quinta-feira, maio 31, 2018

O NÍVEL ZERO DA POLÍTICA

Passos Coelho não só falhou a tentativa de desvalorização fiscal via TSU e reformas do IRS e IRC, como fez uma estimativa errada da situação financeira da banca. Por um lado falhou na tentativa de refinanciar o setor privado á custa dos salários, como no sistema financeiro o buraco fraudulento era tão grande que nem a escravatura dos seus funcionários o salvaria.

O governo de Passos Coelho teve de se socorrer de todas as artimanhas para transferir os rendimentos do trabalho diretamente para o bolso dos patrões, ao mesmo tempo que recorria ao dinheiro dos contribuintes, quer das receitas cobradas, quer das receitas futuras, para salvar os banqueiros que durante décadas enriqueceram com negócios fáceis, corrompendo o Estado e todas as estruturas do país.

As ajudas diretas não chegavam, os refinanciamentos do capital não travavam os prejuízos, foi preciso ir aos impostos sobre o trabalho para reduzir os impostos pagos pela banca. Nesta pilhagem conduzida por personagens como Maria Luís Albuquerque, Paulo Núncio e Paulo Portas, assessorados por conhecidos fiscalistas da praça criaram o mais absurdo e oportunista mecanismo , o famoso "Créditos por impostos diferidos".

Este regime é uma escandaleira sem vergonha, criada pelo Passos para os amigos em 2014. A lei só esteve em vigor durante 10 dias. As empresas tinham que aderir ao regime, e para isso tinham que fazer uma reunião da assembleia geral e a seguir requerer a aplicação do regime à AT. Como nada disso é simples e demora muito tempo, só puderam aderir as empresas que sabiam previamente que a lei ia sair.

E o que é que a lei permite? Que as empresas que tenham imparidades com crédito malparado possam converter esses créditos em créditos sobre o Estado. Mais ou menos assim: A empresa dirige-se ao Estado e diz-lhe: tu passas a ser meu devedor de um crédito que eu tenho sobre uma empresa qualquer, porque eu não consigo que ele me pague. E como ele não me paga, passar a ser tu também devedor. Naturalmente que onde está Estado deve estar você, eu e todos os contribuintes.

Isso elimina essas imparidades dos bancos, porque onde estava um devedor que não paga, passa a estar um devedor que paga sempre. O balanço dos bancos fica composto.

Mas pior. Numa pirueta legal incrível, a lei permite que, aplicando a taxa do IRC sobre esses créditos, o banco possa exigir que o Estado lhe pague o respetivo produto. Reparem: O banco nunca pagou nem pagará este imposto, mas a lei diz que o Estado tem que lhe devolver esse valor, a que chama reembolso do IRC. Na verdade do que se trata é de um imposto invertido. Sim, um imposto pago pelo Estado aos bancos.

O Moutinho Félix diz que esta brincadeira deve andar próxima dos 5.000 milhões de euros. Qualquer coisa como 1/3 do IVA da receita do IVA que todos pagamos anualmente. O Novo Banco parecer que já recebeu, só por esta via, 153 milhões.

Como isto é uma escandaleira de todo o tamanho, ou mais simplesmente, um roubo praticado com arma legal (uma lei, mas podia ser uma pistola), é necessário chamar-lhe um nome muito complexo para ninguém entender. Vai daí chama-se "Créditos por impostos diferidos", ninguém percebe nada e ninguém pergunta. A não ser uma das manas Mortágua, honra lhe seja feita. 

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Luís Montenegro, advogado da autarquia de Vagos

O bem sucedido advogado da autarquia de Vagos vem dizer que os deputados do PSD foram pressionados para votar a favor da despenalização da eutanásia. Se calhar foi por isso que muitos optaram pela abstenção em vez de votarem a favor. E o que terá feito Passos Coelho e Cavaco Silva, que mesmo reformados vieram fazer pressões, com o mais próximo da eutanásia natural quase a fazer ameaças?

«Luís Montenegro, antigo líder parlamentar do PSD e assumido opositor de Rui Rio, acusou o presidente social-democrata de ter pressionado os deputados sociais-democratas a votarem favoravelmente a despenalização da morte assistida.

No espaço de debate que divide com Carlos César na TSF, o social-democrata criticou a gestão que Rio fez de todo o processo.

[O líder do PSD] acusou não sei exatamente quem de estar a pressionar os deputados do PSD, com isso estando ele próprio a fazer uma pressão direta sobre os seus deputados para seguirem a posição dele”, afirmou Montenegro.

O social-democrata chegou a mesmo a dizer-se “indignado” com “a forma desajeitada, desastrada, como o líder do PSD enfrentou o debate nos últimos dias”. “Ouvir Rui Rio dizer que estava a fazer um enorme esforço para não impor a disciplina de voto é para a nossa história um atentado”, condenou o ex-líder parlamentar do PSD.» [Observador]

 O pessoal do Observador 



«Além das luzes verdes mergulhadas no mar, a fotografia da NASA também mostra um foco de luz branca. De acordo com a legenda feita pela agência espacial, esse foco é Bangecoque, a capital da Tailândia. Logo ao lado está Phnom Penh, a capital do Camboja: por ser menos urbanizado e por ter grande parte da população a viver em regiões rurais onde a eletricidade é um bem raro, as luzes deste país parecem muito mais apagadas em relação à capital do país vizinho.» [Observador]

Quando se copia corre-se um sério risco de meter o pé na argola. Os jornalistas do Observador gostam muito de copiar, mas desta vez a pressa foi tanta que não reparará no pontapé que deram na geografia, o texto está certo, mas certamente a imagem era outra.

Na foto vê-se a zona de Bangecoque, mas pela escala é mais do que óbio que o Cambodja não aparece na foto. Bastaria irem ao Google Maps para perceber na imagem aparece apenas a capital e sul a costa de Pattaya.

Enfim, valeu pela imagem das luzes verdes dos barcos dos pescadores. Mas já que os jornalistas do Observador nada percebem de pesca, fiquem a saber que não é só na Tailândia e na América do Sul que os pescadores usam luzes para atrair o peixe. Se forem aqui bem mais perto, na costa de Sines, vão ver as luzes dos barcos à pesca de carapau.

Este jornal da extrema-direita chique copia que se farta e percebem tanto do que escrevem como nós de lagares de azeite!

 Cobardia

Ser deputado, ser a favor da eutanásia, mas votar na abstenção para chumbar algo com que concordamos foi um dos momentos mais indignos da carreira de alguns deputados do PSD. Acabou aqui a minha consideração pessoal e humana por esses deputados. São mero lixo político, os que votaram contra por ser essa a sua posição merecem tanto respeito e consideração como os que votaram a favor ou os que se abstiveram por terem dúvidas, os outros são pura merda.

 Isto está a ficar mal

Há não sei quantos anos que tive de deixar de comer criancinhas, já me diverti a matar seres humanos antes de nascerem e agora queria matar velhinhos, mas juntaram-se todos para me impedir, isto está a ficar mesmo mal.

Bom, bom era quando o papa na sua imensa bondade nos mandava fazer cruzadas e passar pela pela espada todos os judeus, mouros e outros cristãos que fossem encontrados, pelo caminho ainda se aproveitava para fazer uns petiscos. Mas agora já só posso comer salmão de aquacultura e se quiser matar saudades dos passarinhos tenho de encomendar mas codornizes, mesmo assim não posso abusar, ainda me crescem as mamas e depois ainda me obrigam a mudar de nome.

Agora que me preparava para me divertir a matar velhinhos veio a Cristas, o cardeal e mais o Jerónimo de Sousa e acabaram com a minha brincadeira. Já me imaginava na Rua Augusta a selecionar velho, ou ir às igrejas da aldeia e arrebanhar velhos como quem apanhas pardalinhos à poça, mas estragaram-me o divertimento. Os tempos são outros, os velhinhos já não morrem à fome mas com o conforto espiritual da extrema unção, vão deixar de morrer nas filas de espera das urgências.

Já li notícias de velhinhos de 80 a baterem nas mulheres porque estas não tinham como dar vazão aos impulsos do viagra, já imagino uns cuidados paliativos tão bons que aquilo vai ser um regabofe, antes de se deitarem as enfermeiras vão dar umas pastilhas azuis aos velhotes e depois é só correrias nos corredores entre as enfermarias masculinas e as femininas.

Se a Cristas, o negrão e o Jerónimo lançaram a geringonça dos velhos é garantido que os cuidados paliativos vão ser tão bons que o pessoal até vai exigir que no caso de faltarem utentes as enfermarias sejam temporariamente alugadas para colónias de férias.

Quem diria que um dia ia ver o cardeal a elogiar o Jerónimo ou a bancada do PCP cheia de vontade de juntar os seus aplausos aos da direita. Enfim, por este andar ainda vou ver o Jerónimo de Sousa a dar palestras sobre a defesa da vida nos retiros espirituais da Opus Dei ou o Bernardino Soares a garantir que Portugal devia imitar o sistema de cuidados intensivos da Coreia do Norte, com o cardeal de Lisboa a aprovar a ideia.

Mas se voltarmos a ver uma geringonça a ser com dois pares de pedais, uns para o Jerónimo e outro para a Cristas, se voltar a ouvir o cardeal a dizer que o Jerónimo e os seus são a reserva de bom senso do parlamento e a ver o Cavaco Silva a apelar ao voto no PCP concluímos que a eutanásia já está em vigor e não começou pelos velhinhos que a Cristas e o Jerónimo tanto apreciam, somos todos nós os eutanasiados com doses de cavalo de hipocrisia e oportunismo.

      
 Nasceu com o rabo virado para a Lua
   
«A chuva fraca, as oscilações nas temperaturas mínimas e máximas e as neblinas ou nevoeiros matinais vão continuar a fazer-se sentir pelo menos até ao início da próxima semana, disse à Lusa a meteorologista Paula Leitão. De acordo com a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), até ao início da próxima semana estão previstas oscilações diárias de temperatura, vento, neblina ou nevoeiro, céu muito nublado e pouco nublado e chuva.

“Hoje vamos ter um dia com céu muito nublado em todo o território, mas com condições para tornar-se pouco nublado a partir da tarde. Durante a manhã há condições para haver neblinas e nevoeiros em muitos sítios e pode ocorrer alguma precipitação fraca”, adiantou.» [Observador]
   
Parecer:

Com as chuvas a entrarem por junho adentro a direita deverá estar já a roer as unhas, este anos não vão ocorrer assaltos a Tancos porque depois de casa roubada em Tancos trancas à porta, pela forma como as chuvas entram pelo mês de junho adentro só vão ocorrer incêndios se chover gasolina a cântaros.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Informe-se o Rui Rio que não precisa de manter um gabinete de crise à espera de incêndios e falsos suicidas.»
  
 António Guterres vai fazer dieta
   
«"O Ramadão [mês sagrado dos muçulmanos] é uma época de paz e de reflexão. Em solidariedade com os muçulmanos de todo o mundo, junto-me hoje a todos e a todas que vão jejuar hoje aqui, no Mali. Ramadão Mubarak [Abençoado]", escreveu Guterres, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

Durante o dia, o secretário-geral da ONU não poderá comer ou beber desde que o sol nasce até que o sol se põe. Só depois do pôr do sol é que poderá fazer uma interrupção do jejum e consumir alimentos ou bebidas.

Guterres chegou na terça-feira a Bamako, capital do Mali, país de maioria muçulmana e que nos últimos anos tem enfrentado vários grupos extremistas islâmicos, para prestar homenagem aos soldados das missões de paz da ONU, conhecidos como "capacetes azuis", por ocasião do Dia Internacional dos Soldados da Paz e dos 70 anos de existência destas operações.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:

A esta hora o Marcelo deve estar a pensar "Ora bolas, não me lembrei dessa!". Agora parece que vamos ter um sec retário-geral da ONU dos afetos... o espetáculo populista está ganhando adeptos.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e proponha-se a Guterres que cumpra o ritual durante todo o Ramadão, sempre fica mais elegante.»

 É preciso parar a carnificina de baleias do Japão
   
«Mais de 120 baleias-anãs grávidas foram mortas durante a caçada anual promovida pelo Japão na Antártida no verão do ano passado, de acordo com um relatório técnico da International Whaling Commission.

Ambientalistas exigem que o país pare com o programa baleeiro que descrevem como "abominável", apesar de o Japão alegar que cumpre objetivos científicos.

Das 333 baleias-anãs capturadas durante a expedição de 2017 e que durou 12 semanas, 181 eram do sexo feminino e 53 ainda não tinham atingido a maturidade. Os números revelam ainda que das 128 fêmeas adultas capturadas, 122 estavam grávidas.» [DN]
   
Parecer:

Há uma única forma que os japoneses percebem, boicotar as suas exportações e todas as suas iniciativas internacionais.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se.»

 Marcelo livrou-se de boa...
   
«O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, continua sem se pronunciar sobre a eutanásia, que terça-feira foi a votos na Assembleia da República, tendo sido chumbados os quatro projetos apresentados a favor da despenalização da morte clinicamente assistida.

"Como não chegou nada para me pronunciar, não me vou pronunciar", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas na sessão de encerramento da conferência "Transformação digital e Mulheres", organizada pela Associação de Mulheres Embaixadoras, que aconteceu esta quarta-feira, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.

O PCP - decisivo no chumbo, com os seus 15 deputados, que se somaram aos 19 do CDS e mais de 80 do PSD - já disse que não vai mudar de ideias (como mudou, por exemplo, do "não" para o "sim", na adoção de crianças por casais gay, alterando o destino final da lei).» [DN]
   
Parecer:

Marcelo livrou-se de ter de dar a cara.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Vamos ficar sem o belo mono do Rato?
   
«As obras do discutido prédio de habitação do Largo do Rato, em Lisboa, foram iniciadas há poucos meses, mas estão suspensas por decisão judicial. O Ministério Público (MP) entrou com uma ação no Tribunal Administrativo para declarar a "nulidade do ato de licenciamento” do edifício (situado no gaveto formado pelas ruas do Salitre e Alexandre Herculano), afirmou ao Expresso fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A ação interposta no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa tem como réu o município de Lisboa e como parte contrainteressada a promotora da obra (a empresa Aldiniz). No entender do MP, a licença atribuída pela autarquia padece de “várias nulidades”.

O juiz que tem o processo em mãos já instruiu a promotora para “o dever de suspensão imediata dos trabalhos”. Já as entidades fornecedoras de água, energia elétrica e gás foram notificadas para suspender o fornecimento dos respetivos serviços.

O licenciamento, inicialmente aprovado em 2005, foi deferido pela Câmara de Lisboa há oito anos (quando António Costa presidia ao Executivo), num processo de avanços e de recuos dentro da autarquia, acompanhado em paralelo por discussões na opinião pública e entre especialistas. As obras de construção do prédio de habitação tinham a duração prevista de dois anos.» [Expresso]
   
Parecer:

É uma pena.  Enfim, até parece que seria o único mono da cidade.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se e questione-se o MP se só agora conta com procuradores especializados em arquitetura e por isso já se pode preocupar com monos de betão..»

 Pescadores sem regras
   
«A GNR apreendeu, na Lota de Peniche, 660 kg de sardinhas, pescadas acima do limite diário de captura imposto às embarcações, foi esta quarta-feira anunciado, uma semana depois de a pesca àquela espécie ter sido autorizada.

Os militares do Subdestacamento de Controlo Costeiro de Peniche "detetaram no cais de descarga sardinha capturada irregularmente por ter sido excedido o limite diário de captura, no âmbito de uma fiscalização dirigida às atividades de pesca profissional, armazenamento e comercialização de pescado", refere o comunicado da GNR.

Após ser submetido a inspeção higiossanitária, o pescado apreendido foi doado a instituições de solidariedade social do concelho, no distrito de Leiria.

A embarcação incorre em perda de pontos na licença de pesca, que podem levar à suspensão ou proibição da atividade, e a uma multa entre os 250 e os 25.000 euros.» [Expresso]
   
Parecer:

É tempo de acabar com abusos na delapidação dos nossos recursos pesqueiros.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

quarta-feira, maio 30, 2018

GOSTEI DE VER


Gostei de ver, apesar de com a passagem do tempo já estarmos habituados a ver muitas coisas e de ainda não ter conseguido ver um porco a andar de bicicletas, ainda consigo ser surpreendido sem duvidar de que os olhos e ouvidos me estão a proporcionar uma perceção da realidade.

Vi o homem dar os primeiros passos na Lua, vi o Álvaro Cunhal reformar-se, vi cair o Muro de Berlim, via a Zita Seabra aderir ao PSD e o delfim de Cunhal Vital Moreira ir para o PS, via a Ana Gomes ir ao congresso e não falar do Sócrates, vi o Negrão chegar a deputado e a líder parlamentar, vi o Passos ser primeiro-ministro, mas mesmo depois de tantas visões a realidade ainda me surpreende.

É verdade que não cheguei a ver o Jerónimo aplaudir, a Cristas a aplaudir o Jerónimo ou os dois a juntarem as suas palmas radiantes pelo estranho encontro entre o defensor dos taxistas e a esposa do gestor da Uber. Mas vi uma geringonça com três pares de pedais, a circular alegremente pelos Passos Perdidos graças à energia motora das pernas do Negrão, do Jerónimo e da Cristas.

Não via o Bernardino Soares sugerir aos parlamentares que em vez da eutanásia o país usasse os métodos paliativos do seu amigo Kim da Coreia do Norte, com os velhos divertidos a levarem com tiraços de antiaéreas. Talvez um dia ainda veja, mas quando vi o António Filipe subir ao púlpito para fazer dele os argumentos da extrema direita, criticando os que querem ajudar a matar em vez de ajudar todos a morrer lenta e alegremente em cuidados paliativos, acabei por ter a esperança de um dia destes ia a Fátima mais o deputado Manuel Tiago para ver a próxima aparição da Nossa Senhora.

As promessas de cuidados paliativos tão bons que ninguém quer morrer dá-me esperança de um dia destes ver uma notícia dando conta do primeiro nascimento de uma criança filha de utentes dos cuidados paliativos do Hospital de Santa Maria. Agora acredito e em tudo e percebo como o pensamento humano é volátil, como as ideologias já não são o que eram e como a direita portuguesa consegue entender-se tão bem com a esquerda mais conservadora, sem quaisquer negociações ou acordos.

Ontem vi um padre dizer na TVI24 que ainda não tinha a esperança de conquistar a deputada Isabel Moreira. Começo a acreditar que o padre pode ter motivos de esperança, ainda que seja mais difícil ele conquistar a Isabel Moreira do que eu ver na próxima campanha legislativas a Cristas a visitar lares acompanhada pelo Jerónimo de Sousa.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Jerónimo de Sousa, líder empedernido

D entre as questões fraturantes a da despenalização da eutanásia seria aquele em que ninguém esperaria que o PCP fosse contra, o PCP sempre teve dificuldades em encarar a homossexualidade e esse foi mesmo um problema na sua história, mesmo na questão do aborto seria fácil encontrar argumentos comunistas contra a realização de abortos.

Os argumentos invocados por Jerónimo de Sousa foram tão esfarrapados que ficou no ar que com este voto apenas pretendia rasteirar o BE e o PS. Conseguiu-o, agora tem de enfrentar um problema que pode desencadear a sua decadência, a aliança com o CDS, é vergonhoso que nem um deputado do PCP tivesse votado de forma desalinhada, é uma vergonha para a esquerda confundir o PCP com o CDS.

 ISTO SIM, É UMA GERINGONÇA


E não precisa que o Pedro Nuno Santos ande sempre a oleá-la!

 Tenho pena

Tenho pena de políticos que se dispensam de pensar para se esconderem atrás de preconceitos religiosos falsos, ignorando o rasto de morte deixado pelas religiões. Se há pensamento que menos respeita a opinião alheia é o religiosos e em particular quando estão em causa religiões monoteísta.

 Concordo



Não os matem á fome com pensões de miséria, não os condene eliminando apoios sociais, não os metam na rua com leis do arrendamento agressivas, não os deixem morrer á porta das urgências, não os deixem morrer por não terem dinheiro para medicamento....

A mesma direita cujo governo teve como consequência o aumento dos suicídios está agora preocupada com os velhinhos.

      
 Morreu o peneireiro mais famoso de Lisboa
   
«Foi em 2012 que um casal de falcões escolheu uma floreira num apartamento na Amadora para ter os seus ovos. Os donos da casa acolheram os animais aos quais deram o nome de Margarida e Zuzu. Criaram para as aves uma página no Facebook onde iam partilhando com os seguidores - hoje mais de 24 mil - o dia-a-dia dos pássaros.

Foi através da rede social que os donos do andar deram a triste notícia: Margarida, seis anos, tinha sido encontrada morta no jardim.

"Margarida, 6 anos depois de ter feito desta floreira um ninho, abandona-nos de vez. Ela foi encontrada sem vida no jardim, lá em baixo, na direção da floreira. De acordo com alguns especialistas, com quem tive oportunidade de falar, não é fácil apurar as causas de morte só pelo vídeo", explica uma publicação partilhada na rede social.» [DN]
   
Parecer:

É uma pena.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 Até o FMI
   
«O Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para um défice público de 0,7% do PIB em 2018, de acordo com o comunicado da missão que esteve em Portugal nas últimas duas semanas para a avaliação anual (artigo IV) à economia portuguesa. Este valor é idêntico àquele que foi fixado pelo governo no Programa de Estabilidade 2018-2022 enviado recentemente a Bruxelas. Também na previsão de crescimento os números do FMI e de Mário Centeno coincidem este ano na expetativa de um ritmo de 2,3%.

“Na sequência do bom resultado de 2017, as metas orçamentais de 2018 parecem atingíveis”, sublinha o Fundo. Mas avisa: “As perspetivas de curto prazo para Portugal continuam favoráveis, embora os riscos externos tenham aumentado ultimamente.” Quando fala de riscos, o FMI refere-se ao aumento da incerteza a nível internacional e a maior volatilidade cambial e no mercado de dívida. Basta ver, por exemplo, como os mercados estão a reagir à crise política italiana, com a queda nas cotações e a subida dos juros (yields) da dívida pública.

Para 2019 e 2020, o Fundo prevê uma desaceleração da economia para, respectivamente, 1,8% e 1,5%, com o défice a cair mais lentamente do que aquilo que está previsto pelo governo: 0,3% e 0,2% do PIB, respetivamente.» [Expresso]
   
Parecer:

O mesmo Gaspar que nunca acertou numa previsão parece agora estar a aprender a fazê-las com o Centeno.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»


 Costa e a carga fiscal
   
«O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que haverá estabilidade no quadro fiscal nos próximos anos, defendendo que “o essencial da redução” já foi “consolidado” pelo Governo e que o principal desafio do país é a redução da dívida.

Esta posição foi transmitida por António Costa no final de um almoço/conferência promovido pela Associação de Amizade Portugal Estados Unidos (realizado em Lisboa), na sequência de uma pergunta formulada pelo empresário e ex-presidente do Sporting Godinho Lopes.

“Não antevejo grandes mudanças no quadro fiscal do país nos próximos anos“, respondeu o líder do Executivo, considerando que já se encontra “consolidado o essencial da redução da carga fiscal” com que o seu Governo estava comprometido nesta legislatura.» [Eco]
   
Parecer:

O primeiro-ministro fala da carga fiscal como se o único problema do fisco é a carga fiscal parecendo importar-se pouco com o problema da carga fiscal, como se a justiça e a equidade fiscais passassem apenas pelo nível das receitas. Se a carga fiscal em Portugal é alta é ainda mais alta para os contribuintes cumpridores já que também suportam os custos resultantes da evasão fiscal.

A evasão fiscal desapareceu do discurso governamental, o governo fala de barriga cheia graças ao aumento das receitas fiscais e ignora ou prefere ignorar que os cumpridores pagam por eles e pelos outros.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «lamente-se»

terça-feira, maio 29, 2018

A ÚLTIMA GUERRA SANTA

Sem morte não existiram religiões, estas vivem da dificuldade dos seres humanos em líder com o fim da vida, daí que uma boa parte dos rituais das igrejas e, em particular, da Igreja Católica se centrem na morte. Em qualquer celebração católica a morte é o tema central do princípio ao fim, ainda que sempre transformada em vida graças à ressurreição. 

O batismo é a garantia de entrada no céu em caso de morte, a extrema unção é uma espécie de batismo ao contrário, uma guia de marcha. As igrejas estão cheias de idosos receosos da forma como o criador vai fazer as contas. A morte é o grande enigma da vida e alimenta todos os medos que nos conduzem à crença da ressurreição, da vida para além da morte. Não admira que vejamos alguns políticos já acabados a serem cada vez mais fundamentalistas, diria mesmo extremistas religiosos, sempre que a política se cruza com a religião.

Não admira que com o debate da eutanásia se volte a sentir no ar um ambiente de guerra santa, as mesmas almas bondosas que há uns anos eram especialistas em apoiar jovens grávidas que recusavam o aborto, são agora voluntariosas almas bondosas apostadas em proporcionar mortes felizes.

No meio de tanta morte que poderia ser evitada e que sucede devido a falhas que resultam de fatores humanos, estas almas voluntariosas e infinitamente bondosas estão apostadas em que algumas dezenas de cidadãos que querem que os deixem morrer em paz sejam forçados contra a sua vontade a manterem-se vivos em sofrimento, mas em paz com Deus graças à ajuda de algumas pastilhas e do carinho destas almas boas.

Mais uma vez o debate está inquinado porque alguns querem que as suas convicções tenham forma de lei penal e que aquilo que consideram pecado merca penas por homicídio. Porque não refletem sobre como se morre em Portugal? Porque não aplicam a sua imensa bondade, por exemplo, às mulheres que são vítimas de violência doméstica e a quem muitas vezes recomendam paciência, porque a família deve estar acima de quaisquer valores? Porque não se batem contra a pena de morte? Porque não sugerem ao Papa que peça desculpa à humanidade pelos muitos milhões de vítimas do fundamentalismo religioso que vigorou até à segunda guerra mundial? Porque não se batem contra a pena de morte?

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Rui Rio

Alguém devia explicar a Rui Rio que depois das medidas de austeridade excessiva que ele apoiou o país nunca poderia ser um "país das maravilhas". Talvez fosse melhor apresentar políticas alternativas consistentes do que andar a ler jornais em busca de problemas.

«O líder do PSD, Rui Rio, afirmou esta segunda-feira não ter saído "nenhuma ideia nova para o país" do Congresso do PS, onde foi mostrado um cenário de "António Costa no país das maravilhas" que não corresponde à realidade.

"Vi aquele congresso como uma manifestação interna do PS, que ganhou ali um ânimo, mas para o país não vejo nada de relevante", disse Rui Rio aos jornalistas, à margem de um encontro com o Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados.

Questionado se foi traçado um cenário demasiado cor de rosa pelo secretário-geral do PS no congresso, Rio respondeu: "sim, um pouco António Costa no país das maravilhas".» [DN]

      
 Outra vez a andar por aí?
   
«A direcção do PSD recebeu com alguma frieza a notícia de que Pedro Santana Lopes decidiu renunciar ao lugar de número 1 no Conselho Nacional, para o qual fôra eleito nas listas de Rui Rio.

O ex-primeiro-ministro enviou a carta de renúncia na sexta-feira, noticiou o Expresso. Ao PÚBLICO, o secretário-geral do PSD, José Silvano, considerou que nesta renúncia  “o facto político relevante não é nenhum”. Pedro Santana Lopes “achou que não tinha vontade de participar. Não conheço nenhum outro motivo, nem atribuo outro significado”, explica Silvano, referindo-se às razões invocadas pelo ex-líder do PSD na carta - razões pessoais.

“Se há outros motivos, Santana tem a frontalidade suficiente para o assumir. Ele, aliás, é conhecido por isso. Quando tem uma coisa para dizer, não tem problema em dizê-lo”, afirmou José Silvano, numa altura em que a renúncia de Santana está a ser vista no PSD como a ruptura final do ex-autarca de Lisboa com Rui Rio. Os dois defrontaram-se nas directas do PSD, tendo Rio ganho as eleições por 54,3 por cento dos votos. Três semanas mais tarde, em pleno congresso, os ex-adversários fizeram um acordo de paz que passou, entre outros aspectos, por Santana indicar nomes para os órgãos nacionais na proporção dos votos que obteve nas directas.» [Público]
   
Parecer:

Ou estará a pôr-se a jeito para um cargo a dar pelo governo?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Baixo nível
   
«Marques Mendes elenca três questões:

  1. “Abrir uma sociedade na véspera de entrar no Governo? É suspeito. É estranho”. E recorda uma capa do jornal Público desta semana onde se lia: “Ministro não responde se criou empresa para esconder património”.
  2. “Na energia é mais importante. [Pedro Siza Vieira] pediu escusa em matérias de energia. É louvável. Mas há uma coisa estranha? Porque só agora é que pediu escusa? Porque é que pediu escusa agora, quando antes reuniu-se com outras empresas, como a EDP?”
  3. “É muito estranho as funções. [Siza Vieira] trata de assuntos de energia, mas não é ministro da Energia. Trata de assuntos de economia, mas não é ministro da Economia. Parece que temos dois ministros da Economia. Isso não é transparente. Tem a ver com eventuais conflitos de interesse”.

Sobre António Costa, Mendes diz que “nunca deixa cair » [Eco]
   
Parecer:

Nunca Marques Mendes tinha descido tão baixo.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Marques Mendes que use o mesmo rigor para avaliar as suas empresas ou as da sua filha.»

 E se fosse em Portugal?
   
«Chegou do Mali em Setembro, sem documentos. Quando viu uma criança em apuros, na iminência de cair de uma varanda no quarto andar de um prédio no 18.º bairro de Paris, Mamoudou Gassama não hesitou: escalou o prédio e salvou-a. Pela sua coragem, foi recebido por Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu que lhe gabou a valentia. "Todos os papéis vão ser regularizados", assegurou Emmanuel Macron, no rescaldo do encontro com Gassama, no Palácio do Eliseu, cita o jornal Le Parisien. 

O Presidente francês propôs também que fosse posta em marcha a naturalização,  que o jovem de 22 anos aceitou, conta o Le Monde.» [Público]
   
Parecer:

O mais provável era estar agora numa "residência" do SEF.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

 Situação estranha
   
«O Banco de Portugal (BdP) vai voltar a fiscalizar a carteira de crédito em cumprimento do antigo Banco Português de Negócios (BPN) que o Estado transferiu em 2012 para a Parvalorem, uma entidade pública criada para gerir activos tóxicos e que não está autorizada a executar operações bancárias. A iniciativa do BdP surge depois de confrontado pelo PÚBLICO com um crédito vivo de 20 milhões de euros da Cofina que escapou ao radar do supervisor. Essa falha é justificada pelo BdP com o facto de apenas avaliar a carteira da Parvalorem por amostragem.

A 26 de Março de 2012, ainda incorporado e gerido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BPN concedeu um financiamento à Cofina [dona do Jornal de Negócios, da Sábado e do Correio da Manhã] de 20 milhões de euros, com maturidade até Outubro 2016, e garantido por uma livrança. O dinheiro serviu para a empresa de Paulo Fernandes, cotada na Bolsa de Lisboa, pagar à CGD uma divida de idêntico valor. À época o BPN era administrado por uma equipa da CGD chefiada por Francisco Bandeira, o ex-vice-presidente do banco público.   

Três dias volvidos, a 29 de Março de 2012, o crédito de 20 milhões atribuído à Cofina foi transferido para a Parvalorem, sociedade comercial constituída, em 2010, para limpar o “lixo” do balanço do BPN, para o tornar vendável. E no veículo público o empréstimo foi contabilizado em situação regular, como, aliás, não podia deixar de estar pelo pouco tempo que passara desde a sua concessão. E, com o crédito, foram transferidos os ficheiros com os dados confidenciais da empresa.» [Público]
   
Parecer:

Esta escapou ao Otávio, senão tinha dado uma primeira página do CM e muitas horas de debate na CMTV. O estranho que é que passado tanto tempo ninguém, nem mesmo quem tinha de pagar o que devia tivesse reparado.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Coisas estranhas
   
«Os bancos tinham fechado há hora e meia mas na sede do Banco Português de Negócios (BPN), localizada na Av. António Augusto Aguiar, em Lisboa, ainda era possível fazer levantamentos em numerário. Eram 16h44m do dia 19 de fevereiro de 2003 quando Carlos Duarte, funcionário do backoffice da unidade de offshore do BPN, recebeu um email de António José Duarte, responsável da Direção de Operação (DOP), a solicitar-lhe o processamento de uma operação ao balcão de 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,4 milhões de euros ao câmbio atual). Em notas, dinheiro vivo. “Esse levantamento será efetuado por mim e pelo António Tinoco dentro de meia hora”, informava o membro do inner circle de José Oliveira Costa, o líder do BPN.

Tinoco, natural de Portimão tal como António Duarte, já tinha ouvido falar nessas operações especiais ordenadas pela administração liderada por Oliveira Costa mas nunca tinha participado em nenhuma. Aquela seria a sua primeira vez. Depois das 17h00, o funcionário da DOP deslocou-se sozinho à agência da sede do BPN, situada no primeiro andar da sede, e recebeu um saco com o valor referido no email. Seguindo instruções, contou as notas, fechou o saco e dirigiu-se ao 8.º andar — o piso da administração. Saiu do elevador, entrou numa sala onde estava um casal espanhol e Manuel Joaquim Dias Loureiro, o ex-secretário-geral do PSD e ex-ministro de Cavaco Silva, e colocou o saco que trazia consigo em cima da mesa. Já lá estava uma mala preta que o espanhol tinha aberto para receber o dinheiro. Tinoco tirou os maços de notas do saco, colocou-os dentro da mala e voltou a contar as notas à frente de Dias Loureiro e dos restantes presentes.

O ex-secretário-geral do PSD já não era executivo do BPN. Tinha pedido a demissão em maio de 2002, devido à sua candidatura a um novo mandato como deputado do PSD. Mas mantinha um escritório no piso da administração, pois Oliveira Costa tinha-o convencido a ficar como administrador não executivo.

A mala fechou-se, Dias Loureiro despediu-se e Tinoco disponibilizou-se para levar o casal à garagem onde estava estacionado o carro dos espanhóis. Com a mala preta na mão, indicou aos visitantes o caminho para o elevador. Diligente e simpático, o algarvio colocou a mala com o 1 milhão e 500 mil dólares em notas dentro do automóvel de luxo com matrícula espanhola, ajudou a fazer a manobra de saída e acenou-lhes quando o casal misterioroso subiu a rampa da garagem da sede do BPN.» [Observador]
   
Parecer:

O estranho neste processo está no fato de os mesmos que agora andam sempre assanhado naquele tempo perdiam a pica para a investigação de uma forma quase tranquila. Se calhar foi o ex-Procurador-Geral que os travou...
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao procurador se a pica lhe apareceu com a idade.»

 Um cardeal muito empenhado
   
«O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, pediu aos deputados para votarem, na terça-feira, contra os quatro projetos de lei que descriminalizam a morte medicamente assistida, em declarações à agência Ecclesia. “Espero que todos e cada um dos deputados, como legisladores que são, tenham devidamente em conta o que a sociedade tem manifestado”, disse Manuel Clemente, em declarações à Ecclesia, no domingo, em Penafirme, Torres Vedras, durante a “Festa da Família” do Patriarcado de Lisboa.

O bispo lembrou as posições públicas do atual e dos antigos bastonários da Ordem dos Médicos, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e de antigos chefes de Estado e governantes de Portugal, numa referência a Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, e de organizações da sociedade civil e religiosas.» [Observador]
   
Parecer:

É uma pena que este senhor fique tantas vezes em silêncio e só levanta a voz para apoiar políticas de austeridade ou para tentar impingir a sua sharia.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

segunda-feira, maio 28, 2018

UM CONGRESSO E TRÊS CANDIDATURAS


A conclusão final do congresso do PS é que não havia nada para discutir. Os congressos só dão luta quando está em causa a escolha de uma liderança ou quando o partido está na oposição e as eleições estão para breve. Este congresso do PS foi uma missa enfadonha feita para cumprir a agenda. António Costa foi ao palco para dizer que nada tinha para dizer, pelo meio deixou algumas banalidades como o regresso dos jovens, algo em que nem ele próprio acredita.

Sem nada para debater o balanço do congresso serviu para ser lançada uma candidatura para uma futura disputa pela liderança do PS e duas candidaturas a lugares financeiramente muito confortáveis no Parlamento Europeu. Pedro Nuno Santos saiu do congresso com o estatuto de primeiro candidato à sucessão de António Costa, Ana Gomes e Francisco Assis foram rezar um terço para que o partido lhes assegure a manutenção dos seus rendimentos.

Não faz qualquer sentido que a pelo menos seis anos de distância alguém apresente uma pré-candidatura à liderança do PS ou sabendo que essa é a imagem que passa na comunicação social nada faça para a contrariar. O que pretende Pedro Nuno Santos? Ganhar vantagem em relação a outras personalidades do PS, adiantando-se para daí tirar proveito na gestão da sua imagem? É um jogo pouco transparente e mesmo pouco honesto, ainda por cima assenta o seu discurso num cenário político de aliança à esquerda a pelo menos seis anos de distância.

Francisco Assis antecipou a sua chegada ao congresso promovendo uma barragem de artilharia uns dias antes do início do conclave, fez constar através do seu espaço no Público que a Geringonça tinha prazo de validade, era como um iogurte que estava à beira de azedar. Desta forma deu uma cambalhota pouco digna, há três anos Francisco Assis dizia que era ele que representava a maioria dos eleitores do PS e tentou mobilizá-los para impedir o nascimento da Geringonça, que nessa época não era um iogurte mas sim um copo de cianeto para o PS. A meses das eleições europeias assim faz um flique-flaque na frente dos congressistas felizes por o ver virar a casaca à frente de todos e com o maior despudor. Poderá ter conquistado o apoio destes para uma candidatura a deputado europeu, veremos se os tais eleitores que ele disse representar vão voltar a votar na sua candidatura, dispensando-o do exílio desejado.

Ana Gomes descobriu em Sócrates mais uma das guerras santas com que costuma infernizar o PS até que alguém arranje forma de a calar, como por exemplo um cargo de luxo lá muito longe, em Estrasburgo. A estratégia já deu resultados no passado, já que não foi para ministra dos Negócios Estrangeiros, cargo que deseja quase tanto como Maria José Morgado deseja o de Procuradora-Geral da República, a ex-MRPP quer o protagonismo bem remunerado na Europa e usa sempre a estratégia da artilharia pesada para comprarem o seu silêncio. Desta vez percebeu que ia ser inconveniente e achou que a melhor forma de conseguir o intuito era ser mais mansinha, ficou-se pelas ameaças de partir loiça. Veremos se os eleitores do PS ficaram contentes com a sua estratégia.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PSD

Ir a um congresso para anunciar com anos de antecedência uma eventual candidatura à liderança do PS, com o objetivo de marcar posição como se houvesse uma lista de espera é confundir um congresso de um partido com um concerto de rock, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares faz lembrar os jovens que acampam dois antes junto ao palco para se assegurarem de que ficam na primeira fila.

A estratégia parece ser inteligente mas é um pouco ridícula, obrigando o ainda primeiro-ministro e líder do PS a garantir que não meteu os papeis para a reforma. Quando se esperava que fosse Sócrates a marcar o congresso eis que Pedro Nuno Santos tomou-lhe o lugar e chamou a si todo o protagonismo.

 No rescaldo do congresso do PS

Se Ana Gomes ou Assis forem candidatos ao parlamento Europeu irei refletir muito sobre as minhas opções eleitorais. Estes senhores não voltarão a Estrasburgo com a ajuda do meu voto.

 A Igreja Católica e a eutanásia

Não deixa de ser irónico que a instituição que mais matou e mandou matar, que torturou com mais requinte, que durante séculos sentiu ter o poder de decidir quem vivia e que promoveu genocídios em quase todos os cantos do mundo venha agora defender que ninguém pode decidir sobre a sua morte.

      
 Pobre feliciano
   
«Na última sexta-feira à noite, Feliciano Barreiras Duarte ouviu pelo menos 3 militantes do PSD de Leiria a pedirem que se demitisse do cargo de deputado e de presidente da Assembleia Distrital do partido em Leiria.

Na sala estava também o vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento —  presente na sessão no âmbito de iniciativas do partido sobre o Conselho Estratégico Nacional — que assistiu a tudo em silêncio e que, em declarações ao Observador, descreve o momento como um “númerozito de dois ou três rapazes da jota.” Durante a reunião, a defesa de Feliciano ficou nas mãos do líder da distrital, Rui Rocha, que acusou os militantes contestatários de “falta de lealdade”.

Feliciano Barreiras Duarte demitiu-se de secretário-geral do PSD depois de ter sido tornado público que utilizou abusivamente o estatuto de “visiting scholar” na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e também que terá recebido subsídios do Parlamento como se vivesse no Bombarral quando na verdade vivia em Lisboa. O social-democrata manteve-se como presidente da Assembleia Distrital de Leiria, o que não terá agradado a vários militantes do distrito.» [Observador]
   
Parecer:

Pobre Feliciano Barreiras Duarte, tentou pular as barreiras da carreira académica e acvabou por dar um pulo do céu para o inferno, pondo fim a uma carreira política que de oportunismo em oportunismo parecia ser brilhante.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Outro Bruno de Carvalho
   
«A participação na consulta que decorre no Podemos sobre a casa de 600 mil euros que o secretário-geral do partido, Pablo Iglesias, comprou nos arredores de Madrid (Espanha) pode bater recordes. A votação teve lugar na terça-feira e ainda decorre este domingo - os resultados serão divulgados amanhã.

"Tudo aponta para que se supera a participação na votação Vistalegre II", disse ao El Confidencial uma fonte do partido referindo-se à consulta sobre a liderança que Iglesias disputava com Íñigo Errejón.

A consulta foi convocada depois da polémica gerada pela compra, por parte de Iglesias e da namorada, Irene Montero (também da direcção do partido), de uma casa de 600 mil euros. Iglesias criticara o antigo ministro da Economia Luis de Guindos (agora no Banco Central Europeu) precisamente por ter comprado uma casa desse valor.

O secretário-geral do Podemos optou por pedir aos militantes que decidam se deve ou não continuar à frente do partido - e avisara que se a participação fosse baixa abandonaria o cargo.» [Público]
   
Parecer:

Isto é a hipocrisia do BE espanhol no seu melhor.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Waki gatame
   
«Através do Twitter, a Federação Europeia de Judo partilhou uma imagem com uma legenda, no mínimo, particular. 

"A waki-gatame é uma técnica perigosa. É por isso que não é permitida no judo para uso como transição. O que acham deste golpe na noite de ontem? É uma técnica proibida no Judo, mas boa o suficiente para ganhar uma final da Liga dos Campeões."» [Notícias ao Minuto]

domingo, maio 27, 2018

SEMANADA


Quando todos esperavam que a Ana Gomes fosse a figura da semana eis que apareceu o Bruno de Carvalho e tirou todo o protagonismo à deputada europeia. Nem mesmo o Assis conseguiu dar nas vistas, agora que já elogia António Costa, tendo-se esquecido de quando dizia que era ele que representava a maioria dos eleitores do PS porque se opunha á Geringonça. Veremos se os eleitores do PS têm essa opinião no caso de voltar a ser candidato às europeias.

O parlamento vai discutir a eutanásia, mas por aquilo que o Expresso noticiou vai promover um debate inútil já que Marcelo irá vetar a li. Resta agora saber quem fala verdade, se o Expresso que diz o que Marcelo vai fazer ou o próprio Marcelo que garante que ainda não estudou o assunto e não vai decidir em função das suas convicções.

Quem não parece ter sido eutanasiado ainda que seja cada vez mais um cadáver político é Cavaco Silva. Escolheu a eutanásia para ressuscitar e armar-se em líder espiritual, lançando mesmo uma guerra santa contra os partidos que ousem não partilhar as suas convicções religiosas, apelando ao boicote dos eleitores. A dúvida está em saber se vai votar no CDS, já que há deputados do PSD que foram eleitos com o seu voto que irão votar favoravelmente a eutanásia.

Assunção cristas foi mais uma vez a espertalhona de serviço, defende que o parlamento não está mandatado para discutir a eutanásia. Para esta ilustre jurista um parlamento tem os seus poderes limitados aos programas eleitorais que mereceram a maioria dos eleitores, o que quer dizer que o atual parlamento não está mandatado, já que quase nada nos programas eleitorais mereceu a maioria dos votos dos eleitores.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

A ser verdade a notícia do Expresso de que o Presidente da República vai vetar a eutanásia e a verdade é que tudo o que sai no site da Presidência da República costuma sair três semanas antes no Expresso onde o próprio Marcelo começou a sua carreira pública, estamos perante um total desrespeito pelos princípios mais elementares da democracia.

Anunciar ou fazer constar que se vai vetar uma lei cuja competência é do Parlamento e que ainda nem sequer foi debatida pelos deputados revela o grau zero dos valores democráticos, não só se discorda como se desvaloriza a posição do parlamento. Marcelo Rebelo de Sousa não é deputado, não é um partido, não é um cardeal, em consequência tem a obrigação de ficar calado até que o diploma lhe chegue ás mãos. Começa a ser tempo de Marcelo se deixar de recados através do Expresso, do Marques Mendes ou do Lobo Xavier. Se quer que as suas ideias pesem nos debates parlamentares e sejam ouvidas antes destes se realizarem o melhor é descer de Presidente e concorrer a deputado.

«Na quinta-feira, dia em que recebeu representantes de comunidades religiosas e os grão-mestres da Grande Loja Regular de Portugal e da Grande Loja Feminina de Portugal, o chefe de Estado disse aos jornalistas que vai “ouvindo, ouvindo” quem lhe pede audiências sobre a eutanásia, mas sem tomar posição.

“Só terei opinião se, porventura, um decreto chegar às minhas mãos. Aí, eu pronuncio-me. Eu não vou mudar a minha posição, que é de não me pronunciar até ao termo do processo”, acrescentou, no final de uma iniciativa na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Quando chegar esse momento, e segundo o Expresso, o Presidente acabará por não promulgar a lei. Pelas contas do Expresso, entre votos contra, a favor, abstenções e indecisões, o resultado pode ficar empatado, ficando a decisão nas mãos do presidente da Assembleia da República. Ferro Rodrigues já deixou claro que votará a favor. Mas esta divisão entre os deputados poderá ser o argumento que o Presidente — católico convicto e contra a eutanásia enquanto cidadão — precisa para justificar o veto à lei ou para a enviar para o Tribunal Constitucional, refere o Expresso.

O antecessor de Marcelo no cargo foi mais claro numa tomada de posição contra a legalização da eutanásia. Cavaco Silva afirmou que iria usar o seu voto para mostrar o desacordo, recusando votar nos partidos que venham a apoiar as iniciativas legislativas a favor propostas por socialistas, Bloco de Esquerda, PAN e os Verdes. O PCP e o CDS já anunciaram que iam votar, mas PS e PSD pretendem dar liberdade de voto aos seus deputados.» [Observador]

 Desde o assalto a Tancos que a direita procura desgraças


      
 Pois, é a escola do MRPP
   
«Ana Gomes chegou ao Congresso do PS, na Batalha, disposta a deitar o PS no divã e a obrigar os camaradas a refletirem sobre como se deixarem instrumentalizar por “corruptos e criminosos”. Para já, a eurodeputada tem uma certeza: “O PS um partido de poder, logo tem de ter guardas contra esse tipo de aproveitamentos”.

No Carpool com o Observador, a socialista assumiu que está na política para “partir a loiça toda”, sem medo de ser tida como uma téorica da conspiração. E desafiou os camaradas a fazerem o mesmo: “Um partido como o PS tem o dever de pôr os dedos nessas feridas e de tomar ações contra esses pecados graves”.» [Observador]
   
Parecer:

Pois, nunca devia ter saído do MRPP.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «lamente-se.»
  
 Falar de barriga cheia
   
«Para Ascenso Simões, o tempo em que se vive, com os problemas estruturais que ainda se fazem sentir, impõe a necessidade de uma maioria absoluta, disse o deputado socialista em entrevista ao Expresso no Congresso do PS (ver vídeo).

Um Governo minoritário com apoio parlamentar "teria um tempo de vida muito curto, mesmo pensando que será adequado continuar com o apoio à esquerda depois destas eleições", diz Ascenso Simões. Para o deputado, seria até incorreto do ponto de vista da decência política que não propusesse aos outros partidos de esquerda participarem na governação incluindo no governo: "Parece-me que o pais precisa de uma maioria absoluta para fazer face aos combates", diz.

Para o socialista de Bragança, o que importa é que o PS "diga ao que vai", segundo a perspetiva de que o partido socialista tenha um programa eleitoral que coloque as contas públicas saudáveis em primeiro lugar e, em segundo, com uma "visão profundamente europeísta e atlântica".» [Expresso]
   
Parecer:

Ainda há quem pense que as eleições são decidias por um colégio eleitoral a quem se propõe que haja uma maioria absoluta. O pedido de uma maioria absoluta é a ideia mais estéril que se pode ter em período eleitoral, quanto mais no congresso do partido e a um ano de eleições. Significa que o partido pretende governar sem negociar e sem ouvir terceiros.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 A "Mesa" está a ficar desorientada
   
«“A bem da transparência e da verdade dos factos, e porque estamos a viver tempos de exceção, vimos por este meio facultar a ata da reunião, realizada na passada quinta-feira, dia 24 de maio, no Estádio José Alvalade, entre os órgãos sociais. Cremos ser esta a única forma de pôr cobro a um conjunto de especulações e mentiras inaceitáveis, postas a circular no espaço público, que penalizam e prejudicam os superiores interesses do Sporting Clube de Portugal”, revela o email enviado aos associados verde e brancos esta manhã.

De referir que, logo em resposta, o jornal Record avançou que a Mesa da Assembleia Geral irá apresentar uma queixa na Procuradoria Geral da República (PGR), no seguimento da divulgação pública do documento. Do documento e não ata porque, numa ideia partilhada também pelo Conselho Fiscal e Disciplinar, não se poderá considerar ata o resumo de uma reunião que não esteja assinado por todos os presentes (alguns que, de novo, voltam a falar em omissões e factos truncados). A própria missiva fala apenas, no final da mesma, em “proposta de ata”.» [Observador]
   
Parecer:

zEste Marta Soares não parece ser grande coisa e está a transformar-se no abono de família do Bruno de Carvalho.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»