Jumento do Dia
Bastaram três meses para Rui Rio abandonar a sua pantomina dos consensos e dos bons valores, desesperado por sobreviver a uma maioria absoluta do PS o líder do PSD optou por se parecer com Passos Coelho. Só que perde com a comparação, Rui Rio é mais fraco do que Passos e Montenegro, ex-líder parlamentar tem mais inteligência na cabeça de um dedo do que o Negrão tem naquela coisa que tem em cima do pescoço.
«O PSD de Rui Rio teve algumas dúvidas sobre esta estratégia – o líder considerou até arriscado trazer o caso Sócrates para a agenda mediática –, mas acabou por dar indicações para o líder parlamentar avançar no debate quinzenal, na interpelação directa a António Costa.
Essa interpelação aguerrida acabou por gerar uma onda de apoio a Fernando Negrão na reunião da bancada desta quinta-feira. Os que não gostaram ficaram em silêncio. Segundo relatos feitos ao PÚBLICO, vários deputados deram o seu apoio a esta estratégia. Na resposta, Fernando Negrão assegurou que o assunto não é para deixar cair, embora tivesse reconhecido que não vai ser fácil levar isto por diante.
Um dos deputados, Luís Campos Ferreira, sugeriu até que se ponderasse uma comissão de inquérito sobre os casos de vários ex-governantes socialistas que, recordou, levaram o país à bancarrota. O ex-ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco defendeu que o PSD tem de continuar e “não largar o osso até às eleições”. » [Público]
A pressa do Presidente
«Primeiro foi João Lourenço. O Presidente de Angola revelou no Twitter, logo pela manhã, que tinha falado ao telefone com Marcelo Rebelo de Sousa e que ambos se tinham felicitado pelo desfecho do caso Manuel Vicente. "Conversei na manhã de hoje [sexta-feira] com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa na sequência da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa. Felicitámo-nos pelo feliz desfecho do caso e reiterámos a vontade de seguir em frente com a cooperação entre os nossos dois países", escreveu o Presidente angolano.
Foi pelas 10h30 e passavam menos de 24 horas depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido transferir o processo de Manuel Vicente para o sistema judicial angolano.
Ao fim da manhã, era a vez de Marcelo Rebelo de Sousa publicar uma nota na sua página oficial a confirmar o telefonema: "Os Presidentes da República de Angola e Portugal falaram esta manhã ao telefone, tendo reiterado as relações fraternas e de amizade entre os dois países, sublinhando a vontade de desenvolver a cooperação a todos os níveis".» [Expresso]
Parecer:
Digamos que não fica bem esta pressa a Marcelo, até porque o MP ainda pode recorrer do acórdão da Relação e este gesto do Presidente pode ser entendido como uma pressão.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Pobre Rio
«A muitos quilómetros de Lisboa, onde a questão surgiu no Parlamento, Rui Rio comentou o repto lançado pelo deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite ao ministro da Saúde - sugerindo-lhe que apresentasse a demissão - e demarcou-se desta intervenção.
Questionado pelos jornalistas, em Beja, o líder do PSD afirmou que as demissões de ministros "dependem do primeiro-ministro". Independentemente de o seu partido poder solicitar a demissão de um membro do Governo, Rio limitou-se a frisar: "Pode, mas não é propriamente o meu estilo".
"Acho que o Governo tem de fazer uma reflexão", envolvendo "o primeiro-ministro, o ministro das Finanças" e "o ministro da Saúde", para "ver o que é que podem fazer no quadro da gestão do Ministério da Saúde em Portugal". E deixou claro: "Assim, eu acho que não pode continuar".» [Expresso]
Parecer:
Este Rio está a ficar com a maré vazia.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Rio que se ausente durante uns dias.»