sexta-feira, maio 04, 2018



 Jumento do Dia

   
José Sócrates, ex-secretário de Estado do PS e agora independente

Quando foi confrontado com a investigação José Sócrates estava perante duas opções, ou suspendia a sua militância no PS afirmando que perante tão graves acusações assumia pessoalmente uma luta que considerava individual ou tentava arrastar o seu partido. Sócrates preferiu uma estratégia de envolvimento do seu partido, como se a sua defesa justificasse todas as consequências eleitorias, mesmo pesadas derrotas políticas que poderiam afastá-lo do poder.

Perante a possibilidade de o PS lutar pelos interesses dos portugueses ou sujeitar-se às estratégias pessoais de Sócrates, o ex-secretário-geral cometeu o erro de tentar forçar a segunda via. Não o conseguiu e o PS sujeitou-se ao desgaste do seu caso, do caso de Armando Vara e agora do caso Manuel Pinho. Isto é, o PS deveria dar a face e sujeitar-se durante duma década a tudo o que fosse acusação dirigida a Sócrates, os ministros que ele escolheu, mesmo o que nem eram do PS, bem como os seus próprios amigos.

Era um preço demasiado alto e o estatuto de ex-secretário-geral não justificava, Sócrates não é bem um Mário Soares, alguém que fundou o partido, que militou sempre nele e a ele dedicou a vida. A decisão agora tomada por Sócrates só peca pelo atraso, devia ter sido a sua primeira decisão quando foi acusado e se assim tivesse atuado teria merecido bem mais apoios dos que vai ter.

«O antigo secretário-geral do PS e primeiro-ministro José Sócrates anunciou hoje que pediu a desfiliação do partido para acabar com um "embaraço mutuo", após críticas da direção que, na sua opinião, ultrapassam os limites do aceitável.

Num artigo publicado hoje no Jornal de Notícias, José Sócrates, principal arguido na Operação Marquês, acusado de vários crimes económico-financeiros, nomeadamente corrupção e branqueamento de capitais, diz que está a ser alvo "uma espécie de condenação sem julgamento".

O anúncio de José Sócrates, que aderiu ao PS em 1981, surge depois das declarações do líder parlamentar, Carlos César, de vários militantes do PS e do primeiro-ministro e atual secretário-geral socialista, António Costa, que disse na quinta-feira que ninguém está acima da lei.» [DN]

 Pergunta que me atormentam a alma

o que é que a MRPP Ana Gomes já deu ao partido Socialista, como é que o serviu o que lhe deve o partido? Uma das consequências da decisão de José Sócrates é necessariamente perguntar se no partido há espaço para personalidades como Ana Gomes.

 Uma adivinha muito, muito difícil

Quem foi o ex-primeiro-ministro português que foi empregado do Ricardo Salgado e chegou a estudar nos EUA pago pelo BES?

 Outra adivinha, ainda mais difícil

Quem são os profissionais que há poucos anos organizaram um luxuoso congresso que incluia estadias num hotel de cinco estrela e programa de entretenimento para os conjugues, patrocinado com dinheiro do BES?

 Sugestão

Quem não se alimentou na manjedoura do BES que levante o braço!

      
 Grande lata
   
«O Ministério da Cultura anunciou, esta sexta-feira, ter cessado as funções da Diretora da Direção-Geral das Artes (DGArtes), Paula Varanda, por “perda de confiança política”. Em comunicado, o Ministério esclareceu ter tomado “conhecimento de factos que tornam incompatível a manutenção de Paula Varanda” no cargo, sem porém adiantar mais pormenores.

Segundo o jornal Público, em causa está a ligação da ex-responsável à empresa Dansul – Dança para a Comunidade no Sudeste Alentejano. Paula Varanda era diretora artística desta empresa com sede em Mértola e manteve essas funções mesmo depois de ter tomado posse como diretora da Direção-Geral das Artes.

A história completa vai ser divulgada esta noite no programa Sexta às Nove, da RTP1, mas o jornal Público detalha que o ministro da Cultura, Castro Mendes, e o secretário de Estado, Miguel Honrado, foram confrontados com a situação pela investigação da RTP. O grande problema é que a Dansul é financiada pela DGArtes, que era liderada precisamente por Paula Varanda.

“O Ministério da Cultura tomou a decisão de determinar a cessação de funções da Diretora da Direção-Geral das Artes, Paula Varanda, por perda de confiança política. O Ministério da Cultura tomou conhecimento de factos que tornam incompatível a manutenção de Paula Varanda no cargo Diretora-Geral das Artes”, pode ler-se na nota divulgada esta sexta-feira.» [Observador]
   
Parecer:

Onde é que a senhora tinha a cabeça?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «lamente-se.»