segunda-feira, outubro 31, 2016

A CGD

Um governo poderá aumentar alguns impostos, criar incentivos e adotar muitas outras medidas, mas poucas decisões dos governos terão mais impacto nas empresas e no consumo do que as políticas dos bancos. Em Portugal uma boa parte das empresas depende do financiamento dos bancos e o padrão de consumo de muitos particulares depende igualmente do acesso ao crédito. A intenção de um governo de promover o consumo pode ser contrariada pelos bancos, se estes orientarem os recursos financeiros para o financiamento das empresas. De igual modo, a intenção governam,ental de estimular o investimento pode confrontar-se com uma atitude mais conservador, por parte dos bancos, no financiamento das empresas.

As decisões dos bancos têm um grande impacto na economia, destas decisões depende o investimento das empresas, o tipo de apostas setoriais da economia, os níveis de poupança e do consumo. Se a banca apostar no setor da construção civil para investir os seus recursos, é provável que a economia tenda a crescer dinamizada por este setor. Se a banca n~qo quiser correr risco com novos projetos ou com novas empresas, o empreendedorismo dificilmente ganha expressão.

É neste contexto que a CGD ganha uma especial importância, quase sem bancos nacionais, como bancos como o BCP a atravessarem uma fase de vacas magras, com a instabilidade a que temos assistido no BPI e com o BES quase “congelado” pouco mais resta ao país do que a CGD. Não se sugere necessariamente que a CGD oriente a sua gestão em função do programa económico do governo. Mas pode ser rigorosa na concessão de crédito, promovendo as empresas cumpridoras, como pode ser equilibrada na gestão dos recursos, evitando tendências especulativas e lucros fáceis.

A CGD não é apenas um banco público, é também o maior banco comercial português e da forma como é gerido depende muito o futuro da economia, É importante que a CGD apoie a economia, que seja cuidadoso no crédito ao consumo, que seja equilibrado na forma como financia o investimento, que aposte nas empresas mais competitivas e que apoiem as regras, que no momento de correr riscos o faça apostando no empreendedorismo, em vez de apostar em "berardices", golpes ou negócios obscuros.

É isto que se espera da CGD, é isto que leva muitos a defenderem que a CGD se mantenha como banco público. E isto exige uma gestão competente e honesta. Será que todos os partidos que estão tomando posições em relação à CGD estão preocupados com o seu futuro, ou há por aí quem espere que se registe na CGD a desgraça de que estavam à espera com a notação da DBRS?

O mais importante nesta gestão da CGD não são os argumentos dignos de telenovelas que por aí se vão discutindo, o que importa mesmo é saber se a CGD vai ser bem ou mal gerida, se vai usar os recursos financeiros a que tem acesso em favor do país ou com golpes duvidosos, se vai dar lucros que financiem o OE ou se daqui a alguns anos empurra o país para mais uma bancarrota. Por aquilo que se ouve, há políticos que parec estarem contra uma gestão competente da CGD e tudo fazem para que o banco fique paralisado mais meia dúzia de meses.

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
João Vieira Lopes, presidente da
Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP)

Depois de uma legislatura em que podiam pedir o escalpe dos trabalhadores que o governo dava, as as associações empresariais vão ter de ser desmamadas. A crer o representante do presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) a questão de dez euros de aumento no salário mínimo nada tem que ver com justiça ou com a produtividade do trabalho, os que eram contra qualquer reversão, aceitam agora aumentos do salário mínimo desde que sejam os contribuintes a pagá-lo. Enfim, oportunismo q.b..

«Numa entrevista publicada no Diário de Notícias, João Vieira Lopes disse que é "muito difícil" que na próxima semana, na nova reunião de concertação social, Governo e parceiros sociais cheguem a acordo sobre o aumento do salário mínimo.

"É muito difícil, por dois tipos de razões. Nós não temos a certeza se, de facto, o Governo pretende um acordo, porque um acordo, como é costume dizer-se, tem páginas pares e páginas ímpares", observou, acrescentando que nas primeiras "as entidades fazem cedências" e, nas segundas, "têm algumas contrapartidas".

O que "acontece é que, para fazer um acordo que envolva o setor empresarial e que envolva alguns retrocessos em algumas áreas - laborais, salariais ou outras -, o governo tem de colocar um conjunto de contrapartidas, seja de caráter económico, seja de caráter fiscal, que permita que as empresas aceitem essa situação. É o que tem acontecido em todos os acordos", disse.

Sublinhou que atualmente não vê "da parte do Governo contrapropostas em que as empresas fiquem satisfeitas para poderem fazer algumas cedências", acrescentando que o salário mínimo "é um ponto muito sensível".» [Notícias ao Minuto]

 Governo tem fim-de-semana inglês?

Se a direita quer manifestações de rua e greves que as façam, compreende-se que é bom andar de boleia dos professores e chegarem ao poder ao colo das suas lutas, aceita-se que tenham saudades das manifestações "espontâneas" contra o encerramento dos serviços de saúde com qualidade medieval que apoiasses os discursos de Manuel Alegre contra os portugueses nascidos em Badajoz. Mas se a direita gosta tanto de manifestações e de greves, como se depreende das opiniões dos opinion makers da direita chique, têm uma boa solução, que as façam.

O Baldaia pode promover uma greve na TSF, o Fernandes pode apelar aos colegas de redação para paralisar o Observador e o Tavares pode tentar paralisar a SONAE a partir do jornal Público.

      
 Um país sem "dinheiro"?
   
«A Suécia é conhecida em todo o mundo por muitos motivos. Casa dos Abba, lar do socialismo idílico, país sem noite durante meses e sem sol aberto em tantos outros, o reino sueco é normalmente o exemplo para as mudanças sociais, mas não se fica por aí. 

Numa viagem ao país nórdico, a CNN descobriu um sistema financeiro inovador, que já esqueceu o título de primeira nação europeia a imprimir notas e está hoje em dia muito próxima de deixar de usar dinheiro físico. No ano passado, as transações com notas e moedas representaram apenas 2% do total de pagamentos na Suécia e na capital Estocolmo, é quase impossível encontrar quem aceite dinheiro clássico. 

O museu dos Abba, o comércio a retalho, as mercearias e os transportes públicos rejeitam notas e moedas e mesmo os vendedores ambulantes de jornais lidam quase exclusivamente com pagamentos eletrónicos.» [Notícias ao Minuto]
  
 Nuno Félix não mentiu ao chefe
   
«Nuno Félix, chefe de gabinete do secretário de Estado do Desporto, que se demitiu esta sexta-feira, afirma ao Expresso que nunca escondeu da tutela que não tinha completado a sua licenciatura. “Nunca escondi”, disse, referindo-se tanto à sua tutela direta, João Wengorovius Meneses, como ao ministro da educação, Tiago Brandão Rodrigues, que na sexta-feira garantiu em comunicado não ter sabido do despacho de nomeação de Nuno Félix, datado de fevereiro deste ano, assinado pelo anterior secretário de Estado João Wengorovius, que dava conta dos dois cursos superiores de Nuno Félix - um em Ciências da Comunicação, na Uinversidade Nova de Lisboa, e outro em Direito, na Universidade Autónoma de Lisboa.

Em abril, Wengorovius deixou o governo em rutura com o seu ministro, Tiago Brandão Rodrigues, titular da Educação. João Paulo Rebelo, deputado do PS, foi escolhido para novo secretário de Estado da Juventude, reconduzindo Nuno Félix como chefe de gabinete. Neste segundo despacho de nomeação, datado de junho, o documento foi corrigido: Félix deixou de ter duas licenciaturas e passou a ter duas “frequências”.» [Expresso]
   
Parecer:

Pois, mentiu só ao tipógrafo da Imprensa Nacional, que publicou o seu abastado currículo académico no DR.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e sugira-se ao rapaz que aranje um emprego de gente normal e para o qual esteja habilitado.»

domingo, outubro 30, 2016

Semanada

A nomeação de bois é feito a coberto daquilo a que designa “confiança política”, isto é, altos cargos do Estado têm como único critério de nomeação algo que não significa nada. Mas os complexos de inferioridade são insuperáveis e os merecedores de confiança política sentem-se mal por serem adjuntos, assessores ou chefes de gabinete sem serem “sotôres”, por isso desatam a mentor. Lamentavelmente, numa semana o país foi confrontado com mais dois destes imbecis, rapazolas tão parvos que acham que podem mandar falsos currículos para o DR, sem ninguém venha a reparar nas mentiras que lá estavam inscritas.

As receitas do IVA estão muito aquém do esperado, quase 500 milhões de euros. É muito dinheiro e seria importante analisar bem para se perceber se estamos perante um excesso de otimismo em relação ao crescimento económico ou se, em apenas um ano, a eficácia do fisco veio por aí abaixo. Se há responsabilidades da máquina fiscal o governante que a tutela terá de dar explicações, recorde-se que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais tem sob a sua tutela uma única direção-geral, a AT, ou seja, é o seu verdadeiro diretor-geral. Não serve de andarmos a criar impostos para que os que existem não sejam cobrados.

Perdida a esperança do segundo resgate, resta à extrema-direita chique prosseguir com a sua guerra de guerrilha, procurando provocar o maior volume possível de prejuízos, sem usar grandes meios. Agora, o alvo desta guerra é a CGD, grande instituição financeira do Estado, a sua desestabilização seria ouro sobre azul para a estratégia de terra queimada.


Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Nuno Félix, boy imbecil
Tiago Brandão 

O que passará pela cabeça de alguém para dizer que tem duas licenciaturas, quando sabe que não concluiu nenhuma? EM Portugal as notas das cadeiras dos cursos universitária são tornadas públicas, ao contrário do que sucede, por exemplo, nos EUA. Há centenas de alunos numa universidade e, como diz o povo, apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo.

É preciso ser imbecil para que alguém escarrapache no DR um currículo com duas licenciaturas que não tem, convidando os seus inimigos e adversários políticos a denunciá-lo. Só alguém muito imbecil cede à tentação de dizer que tem duas licenciaturas, ainda mais quando no passado andou a pedir ao MP que investigasse as habilitações dos outros.

Agora espera-se que haja consequências, que responda por falsas declarações, que seja obrigado a repor vencimentos que possa ter recebido de forma indevida e ser expulsos do PS porque nos partidos democráticos não há lugar para mentirosos idiotas.

«Em 2013 Nuno Félix, que esta sexta-feira se demitiu após as notícias em torno das suas duas alegadas licenciaturas, que não completou, terá instigado os magistrados do Ministério Público e jornalistas a investigar as licenciaturas dos políticos em funções.

As declarações têm mais de três anos e terão sido proferidas no Facebook, segundo uma publicação hoje partilhada pelo social-democrata Carlos Abreu Amorim.» [Notícias ao Minuto]


Pela primeira vez este blogue designa dois "jumentos" do dia, porque a "existência" de um boy como o Sotôr ao quadrado Nuno Félix só é possível graças à inversão de valores promovida pelo ministro da Educação. Pela primeira vez um ministro impõe um chefe de gabinete sem qualificações a um secretário de Estado e quando este se demite o chefe de gabinete continua no cargo. Há aqui uma pequena perversão e o seu resultado é um dia destes o primeiro-ministro ser demitido, cabendo ao seu chefe de gabinete, que se mantém no cargo, a escolha do futuro primeiro-ministro.

Tiago Brandão Rodrigues é o ministro da Educação e impõe um amigo sem qualificações para o exercício de um cargo público. Isso é inaceitável e se não suceder o que parece, que seria o único a desconhecer que o seu amigo era um iletrado, deve apresentar a demissão.

«João Wengorovius Meneses adianta que "na reta final. Nos últimos dias que antecederam a minha saída tomei conhecimento de aspetos que agravaram os motivos" de desconfiança inicial. "Houve uma terceira dimensão que foi o facto de eu tomar conhecimento que ele não tinha uma licenciatura", como afirmava.

"Tive conhecimento disso (da mentira) por via da minha jurista. Mas, nunca comuniquei formalmente ao ministro o facto de Nuno Félix não ter uma ou duas licenciaturas".

João Wengorovius Meneses diz mesmo que pensou que o assunto estaria encerrado com o fim das suas funções no governo, porque quando sai um governante sai todo o gabinete, mas neste caso, o chefe de gabinete, Nuno Félix, foi reconduzido pelo novo secretário de Estado, João Paulo Rebelo.» [TSF]

      
 O suicídio do PSD
   
«Mais uma vez, o PSD mostrou que não sobra nada do que dá nome ao partido – social democracia.

Vem sendo evidente para todas e para todos que o PSD não tem discurso. Podia ter, mas não tem. Escolheu a trincheira de uma nova direita, desconhecida da nossa memória democrática, uma direita que apelida de “bolchevistas” ou produtos “das esquerdas radicais” medidas consensuais à social democracia mediana, como manuais escolares gratuitos para alunos do 1º ciclo básico.

Desta vez, o PSD foi mais longe no suicídio, na destruição do legado de um partido que fez parte da construção da democracia portuguesa.

No debate de quinta-feira, marcado pelo PSD, sobre as consequências das cativações orçamentais nos serviços públicos, a deputada oradora foi Maria Luís Albuquerque. Não vou perder tempo sobre o rosto do governo que cortou, demitiu, degradou, desmotivou e desorganizou em matérias de serviços públicos (tendo mesmo um plano para cortar mais, caso tivesse continuado a governar) teve o desplante de dizer acerca deste orçamento de estado. Foi tudo obsceno. Foi particularmente obsceno por ter sido dito pela deputada com o CV conhecido.

Desplante é uma coisa, destruir o legado de um partido político é outra. Ora, Maria Luís Albuquerque, na sua intervenção, disparou sobre os sindicatos, descobriu que representam interesses obscuros, talvez lóbis, assim, de repente, todo um discurso em nome do PSD que trata o sindicalismo como um obstáculo maldoso, quem sabe endinheirado.

Imagino que na Arrow Global Maria Luís Albuquerque não tenha de perder muito tempo a pensar em direitos dos trabalhadores. Mas no Parlamento fala em nome do PSD e arrasa uma das bases da social-democracia: a defesa do sindicalismo.

O PSD, assim, atira para um lixo cósmico o legado ao qual pertencia, à Europa social que retirou consequências de um conflito histórico entre capital e trabalho. As lutas sociais não foram ignoradas pelos democratas e a necessidade de regular os conflitos foi o berço do triunfo do movimento operário e sindical. Sem este movimento, como o PSD usava saber, pura e simplesmente não haveria Estado social.

A longa história da violação grosseira da dignidade das trabalhadoras e dos trabalhadores na era do capitalismo selvagem, quebrada com o sindicalismo, com a representação dos direitos dos trabalhadores, foi, para os defensores das correntes socialistas e sociais-democratas, uma vitória dos trabalhadores e da sociedade. Não há social-democrata que se preze que admita que uma sociedade é decente se a parte mais fraca da relação laboral – o trabalhador – não tem direito a estar sindicalizado ou que a sociedade é decente se as leis laborais são impostas sem concertação social.

Estamos a viver, ainda, momentos de enormes dificuldades no mundo do trabalho e, concretamente, nos serviços públicos. Há quem, precisamente nesses momentos, recorde a história, e se recuse rasgar o papel dos sindicatos, o mesmo é dizer o contrato social, a certeza de que a precarização laboral e a exploração, para além de indignas, não têm nenhuma relação positiva com o crescimento económico. É o que faz o PS.

Já o PSD, logo pela voz de Maria Luís Albuquerque, aproveita o momento para reduzir o sindicalismo a grupos de interesses, pondo a nu esta nova direita, a que vimos governar durante quatro anos e que assim continuaria se pudesse, avessa a compromisso coletivos alargados, uma direita antissindical, o mesmo é dizer uma direita que matou a social democracia, a que diria necessariamente isto: não há estado social sem sindicalismo; o desemprego e a precariedade reclamam o reforço do movimento sindical.

É este o suicídio do PSD.» [Expresso]
   
Autor:

Isabel Moreira.

      
 Qual a causa do falhanço na receita do IVA?
   
«Os quadros em contabilidade pública que o Governo não especificou na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2017, e que só na noite de sexta-feira chegaram ao Parlamento, permitem saber qual é a previsão mais recente do executivo para as receitas fiscais deste ano, onde há um desvio na ordem dos 580 milhões de euros face à projecção inicial, de Fevereiro.

No caso do IVA, o imposto que mais receita gera ao Estado, há uma diferença superior a 400 milhões de euros em relação à primeira estimativa. Até agora, sabia-se que o Governo estava a prever arrecadar este ano em IVA 15.312 milhões de euros. Mas com o consumo a não crescer tanto quanto o esperado, a execução das contas mostrava há vários meses que a receita deste imposto não estava a correr como o previsto. Agora, os novos números mostram que o Governo prevê que a receita do IVA fique um pouco abaixo dos 15 mil milhões de euros (nos 14.899 milhões).

Há, assim, um desvio de 413 milhões entre as duas previsões. O Governo continua a prever que a receita cresça face ao ano passado; não vai é crescer tanto quanto a equipa de Mário Centeno esperava inicialmente. Em vez de uma variação de 3,2%, o ministro das Finanças está agora a contar que o IVA tenha um crescimento residual de 0,4%. Neste pressuposto, significa que a receita será superior em apenas 55 milhões de euros ao montante que o Estado conseguiu em 2015.» [Público]
   
Parecer:

Iva na restauração, baixo crescimento económico ou amolecimento da máquina fiscal.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao SEAF que nos intervalos das idas à bola analise o porquê de ter falhado de forma tão clara na cobrança do IVA.»

sábado, outubro 29, 2016

Boys imbecis

Um dos aspetos mais negativo e que em muito tem contribuído para a má imagem dos partidos são os chamados “boys”. A crítica nem sempre é justa, todos os partidos têm milhares de jovens a militar nas suas fileiras, desde o PCP ao CDS , os partidos vivem em grande medida da generosidade destes militantes. Mas a verdade é que tanto nas autarquias como nos gabinetes governamentais, assistimos a uma vaga de oportunismo inaceitável.

Há algumas décadas os assessores e adjuntos dos governantes eram técnicos seniores da Administração Pública de mérito reconhecido, a esmagadora maioria deles, incluindo chefes de gabinetes, eram escolhidos entre alguns dos melhores quadros dos serviços público. De há alguns anos generalizou-se a pouca vergonha, os gabinetes governamentais estão cheios de inúteis amigos dos membros dos governos, muitos deles sem grandes qualificações, sem experiência e alguns com um QI entre o burro e o idiota.

Em nome da escolha por confiança política os governantes usam os dinheiros públicos para empregar ou dar currículo a amigos. Nesta corrida encontramos de tudo um pouco, desde colegas repetentes das universidades, a filhos de ex-governantes recém-licenciados e em busca de promoção. Na hora de ser necessário produzir a regra é o recurso a escritórios de advogados. 

Mas parece que o patamar da decadência continua cada vez mais baixo e agora temos assessores d primeiro-ministro e chefes de gabinete de secretários de Estado tão idiotas que chegam ao ponto de declararem te curros que não concluirão, a estupidez é tanta que um destes idiotas chega ao ponto de dizer que tem duas licenciaturas. Isto vai chegar a um ponto em que um qualquer destes palermas ainda vai declarar ter residência habitual na Lua, só para receber ajudas de deslocação. 

Não é aceitável que haja tanta gente a dar o seu melhor e depois venham dois imbecis dar força a um Passos Coelho só porque pensaram que ninguém iria reparar nas suas falsas declarações. Ao que parece já se demitiram, esperemos agora que António Costa faça agora o que deve fazer, comunicar as situações ao MP para que sejam acusados dos crimes que cometeram e que os obrigue a indemnizar o Estado pelos vencimentos que andaram a receber de forma indevida. É para que estes e outros aprendam a lição,

Espero igualmente que o Partido Socialista tenha respeito pelos seus simpatizantes, eleitores e militantes e faça o que deve fazer nestas circunstâncias, se estes boys forem seus militantes, devem ser iniciados processos disciplinares com vista à sua expulsão, partidos dignos e com a história do PS não podem ter aldrabões nas suas fileiras.

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Leitão Amaro, "deputado bomba" da direita

Começa a ser óbvio que o PSD quer que a Caixa Geral de Depósitos «seja desestabilizada e mal gerida, tudo têm feito para que o presidente daquela instituição bata com a porta e os mande à< bardamerda. Depois de perder todas as esperanças de um segundo resgate a esperança de que surja uma desgraça está na CGD, o PSD aponta agora todas as baterias àquela instituição, na esperança de que a desestabilização conduza a uma situação de crise profunda, que teria consequências muito graves.

Para Passos Coelho, que quer governar sem limites constitucionais, porque só assim conseguirá vergar Marcelo e o TC, para governar sem regras constitucionais, a esperança de voltar ao poder está numa crise grave na CGD.

Depois de se ter distinguido na desorientação porque os resultados da execução orçamental de setembro não resultaram numa descida da notação da dívida atribuída pela DBRS, o deputado Leitão Amaro parece concentrar todo o seu fôlego na desestabilização da CGD. Tudo vale par voltar ao poder, até porque à medida que a oposição interna do PSD se mexe este deputado sabe que o seu futuro começa a ser cada vez mais curto.

 Passos Coelho e os seus deputados mais íntimos não querem uma CGD financeiramente saudável e bem gerida, precisam de uma situação crítica param, estando no governo, apresentarem a sua venda ao desbarato como uma inevitabilidade. Par o conseguirem não se importm de atirar o país contra uma parede, é isso neste esforço que este deputado se tem destacado.

«O PSD apresentou esta terça-feira um projeto de lei que pretende acabar com o “regime de grave exceção” aplicado aos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) desde o verão, com a publicação de um diploma do Governo que retirou a nova equipa de gestão da Caixa do estatuto dos gestores públicos. Os sociais-democratas também tentam repor os limites aos salários dos administradores do banco público que vigoraram durante o anterior Governo: no máximo, um vencimento igual à média dos últimos três anos antes de assumirem funções no setor público.

Na prática, seria recuar ao regime em vigor durante o Executivo PSD/CDS. Só que a aplicação do salário médio auferido por António Domingues nos últimos três anos poderia resultar numa remuneração anual comparável à que foi atribuída pelo atual Executivo ao novo presidente da Caixa. A remuneração base de 423 mil euros corresponde ao que o gestor ganhava quando era vice-presidente do BPI. O valor pode ultrapassar os 600 mil euros com prémios de gestão. A mesma conta não é para já possível para outros administradores executivos da Caixa, que também vieram na sua maioria do BPI, mas cujos salários não eram públicos. Apesar disso, refere o PSD no projeto que apresentou, “no que respeita aos vogais, receberão, segundo o ministro das Finanças, até 495 mil euros anualmente”, se somado o salário base com prémios, “o que compara com 188,7 mil euros de salário anual do vogal com mais elevado vencimento da anterior administração”.

Mas “só se governo for completamente desmiolado” é que um vencimento desse nível pode existir para o administrador de um banco público em Portugal, considera Marques Guedes. “Só por manifesta irresponsabilidade uma ideia dessas podia passar pela cabeça de um membro do Governo”, defende o deputado social-democrata.

O deputado António Leitão Amaro começou por explicar que o PSD pretende “acabar com este injusto, incompreensível e muito errado regime e exceção dos administradores da CGD”. Atualmente, e graças ao diploma aprovado em junho em Conselho de Ministros, a equipa liderada por António Domingues deixa de estar vinculada aos princípios aplicados aos gestores públicos. A alteração aprovada pelo Governo estabelece que o estatuto “não se aplica a quem seja designado para órgão de administração de instituições de crédito integradas no setor empresarial do Estado e qualificadas como ‘entidades supervisionadas significativas'”. A alínea 2 do primeiro artigo assentava que nem uma luva no Conselho de Administração da Caixa.» [Observador]

 O que os andará a enervar?

A histeria da direita em relação à CGD é tanta que começamos a pensar que é demasiada se o que está em causa é apenas um sal´rio ou uma declaração de rendimentos. Passos Coelho reagiu de uma forma demasiado violenta em relação às declarações do presidente, demasiado violenta para o que estava e, porventura, as declarações mais violentas que fez nos últimos anos.

Já vimos a direita vender a EDP e lá meter amigos, como o famoso catedrático licenciado e a tempo parcial 0% ou o marido da Maria Luís Albuquerque. Vimos Passos deixar implodir o BES, mas no meio de todo aquele terramoto financeiro alguém meteu a mão por baixo de Ricciardi. O que haveria de interesse na CGD para que a direita ande tão desorientada?

 O BE e os salários da CGD

Pare que o BE ainda não percebeu que com uma crise financeira na CGD os direitos dos trabalhadores portugueses poderão recuar décadas e o banco em mãos privadas. Tudo isso por uma treta do salário do presidente do banco. Andam tão preocupados com os seus complexos ideológicos que ainda não perceberam que estão comendo na mão de Passos Coelho, o principal interessado em que o presidente da CD mande tudo à fava.

Marcelo também parece estar convencido de que ir para o Convento da Cartuxa, dar uns mergulhos no Tejo par se candidatar à autarquia ou ser administrador de um banco público é, mais ou menos a mesma coisa.

 Mais um que vai deixar de votar no PCP!



É uma perda irreparável para o movimento comunista internacional e um duro golpe para a luta dos trabalhadores portuguesa por um país mais justo.  Esta posição de Camilo Lourenço pode causar mais um cisma no movimento comunista, mais grave do que o que ocorreu com o XX Congresso do PCUS, onde Kruschov denunciou Estaline. Agora, só nos resta esperar que o camarada Camilo promova a reorganização e volte a construir um novo PCP (R) ou ML.

Não tardará muito a dedicar escritos a Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, a lembrar a prosa que nestes dias o MRPP do grande educador Arnaldo Matos dedica ao seu ex-líder Garcia Pereira no Luta Popular, O ex-líder do proletariado foi convertido em "serventuário do Público", "cobarde", "esportulador de almas penadas de dor e de desespero" e "canalha", só para referir alguns dos adjetivos escritos num único artigo. Os líderes do PCP e do BE que se cuidem, vem aí a vingança do camarada Camilo!

 Andam muito caladinhos



Ainda sou do tempo em que a direita depositou todas as suas esperanças num chumbo do OE de 2016 em Bruxelas. Depois inventaram a necessidade de um Plano B, o tal que daria razão à tese da austeridade. Desta vez nem Bruxelas, nem Plano B, talvez por isso andem a gastar tantas energias com a CGD. O PSD deixou de ser um partido da oposição, é uma espécie de grupo guerrilheiro que sonha com um califado da extrema-direita chique.

Carta de Centeno a Bruxelas:

 


      
 O homem que fugiu com dois linguados
   
«Procura-se um homem, mas não, não é esse. Este é também criminoso, mas suave. Fugiu com dois linguados vivos debaixo do braço. A videovigilância mostrou-o como um funcionário que leva uma pasta, mas mexiam-se, eram barbatanas a dar a dar. Do homem nada se sabe porque estava encapuzado. Tinha fortes motivos para isso: além do duplo rapto deixou três feridos. Todos linguados - ou solhas, dirão os leitores mais populares - ou como se diz no local do crime: Platichhys flesus. O homem assaltou um lugar de ciência, a Estação-Piloto (não, não é esse) de Piscicultura de Olhão. Entre os dois desaparecidos e os feridos (à forquilha, diz-me a reportagem do Público), "perderam-se dois a cinco anos de estudos científicos", lamentou-se um biólogo. As vítimas foram selecionadas durante anos, e acabaram fritas por um assomo de neorrealismo. Um dia, vi um filme de Sophia Loren, era durante a guerra e ela foi apanhar um cisne a uma fonte de Roma, para o levar para a panela. Não foi, julgo, La Ciociara (Duas Mulheres), não, tenho a certeza, não foi porque a plateia riu. E não se ria em La Ciociara, filme da mãe que dava a mão à filha, de 12 anos, violada (olá, Nadia e Lamiya, mulheres yazidis, agora Prémio Sakharov, nunca é de mais saudar-vos). No outro filme, o do cisne, ria-se, apesar do cisne; e com esta história dos linguados sorri-se, apesar do abuso ao trabalho dos biólogos. Dois linguados - às vezes é estreita a distância do drama ao riso.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

 Serenata à janela de João Lobo Antunes
   
«Muito mais do que a morte foi a vida de João Lobo Antunes que marcou Francisco Goiana. Hoje com 27 anos, conheceram-se não tinha o aluno mais de 18. Tornaram-se amigos. O ex-pupilo trabalha agora no Ministério da Saúde, na área de Gestão e Política. Ex-presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Goiana foi incentivado pelo neurocirurgião a abandonar esta especialidade, seguiu o conselho e diz que não se arrepende. "Ele fez-me sair da minha zona de conforto". Na fita da formatura, João Lobo Antunes deixou uma mensagem de que Francisco leva com ele: "Quico, nunca te esqueças de que antes de todo o resto é médico".

"João Lobo Antunes foi um nome que me habituei a ouvir, desde pequeno, nos telejornais o nos programas de televisão. Certamente personificava a imagem de elegância e elevação que qualquer jovem aspirante a médico sonha vir a ter.

A entrada na faculdade de Medicina, em Lisboa, longe de casa, trouxe uma série de novidades. A primeira aula do curso foi dada pelo professor João Lobo Antunes. Confesso que foi um choque. Afinal, o famoso Professor, admirado por todos, existia mesmo. Era de pele, carne e osso.

Da sua primeira aula ficou a lembrança de todas as dimensões não clínicas do médico. Afinal, o grande desafio da Medicina estava em abraçar não só a clínica e a ciência, mas também a cultura e a arte de corpo e alma. Pois cada uma dessas dimensões traz consigo um leque alargado de oportunidade de nos tornarmos mais humanos, mais próximos dos nossos doentes, melhores cidadãos. João Lobo Antunes deu-me, nessa altura, a noção do grande caminho que tinha pela frente para tentar tornar-me um aluno digno de tal mestre.

O seu ar elegante, institucional e até aparentemente distante intrigou-me também. E por isso, na minha rebeldia de jovem de 19 anos, certo dia, bati à porta do seu gabinete e desafiei-o para um café. Não um café para falar de Medicina, mas para falar de tudo aquilo que um médico deveria saber e aprender, para além da Medicina. Não tinha real noção do que estava a fazer. Mas, afinal de contas, o que de mal poderia provocar esse convite?

Acho que ele terá achado piado ao miúdo, atrevido e com sotaque do norte e, por isso, desse dia em diante, os nossos cafés de conversa multiplicaram-se. O Professor Doutor Lobo Antunes deu lugar ao Professor João. O vulto fez-se homem, e o Professor Catedrático converteu-se num conselheiro, num Amigo.

Com o Professor João aprendi a importância da verdade e da ética em todos os atos da vida. Pelo Professor João fui constantemente desafiado a ser um cidadão mais interventivo, correto e ético. Ao trabalhar na Assembleia da Faculdade de Medicina (órgão político de gestão da faculdade) fiquei maravilhado com o impacto que um médico, homem de cultura e de humanismo, pode ter na sociedade.

Chamava-me de “menino” e certo dia, disse-me: "Francisco, vais ter um papel importante a desempenhar na política de saúde! Portugal precisa de médicos com intervenção política e que nunca se esqueçam da sua missão: o apoio aos doentes! No seguimento dessa conversa, em que o Cirurgião desafiou o jovem médico a enveredar por um caminho desconhecido, a política de saúde, surgiu o projeto de estudar Health Policy and Management no Imperial College de Londres.

O objetivo era colossal mas, vindo de uma família humilde, não tinha dinheiro para pagar tal mestrado numa das melhores faculdades do mundo. A solução estava na arte! Foi curador da minha primeira exposição de escultura. Comprou ele próprio a primeira peça. E com base nos donativos decorrentes dessa exposição, pude partir para Londres. Escrevemo-nos regularmente. Recordo uma das suas primeiras cartas em que me questionou, no seu tom sarcástico, se já tinha sido feito Sir pela rainha de Inglaterra.

Regressado a Portugal, convidei o “Príncipe João” para jantar lá em casa. O combinado era que seria um jantar cozinhado pelos alunos para o Professor. A responsabilidade era grande. Nesse jantar, por entre histórias muito interessantes que partilhámos, confessou que a maior pena que tinha era de saber que não nos veria crescer e tornar-nos nos cidadãos que sabia que viríamos a ser.

Com o anúncio da última aula do Professor João fui invadido por uma grande nostalgia. As pessoas acorreram à Faculdade de Medicina às centenas, só para o ouvir. Eu não tive oportunidade de dar um abraço ao “Professor João. Por isso, decidimos juntar um grupo de estudantes e fazer-lhe uma surpresa: uma serenata, ao luar. Preparamos todos os detalhes no maior dos segredos, tendo a professora Maria do Céu Machado (esposa do professor João) como cúmplice. A noite da serenata foi inesquecível. E o Professor confessou ter vivido um dos momentos mais comoventes da sua vida. Sim! O Professor João comovia-se!

A doença chegou inesperada. E na sua elegância, o Professor João mostrava a supremacia da racionalidade face fraqueza do homem. Graças a essa capacidade, é essa a imagem que terei sempre dele: o Professor João, Mestre, humano, vertical. E foi assim que nos deixou, vertical! Imaculado e irrepreensível…"

*Depoimento de Francisco Goiana» [Expresso]

      
 Recapitalização da banca foi tardia
   
«O novo presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, afirmou que a recapitalização do setor bancário aconteceu a um ritmo “mais lento e mais tardio” do que aquele que devia ter acontecido.

“Se olharmos para trás uma das ilações que tiramos é que devia ter havido uma atuação mais rápida e mais robusta”, salientou na quinta-feira à noite no jantar-debate “Setor Bancário no Contexto da União Bancária Europeia”, organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI).

António Domingues frisou que, como contribuinte, seria contra a atual privatização da CGD, pelo facto de os ativos terem de ser vendidos quando têm valor e não quando não o têm.

“A Caixa é, destacadamente, o maior banco do mercado e espero que assim continue a ser”, salientou.» [Observador]
   
Parecer:

Pois, andaram dois anos a martirizar os portugueses, acusando-os de todos os males, ao mesmo tempo que escondiam os problemas e responsabilidades da banca, deixando a solução par mais tarde. A mensagem foi a que os portugueses consumiram acima das suas posses e que a banca foi vítima da crise. Não foi assim Dr. Bento?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Mande-se a pergunta ao Dr. Bento, um dos ideólogos da austeridade extrema.»
  
 Fominha de tacho
   
«Kristalina Georgieva demitiu-se, esta sexta-feira, do cargo de vice-presidente da Comissão Europeia.

No entanto, não ficará desempregada, pois como avança o site Politico, Kristalina foi convidada a integrar os quadros do Banco Mundial.

Assim, a partir de janeiro Kristalina Georgieva será diretora-geral (CEO) do Banco Mundial que é presidido por Jim Yong Kim.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Depois da fomeca que passaram este pessoal do Leste anda numa busca desesperada por tachos.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao presidnete da Comissão como se sente depois de andar a fazer figura de urso. Já escreveu o cartão com o desenho de um coração?»

sexta-feira, outubro 28, 2016

CGD: voyeurismo, estupidez e velhacaria política

Os que no passado defendiam a privatização da CGD são aqueles que agora tratam o seu presidente como se fossem membros do CC a dirigirem-se ao controleiro do partido na fábrica de parafusos. Os mesmos que justificam a gorjeta da Arrow à modesta licenciada pela Lusíadas com o argumento da sua grande preparação, são os que agora querem que o presidente da CGD ganhe um pouco mais do que um franciscano e menos do que uma carmelita. Os mesmos que privatizaram a EDP e pediram ao PC Chinês para lá meterem o professor catedrático do ISEG a tempo parcial 0% para ganhar algum enquanto a natureza o permitir, como prémio pelo seu desempenho na negociação do memorando, são os que agora estão muito incomodados com os salários do presidente da CGD.

A CGD é o maior banco português e da sua boa gestão depende muito a evolução futura da economia, não está em causa uma pequena mercearia que pertence ao Estado, está em causa uma instituição financeira que atravessa uma fase crítica e que se for mal gerida pode afundar o país. Ao lado do prejuízo que pode dar uma gestão incompetente da CGD o que um administrador competente possa ganhar, não chega a uma gorjeta que se dá por uma bica.

O debate que por aí vai em torno dos salários da administração da CGD ou da obrigação de declararem os rendimentos ao TC, não só é ridículo, como não passa de velhacaria política. Só um idiota acha que um presidente de um banco que roube cem milhões os vá depositar na sua conta à ordem, declarada ao TC. Só paspalhões é que fazem de conta que as declarações de rendimento servem para alguma coisa a não ser voyeurismo jornalístico.

Em décadas de declarações de rendimentos estas só serviram para dar trabalho ao TC, encher depósitos de documentos e para que jornalistas estagiários do CM se entretenham a fazer notícias idiotas, sobre quanto ganha cada político. Desde que foi criada essa obrigação de faz de conta que o mundo mudou, nos dias de hoje o merceeiro da esquina, que não paga um chavelho de impostos, já cria uma empresa num paraíso fiscal e compra dívida soberana do Luxemburgo.

O debate a que estamos a assistir não passa de puro cinismo, depois de falhado o plano B, de terem sido esquecidas as sanções, de a DBRS não ter ajudado o Passos, de a execução orçamental correr bem e de o OE de 2017 estar quase aprovado, tudo serve para criar problemas ao país e uma crise grave na CGD vinha mesmo a calhar. Passos Coelho é um político de mau augúrio, ele sabe que alguém da sua estatura político só chega ao poder transportado por desgraças. 

Umas no cravo e outras na ferradura

 Jumento do Dia

   
Teodora Cardoso, economista da oposição

Enquanto economista da oposição a licenciada Teodora Cardoso pode tecer as considerações que entender, fazer as insinuações que lhe vierem à cabeça ou tecer as considerações que em entender quanto às posições da Comissão Europeia. Mas enquanto presidente dessa coisa que não serve para nada inventada por Passos Coelho e se chama Conselho das Finanças Públicas Teodora Cardoso deve limitar-se a respeitar as funções desse órgõ e a missão do CFP é clara:

«O Conselho das Finanças Públicas (CFP) tem como missão proceder a uma avaliação independente sobre a coerência, o cumprimento dos objetivos definidos e a sustentabilidade das finanças públicas, promovendo, simultaneamente, a sua transparência. Desta forma, o CFP deverá contribuir para a qualidade da democracia e das decisões de política económica, reforçando a credibilidade financeira da República.» [CFP]

Não cabe a este Conselho avaliar o que faz, diz ou pensa a Comissão e muito menos valorizar ou desvalorizar as suas posições, no desempenho das suas competências, sobre a política orçamental portuguesa. Além, de um abuso por parte de Teodora Cardoso é um desrespeito elementar de normas cde convivência entre as instituições portuguesas e a Comissão.

É óbvio que Teodora Cardoso pode dizer o que lhe vai na gana, pode pedir a Passos Coelho um lugar de vice no PSD ou mesmo falar a título pessoal. Pode e tem direito a fazê-lo, se acha que ajuda o país até tem o dever cívico de o fazer. Mas não pode usar o CFP para dizer as suas posições, que são pessoais por extravasarem a missão do órgão a que preside.

Para lançar a descrença dos mercados em relação a Portugal já nos basta o ministro das Finanças, que aparece sempre que Passos Coelho e a extrema-direita chique precisam de ajuda. Agora parece que sempre que o Wofgang aparece, surge logo de seguida a Teodora, já começam a parecer o Statler e o Waldorf , os dois velhos da série Os Marretas.

«A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP) afirmou esta quinta-feira que a proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) vai ser aprovada pela Comissão Europeia, "mas não necessariamente pelas boas razões".

"Se tivesse de apostar, diria que [o OE2017] passava [em Bruxelas], mas não necessariamente pelas boas razões. Chumbar um orçamento é extremamente difícil, é um bocado como as sanções. Toda a gente fala delas, mas é difícil implementar e, com o orçamento que temos, isso seria ainda mais difícil", afirmou Teodora Cardoso, esta manhã, numa conferência organizada em Lisboa pela Ordem dos Economistas, acrescentando que "o orçamento não justificaria o chumbo liminar de maneira nenhuma".» [Expresso]

 O espanhol de Marcelo

O castelhano de Marcelo está ao nível do de Jorge Jesus, só que um tem sotaque da Amadora e o outro de Cascais.

 O livro de Fernando Lima, nota final

Fernando Lima não esperou que a vingança arrefecesse e serviu-a ainda bem quente, não hesitou em usar documentos que produziu enquanto assessor de Cavaco Silva e, por isso mesmo, estão protegidos pela confidencialidade que merecem todos os documentos internos do Estado, não se preocupou em assumir que encomendava investigações privadas e ilegais a adversários políticos, não ficou incomodado por poder denunciar violações do segredo de justiça, Cavaco não caminho para velho e a raiva não se conseguia manter contida.

Lemos o livro e confundimos Fernando Lima com Cavaca, ele próprio não se cansa de explicar comportamentos de Cavaco com notas que lhe terá escrito, fica no ar que lhe poderá ter escrito os roteiros e chega a sugerir que a baboseira da ajuda de Nossa Senhora de Fátima na saída limpa era resultado da sua perda de influência, como se houvesse um Cavaco brilhante porque era por ele influenciado e um Cavaco bem pior quando influenciado pela família.

Vemos no esquema mental muito daquilo que durante anos nos habituamos a ver em Cavaco, a mesma mesquinhez, a mesma dificuldade em separar adversários de inimigos, os mesmos ódios, a mesma pequenez. Ficamos sem perceber se era Cavaco que se tinha transformado em Fernando Lima ou se foi o Fernando Lima que se transformou num pequeno Cavaco.

Há ao longo de todo o livro demasiados fantasmas, demasiadas conspirações, a realidade é confundida com imaginação e até este pobre Jumento, que nunca viu Sócrates mais gordo, que nunca tinha dado pela existência do pobre Toneladas, foi transformado num grande inimigo do Cavaquismo, foi necessária muita imaginação para transformar um mero blogue num grande inimigo, mas deu jeito para o desenrolar de uma fábula imaginativa. Reconheço a minha aversão ao cavaquismo e ao que ele representou para o país, mas não me passou pela cabeça que uns escritos redigidos à pressa, a partir das edições online da comunicação social se transformasse no maior inimigo do Cavaco, chegando ao ridículo do caso das escutas.

Vale a pena ler o livro de Fernando Lima, é uma preciosa ajuda para perceber o cavaquismo e entender a razão porque tão depressa foi esquecido pelo país. O livro de Fernando Lima é uma manifestação do avançado estado de decomposição do cavaquismo. Mas ajuda a perceber por quem fomos governados, em quem votámos para a presidência, o que se passou em Belém nos últimos dez anos.

      
 O futebol Português no se melhor
   
«Agressões em campo, violência nas bancadas, ameaças aos treinadores. São estas as queixas que levaram 12 clubes da 1 da Divisão de Elite a decidir não comparecer aos jogos com o Canelas 2010, de Gaia, equipa em que alinham alguns elementos da claque dos Super Dragões, entre eles Fernando Madureira, conhecido como Macaco.

No Youtube, há vários vídeos que demonstram algumas das situações de que os adversários do Canelas se queixam.

O problema já não é novo. Na época passada, muitos presidentes dos clubes adversários do canelas falaram ao jornal Record do "clima de terror e intimidação" que se sentia nos jogos, tanto em campo como fora dele.» [DN]
   
Parecer:

Aquilo é pior do Alepo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Ti Pinto da Costa.»
  
 Quem se mete com o senhor deputado leva
   
«Um homem de 72 anos residente em Coimbra vai ter de pagar 4200 euros por um crime de difamação contra o deputado do PSD Carlos Peixoto, segundo um acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra (TRC).

O arguido tinha sido condenado pelo Tribunal de Gouveia ao pagamento de 1200 euros de multa, além de uma indemnização de três mil euros ao deputado social-democrata, mas recorreu para o TRC que confirmou agora a decisão.

Em causa está uma carta aberta escrita pelo septuagenário, reformado, em resposta a um artigo de opinião do parlamentar, no qual este se referia ao envelhecimento da população portuguesa como a "peste grisalha".

Na missiva, o arguido dá a entender que Carlos Peixoto tem aversão aos idosos e usa expressões que, segundo os juízes desembargadores, são "insultuosas e susceptíveis de abalar a honra e a consideração pessoal, política e familiar do assistente".

Para os juízes desembargadores, a carta aberta, que foi publicada num jornal local em 2013, "nada tem a ver com o confronto de ideias e apenas pretende rebaixar o assistente".» [Público]
   
Parecer:

Já Passos Coelho pode chamar mentiroso ao presidente da CGD que não faz mal, os deputados defendem-se do povo com a imunidade parlamentar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Passos não esperou pela demora
   
«Ainda ontem, no Conselho Nacional do PSD, no Hotel Sana, em Lisboa, Pedro Passos Coelho dizia que será candidato a primeiro-ministro. Quem tiver um caminho diferente que apareça, desafiou o ex-primeiro-ministro, como conta hoje o PÚBLICO. 

Passos Coelho sabe não tem adversários internos que se assumam como candidatos ao seu lugar de líder do PSD, mas isso não impede que haja movimentações de militantes descontentes com o partido. É nesse contexto que nasce este quinta-feira o movimento Portugal Não Pode Esperar, dinamizado por cinco dezenas de pessoas de várias idades e regiões do país, entre autarcas, dirigentes nacionais, deputados e ex-deputados, antigos governantes e membros da JSD. O nascimento foi noticiado em primeira mão pela última edição da revista Visão, mas há mais de três meses que andava na forja.

“Não podemos assistir ao sufoco fiscal que o Orçamento para 2017 propõe sem reagir apresentando alternativas”, lê-se num comunicado enviado às redacções, dando conta da primeira reunião da comissão executiva do grupo esta quinta-feira, dia 27, num jantar. “Procuraremos assumidamente contribuir para suscitar e desenvolver a discussão política no nosso partido com o propósito de fortalecer o PSD e recolocar-nos como o partido liderante no panorama político nacional.”

Pedro Rodrigues, ex-líder da JSD e ex-deputado, é um do rostos do Movimento Portugal Não Pode Esperar. Ao PÚBLICO, o social-democrata explica que este será um movimento “intergeracional, transversal e com representatividade regional, porque o PSD não pode ser só Lisboa”.» [Público]
   
Parecer:

Pediu aos seus opositores que parecessem e parece que lhe fizeram a vontade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se uma cadeirinha na primeira fila da plateia.»

 É preciso ter muita lata
   
«O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, está esta quinta-feira a Lisboa de forma discreta para se encontrar com António Guterres, secretário-geral eleito das Nações Unidas, para lhe transmitir o apoio da Alemanha na liderança da ONU — depois de ter ajudado a candidatura de última hora de Kristalina Georgieva, apurou o Observador junto de duas fontes com conhecimento da visita.

O chefe da diplomacia alemã não tinha outra agenda para além deste encontro e não fez qualquer anúncio público da visita. A passagem de Steinmeier por Lisboa calhou num dia em que o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva está fora do país para participar na Cimeira Ibero-Americana. Segundo uma fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, “a visita foi previamente articulada com o MNE português, que só não participa no encontro por se encontrar na Colômbia”.

Segundo fonte da embaixada alemã em Lisboa, o encontro acontece para transmitir a António Guterres que “pode contar com o apoio da Alemanha” durante o seu mandato como secretário-geral das Nações, cargo que irá desempenhar a partir de janeiro. A intenção da diplomacia alemã é garantir ao novo secretário-geral das Nações Unidas que vai poder continuar a contar com a Alemanha como um parceiro forte das Nações Unidas, lembrando até o trabalho que em conjunto entre os dois quando António Guterres liderava o alto-comissariado para os refugiados.» [Observador]
   
Parecer:

É ainda mais hipócrita do que o seu colega Wolfgang.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»

 Estarão doentes?
   
«O insólito episódio é relatado pelo jornal A Bola: Alan Ruiz foi impedido pelo Sporting de estacionar o seu Ferrari vermelho na zona reservada aos futebolistas profissionais.

Os motivos dispensam explicações: trata-se de um carro da cor do Benfica, algo pouco apreciado em Alvalade. O avançado argentino teve que estacionar o veículo noutra zona, ele que não tem sido opção regular para Jorge Jesus no Sporting.

Recorde-se que Bruno César também foi alvo de críticas por, no seu primeiro dia em Alcochete, se ter apresentado com um carro vermelho. Mas o médio brasileiro rapidamente tratou do problema, ao trocar o vermelho pelo preto.» [DN]
   
Parecer:

O Bruno de Carvalho tem de ir a um médico.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao BC se vai tirar o vermelho à bandeira portuguesa, lembrando o que os romenos fizeram à bandeira romena nos últimos dias da ditadura.»

quinta-feira, outubro 27, 2016

Emprego sem crescimento económico?

As estatísticas do desemprego em Portugal têm sido tão marteladas e são tão influenciadas pelo peso da evasão contributivas que está em causa a sua fiabilidade. Ainda há bem pouco tempo Portugal era o país onde quase todas as empresas apresentavam prejuízos durante anos a fio, sem que tivessem de ser encerradas.

Há poucos anos Portugal tinha dezenas de milhares de pequenos negócios que eram empresas fantasmas, minimercados, cafés, restaurantes e outras atividades sem receitas, ou com um nível de receitas que nuca dava para as despesas. Pior, cada empresa declarava como receitas o que bem entendia. Em todas estas empresas era raro um salário ir além do salário mínimo, na maioria dos casos o dono declarava o ordenado mínimo e era o único empregado.

Como é lógico uma empresa que não emite faturas não tem receitas, se não tem receitas, não tem empregados, não tem lucros, apenas tem prejuízos. Quando passaram a emitir faturas tiveram, de “empregar” trabalhadores e, muito provavelmente, terão de declarar alguns lucros. Muitos falsos desempregados que beneficiavam de subsídios de desemprego tiveram de ser declarados.

Em muitos setores de atividade é prática a “contratação” de trabalhadores não declarados e aos baixos salários, em regra salários mínimos, correspondem pagamentos “por fora”, não sendo de admirar que nalguns setores, como é o caso da contratação cvil, se tenha generalizado a subempreitada, as grandes empresas deixam a pequenos “patos-bravos” os esquemas ilegais associados à contratação de trabalhadores.

A modernização de setores como o da distribuição e instrumentos de combate à evasão fiscal têm vindo a trazer para a legalidade muitos milhares de trabalhadores. Mas há ainda vários setores onde a regra é a ilegalidade e a evasão fiscal e contributiva. A economia está ainda cheia de esquema, desde as casas de fado de Lisboa que não emitem faturas e pagam avultadas comissões limpas de impostos ao pessoal dos hotéis que lhes mandam os clientes, a muitos outros negócios no setor do turismo, multiplicam-se os esquemas.

Se é possível aumentar o emprego sem crescimento, também é possível promover o crescimento sem investimento público. Se o Estado deixar de sobrecarregar as empresas cumpridoras, porque consegue passar a cobrar aos que não cumpriam com as suas obrigações fiscais e contributivas, está criando condições para que estas empresas paguem menos impostos e invistam e sobrevivam melhor numa economia mais transparente e com regras sadias em matéria de concorrência.

O melhor investimento do Estado com vista ao crescimento económico e à criação de emprego legal é o investimento da sua eficácia, designadamente, nos setores da fiscalidade e da segurança social.

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Rui Pedro Lizardo Roque, boy idiota

O que pode levar alguém a dizer que é licenciado, enganando um primeiro-ministro que confiou nele e mandou publicar, no Diário da República, um currículo onde o artista se diz engenheiro? Isto só é possível quando a ambição e a estupidez se combinam em grande quantidade. Alguém que julga chegar ao topo da pirâmide e não quer dizer, alguém que não sabe que se apanha mais depressa um mentiroso do que um coxo.

Para qe não apareçam novos chicos espertos resta esperar que o primeiro-ministro mande apurar se foram feitas falsas declarações, comportando-se de forma exemplar, mandando o caso para o MP. Seria uma lição para o imbecil e um aviso à navegação, para não se repitam casos futuros.

«Rui Pedro Lizardo Roque apresentou esta terça-feira a demissão de adjunto do primeiro-ministro, “que foi aceite”, informou uma fonte oficial de São Bento. O assessor, que nunca fez a licenciatura que consta no seu despacho de nomeação, apenas completou quatro cadeiras do curso de Engenharia Eletrotécnica na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Segundo apurou o Observador, Rui Roque terá concluído apenas as cadeiras de Programação de Computadores, Física I, Estatística e Métodos Numéricos, e Desenho e Métodos Gráficos. A primeira disciplina foi feita em 1998 e a última data de 2002. Estas cadeiras são do primeiro ciclo do plano de estudos pré-Bolonha do curso de Engenharia Eletrotécnica (uma das cadeiras poderá ter sido feita em Engenharia Física, o curso em que esteve inicialmente matriculado um ano).

Estes dados sugerem que Rui Roque apresentou falsas declarações quando foi dado como licenciado a trabalhar no gabinete do primeiro-ministro (numa função que não tem como pressuposto a obrigação de ter qualquer grau académico). Da mesma forma, qualquer documento que tenha apresentado como prova de que tinha a licenciatura só pode ser considerado falso à luz das informações recolhidas pelo Observador. O antigo militante da Juventude Socialista terá mostrado a digitalização de um documento alegadamente passado pela universidade no gabinete do primeiro-ministro — que tinha inclusive uma média das suas notas –, mas não foi possível apurar se esse documento tinha o objetivo de tentar comprovar a licenciatura. Apesar da insistência do Observador, não houve ao longo desta terça-feira qualquer reação de São Bento. Também não foi possível voltar a contactar Rui Roque.» [Observador]

 A informação sobre a extrema-direita chique



António Costa nada tem que ver com o fato de um idiota o ter enganado dizendo que tinha uma licenciatura, foi enganado por um boy mais ambicioso que na hora se demitiu ou foi demitido. Todavia, o jornal da extrema-direita chique não só associou o comportamento do boy a Costa como, de forma subliminar sugeriu cumplicidade, através da escolha das fotografias que sugere "tal boy, tal Costa". É assim que a extrema direita noticia, não admira, andaram na escola da Voz do Povo, da UDP.


 Um OE dos patrões

Quando Passos Colho fala de parceiros sociais não se refere aos trabalhadores, como poderia sugerir a designação "camalionesca" de social-democratas que a extrema-direita chique portuguesa gosta tanto de usar. Para estes social-democratas de extrema-direita parceiros sociais é uma forma de dizer patrões e outras organizações associativas de natureza conservadora. É óbvio que não vai ouvir a CGRT e nem mesmo a FENPROF, de que a direita tem manifestado tantas saudades, vai antes ouvir o senhor Saraiva e os líderes das associações que ganharam notoriedade nos últimos anos, desde os papás bons cristãos e descontrolados das famílias numerosas até aos colégios particulares.

Se ouvir apenas uma parte ou falsos parceiros sociais já é uma falsidade, transformar um OE como uma emanação das associações patronais é reduzir o parlamento a uma pouca de caca. Para Passos Coelho os deputados não estão ali para representarem os portugueses, foram eleitos para apresentarem as propostas dos amigos da extrema-direita chique.

 Fernando Lima Versus Montez

Um dos parágrafos mais cínicos do livro de Fernando Lima é quando sugere que a sua dispensa enquanto assessor de imprensa corresponde a uma perda de influência em favor da família, dando como exemplo disso o caso da Nossa Senhora de Fátima. Tira esta conclusão num subtítulo sugestivo: "quem influencia que". Mas antes de contar referir o agradecimento à Nossa Senhora de Fátima pela saída limpa Fernando Lima coloca a si próprio uma interrogação curiosa:

«Com o conhecimento dos diálogos das escutas do "Face Oculta" e tendo presente a informação que me permitia perceber o que se perspectivava em aquisições no grupo Media Capital, não pude deixar de pensar se não terei prejudicado, indiretamente, os interesses do genro de Cavaco Silva num negócio que lhe parecia destinado e que seria, certamente, muito importante para as suas ambições de empresário.»

Como diz o povo "para bom entendedor meia palavra basta", Fernando Lima não acusa, nem sugero, o pobre homem limita-se a interrogar-se se não terá prejudicado o genro de Cavaco Silva, para depois dizer que perdeu influência em relação á família. Umas páginas mais à frente Luís tem direito a um subtítulo "O poder do genro" e o mínimo que se pode dizer do que ali se lê é que a vingança serve-se fria, sem acusar, nem afirmar nada, descreve os laços menos convenientes de Montez:

«Teve de concorrer «a título individual» [à compra do Pavilhão Atlântico] devido a dívidas acumuladas da empresa em que era proprietário, então considerada de «risco comercial elevado» e «crédito não recomendado». Em 17 de Maio de 2006 [6 anos anos antes da compra do Pavilhão Atlântico!], através de uma notícia do Correio da Manhã, era dada a conhecer a situação empresarial de Luís Montez. A notícia revelava que este enfrentava processos de execução fiscal por não cumprimento das suas obrigações para com o Fisco».

Mas teve o cuidado de ler os comentários e foi mais longe, refere insinuações de mais de meia década antes apenas com base em comenta´rios da notícia, os mesmo veículo de opinião que noutros trechos do livro condena:

«Nos comentários online que acompanharam a notícia, vários leitores queixavam-se de outras faltas de pagamento.»

Parece que o Estado não pagou a Fernando Lima durante dez anos apenas para assesorar Cavaco Silva, muitos euros dos contribuintes terão servido para ele ir recolhendo informação sobre personalidades públicas. Mas a descrição de Montez é ainda mais pormenorizada, socorrendo-se como fonte de informação do prestigiado jornal O Crime e de outras fontes.

Luís Montez, que esteve longe de ser uma personalidade importante do cavaquismo, é referido no livro 29 vezes, mais as 15 vezes em que prefere o termo "genro", quase sempre de forma pouco elogiosa e sempre para estabelecer conexões com o maldito PS, com a Ongoing, a Media Capital, o BES e a PT, enfim, tudo bons rapazes.

Enfim, com assessores como frenando Lima cavaco nem precisava de ter adversários ou mesmo inimigos políticos.

      
 Oh, não! A Educação Física conta para a média…
   
«A directora de turma nem estava a perceber bem a questão colocada pelos pais. “Mas a nota de Educação Física não conta para a média final”, argumentava. Pois não, mas contava para a média que a escola definira para os alunos poderem entrar no quadro de honra, e o seu filho ficava de fora por causa do professor de Educação Física. Por causa do professor que era muito exigente e não subia a nota do aluno. Não porque o seu filho fosse gordo e não tivesse coordenação motora, note-se. Do meu lugar, só me apetecia dizer isso, mas abstraí-me da insistência daqueles pais, a que se juntaram outros para dizer que não havia razões para o professor ser tão exigente, e entrei num monólogo silencioso:

“Sim, sim, a culpa é do professor que não dá as notas de que os meninos precisam. Daquele professor que, porque anda de fato de treino pela escola é, de certeza, um professor de segunda, logo não pode ser exigente como as colegas de Biologia que envergam a bata imaculadamente branca, mesmo que naquele dia não tenham aulas práticas para dar.

O professor de Educação Física nem sequer estudou para ser professor! De certeza que não teve aulas de Anatomia, nem de Fisiologia, nem de Bioquímica na universidade... Mas teve — iguais àquelas que os vossos filhos vão ter em Medicina.

De certeza que este professor não percebe nada de saúde, de condição física, de bem-estar, de nada, é só mandá-los dar umas cambalhotas e, logo por azar, os meninos não fazem exactamente como o professor quer, porque ele é exigente.

O escândalo! Todos os outros professores podem ser exigentes, menos o de Educação Física porque toda a gente sabe que os alunos bons a educação física são os burros, porque qualquer um de nós, se quisesse mesmo, conseguia nadar como o Phelps e fazer golos como o Ronaldo! Nós é que não queremos! Difícil, difícil é empinar matéria, sem qualquer sentido crítico, sem questionamento, isso é que é mesmo quimérico, agora uns pinos...

Educação Física? Disciplina de segunda! Para que serve? Aprender umas danças, para quê? Saber as regras do basquete ou do vólei, que felicidade me traz? Cultura geral, pais, cultura geral, sabermos falar de tudo, sabermos diferenciar os ritmos latinos das valsas de Viena, já viram o sucesso que fará o vosso filho se convidar uma miúda para dançar no baile de finalistas e souber dar uns passinhos de dança? A autoconfiança que sentirá?”

A directora de turma dá por terminada a reunião e eu dou por terminado o monólogo. Aconteceu há quase um ano.

Agora, o Governo decidiu e bem que a nota de Educação Física volta a contar para a média final do secundário. Bem, porque nem a disciplina, nem os seus professores são de segunda. Aliás, a disciplina é de primeiríssima e deveria ser cada vez mais importante porque contribui para que tenhamos filhos com mais saúde, logo, a longo prazo e se se mantiverem os hábitos adquiridos nestas aulas, hão-de ir ao ginásio por sua iniciativa, combinar uns jogos de basquete ou de futebol com os amigos, não terão tantas doenças, envelhecerão mais saudáveis, etc, etc.

Mens sana in corpore sano. E por falar em mens sana, para quando a Filosofia até ao final do secundário em todos os cursos? Sim, porque esta também não é de segunda e contribui para termos meninos menos acríticos e com mais valores. Para uma sociedade melhor. Fica a sugestão.

PS: Eu nunca soube dar um pino, fazia mal a roda, tinha medo do salto sobre o cavalo e, no meu tempo, não se aprendia a dançar, uma pena.» [Público]
   
Autor:

Bárbara Wong.

      
 O "progresso" chegou ao Reino Unido
   
«O governo britânico está a preparar um novo pacote legislativo que permitirá que os agricultores do Reino Unido possam semear e produzir alimentos modificados geneticamente. Desde 2008, apenas um produto transgénico era permito devido à legislação europeia que regulava o uso nos campos de tecnologia geneticamente modificada. Com a saída do país da União Europeia, as restrições deixam de se aplicar.» [DN]
   
Parecer:

A estratégia do Reino Unido é ganhar competitividade no mercado comum fugindo às suas exigências e não tendo de suportar os custos da UE. O Brexit não é mais do que uma manobra oportunista por parte de um país que ainda não se habituou à perda do estatuto de império.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que partam e não voltem.»
  
 E também vai ouvir a CGTP?
   
«O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje que vai ouvir os parceiros sociais sobre as propostas "de natureza estrutural" a apresentar na discussão do Orçamento do Estado de 2017.

Passos Coelho falava na abertura das "Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão" organizadas pelo partido e dedicadas ao Orçamento do Estado 2017.

"O PSD apresentará algumas propostas de natureza estrutural, nomeadamente sobre como consolidar as contas públicas, sem ser através de impostos indiretos, e como atrair mais investimento externo, e vai pedir um encontro aos parceiros sociais para os ouvir", anunciou.» [DN]
   
Parecer:

Os parceiros sociais são a CIP; a Associação das Famílias Numerosas, a Associação das empresas Familiares e outros velhos amigos do seu governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Nem Bruxelas ajuda o exilado
   
«O projeto de Orçamento do Estado para 2017, apresentado por Portugal, “parece cumprir os critérios”, tendo a Comissão Europeia solicitado apenas que o Governo especifique de forma mais precisa as medidas que tenciona tomar, afirmou esta quarta-feira o comissário Pierre Moscovici.

Numa conferência de imprensa em Bruxelas, o comissário dos Assuntos Económicos explicou que o executivo comunitário decidiu na terça-feira enviar cartas a sete Estados-membros, a pedir clarificações às autoridades nacionais, apontando que há “três tipos de problemas”, sendo que os casos de Portugal e Bélgica não suscitam preocupações de maior, já que os respetivos planos orçamentais, disse, “parecem ser coerentes com as regras”.

“Nos casos da Bélgica e de Portugal, diria que estamos dentro das regras, mas esperamos informações precisas para poder confirmar esse sentimento”, acrescentou.» [Observador]
   
Parecer:

Longe vão os tempos em queixa extrema-direita chique esperava pela ajuda dos amigos da Europa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se  Passos se nõ mandou cartas.»

 Banqueiro ignorante
   
«Christian Minzolini defendeu ainda que "para Portugal, é uma oportunidade perdida" e argumentou que "o discurso político recente tem sido baseado numa retoma da economia pelo crescimento do consumo", mas depois "prevê uma redução do consumo público e, ao mesmo tempo, o consumo privado dificilmente vai ser estimulado pelo aumento significativo dos impostos indiretos", até porque este aumento dos impostos indiretos "em vez de criar margem de manobra, é apenas suficiente para compensar retrocessões e compensações".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Pela forma como este Minzolini fala da retração do consumo devido aos impostos impostos indiretos parece estar com receio de uma recessão devido à diminuição do consumo resultante do aumento do imposto sobre o tabaco.

Vale a pena recordar que o Haitong Banco é, em Portugal, o velho BES Investimentos, um banco muito ligado à família ES e que esteve por trás de muitos negócios realizados no passado. Atualmente é liderado por um tal Ricciardi, homem muito amigo de Passos Coelho e que se manteve na liderança do banco apesar das suas contas na família caída em desgraça. Por outras palavras, estamos ouvindo a voz de Ricciardi em apoio a Passos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor que seja mais honesto na sua argumentação.»

 O regresso do grane Macedo
   
«Paulo Macedo, que falava numa conferência hoje em Lisboa organizada pela RFF Advogados sobre as propostas fiscais incluídas na proposta do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), apontou como "algo menos positivo" o facto de ser ter gerado "ruído" em torno de um orçamento que tem uma maior estabilidade do que os anteriores em termos de impostos.

"Temos um cenário em que há criação de novos impostos, mas sem ser a criação desses novos impostos, há de facto uma estabilidade no resto das outras medidas fiscais comparando com outros orçamentos. Mas, em termos de ruído, tivemos um ruído enorme que afeta os investidores e sobre isso não há nada a fazer", afirmou o antigo governante.

Ainda quanto às medidas previstas na proposta orçamental, Paulo Macedo entende que há "um impacto desproporcionado com a redução da taxa do IVA da restauração", cujo custo total para o Estado é de cerca de 350 milhões de euros em receita que deixa de ser cobrada.» [Notícias o Minuto]
   
Parecer:

O agora especialista em investidores não podendo falar em instabilidade fiscal, acusa o governo de afugentar os investidores com o mais original dos argumentos, o ruído. O problema é que se esquece de quem fez ruído e de que é ele que agora tenta prolongar esse ruído.

PS: "Graças a Deus" que, ao contrário do que se sugeriu, talvez para lhe dar uma ajuda, este senhor não foi o escolhido para Presidente da CGD.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Velhaco e mentiroso
   
«Não é de hoje que Wolfgang Schäuble decide tecer duras críticas a Portugal, nem sequer é um exclusivo de Portugal. O todo-poderoso ministro das Finanças da Alemanha voltou a fazer das suas e, citado pela agência Bloomberg, atirou-se ao Governo socialista de António Costa, dizendo que as coisas começaram a correr mal em Portugal com a entrada do novo Governo em funções.

Portugal estava a ser muito bem-sucedido até entrar um novo Governo, depois das eleições […], declarar que não iria respeitar o que os compromissos com que o anterior Governo se comprometeu”, disse o governante, respondendo a questões dos jornalistas em inglês.» [Observador]
   
Parecer:

Este senhor mente, ninguém neste governo disse que não ia cumprir os compromissos assumidos pelo governo anterior, a não ser que esteja a falar de compromissos secretos de Gaspar ou de Maria Luís, nas muitas vezes que foram a Berlim receber ordens dele.

A propósito de compromissos...


O que este velhaco pretende é lançar a desconfiança em relação ao país, algo que anda a fazer há vários anos. Já que fala de compromissos talvez devesse explicar onde está a tal ajuda que prometeu às pequenas e médias empresas portuguesas. Com o Deutsch Bank metido numa situação complexa o melhor que podia acontecer à Alemanha era disfarçar os seus problemas com uma crise financeira em Portugal ou noutros países.

   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o pobre senhor à bardamerda, temos mais que fazer do aturar velhacos mentirosos.»

 Marco António ressuscitou?
   
«Passos Coelho já escolheu o seu novo número dois: Marco António Costa vai assumir a primeira vice-presidência do PSD a partir de 31 de outubro. Com a saída de Jorge Moreira da Silva no final do mês, o lugar será assumido pelo antigo autarca de Gaia e “homem do aparelho” laranja, confirmou ao Observador fonte próxima da direção do PSD. Passos não precisa de ratificar esta escolha na reunião do órgão máximo entre congressos (o Conselho Nacional) que decorre esta quarta-feira à noite, em Lisboa, já que Marco António era quem se seguia na hierarquia. Quanto a novas mudanças na direção social-democrata, a ocorrerem, serão no Conselho Nacional seguinte, a 6 de dezembro.

Marco António Costa já tinha sido número dois de Passos Coelho (mais ou menos ex aequo com Jorge Moreira da Silva, que era o primeiro vice) quando foi coordenador da comissão política e porta-voz do partido nos anos em que o PSD esteve no Governo. Foi ele que ocupou o gabinete do líder na sede do partido, até Passos regressar à oposição.» [Observador]
   
Parecer:

É um número dois que anda muito escondido, mais parece o Pedro Dias do PSD.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»