A professora do ensino público questionou o primeiro-ministro
sobre quais seriam as suas estratégias auto motivacionais para regressar à
escola no dia 2 de Setembro caso fosse professor. A pergunta é interessante mas
coloca uma questão que merece reflexão, todas as profissões merecem estímulos e
estratégias auto motivacionais para que os profissionais sejam felizes, cabendo
ao Estado ou às empresas criar todas as condições para que tal suceda?
A resposta óbvia prece ser sim, cabe às empresas e ao Estado
estimular a produtividade, mas isso pressupõe que serão os resultados a ser
considerados e não os índices de felicidade dos profissionais. Esta questão
envolveria muitas outras e cairíamos certamente numa nova interrogação: devemos
investir na felicidade dos profissionais porque são estes os objetivos das
empresas e instituições do Estado ou devemos gerir os recursos humanos em
função dos resultados ou tendo estes em consideração.
Mas há uma segunda pergunta que atormenta, será que todos os
profissionais portugueses terão direito a que um primeiro-ministro esteja preocupado
com as estratégias motivacionais que adotam para terem vontade ou alegria para
trabalhar? Todos sabemos que os professores são muitos e as suas funções são
importantes, mas isso é verdade para toda e qualquer profissão, todas são
importante e igualmente dignas ou necessárias e todas devem ser tratadas com
igual dignidade.
Será que a senhora vietnamita que aparece ao lado de uma
europeia rica, neste caso a professora em causa, precisou de estratégias
motivacionais para viver com rendimentos miseráveis e ainda por cima ter de
sorrir ao lado da europeia rica que lhe invadiu a privacidade para ter uma bela
imagem para colocar no seu Facebook, para que os amigos soubessem que andou a
passear?
Mas deixemos a senhora vietnamita, por cá há milhões de
trabalhadores a ganhar o ordenado mínimo, muitos deles em trabalhos que
prejudicam grave mente a saúde ou envolvendo um elevado risco, gente que ganha
pouco mais do que o ordenando mínimo. Como seria bom se o primeiro-ministro
deste ou de qualquer país se preocupasse e se emprenhasse em ajudar cada um
destes trabalhadores a terem estratégias motivacionais para trabalharem
comprazer, independentemente dos salários que auferem.