Parece que o lodaçal futebolístico não para de ganhar
terreno, depois da intervenção patética, desenquadrada e desastrosa de Ferro
Rodrigues, das baboseiras do secretário de Estado da Juventude e Desportos, o
país vive agora mais um tabu presidencial, saber se Marcelo Rebelo de Sousa vai
ou não ao jogo do Final da Taça.
Algo está mal quando o país viveu uma semana que faz lembrar
as do Verão Quente de 1975, é ridículo demais para ser verdade que um
presidente de um clube convoque ao meio a comunicação social para uma
conferência de imprensa para as 13 horas e só apareça às 15h para falar durante
pelo menos duas horas como se fosse um avô imbecil a dirigir-se aos netinhos.
O espetáculo é degradante, com direito a lavagem de roupa
suja em direto nas televisões, enquanto uma empresa só é mantida porque os
gestores de dois bancos, um deles financiado com dinheiro dos contribuintes,
são irresponsáveis. Em condições normais quando a SAD do Sporting anunciou que
não cumpria com um empréstimo obrigacionista, os seus principais credores
deveriam ter tomado posição, como o fariam se fosse outra empresa. Mas como a
Troika partiu os nossos administradores de bancos voltaram à bandalhice e é
certo que um dia destes voltaremos a engolir doses de austeridade para
refinanciar os bancos.
Um Presidente da República que não fosse dado à brincadeira
e a avaliar as suas posições em função dos likes já deveria ter anunciado que o
ambiente do futebol português não merece que um Presidente da República esteja
presente.