O segundo erro são as suas escolhas políticas, em duas eleições, a presidencial e as europeias, fez escolhas desastrosas que apenas serviram para servir a vitória aos adversários. Sócrates está convencido de que é o Pinto da Costa da política, que ganha o campeonato com qualquer treinador.
O terceiro erro é o fundamentalismo que imprime às suas reformas ao ponto de estar mais empenhado com a implementação dessas reformas do que com os seus resultados. É incapaz de perceber que as reformas só são viáveis se não tiverem como pressuposto a humilhação dos seus destinatários, o resultado é conseguir a unanimidade na oposição às reformas. A forma como muitos bons professores foram excluídos da categoria de titular é um dos exemplos desse autismo de Sócrates.
O quarto erro é a confiança nos seus seguidores ao ponto de algumas personagens apagadas se tornarem em figuras mediáticas acabando por se tornarem em pequenos títeres só porque se julgam ser a mão de Deus. A directora da DREN e o presidente da ASAE são dois bons exemplos de como personagens de valor mediano se tornaram em símbolos de regime.
O quinto erro de Sócrates foi confiar em Cavaco Silva ao ponto de o ter ajudado a eleger-se logo à primeira volta, julgou que a semelhança das suas personalidades seria uma garantia de apoio militante do Presidente. Enganou-se, Cavaco Silva é um político modesto a quem a sorte colocou no centro da vida política portuguesa e que está convencido que poderá vir a ser a grande personalidade da história moderna do país. Para Cavaco os seus objectivos estão acima de tudo o mais e não perderá a mais pequena oportunidade para acumular as atribuições de Presidente da República com o exercício indirecto das funções de primeiro-ministro.
O sexto erro de Sócrates é não saber como e quando remodelar o governo, estando convencido de que é preferível levar maus ministros até ao fim do que dar o braço a torcer fazendo uma remodelação. Fez apenas duas remodelações pontuais, uma por causa de um problema de saúde de Freitas do Amaral e outra para calar Manuel Alegre. A substituição do ministro da Saúde foi um desastre, substituiu o melhor dos seus ministros e Alegre continuou alegremente e ajudar o líder da extrema-esquerda.
O sétimo erro de Sócrates é a escolha dos seus colaboradores mais próximos, preocupado com a sua imagem tem preferência por políticos fracos que nunca lhe poderão fazer sombra. Só isso justifica o protagonismo de ministros como o das Obras Públicas, uma verdadeira anedota inventada pró Sócrates.
O oitavo erro de Sócrates foi ter sido incapaz de ter percebido cedo de que teria de enfrentar o PCP e o BE, tendo permitido que estes partidos se apresentassem como símbolos da liberdade enquanto recorriam a estratégias fascistas de guerrilha política para o denegrir, como sucedeu no milheiral do Algarve ou nas muitas esperas organizadas por Mário Nogueira.
O nono erro de Sócrates foi nunca ter enfrentado as corporações de frente, denunciando as suas estratégias e confrontando-as com as consequências dos seus actos, isso permitiu que a corporação da justiça se tenha entretido a promover um golpe de Estado em lume brando, para isso promoveram a libertação desnecessária de centenas de criminosos e usaram as fugas ao segredo de justiça numa estratégia de pura propaganda fascista.
O décimo erro de Sócrates foi ter pensado que ganhou as eleições porque os portugueses se renderam aos seus encantos, nunca tendo percebido que a vitória lhe foi entregue por falta de comparência do adversário.