terça-feira, junho 30, 2009

O país da indecisão

O pior que se pode fazer num país com escassos recursos e num mundo em permanente evolução é nada decidir, uma decisão tardia ou uma não decisão podem ter consequências mais graves do que uma má decisão. Pode-se questionar a estratégia de betão de Cavaco Silva (que agora defende estradinhas salazaristas) mas a verdade é que se Cavaco tivesse gasto todos os fundos comunitários neste momento haveriam muitos mais BMW e analfabetos, do mal o menos, sempre se aproveitou qualquer coisa, o que não sucedeu com os fundos do FSE.

Pelos mais variados motivos uma boa parte dos líderes deste país gostam que nada se decida, mesmo que isso signifique para uns que o país tenha sido congelado em 1975 e para outros se mantenha pobre e atrasado como a direita tanto aprecia.

A esquerda conservadora, incapaz de mudar ideologicamente, odeia qualquer desenvolvimento, qualquer progresso que torne os seus valores ideológicos e romantismos herdados do século XIX ainda mais arcaicos do que já são. Passam a vida a tentar encontrar sinais que confirmem as certezas bebidas no “socialismo científico”, esperam que o mundo volte aos tempos da Revolução de Outubro.

A direita gosta de cultivar o dogma da incompetência da esquerda, herdou do fascismo o desprezado pelas ideias alheias, a certeza de que só na direita há competência e capacidade de decisão. A esta postura arrogante junta-se o mecanismo da corrupção, que enriqueceu uma boa parte dos cavaquistas (eram tão corruptos que construíram um banco e roubaram o próprio banco), para uma boa parte desta direita a luta pelo poder não passa de uma disputa de comissões e outras benesses.

Nenhuma grande decisão em Portugal é adoptada no momento certo, é adoptada quando se torna inevitável e quando o atraso com que foi adoptada elimina quase totalmente os benefícios daí resultantes. Não só somos um país com um problema de atraso, como o processo de decisão é gerador de atraso.

Tudo serve para impedir que se decida, para adiar a decisão para as calendas gregas ou, pior ainda, para que essa decisão proporcione benefícios indevidos. Alguém duvida de que Lisboa terá um novo aeroporto? É curioso ver como direita e esquerda se têm entretido a evitar que se decida o que quer que seja.

O problema era da localização até que Cavaco Silva tomou posição e fizeram-se estudos de viabilidade e concluiu-se pela construção em Alcochete. Foram poucos os que defenderam a manutenção da Portela e os que defenderam esta posição foi por considerarem o impacto negativo da deslocalização do novo aeroporto.

Depois veio a crise e Manuela Ferreira Leite mudou de posição, começou por defender que o dinheiro deveria ser distribuído pelos pobres, depois disse que não havia dinheiro, mais tarde propôs que estas decisões resultassem de um pacto entre PS e PSD e, por fim, argumentou com o endividamento externo. Foi então que Cavaco Silva alinhou pelo mesmo argumento e defendeu que em vez de grandes obras o país deveria construir poucas estradas, quase disse que deveríamos substituir a Portela por um aeroporto da LEGO.

Temos, portanto, um presidente que põe o país a estudar a localização do novo aeroporto e que um ano depois defende que nada deve ser construído, provavelmente porque quer reservar essa decisão para um governo em que seja ele a mandar.

A verdade é que muitos dos nossos políticos se estão nas tintas para o país, acham que as grandes decisões devem ser tomadas em função dos seus próprios interesses políticos ou, pior ainda, dos seus interesses pessoais. Mais do que discutir o que fazer uma boa parte das nossas elites está interessada em que nada se faça, que nada se decida.

Se em vez do Marquês de Pombal fossem estes políticos a governar Portugal no tempo do terramoto, Lisboa ainda estaria por reconstruir ou teríamos duas cidades, uma pequena cidade de Lisboa onde é a Baixa e um imenso bairro de palacetes algures para os lados da Quinta da Marinha.

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Alfama, Lisboa

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Manuela Ferreira Leite acertou na escolha de Paulo Rangel ou acha que acertou já que ao escolher Vital Moreira o PS quase atirou a toalha ao chão. Daí concluiu que o que resulta é a mudança de caras, um pouco na linha da escolha de Pedro Santana Lopes par a CM de Lisboa. Resta agora esperar que Ferreira Leite mande regressar Paulo Rangel do Parlamento Europeu para o candidatar como cabeça de lista em Lisboa ou no Porto.

JUMENTO DO DIA

Teixeira dos Santos

Ao dizer apenas com base no indicador de clima económico que a crise está a chegar ao fim o ministro das Finanças está a confundir os seus desejos com a realidade. É verdade que um ministro das Finanças deve ser optimista no quadro de algum rigor, mas anunciar já o fim da crise pode vir a revelar-se um erro grave. Enquanto não existirem indicadores económicos que consolidem essa tese deve evitar-se o anúncio do fim da crise.

AVES DE LISBOA

Ganso-do-egipto (Alopochen aegyptiacus)
Local: Quinta das Conchas

FLORES DE LISBOA

Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

GRELHA DE LEITURA

«Tendo em atenção a crise financeira e económica em que a crítica é contextualizada, esperavam-se alternativas. O documento é omisso, apontando apenas três prioridades: institucional, ou seja, reformas na administração, na justiça, na educação; estrutural, como a melhoria da produtividade e da competitividade, sobretudo nas PME; conjuntural, quando pretende impactos no rendimento nacional, na dívida externa e na dívida pública. Difícil discordar, mas nada de novo, e pouco. Através de uma grelha de leitura sob a forma de questões, procuraremos demonstrar que o documento é político, duramente político e não económico, como o título pode erradamente induzir. E como tal deve ser tratado. 1. Terão os três projectos e dentro deles os lanços ou fases, todos o mesmo impacto económico? Existirá uma ordem de prioridades dentro deles? Ou a condenação é genérica? 2. Terão todos os projectos, executados ou suspensos, o mesmo efeito político? Serão alguns politicamente correctos (coesão territorial, ambiente) e outros danosos? Ou são todos errados? 3. O ARGIP contém argumentos genéricos para condenação ou atraso, mas é omisso quanto aos específicos. Haverá ou não especificidades, graus de condenação ou de absolvição, passíveis de visão diferente por cada signatário? 4. Pessoas conhecidas e antigos responsáveis políticos, alguns dos signatários estiveram profundamente envolvidos em decisões ligadas ao endividamento nacional. Como deve este apelo ser visto pelos cidadãos: penitência, responsabilização, catarse, arrependimento, orgulho? 5. Alguns dos signatários poderão apoiar o Governo, outros a Oposição, parecendo muito mais numerosos os segundos que os primeiros. Será a diversidade minoritária valor suficiente para excluir a motivação política, na génese do ARGIP? 6. Se os signatários, pensando o que pensam, fossem membros do actual Governo, defenderiam a suspensão dos projectos? E se vierem a fazer parte do Governo no próximo ciclo político, manterão a actual posição? 7. Face à gravidade da crise e à omissão de propostas alternativas, vão os signatários organizar-se para sugerir medidas anti-crise? Ou contentam-se com esta posição negativa?» [Diário Económico]

Parecer:

Por Correia de Campos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

"O QUE FEZ ANTES DE O DOENTE MORRER?"

«Vamos a ver se nos entendemos. José Manuel Fernandes diz que o "Manifesto dos 28" contra as grandes obras públicas foi recebido de forma insultuosa. Como exemplo, dá à pergunta "Onde tinham estado antes da crise estalar", que eu próprio fiz.

Esta crise é o evento económico mais significativo do pós-guerra, não só em termos de efeitos reais como de debate teórico. Perguntar onde estavam os economistas em relação à crise é um insulto? Nesse caso, perguntar "que fez o médico antes do doente morrer" é também um insulto.

Tudo bem. Posso viver com o opróbrio do insulto. Mas, se não se importam, eu ainda prefiro saber se o meu médico duvida da penicilina. E prefiro saber que houve economistas que escreveram sobre esta crise antes de ela ocorrer (citei-os aqui nesta coluna há um ano: James Galbraith, Robert Kuttner, Dean Baker, Nouriel Roubini), que há economistas portugueses que a explicaram bem e propuseram soluções que podem ser boas, e que não há desculpas para não os ouvir.

O que José Manuel Fernandes faz é desvalorizar o testemunho empírico - o registo de quem acertou ou falhou -, para nos dizer que nos 28 estão "os mais respeitados economistas portugueses". Este é exactamente o tipo de pensamento que nos levou à crise, tanto nos seus aspectos mais amplos como mais mesquinhos (no BPN e no BPP também estavam banqueiros "respeitáveis", como dizia Vítor Constâncio). Eu, insultuosamente, não quero saber se eles são respeitados ou respeitáveis. Eu quero é saber se eles acertaram no diagnóstico, porque isso lhes daria mais probabilidades de acertar também no remédio.

Os economistas que eu acho que acertaram na crise juntaram-se para escrever um manifesto. Chamemos-lhe o Novo Manifesto. A esse manifesto agregaram académicos de outras disciplinas, uma escolha que só posso supor deliberada (e que me agrada) por romper com a ideia de que os economistas podem fazer, sozinhos, o alfa e o ómega da discussão. Nesse manifesto declaram que "o desemprego é o problema": "Uma taxa de desemprego de 10% é o sinal de uma economia falhada, que custa a Portugal cerca de 21 mil milhões de euros por ano - a capacidade de produção que é desperdiçada, mais a despesa em custos de protecção social. Em cada ano, perde-se assim mais do que o total das despesas previstas para todas as grandes obras públicas nos próximos quinze anos."

E qual é a reacção de José Manuel Fernandes? Para começo: que esta é "uma resposta ao lado", que é "um documento mais político e menos técnico", que "os subscritores vão da ala mais à esquerda do PS ao BE", etc. No mais: dedicou um editorial (o de sábado) a criticar um manifesto que o jornal do mesmo dia não publica e a que não dedica sequer uma notícia. Algo terá de explicar a diferença entre as parangonas dadas ao "Manifesto dos 28" e a invisibilidade a que é remetido o "Novo Manifesto". Num caso, primeira página. No outro, remissão para um obscuro link na Internet.

Sabem? Acho tudo isto muito revelador. A posição convencional em economia e conservadora em política não tem neste momento a mínima confiança em si mesma para aguentar um debate, em igualdade de circunstâncias, sobre como chegámos à crise e como sairemos dela.
O meu desafio: publiquemos os manifestos lado a lado e tenhamos a coragem de deixar o resto para a inteligência dos leitores. Historiador.»
[Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UM GESTOR BEM SUCEDIDO

«O ex-chefe de gabinete de José Sócrates ganhou, em 2008, como vogal do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da TAP 98 mil euros. Com este salário anual, referida no Mapa de Remunerações dos Órgãos Sociais, Luís Patrão, que é também presidente do Instituto de Turismo de Portugal (ITP) desde Maio de 2006, recebeu da TAP, durante 14 meses, um ordenado mensal fixo de sete mil euros, valor superior ao vencimento do próprio primeiro-ministro.

Luís Patrão acumula três cargos desde que trocou a chefia do gabinete de José Sócrates pela presidência do ITP: a par da liderança do IPT, onde terá um salário mensal de cerca de 10 mil euros, Patrão é membro do CGS da TAP e vogal da administração da ENATUR, onde não tem remuneração. » [Correio da Manhã]

Parecer:

É demais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Convide-se o senhor a optar por um dos cargos.»

MADOFF CONDENADO A 139 ANOS

«O juiz Denny Chin condenou Bernard Madoff à pena máxima pedida pelos procuradores americanos pela sua fraude, considerada a maior da história, que lesou investidores em dezenas de milhões de dólares.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por c´a justiça nem os ouve.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Pinto Monteiro como vão as investigações do caso BPN.»

NO MELHOR PANO CAI A NÓDOA

«O Instituto da Construção e Imobiliário (InCI), organismo público que ficou responsável pela execução do Código dos Contratos Públicos, e pela criação de um portal, onde devem ser publicitados todos os ajustes directos e derrapagens, em nome da transparência e do rigor no uso dos dinheiros públicos, não está a conseguir, neste mesmo portal, dar o melhor exemplo. O portal está a ser desenvolvido pela Microsoft, num contrato para o qual não houve concurso público, e onde já há derrapagens.» [Público assinantes]

Parecer:

A verdade é que sempre que estão envolvidas promessas políticas os governantes acham que estão acima da lei.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

ANNDREJS

AVON

segunda-feira, junho 29, 2009

O ovo no cu da galinha

A forma como Manuela Ferreira Leite tem actuado mostra como é verdade que não há fome que não dê em fartura, a líder do PSD já actua como se fosse uma primeira-ministra indigitada, até já se dá ao luxo de elogiar Santana Lopes, o seu antigo inimigo, enquanto este ronrona como um gato siamês.

É evidente que Ferreira Leite não está assim tão certa da vitória, os 33% de votos que obteve nas europeias não chegariam aos 30% com a abstenção habitual das legislativas. Mas também é verdade que a direita chegará ao poder se o BE e o PCP mantiverem o score eleitoral alcançado nas europeias o que, aliás, é muito duvidoso.Com uma aliança PSD-CDS Cavaco não terá grandes dificuldades em designar Ferreira Leite como primeira-ministra, já que qualquer aliança à esquerda é inviável. Não faz sentido o PS aliar-se ao PCP ou ao BE, nem nenhum destes partidos aceitaria tal aliança já que a luta que travam pela liderança da esquerda conservadoras obriga a uma lógica de oposição permanente.

Outro sintoma desta euforia da direita que paree contar com o ovo no cu da galinha foi o comportamento de Cavaco Silva que decidiu mandar o prestígio da Presidência da República entrando na luta política de forma quase irresponsável, metendo-se na questão da PT-TVI como se fosse um líder do partido mais interessado em lançar em insinuações sobre o primeiro-ministro do que saber a verdade. Quem actua como actuou Cavaco Silva não quer transparência, quer fazer passar uma mentira. Aliás, se a crise financeira leva Cavaco a defender transparência (esperemos que o seu modelo de transparência não seja o seu negócio com acções da SLN pois esse foi mais próprio de um amigo do trafulha do Oliveira e Costa do que de um presidente) então deveria chamar Pinto Monteiro a Belém e perguntar-lhe porque razão nos EUA o Madoff já está a se julgado e em Portugal o Dias Loureiro nem sequer foi ainda ouvido, nem será pois alguém parece andar a arrastar o processo até às silly season.

Esta arrogância nas hostes cavaquistas que sonham com algo sempre ambicionado pela direita, deter todo o poder e assim fazer tábua rasa da democracia, só pode ter uma consequência, levar muitos eleitores que se abstiveram a dizer não e a participar nas próximas eleições. Como se viu nas europeias o voto em branco, a abstenção, o voto nulo e mesmo o voto castigador só serve para levar a direita ao poder.

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Estátua na Fundação Calouste Gulbenkian

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Manuela Ferreira Leite está tão convencida da sua vitória sobre Sócrates na legislativas que já não dá grande importância a esse objectivo, agora quer vencer Sócrates em todas as eleições e provas onde se apresente. Já está a treinar para bater Sócrates na próxima meia-maratona a que compareça.

JUMENTO DO DIA

Rui Rio

Rui Rio alinhou com a arrogância que vai dominando o PSD e fez a promessa autárquica mais ridícula, que não abandonará a autarquia para participar num governo de Ferreira Leite. Não só ainda é cedo para cantar vitória como a campanha para as autárquicas só ocorrem depois das legislativas, pelo que Rui Rio terá tempo para este tipo de promessas.

NOTE TO PRESIDENT OBAMA: WANT TO FIX THE SCHOOLS? LOOK TO POTUGAL

Será que também vão dizer que este artigo no The Huffingtonpost Post também foi encomendado pelo Ministério da Educação?

«President Obama already knows that the nation's schools are failing a large number of young Americans. One-third of all students drop out before finishing high school. It's a terrible record, and it's even worse in inner city public schools, where only half of blacks and Hispanics graduate from school. This is not a legacy that would make anyone proud: More young Americans on a proportionate basis drop out of school today than at any other time in our history.

This problem is undoubtedly complicated, but one of the reasons why many American youth are unmotivated and not learning well is that they're bored in school. They're grown up in a fast paced, challenging digital world, with the Internet, mobile devices, video games and other gadgets. They watch less television than their parents did and TV is typically a background activity. They are a generation doesn't like to be broadcast to and they love to interact, multi-task and collaborate. Yet, when they get into the classroom, they're faced with stale textbooks and lectures from teachers who are still using a nineteenth century innovation, chalk and blackboard.

American classrooms need to enter the 21st century. Thousands of teachers agree. Earlier this year, several important educational groups urged the president and Congress to spend nearly $10 billion to improve technology in the classroom, and ensure teachers know how to use computers most effectively.

To show the way, I suggest the president take a look at a modest country across the Atlantic that's turning into the world leader in rethinking education for the 21st century.

That country is Portugal. Its economy in early 2005 was sagging, and it was running out of the usual economic fixes. It also scored some of the lowest educational achievement results in western Europe.

So Prime Minister Jose Socrates took a courageous step. He decided to invest heavily in a "technological shock" to jolt his country into the 21st century. This meant, among other things, that he'd make sure everyone in the workforce could handle a computer and use the Internet effectively.

This could transform Portuguese society by giving people immediate access to world. It would open up huge opportunities that could make Portugal a richer and more competitive place. But it wouldn't happen unless people had a computer in their hands.

In 2005, only 31% of the Portuguese households had access to the Internet. To improve this penetration, the logical place to start was in school, where there was only one computer for five kids. The aim was to have one computer for every two students by 2010.

So Portugal launched the biggest program in the world to equip every child in the country with a laptop and access to the web and the world of collaborative learning. To pay for it, Portugal tapped into both government funds and money from mobile operators who were granted 3G licenses. That subsidized the sale of one million ultra-cheap laptops to teachers, school children, and adult learners.

Here's how it works: If you're a teacher or a student, you can buy a laptop for 150 euros (U.S. $207). You also get a discounted rate for broadband Internet access, wired or wireless. Low income students get an even bigger discount, and connected laptops are free or virtually free for the poorest kids. For the youngest students in Grades 1 to 4, the laptop/Internet access deal is even cheaper -- 50 euros for those who can pay; free for those who can't.

That's only the start: Portugal has invested 400 million euros to makes sure each classroom has access to the Internet. Just about every classroom in the public system now has an interactive smart board, instead of the old fashioned blackboard.

This means that nearly nine out of 10 students in Grades 1 to 4 have a laptop on their desk. The impact on the classroom is tremendous, as I saw this spring when I toured a classroom of seven-year-olds in a public school in Lisbon. It was the most exciting, noisy, collaborative classroom I have seen in the world.

The teacher directed the kids to an astronomy blog with a beautiful color image of a rotating solar system on the screen. "Now," said the teacher, "Who knows what the equinox is?"
Nobody knew.

"Alright, why don't you find out?"

The chattering began, as the children clustered together to figure out what an equinox was. Then one group lept up and waved their hands. They found it! They then proceeded to explain the idea to their classmates.

This, I thought, was the exact opposite of everything that is wrong with the classroom system in the United States.

The children in this Portuguese classroom were loving learning about astronomy. They were collaborating. They were working at their own pace. They barely noticed the technology, the much-vaunted laptop. It was like air to them. But it changed the relationship they had with their teacher. Instead of fidgeting in their chairs while the teacher lectures and scrawls some notes on the blackboard, they were the explorers, the discoverers, and the teacher was their helpful guide.

Yet too often, in the U.S. school system, teachers still rely on an Industrial Model of education. They deliver a lecture, the same one to all students. It's a one-way lecture. The teacher is the expert; the students are expected to absorb what the teacher says and repeat. And students are supposed to learn alone.

Teachers often feel that this is the only way to teach a large classroom of kids, and yet the classroom in Portugal shows that giving kids laptops can free the teacher to introduce a new way of learning that's more natural for kids who have grown up digital at home.

First, it allows teachers to step off the stage and start listening and conversing instead of just lecturing. Second, the teacher can encourage students to discover for themselves, and learn a process of discovery and critical thinking instead of just memorizing the teacher's information. Third, the teacher can encourage students to collaborate among themselves and with others outside the school. Finally, the teacher can tailor the style of education to their students' individual learning styles.

It's not easy to change the model of teaching. In fact, this is the hard part. It's far easier to spend money, as Portugal did, to put Internet into the classroom and equip the kids with laptops. ( By now, half of high school students now have them, as do four in 10 middle school students.)

Yet Portugal has been careful to invest in teacher training to capitalize on the possibilities of the laptops in schools. They're also thinking of creating a new online platform to allow teachers to work together to create new lessons and course materials that take advantage of the interactive technology. Through this collaboration, the Portuguese school system will create exciting new online materials to educate children. Lots of ideas are already making their way into Portuguese classrooms, says Mario Franco, chair of the Foundation for Mobile Communication, which is managing the e-school program. There are 50 different educational programs and games inside the laptops the youngest children use. The laptops are even equipped with a control to encourage kids to finish their homework and score high marks. If they do, they get more time to play.

It's too early to assess the impact on learning in Portuguese schools. Studies of the impact of computers in schools elsewhere have been inconclusive, or mixed. One key problem is that simply providing computers in schools is not enough. Teachers facing a classroom of kids with laptops need to learn that they are no longer the expert in their domain; the Internet is.

Yet Portugal is on a campaign to reinvent learning for the 21st century. The technology is only one part of that campaign. The real work is creating a new model of learning.

I believe this could help the U.S. revive students' interest in school and perhaps keep them in school long enough to graduate, and even go to college. It would be a substantial investment. It's estimated that the total cost of giving a computer to each student, including connection to networks, training, and maintenance, is over $1,000 per year.

Yet after seeing the promise of the exciting classrooms in Portugal, I'm convinced it is worth it. Your child should be so fortunate.»

AVES DE LISBOA

Fêmea de toutinegra-de-barrete-preto [Sylvia atricapilla]
Local: Campo das Cebolas

FLORES DE LISBOA

Quinta das Conchas

POR AMOR DE DEUS, TIREM O MONIZ DESTE FILME

«A campanha deste também foi extraordinária. O programa de Moniz foi original, em vez de ser apresentado aos benfiquistas, foi aos espanhóis da Prisa: "Se vocês me pagam a indemnização, vou-me embora." Normalmente, nas eleições dos clubes os candidatos a presidentes abanam com contratos pré-assinados: "Elejam--me que eu trago o Xatruzec [ou um daqueles nomes apetitosos que a Bola sabe pôr nas manchetes]." Moniz, não. Ele o que abanava era um contrato pré-rasgado: "Se os espanhóis não me quiserem, sou todo vosso."» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TEMPESTADE DE VERÃO

«O presidente do conselho de administração da PT, Henrique Granadeiro, disse ontem que toda a polémica em volta do possível negócio da compra de 30 por cento da Media Capital é como “uma tempestade de Verão”. O mesmo responsável diz que para si o assunto está “arrumado desde o dia 23, quando a PT deu a conhecer ao mercado o facto de não ter havido um acordo nas negociações.

“Toda a polémica vai acabar como acabam as tempestades de Verão. Vêm depressa e abalam depressa, porque não têm vento que chegue para tanta conversa”, disse Henrique Granadeiro à margem da apresentação do seu novo vinho no Monte dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz. “Tudo o que foi dito desde aí [dia 23 de Junho], quer pelo Presidente da República, quer por Manuela Ferreira Leite, quer pelo primeiro-ministro e Governo são pronunciamentos fora do contexto”, acrescentou. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Digamos que um espirro oportunista do presidente já não dá grande tempestade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Belém.»

JARDIM GONÇALVES CONTINUA COM REGALIAS FARAÓNICAS

«Jardim Gonçalves, reformado do Banco Comercial Português (BCP) desde final de 2007, continua a utilizar o avião alugado e pago pelo banco para uso pessoal. Segundo o DN apurou, o ex-presidente e fundador do maior banco privado português mantém um conjunto de regalias, entre as quais se destaca a possibilidade de viajar pelo mundo e contar com cerca de 40 seguranças privados, cujos custos são suportados pelo banco.

Segundo fontes contactadas, no último ano e meio de reforma, Jardim Gonçalves fez "várias viagens", a título pessoal. O ex-presidente alega este usufruto, baseando-se numa acta do conselho de remunerações e previdência, na qual está consagrado o direito à "segurança e protecção na saúde", o que implica a possibilidade de se deslocar a custas do banco.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Isto é um abuso, diria que é mesmo um pecado demasiado grande para um membro da obra.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que paguem os clientes do BCP.»

EU ATÉ ESTRANHEI

«António Carrapatoso garante que não vai fazer parte "de qualquer grupo de reflexão de apoio à elaboração do programa de Governo do PS". O presidente da Vodafone Portugal emitiu ontem um comunicado para reagir às notícias do DN e do Expresso que davam conta de um jantar na quinta-feira com José Sócrates. Em cima da mesa a troca de ideias sobre o estado do País, reflexão essa que seria depois aproveitada para perspectivar os próximos quatro anos de Governo.

No comunicado, enviado por uma agência de comunicação que quis sublinhar que se tratava apenas de um "esclarecimento", pode ler-se que Carrapatoso "nunca fez nem faz parte de qualquer grupo de reflexão de apoio à elaboração do programa de Governo do PS", acrescentando que "foi convidado para um jantar privado em casa de um amigo, o ministro Manuel Pinho, onde esteve também presente o primeiro-ministro José Sócrates".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ver o Carrapatoso apoiar Sócrates seria o mesmo que Ferreira Leite concorrer a miss Portugal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Registe-se.»

JERÓNIMO DE SOUSA ACUSA COMUNICAÇÃO SOCIAL DE BIPOLARIZAÇÃO

«O secretário-geral do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa, acusou este domingo a comunicação social de estar a promover a bipolarização eleitoral.

O líder comunista, citado pela Lusa, lembrou que a votação resultantes das eleições legislativas não vai apenas eleger o primeiro-ministro, mas 230 deputados para a Assembleia da República.» [Portugal Diário]

Parecer:

Pois é, agora os portugueses vão escolher o primeiro-ministro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Jerónimo de Sousa agradecerá as suas gloriosas lutas.»

UMA GREVE CURIOSA

«Técnicos e operadores da Central Termoeléctrica da EDP, em Sines, vão estar em greve durante três dias, a partir das 00:00 horas de segunda-feira, pelo «reconhecimento pela empresa» do «acréscimo de funções e de responsabilidades dos trabalhadores».

«A empresa instalou, entre a caldeira e a chaminé, um equipamento que absorve gases de enxofre e os converte em gesso e esta nova instalação tem muito mais trabalho e mais responsabilidade para os trabalhadores», explicou em declarações à Lusa, Egídio Fernandes, do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI). » [Portugal Diário]

Parecer:

Mas não é para trabalhar que os trabalhadores lá estão?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se o sindicato se foram os trabalhadores que pagaram o novo equipamento.»

EXERT

SISTEMA JAGANDEIRO