quinta-feira, agosto 29, 2019

ESTRATÉGIAS AUTOMOTIVACIONAIS PARA IR TRABALHAR




A professora do ensino público questionou o primeiro-ministro sobre quais seriam as suas estratégias auto motivacionais para regressar à escola no dia 2 de Setembro caso fosse professor. A pergunta é interessante mas coloca uma questão que merece reflexão, todas as profissões merecem estímulos e estratégias auto motivacionais para que os profissionais sejam felizes, cabendo ao Estado ou às empresas criar todas as condições para que tal suceda?

A resposta óbvia prece ser sim, cabe às empresas e ao Estado estimular a produtividade, mas isso pressupõe que serão os resultados a ser considerados e não os índices de felicidade dos profissionais. Esta questão envolveria muitas outras e cairíamos certamente numa nova interrogação: devemos investir na felicidade dos profissionais porque são estes os objetivos das empresas e instituições do Estado ou devemos gerir os recursos humanos em função dos resultados ou tendo estes em consideração.

Mas há uma segunda pergunta que atormenta, será que todos os profissionais portugueses terão direito a que um primeiro-ministro esteja preocupado com as estratégias motivacionais que adotam para terem vontade ou alegria para trabalhar? Todos sabemos que os professores são muitos e as suas funções são importantes, mas isso é verdade para toda e qualquer profissão, todas são importante e igualmente dignas ou necessárias e todas devem ser tratadas com igual dignidade.

Será que a senhora vietnamita que aparece ao lado de uma europeia rica, neste caso a professora em causa, precisou de estratégias motivacionais para viver com rendimentos miseráveis e ainda por cima ter de sorrir ao lado da europeia rica que lhe invadiu a privacidade para ter uma bela imagem para colocar no seu Facebook, para que os amigos soubessem que andou a passear?

Mas deixemos a senhora vietnamita, por cá há milhões de trabalhadores a ganhar o ordenado mínimo, muitos deles em trabalhos que prejudicam grave mente a saúde ou envolvendo um elevado risco, gente que ganha pouco mais do que o ordenando mínimo. Como seria bom se o primeiro-ministro deste ou de qualquer país se preocupasse e se emprenhasse em ajudar cada um destes trabalhadores a terem estratégias motivacionais para trabalharem comprazer, independentemente dos salários que auferem.