Jumento do Dia
Começa a ser óbvio que Rui Rio faz oposição lendo os jornais e considera que o país deve ser governado em função das primeiras páginas da imprensa. Compreende-se, quem não sabe o que fazer faz colheres de pau e sem argumentos ou políticas alternativas o líder do PSD espera ansiosamente que os jornais cheguem aos escaparates para saber o que fazer ou dizer.
«Com os casos de Sócrates e Pinho na agenda mediática é inevitável que o PSD avance com propostas de combate à corrupção no âmbito da reforma da justiça, apurou o PÚBLICO. Até porque foi Rui Rio que tomou a dianteira no caso do ex-ministro da Economia ao exigir esclarecimentos no Parlamento de Manuel Pinho sobre os alegados pagamentos ao antigo governante por parte do Grupo Espírito Santo.
Os sociais-democratas vão trabalhar em propostas na área da justiça que deverão incluir medidas de combate à corrupção. Até porque, lembra uma fonte social-democrata, o mais recente relatório do Greco – Grupo de Estados contra a Corrupção, divulgado no passado mês de Março, concluiu que o cumprimento das suas recomendações em Portugal é “globalmente insatisfatório”. Das 15 recomendações feitas há dois anos para que Portugal reduzisse os riscos de corrupção em relação a deputados, juízes e procuradores, só uma foi cumprida. Foi na área parlamentar, com a criação da comissão da transparência, que se registaram mais avanços.
Apesar de tudo apontar para que o PSD não fique para trás no combate à corrupção, ainda não são conhecidas as linhas de futuras propostas sobre a reforma da justiça que deverão nascer no âmbito do Conselho Estratégico Nacional. Durante a campanha interna do PSD Rui Rio fez um balanço pouco positivo do trabalho do Ministério Público este ano e é conhecida a sua luta contra as fugas de informação. Mas oficialmente ainda nada foi revelado sobre as intenções do líder do PSD nesta matéria.» [Público]
Coincidências
No Caso Marquês, agora alargado a Manuel Pinho, estão de um lado Maria José Morgado e do outro lado a Ana Gomes. Digamos que o MRPP atira os foguetes e apanha as canas. Não haja dúvida que o país está cada vez mais repartido entre os devotos do padre Melícias e os devotos do camarada Arnaldo Matos. Quem dia que estes dois artistas iriam marcar tanto a democracia portuguesa?
No Caso Marquês, agora alargado a Manuel Pinho, estão de um lado Maria José Morgado e do outro lado a Ana Gomes. Digamos que o MRPP atira os foguetes e apanha as canas. Não haja dúvida que o país está cada vez mais repartido entre os devotos do padre Melícias e os devotos do camarada Arnaldo Matos. Quem dia que estes dois artistas iriam marcar tanto a democracia portuguesa?
Patrão fora dia santo la loja
«O primeiro-ministro diz ter sido apanhado “de surpresa” pelas críticas contundentes de Carlos César, presidente do PS, a José Sócrates e que estão na origem da decisão de Sócrates de desfiliar-se do PS. Depois vários dirigentes socialistas da linha socrática terem criticado António Costa e terem constatado a concertação de posições de César com as do porta-voz do PS (João Galamba) e da secretária-geral adjunta (Ana Catarina Mendes), Costa afirma agora ao Expresso: “fui apanhado de surpresa pela afirmações de Carlos César” em entrevista.
A frase proferida por António Costa no Canadá acaba por ser uma resposta à onda de contestação da ala socrática. O deputado socialista José Junqueiro, por exemplo, já tinha afirmado ao Observador: “Se é o líder parlamentar [Carlos César], se é o secretário-geral [António Costa], se é a adjunta do secretário-geral [Ana Catarina Mendes], se é o porta-voz do partido [João Galamba], se é o antigo ministro dos Assuntos Parlamentares [agora ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva], tão próximo de José Sócrates, se nunca o tinham feito até hoje e se, agora, fizeram em 48 horas.”» [Observador]
Parecer:
Digamos que com Costa no Canadá o PS ficou em auto-gestão.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
O regresso lento de Miguel Relvas
«As eleições para a distrital do PSD de Santarém, que decorrem este sábado, vão ser disputadas entre João Moura, que foi mandatário de Rui Rio nas eleições directas de Janeiro, e Nuno Serra, que apoiou Pedro Santana Lopes na disputa interna pela liderança do partido e que é o actual líder da estrutura social-democrata de Santarém.
E desta vez, Miguel Relvas não está com Nuno Serra, ao contrário do que aconteceu nos dois últimos mandatos. O antigo ministro de Pedro Passos Coelho apoia a candidatura de João Moura, que integra a actual direcção da distrital, sendo o primeiro vice-presidente de Nuno Serra.
Fonte social-democrata assume ao PÚBLICO que tem uma explicação para que Miguel Relvas apoie João Moura. “Miguel Relvas queria que Nuno Serra apoiasse a candidatura do actual presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, à concelhia do PSD de Santarém [cujas eleições também decorrem este sábado], mas ele recusou”, afirma a fonte, considerando que “há o risco de a distrital vir a ser liderada, em teoria, por Relvas”. Nuno Serra não acredita nesse cenário e mostra-se “muito confiante” na vitória.» [Público]
Parecer:
Aos poucos o Dr. Relvas vai regressando à vida política ativa.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver o que pretende Relvas.»