Jumento do Dia
O candidato a ministro das Finanças de Rui Rio apareceu finalmente a dar um ar da sua graça, uma oportunidade de o PSD afirmar as diferenças em relação ao anterior governo. Mas foi uma desilusão, Ávaro Almeida nada disse e repetiu a argumentação de Cristas e de Passos, sugerindo que não houve mudanças de política económica.
Argumentar com a lenga lenga da austeridade, sugerindo que a política económica de Passos era apenas austeridade e que este governo tem a mesma política levaria qualquer aluno do primeiro ano do curso de economia ao chumbo. É por isso que Álvaro Almeida, o candidato chumbado nas autárquicas do Porto voltou a chumbar na sua aparição pública com o seu novo estatuto.
«O coordenador para a área das Finanças Públicas do Conselho Estratégico do PSD, de Rui Rio, gostaria de ter mais tempo para trabalhar num programa eleitoral, mas considera que um ano é suficiente para ganhar as eleições. Em entrevista a0 jornal Eco, Álvaro Almeida não poupa críticas ao governo liderado por António Costa e garante que a austeridade não acabou. É apenas uma questão de palavras. “A que é que chama austeridade? Ser austero é ser frugal, é gastar pouco e desse ponto de vista sabemos que o Governo está a gastar pouco, está a gastar pouco na Saúde, está a gastar pouco na Educação, está a gastar pouco na segurança pública e, portanto, gastar pouco nos serviços públicos, se isso não é austeridade, o que é que é austeridade?”, disse.
O professor associado da Faculdade de Economia do Porto diz que o atual Governo mantém, do ponto de vista das finanças públicas, a mesma trajetória do seu antecessor PSD /CDS, uma trajetória de consolidação orçamental, no entanto fá-lo de uma forma diferente: “com a carga fiscal mais elevada”. O que faria, então, o PSD caso estivesse agora no Governo? Apesar de remeter uma possível resposta para o líder do PSD, Rui Rio, — que acredita que vai chegar a primeiro-ministro em 2019 — Álvaro Almeida afirma que “para um país como Portugal que tem uma dívida pública elevada isso significa gerar excedentes que permitam reduzir a dívida”. “Nós temos definido um objetivo de médio prazo para o saldo estrutural que é 0,25% do PIB, que é um objetivo que deve ser respeitado, portanto, o que aconteceria com um governo PSD seria o respeito por esse objetivo”, concluiu.
O candidato à Câmara do Porto pelo PSD, derrotado por Rui Moreira, dispara ainda sobre o programa de estabilidade apresentado pelo Governo. “É pobrezinho, é poucochinho”, por não trazer “nada de novo”, considera. “Está lá no meio em 2021, uma redução de IRS de 200 milhões que nem o próprio Governo sabe explicar. Ninguém sabe bem de onde é que aquilo vem, é uma coisa perdida, aliás, as alterações fiscais geralmente têm impacto a mais de dois anos, aqueles 200 milhões aparecem só num ano, é um plano de estabilidade que do ponto de vista de orientar a Administração Pública e a política orçamental nos próximos anos traz muito pouca coisa”.» [Observador]