilidades por aquilo que em Portugal está diferente, é um exagero dizer que eles acreditaram no país que agora está numa estado miserável, como ainda esta semana a Comissão Europeu confirmou. António Costa foi muito injusto para com o chineses, o facto de terem aberto umas centenas de frutarias ou de terem comprado uns quantos apartamentos de luxo a preços especulativos não explica a desgraça em que estamos. 

Acho que António confundiu a troika com uma tríade e só isso permite explicar que atribua aos pobres dos chineses, como os meus vizinhos do primeiro andar, a responsabilidade por muito do que mudou em Portugal.
  

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Bordo do Japão (Acer palmatum cv vitifolium), Jardim Gulbenkian, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
António Costa

Chamar sentido de Estado a elogiar o governo quando se fala com cidadãos estrangeiros é gozar com os portugueses e, principalmente, com muitos que por acharem Seguro demasiado mole votaram numa mudança no PS.  Dizer agora que foi uma imprecisão é rebaixá-los na sua inteligência.

«O PS continua às voltas com a frase de António Costa sobre o país estar "diferente" - entenda-se: melhor do que estava há quatro anos. A explicação dada ontem por fontes da direção do partido para a frase dita pelo secretário-geral perante uma plateia de chineses era o "sentido de Estado ", para não criticar o país diante de cidadãos estrangeiros, mas hoje o líder parlamentar veio dar outra. Foi, afinal, uma "frase imprecisa" de António Costa, disse Ferro Rodrigues à entrada da reunião da bancada do PS.

O líder parlamentar socialista afirmou esta quinta-feira de manhã que a política está a atingir "graus baixos" quando PSD e CDS se aproveitam de "uma frase imprecisa" de António Costa perante a comunidade chinesa para a usarem como arma de arremesso político. Depois de um dia inteiro em que a direita rejubilou e tornou viral nas redes sociais a frase de António Costa, Ferro Rodrigues aproveitou o momento em que entrava para a reunião semanal do grupo parlamentar para contra-atacar, criticando os adversários políticos por retirarem do contexto "uma frase imprecisa".» [Expresso]

 Ai tenho, tenho!

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 Relvas continua sem saber se é dr.
   
«A ação administrativa especial em que o ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares figura como contrainteressado, instaurado pelo Ministério Público (MP), foi dado como pronto para a elaboração da sentença a 27 de fevereiro de 2014.

O Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (CSTAF) indicou à agência Lusa que “ainda não foi proferida decisão” sobre a licenciatura de Miguel Relvas em Ciência Política e Relações Internacionais, justificando com a existência de muitos processos e poucos juízes no TAF de Lisboa. “Porém, tal circunstância encontra-se devidamente justificada, atento o reduzido número de juízes e o elevado número de pendências que se verificam” no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa.

O CSTAF justificou a inexistência até à data de “despacho saneador no processo, dado o elevado número de processos atribuídos à juíza titular, muitos deles mais antigos do que este [em que Miguel Relvas é visado]”. Aquele órgão de gestão e disciplina dos juízes da jurisdição administrativa e fiscal notou » [Observador]
   
Parecer:

Enfim, o desgraçado já tinha tido tempo para tirar um curso a sério.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Soria-se.»

 Comissão chumba Portugal
   
«Portugal ficou ontem a saber que Bruxelas decidiu inclui Portugal no lote de países sob vigilância ao abrigo do Procedimento por Desequilíbrios Macroeconómicos, numa conferência de imprensa marcada de improviso pelo vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, e o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.

Após o fim do programa, Portugal passou a estar sujeito a todas as regras do tratado orçamental e do semestre europeu. Por isso mesmo, Portugal, que continua com um procedimento por défice excessivo (défice e dívida) aberto e está sob vigilância pós-programa, fica agora sob o braço da Comissão no que diz respeito aos desequilíbrios macroeconómicos.

No relatório divulgado hoje especificamente sobre Portugal, a Comissão Europeia deixa algumas achegas a Lisboa. Como já tinha alertado anteriormente, Bruxelas considera que a redução do défice orçamental e da dívida pública nos planos orçamentais do Governo está demasiado dependente de fatores cíclicos. Ou seja, o Governo espera que fatores de conjuntura, com o crescimento da economia, ajudem a fazer baixar o défice. Mas a Comissão não gostou antes e continua a insistir: “depender de efeitos cíclicos não facilita o cumprimento com o enquadramento orçamental de médio prazo ou ajuda a reduzir a elevada dívida pública de uma forma sustentável”.» [Observador]
   
Parecer:

As conclusões são óbvias, mas não se entende o porquê da inistência nesta política.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à Comissão Europeia se está gozando com Portugal.»

 Afinal a Liga dos Campeões dá jeito à RTP
   
«“Historicamente é um produto da RTP”, adiantou o presidente do Conselho de Administração da empresa, sublinhando que a televisão pública “tem condições únicas para tirar melhor partido do evento”.

“A Liga dos Campeões [de futebol] está no DNA” da empresa e o objetivo é rentabilizar este investimento.

No entanto, Gonçalo Reis é claro: “Rentabilizar totalmente vai ser difícil”, dado o valor de investimento, que é de cinco milhões de euros por ano, num total de 15 milhões de euros.» [Observador]
   
Parecer:

Mas serviu para iniciar o processo de saneamento na RTP.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se parecer urgente ao Feijó.»

 Obrigadinho grande Macedo
   
«O ministro da Saúde já tinha anunciado que iria estender a isenção de taxas moderadoras a todas as crianças até aos 18 anos, mas a medida só foi aprovada esta quinta-feira, em Conselho de Ministros. Resta esperar agora pela publicação do diploma.» [Observador]
   
Parecer:

Pauloi macedo prossegue no seu laborioso trabalho de gestão da sua própria imagem.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

   
   
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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Um PASOK à portuguesa?

Sejamos honestos, em Portugal o PS só não corre o risco de ser reduzido à sua expressão mínima porque por cá não há nenhuma alternativa consistente à esquerda, o BE tem dado demasiadas vezes a mão à direita e o PCP tem um projecto de sociedade e de modelo político que a maioria dos eleitores rejeita. O PS existe porque tem um ou outro militante em que os eleitores confiam e porque uma boa parte dos portugueses está tão farta deste governo da direita que votará em qualquer alternativa credível.
  
Visto a partir de fora o desempenho do PS na oposição tem roçado o sofrível e o país arrisca-se a ter um governo e um presidente de direita durante mais quatro anos, isto depois de termos tido um residente pior do que qualquer residente ou do que qualquer monarca da história de Portugal. Perante tanta incompetência à direita e face a uma política tão destrutiva o PS é incapaz de apresentar uma alternativa a Cavaco  e anda com agendas cheias de banalidades para não se apresentar com qualquer alternativa à actual política.
  
Aquilo que se passa com as candidaturas presidências roça o vergonhoso, lança-se uma candidatura de António Guterres quando se sabe que o ex-primeiro-ministro não será candidato e este alinha na encenação, chega mesmo a dar uns guinchos de protesto quando alguém disse que já não seria candidato. Guterres tem-se comportado de uma forma pouco digna, trata o cargo de Presidente da república como um emprego de segunda escolha e pensa que o país já escolheu e agora aguarda a sua decisão. No fim a esquerda vai ficar sem um candidato credível e a direita até ganhava as presidenciais com uma candidatura do Pedro Santana Lopes.

Na oposição ao governo é aquilo que se tem visto, diz-se que se é contra a austeridade mas não se apresenta uma única proposta de alívio dessa austeridade, nem sequer se garante que não serão adoptadas mais medidas. A única medida que se propôs foi a redução do IVA nos restaurantes, isto é, um imposto que os restaurantes cobram e que na maior arte dos casos não entrega ao Estado.
  
Mas se o discurso para os portugueses é que os governos são como os melhores, primeiro compram-se e depois logo se vê se são doces ou parecem pepinos, já o discurso para estrangeiros é bem diferente. Até parece que quem os escreve acha que os portugueses nunca saberão o que se diz na conferência da Economist ou na jantarada do Ano Novo chinês. Aos chineses dizem que isto está muito diferente do que estava graças a eles. Na Economist diz-se que não se pode apresentar um programa pois depende-se de negociações com Bruxelas, isto é, aceita-se a tutela estrangeira sobre a política económica.
  
O PS está (ainda) longe de ser um PASOK, mas a verdade é que perante um desastre nacional é incapaz de captar as simpatias dos eleitores, incluindo muito dos seus próprios eleitores tradicionais, não consegue apresentar uma alternativa política consistente e alguns dos seus políticos tratam um cargo como a Presidência da República como um emprego de segunda.
  

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Rio Guadiana, Alcoutim
  
 Jumento do dia
    
António Costa

Parece que o líder do PS decidiu, finalmente, fazer oposição, agora é só uma questão de alguém lhe explicar que deve fazer oposição ao governo e não a si próprio. Enfim, esta entrada no ano novo chinês, no ano da cabra de 2015, foi mesmo de ficar com os olhos em bico!

«A propósito das comemorações do ano novo chinês, que António Costa celebrou junto da comunidade chinesa no Casino da Póvoa de Varzim, o secretário-geral do PS admitiu que Portugal está hoje melhor do que estava há quatro anos. A declaração foi feita no contexto de elogio aos investidores chineses que nunca deixaram de acreditar “que o país tinha condições para vencer a crise”.

“Em Portugal, os amigos são para as ocasiões, e numa ocasião difícil em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos”, disse António Costa no passado dia 19 de fevereiro, durante a cerimónia comemorativa da entrada no ano da Cabra que se realizou no casino da Póvoa, e que Observador ouviu através de um vídeo colocado na página de Facebook do eurodeputado Nuno Melo.» [Observador]

 Os amigos portugueses dos gregos

Com amigos como os portugueses os gregos nem precisam de ter os gregos como inimigos.
 
 Diário do Caso Sopeira

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Este post nada tem que ver com o famoso Caso da Sopeira, tratou-se de mais uma entrevista que se seguiu a duas outras da famosa procuradora-geral adjunta, desta evz foi a própria procuradora-geral que veio dar mais uma entrevista. Por este andar começa a haver mais mercado para um jornal só dedicado aos campeonatos do Ministério Público do que para a bola, mesmo com toda a agitação provocada pelo Bruno de Carvalho.

Mas desiludam-se os que pensam que a senhora Procuradora-geral veio falar do famoso caso, antes pelo contrário, fugiu várias vezes ao tema, do que a senhor veio falar foi de um país cujo Estado é dominado por uma poderosa rede de corrupção. Mas podemos estar descansados, ainda estamos um pouco melhor do que no Burkina Faso, a poderosa rede de corrupção domina todos os sectores do Estado menos um, a austera aldeia gaulesa da justiça, a aldeia onde todos os cidadãos foram vacinados contra todos os males do mundo.

O país está prisioneiro da corrupção mas os corruptos que se cuidem, a aldeia gaulesa vai higienizar a naçãoe  como alguém já prometeu, no fim da purga sobreviverão os honestos. E quem decidirá quem são os honestos?

 Sugestão à ministra das Finanças



Depois da família Obama ter adoptado o Cão d'Água do Algarve, também conhecido como Cão d'Água Português, era uma excelente ideia a ministra oferecer um destes canídeos ao minsitro das Finanças Alemão. Com a oferta de um cão tão meigo e obediente o ministro alemão nunca se esqueceria da sua colega portuguesa.

Com um cão tão meigo e  obediente, cujo pêlo não provoca irritações o ministro das Finanças alemão nunca mais se iria esquecer de Portugal e dos seus amigos portugueses.

 Interrogações que me atormentam

Depois de a classe política ceder à ofensiva de alguns magistrados contra a classe política em defesa da criminalização do chamado enriquecimento ilícito, e quando se ouvem várias acusações de desrespeito dos direitos constitucionais nas buscas e detenção de pelo menos dois cidadãos, começo a recear que depois da criação de novos crimes também queira mais facilidades na investigação à custa dos direitos. Como disse uma conhecida magistrada temos que ceder na liberdade e o problema é que não sabemos até onde esta gente quer ir nas restrições à liberdade e à própria democracia.


 Sigilo fiscal de 1.ª classe e de 2.ª classe
   
«Há quem não se recorde de o ter feito, ou outros que, por curiosidade, foram mesmo ver o IRS de Pedro Passos Coelho. De uma maneira ou de outra, a Autoridade Tributária (AT) já instaurou 27 processos disciplinares a funcionários das Finanças que acederam ao registo fiscal do primeiro-ministro. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), contudo, revelou que poderão existir cerca de uma centena de casos.
(...)
  
O que ainda não originou quaisquer ações disciplinares foram os acessos ao IRS de José Sócrates, que também terá sido consultado por vários funcionários aquando da detenção do ex-primeiro-ministro.» [Observador]
   
Parecer:

A conclusão é óbvia, até parece que a igualdade entre os cidadãos só se aplica às famosas botas de José Sócrates.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Santana Lopes sugere perseguição ordenada por Paulo Portas
   
«Depois do silêncio, as suspeitas. No sábado, quando o Expresso noticiou que o Ministério da Solidariedade tinha pedido uma inspeção à Santa Casa da Misericórdia, Santana Lopes optou por nada dizer. Ontem à noite, na SIC-Notícias, achou que era altura de dizer o que pensou sobre o caso – e nem evitou ligá-lo às presidenciais de 2016: “Não acredito, li isso, há quem me diga isso, não quero acreditar”, disse, citado pelo Público esta manhã.

E que ligação é essa? A recusa anunciada do CDS em apoiá-lo caso decida apresentar-se nessa corrida. Santana queixou-se ontem de o ministro da pasta (Pedro Mota Soares, dirigente centrista) não o ter informado sobre a inspeção e mostrou suspeitas sobre a “urgência” da dita inspeção, pela voz de alguém que estava ao seu lado quando soube da notícia: “Oito semanas? Isso vai dar a meio de março. Você não tinha dito que se fosse candidato apresentaria a candidatura em março ou abril? Não acredito agora que se ande a brincar com coisas sérias.”

Depois disto, faltava ainda a ligação a Paulo Portas, com quem esteve coligado nos breves seis meses em que esteve no Governo. “Dizem-me também às vezes que no CDS fazem alguma coisa sem o dr. Paulo Portas saber? Não, numa coisa destas custa-me a crer. Mas muitas pessoas dizem-me: ‘Não, ele sabe de tudo’. Mas quer dizer… não acredito. Só se comesse muito queijo com o que tem passado pela vida não ia fazer partidas destas a ninguém.”» [Observador]
   
Parecer:

Santana tem razão ao dizer que o Lambretas não passa de um pau mandado de Paulio Portas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a  Santana Lopes se acha que o Portas mandava persegui-lo sem o Passos Coelho saber.»
  

   
   
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