quarta-feira, fevereiro 28, 2018

MENTES BRILHANTES

Faz sentido questionar como atrais centros de conhecimento para a cidade do Porto, perceber como é que a cidade e as suas universidades poderão ter ou criar condições para isso. Algo está errado, o Porto é sede de alguns dos maiores grupos empresariais, tem uma boa universidade e conta com boas universidades na sua periferia. O que não faz sentido é iludir a realidade e transferir um qualquer Infarmed de Lisboa ou de qualquer outra cidade.

Faz sentido questionar se as regiões periféricas com menos rendimentos, estejam muito ou pouco povoadas, podem atrair investimentos e produzir bens de grande valor acrescentado, que aumente o nível de rendimentos. O que não faz sentido é asfixiar as empresas Noam região para que se mudem para outras.

Faz sentido avaliar as necessidades de todas as regiões do país em domínios como a educação e a saúde, avaliar a melhor forma de usar os recursos do país e criar condições para que médio prazo hajam hospitais e escolas, médicos e professores. O que não faz sentido é ter a ilusão de que se pode forçar a transferência forçada de médicos, professores ou investigadores para onde o governo pretende que eles sejam deslocados.

É ridículo ver um guru da economia defender a asfixia de empresas para que Elias fujam opara o interior, ou que sem os poderes repressivos da ex-URSS os médicos, professores ou investigadores vão morar para onde os ministros querem. O mais provável é que as empresas se mudem para outro país e que os melhores quadros fujam desta little URSS.

O país tem problemas no interior e em muitas grandes cidades a começar por Lisboa por falta de dinheiro, porque a riqueza que se criar não é suficiente para acompanharmos os nossos parceiros em rendimentos médios, em serviços públicos e em qualidade de vida. É um problema que temos há muitos anos e é comum a todos os países menos desenvolvidos.

Mas as nossas mentes brilhantes descobriram uma forma de resolver os problemas sem criar riqueza e em vez de terem ideias para que o país fique mais rico andam a tentar encontrar formas de mudar a pouca riqueza e a pobreza de um lado para o outro. Uns querem mudar o Infarmed para o Porto, outros querem empurrar as empresas do litoral para o interior. Um dia destes vão lembrar-se de enviar os sem abrigos de Lisboa para Braga, os desempregados da margem Sul para Leixões. E neste ambiente de paranóia anti-incêndio ainda vai aparecer uma mente brilhante a defender que os sobreiros do Alentejo terão de ser replantados na Serra da Estrela.

Em vez de encontrarem soluções a nossas mentes brilhantes encontram ótimas soluções para tirar de uns e de um lado para dar a outros e a outro lado, criando a ilusão de enriquecimento. 

UMAS NO CRAVO EOUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Rui Santos, autarca de Vila Real

O senhor presidente da câmara municipal de Vila Real teve uma ieia brilhante, reduz-se o número de vagas nas universidades de Lisboa e aumenta-se em Vila Real, os alunos do sul serõ obrigados a irem estudar para Trás-os-Montes e no fim alguns acabarão pro ficar por lá, combatendo a desertificação do interior.

Brilhante, tão brilhante que até acho que o autarca devia ser promovido a presidente da CM de Lisboa. O que o senhor autarca não explica é que as universidades não são meras fábricas de cuecas e que nada lhe garante que os alunos forçados a irem para a sua cidade não optarão por ir para o estrangeiro. Talvez não fosse má ideia o autarca estudar as causas da desertificação, pode, por exemplo, perguntar aos jovens que abandonaram a sua cidade porque se foram embora, porque optaram por estudar ou trabalhar longe.

Com gente brilhante desta Portugal começa a ser um país perigosos para quem decidir ficar cá, os pais são forçados a irem para onde o ministro se lembra de mudar os serviços, como sucedeu com o Infarmed. agora querem forçar os filhos a irem estudar para as universidades que não querem.

 Beijinhos às mulheres e apertos de mão aos homens

«Dissipadas as nuvens,  sobrou a festa. A que começou logo de manhã, em frente ao palácio presidencial, com Marcelo ao lado do seu homólogo Evaristo Carvalho, com quem teve os primeiros contactos com a população. Por detrás das colunas militares que renderam honras aos chefes de Estado, a Tragédia [designação local de trupe, grupo de teatro] Mini Riboquino apresentava um espectáculo de Tchiloli, teatro tradicional são-tomense que adapta a medieval Tragédia de Marquês de Mântua e do Imperador Carloto Magno — luta de classes com um crime passional à mistura. No final, Marcelo distribuiu beijinhos às actrizes e apertos de mão aos actores. Sem saber que, no Tchiloli, são todos homens.» [Público]

Quando o populismo se mistura com a ignorância o resultado é o ridículo.

      
 Marcelo não quer maioria absoluta
   
«Na equipa do novo líder “laranja”, isto tem uma lógica: “Rui Rio não acha que tenha perdido nada perante o país. De fora para dentro, parece que lhe estão a criar dificuldades a ele”. Em Belém, teme-se que a percepção não seja exactamente essa: “Só falta um ano e meio para as legislativas. Se o PSD for partido para as eleições, desafiando oito anos da liderança anterior, é dar uma maioria absoluta a António Costa”, diz uma fonte ouvida pelo PÚBLICO. E maioria absoluta, já se sabe, é cenário de que em Belém se prefere nem ouvir falar.

Mas não é só pelo estilo, que se receia em Belém um confronto aberto no PSD. É também pela estratégia: “Metade do PSD não quer consensos com o PS”. E se não quer, apostar tudo neles pode ser um erro. Por exemplo: “Quando Rui Rio diz que quer ir mais longe na descentralização, esse PSD entende isso como um reforço do poder dos autarcas do PS”.» [Público]
   
Parecer:

Compreende-se, perdia espaço para a intriguice.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Já há quem esteja a oferecer as terras
   
«Já há proprietários de terras a oferecer as suas propriedades às juntas de freguesia, pois não querem ou não podem proceder à respetiva limpeza, conforme está a ser exigido”, disse hoje Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Esta mensagem foi transmitida diretamente ao ministro da Agricultura, Capoulas Santos, convidado pela CAP para encerrar um debate, em Lisboa, sobre o impacto das alterações climáticas na atividade agrícola.

“Naturalmente, senhor ministro, todos temos de promover a limpeza das terras mas não com uma ‘pistola’ apontada à cabeça”, acrescentou ainda o líder da CAP, numa alusão ao ultimato transmitido aos portugueses através de uma carta enviada há cerca de uma semana pela Autoridade Tributária a todos os contribuintes. “Eu nem queria acreditar… até os meus netos, que têm menos de um ano, foram avisados”, ironizou ainda o mesmo responsável.» [Expresso]
   
Parecer:
Há muitos milhares de explorações que são inviáveis e não faz sentido a ideia de ter um país limpinho por causa dos incêndios.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 Os jovens são as vítimas do costume
   
«A crise pode ter passado, o país deixou de estar sob intervenção financeira, mas os efeitos da recessão perduraram e afetam de forma particular os mais jovens. “As oportunidades de emprego e os níveis salariais diminuíram acentuadamente desde a crise financeira de 2008. Portugal regista ainda um elevado índice de desemprego jovem, muitos emigraram e as habilitações de nível superior não estão a ser valorizadas pelo mercado de trabalho”. O diagnóstico consta do relatório da Cáritas “Os jovens na Europa precisam de um futuro”, apresentado em Lisboa, esta terça-feira.

O documento recupera vários números que mostram como a situação dos jovens portugueses se complicou nos últimos anos. De acordo com o Eurostat, na faixa etária 16-29, a “pobreza no trabalho” – percentagem de pessoas que trabalham e possuem um rendimento disponível abaixo do limiar da pobreza – tem vindo a aumentar desde 2012. Nesse ano, havia 7,4% de jovens em risco. Em 2015 o valor chegou aos 10%.» [Expresso]
   
Parecer:

É urgente pensar em criar riqueza, mas parece que o debate é sempre em torno da forma de gastar.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

terça-feira, fevereiro 27, 2018

O QUE É O INTERIOR?

O que é aquilo que no debate político se designa por interior? São localidades junto da fronteira que estão a meia dúzia de quilómetros do TGV ou de grandes centros económicos da vizinha Espanha? É a região do Porto por oposição à capital e que muitas vezes é designada por capital do Norte? Mede-se a interioridade pela distância em relação a Lisboa, a grandes cidades apenas portuguesas ou espanholas, pela distância em relação ao litoral?

Os partidos estão dominados pelos seus aparelhos e nestes quem mandam são os "senhores da guerra" das distritais, os herdeiros dos caciques de outros tempos e uma boa parte do debate deste tema visa apenas transferir fundos para serem geridos por essa gente.

O que fica mais no interior, a cidade de Viseu ou aldeias como o Monte Francisco, o Azinhal, Junqueira e outras que ficam a menos de dez quilómetros do litoral mais procurado do país, no Algarve? A resposta é óbvia, o interior é Viseu onde o rendimento médio per capita é infinitamente superior ao daquelas aldeias, onde ainda se morre de uma coisa. porquê? Porque  Viseu é a uma grande capital, é a capital do Cavaquistão e de lá é muita gente poderosa dos nossos maiores partidos.

No litoral há dezenas de vilas e aldeias onde se vive pior, onde há menos recursos, onde há menos escolas e hospitais do que nas tais cidades do interior que estão subjacentes à falsa preocupação com a desertificação do interior. Onde é que se vive melhor, no Carvalhal ou na Comporta ou em cidades como Bragança, Guarda, Vila Real e muitas outras do tal interior pobre e abandonado?

O debate da questão da interioridade não passa da luta de alguns lóbis com sede fora de Lisboa que usam o discurso do coitadinho para transferirem recursos. O desenvolvimento regional não se faz desta forma e muito menos tirando benefícios fiscais ao litoral para dar ao interior, como defende o grande Miguel Cadilhe, até porque os esses benefícios são concedidos ao interior. Além disso, não vivemos numa república soviética e ninguém conseguirá obrigar os investidores nacionais ou estrangeiros a investirem no tal interior e a sujeitarem-se às exigências dos caciques locais.

O debate está colocado da forma errada, a questão não é entre interior e litoral mas entre regiões e comunidades mais desenvolvidas e regiões e comunidades mais pobres. Estas tanto podem estar no interior, como se podem localizar na periferia de Lisboa, tanto podem estar na fronteira como localizar-se junto às praias do Algarve. O debate do desenvolvimento regional não se faz desta forma. O que está em causa neste debate não é o desenvolvimento, é a engorda dos caciques locais com dinheiro dos contribuintes.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Rui Rio

Envolver Marcelo Rebelo de Sousa n sua estratégia de diálogo com o PS, num momento em que ainda não se percebeu se está preocupado com consensos ou se não estamos perante mais uma tentativa de meter grãos de areia na Gerigonça, não parece ser boa ideia.

Ao fazê-lo passa a imagem do afilhado do Presidente, isto depois de Santana Lopes já ter feito o mesmo. Parece ser um tique no PSD, tentando conseguir boleia com os likes presidenciais vão almoçar com Marcelo passando a ideia de que são apoiados por Belém. Veremos como reage Marcelo, principalmente se as coisas derem para o torto, até porque Rui Rio parece querer conquistar o país sem ter conquistado metade do seu partido.

«O líder do PSD defendeu esta segunda-feira que o Presidente da República pode ter um "papel muito importante no sentido da aproximação dos partidos para o diálogo construtivo" sobre matérias que precisam de consensos". Rui Rio falava à saída de um almoço com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. 

Questionado sobre o tema do almoço, o líder social-democrata disse terem abordado vários "temas de actualidade", sublinhando os dois dossiers que estão em cima da mesa das conversações com o Governo - descentralização e fundos comunitários. Mas disse não ter levado "projectos de lei e propostas" na mala. A propósito da descentralização, Rio reforçou a ideia de que esse é um processo muito mais amplo e que o que está em causa agora é a transferência de competências para os municípios. "A descentralização é muito maior, é preciso fazer direito, com calma e com tempo. 

Relativamente a uma eventual reunião com o grupo parlamentar, Rui Rio lembrou que "a direcção ainda não está toda eleita" - faltam os coordenadores e vice-coordenadores. "Deixe estabilizar", afirmou. Já sobre o ambiente na bancada - que só deu 35 votos ao candidato a líder parlamentar - Rio disse que "os deputados são 89", que "à partida" colabora com todos e que "os que não quiserem colaborar assumem as responsabilidades". » [Público]

 Ainda que mal pergunte

Se as posições do BE são simétricas das do CDS porque motivo o BE é de extrema-esquerda e o CDS não é de extrema-direita? Dizem que é porque o BE apoia ditaduras, ma será que falam de Angola e Moçambique? Tanto quanto sei são as únicas democracias duvidosas apoiadas por políticos portugueses e, em particular, do CDS.

      
 As sensações estranhas da Catarina
   
«Não, muito obrigado. É desta forma que Catarina Martins responde à disponibilidade já demonstrada por Rui Rio para dialogar com todos os partidos em matérias tão centrais como o novo quadro de apoio comunitário e o dossiê da descentralização. Numa altura em que socialistas e sociais-democratas vão ensaiando os primeiros passos dessa valsa, a coordenadora bloquista foi taxativa: “O Bloco de Esquerda não sente qualquer necessidade desse diálogo“.

Na conferência de imprensa que marcou o arranque das jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda no distrito de Leiria, Catarina Martins descartou qualquer tipo de conversação com os sociais-democratas e fez marcação cerrada aos socialistas: António Costa terá de levar em conta as propostas do Bloco de Esquerda em matéria de investimento público e romper de vez com os princípios que têm norteado a aplicação dos fundos comunitários, pediu a bloquista, para quem as decisões tomadas em quadros comunitários anteriores são reflexos do “monopólio do Bloco Central“, que tem servido apenas para alimentar “interesses particulares e setores privilegiados da economia”.» [Observador]
   
Parecer:

Confesso que era mais divertido ver a Catarina a dialogar com a Cristas.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»

 Ignorância imperdoável
   
«A Segurança Social tem acordos de cooperação com 1.862 creches em todo o país. Mas o chamado “acordo atípico”, que permite o funcionamento de uma creche aos fins de semana e feriados, só foi assinado com um estabelecimento. E é privado. A Fundação Pão de Açúcar Auchan – que tem estatuto de IPSS desde 1993 – é a única que beneficia de financiamento público para um dos seus colégios.

Isto quer então dizer que a solução pretendida pelo ministério do Trabalho e Segurança Social para a Autoeuropa é uma absoluta exceção. Na altura da decisão da empresa de alargar o horário de trabalho e incluir os sábados, para fazer face à produção do novo T-Roc, o ministro Vieira da Silva garantiu que o Governo iria assumir “responsabilidades sociais de apoio à família” e destacou que “este apoio não é novo nem exclusivo para os trabalhadores da Autoeuropa”.» [Observador]
   
Parecer:

É imperdoável, da mesma forma que o ministro das Obras Públicas deve saber de cor e salteado os horários da CP, da TAP e da Carris, o ministro do Ambiente tem de ser capaz de debitar o boletim meteorológico, dizer como estamos de barragens e o estado da camada de ozono, o da Segurança Social é obrigado a saber os horários das creches e dos lares de terceira idade.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se com condescendência.»

 Mais um admirado com a ascensão da Elina
   
«O ex-bastonário da Ordem dos Advogados Rogério Alves diz que ficou “perplexo” quando soube que Rui Rio tinha convidado Elina Fraga para a nova direção do PSD. Numa entrevista ao DN e à TSF, o advogado lembra as críticas, por vezes “ácidas” que a ex-bastonária dedicou ao Governo de Pedro Passos Coelho e considera que, se Fraga fosse a escolha de Rio para a pasta da Justiça (num hipotético Governo do PSD), teria dificuldade para encontrar “consensos” e até a “aprovação” do setor.

“Fiquei absolutamente perplexo com a escolha de Elina Fraga, não pela pessoa em si, mas porque sempre criticou a política de justiça do governo do PSD”, diz Rogério Alves. Na memória do ex-bastonário, estão ainda frescas as posições que a vice-presidente do PSD tomou ao longo de quatro anos. “Sempre criticou, às vezes de forma ácida, as políticas de Justiça do Governo PSD” e, por isso, “uma coisa que ficamos a saber é que a tal reforma da justiça (…) não será aquela que foi dirigida e efetuada no Governo de Passos Coelho”, diz Rogério Alves.» [Observador]
   
Parecer:

Pobre rapariga, são uns ciumentos.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Peça-se à Elina que fique, um dia destes e com a sua voz ainda vai ser uma fadista famosa.»

segunda-feira, fevereiro 26, 2018

A GERINGONÇA DO RIO



Rui Rio decidiu brincar aos governos e empossar-se como primeiro-ministro de faz de conta para se entreter até às próximas legislativas, vai dar posse ao seu governo sombra. Já só falta perceber se os encontros semanais que parece ter com o Presidente são já na categoria de primeiro-ministro ensombrado ou ainda na qualidade de líder da oposição desastrado. Em relação ao local da posse e para evitar conflitos institucionais não deverá ser em Belém, tendo em conta a decisão de descentralizar a sede do PSD, é bem possível que o Marcado do Bulhão seja temporariamente arvorado em Belém do Norte.

Uma coisa é certa, Rui Rio parece estar a imitar António Costa e decidiu ter a sua própria Geringonça, já que depois do chumbo do Negrão como líder parlamentar, é óbvio que o governo-sombra nem vai ter maioria parlamentar dentro do grupo de deputados do PSD. Digamos que se no tempo de Passos Coelho tínhamos um devoto do diabo, agora as coisas evoluídas e com Rui Rio temos um líder do PSD ensombrado. É caso para dizer que a escolha do líder parlamentar foi feita com base no nome, agora está tudo no escuro e o líder parlamentar que apoia um governo sombra só podia ser um Negrão.

Já que vamos brincar aos parlamentos e às geringonças Rui Rio poderia ensaiar uma velha proposta que fez em tempos, substituindo os deputados que votaram em branco no Negrão por cadeiras vazias, ficando sentados apenas o que votaram no nulo do Negrão. Até poderia aplicar as suas velhas ideias sobre votos nulos e no lugar dos deputados que votaram nulo poderia colocar cadeiras partidas, distinguindo-as desta forma das cadeiras dos brancos.

Passaríamos a ter um parlamento sombra onde a geringonça do Rio seria apoiada pelos deputados negrões, uma minoria ensombrada por tantos ministros na oposição que até parece que o verdadeiro governo sombra não vai ser o por si empossado, mas pelos ex-ministros de Passos Coelho que estão no parlamento para ajeitar o ordenado ou até arranjarem melhor emprego.

Resta agora saber com quem se aliaria Rui Rio para viabilizar a sua própria geringonça. Para já parece estar a perder em relação a António Costa, o primeiro-ministro sentado no setor do sol desta tourada política conseguiu o que todos pensavam impossível, trazer o PCP para uma aliança de apoio parlamentar a um governo. Em contrapartida, Rui Rio saiu de um congresso com o partido unido e duas semanas depois não conseguiu unir sequer metade do seu próprio parlamento sombra. Aliás, Rui Rio uniu o partido juntando os seus aos do Santana que afinal não passavam de sobras de apoiantes de Passos.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Nuno Melo, deputado rico

Passados dois anos desde as últimas legislativas parece que não há Alka-Seltzer que ajude Nuno Melo a digerir uma Constituição que parece desconhecer. Não só já se esqueceu que o PAF formou governo e governou na sequência da sua grande vitória nas legislativas, bem como que esse governo caiu devido à oposição de uma maioria parlamentar, à semelhança do que já sucedeu com outros governos.

Melo ainda não percebeu que uma moção de censura ou o chumbo de um programa de governo por maiorias parlamentares é a mesma coisa. Quando o CDS ajudou a derrubar o governo do PS para ajudar à vinda da troika também estava a derrubar o governo de um partido que tinha ganho as eleições. A diferença está no fato de o governo do PAF ter sido um nado morto, porque a unidade para o derrubar aconteceu muito mais cedo do que com o governo do PS.

«É uma ideia transversal no discurso dos militantes do CDS: o objectivo principal do partido é que a direita tenha a maioria em 2019. Não se fala noutro número que não “116 deputados” - aqueles que são necessários para uma maioria no Parlamento.

Parece ser certo que a direita parlamentar vai ter de se entender se quiser ser Governo, por isso também os centristas estão atentos a Rui Rio, porque o sucesso parlamentar está também nas mãos da nova liderança do PSD.

Em entrevista ao PÚBLICO, o vice-presidente dos centristas, Nuno Melo, diz que “já não basta ao PSD ou ao CDS vencerem eleições para poderem governar”. O eurodeputado antevê a repetição da actual solução governativa “se a direita não tiver maioria absoluta”, deixando o cenário resumido a um “ou nós ou eles”. Apesar de não ser o maior partido da oposição, Nuno Melo garante que o CDS “é muitas vezes o motor da oposição”.» [Público]

 A PGR e os políticos

Depois das investigações ao perigoso Mário Centeno ouço numa televisão que estão passando a pente fino as declarações de rendimentos entregues por mais de 600 políticos no tribunal Constitucional, isto depois de terem passado a limpo as despesas feitas por dezenas de membros de um governo.

Atenção dado pela PGR aos políticos, desde os jogos da bola aos rendimentos, ocupando importantes recursos apesar de se a Procuradora Distrital de Lisboa se queixar de faltas de meios, deixando no ar que os governos pretendem asfixiar a sua (heróica) ação, leva-me a pensar que mais do que qualquer outros criminosos uma das grandes prioridades da nossa justiça são os políticos da democracia. Por este andar é mais tranquilo ir para traficante de droga ou para proxeneta do que para político.

mas o mais curioso destas notícias é que apesar de não darem em nada são passadas para a televisão e o português mais distraídos ainda vai achar que o Al Capone tomou conta do país. É esta a mensagem que alguém parece querer fazer passar, talvez para que seja necessário uma salvadora ou um salvador, uma espécie de Skip cheio de glutões comedores de nódoas do país.

domingo, fevereiro 25, 2018

SEMANADA

Rui Rio uniu o partido com a ajuda de Santana Lopes, o suposto representante de metade do partido. Acontece que os apoiantes de Santana não lhe passaram mandato e escolheram a eleições do líder parlamentar para tirar o tapete tanto ao líder, como ao candidato derrotado à liderança. Santana confundiu votos com cheques em branco e quem levou foi o Negrão.

Negrão encontrou uma justificação brilhante par os votos em branco, não eram apoiantes mas poderiam ser tratados como tal. Só que Negrão não deve ter reparado que era um candidato único e se os votos nulos são votos de protesto ou de desprezo por uma escolha sem alternativa, os votos em branco eram votos de quem não queria Negrão como líder parlamentar.

Agora temos um Rui Rio armado em primeiro-ministro de um governo sombra que nem sequer consegue ter maioria no seu grupo parlamentar. Digamos que temos um Rui Rio a brincar às geringonças.

Quando o dinheiro jorrava a rodos vindo de Bruxelas os governo do PSD gataram como quiseram, não há memória de Cavaco ter discutido com qualquer partido da oposição o que fazer ao dinheiro. Era o tempo do Cavaquistão, quando Cavaco gastava o dinheiro onde o PSD tinha maioria e os distritos onde perdia foram condenados a mais de uma década sem investimentos, como sucedeu com o Alqueva. Agora que se contam os tostões o PSD está muito empenhado em consensos em torno dos investimentos. Alguém se recorda de ouvir Marcelo criticar esta situação, ele que passou a vida a criticar tudo e todos?

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Rui Rio, líder do CDS

Depois de ter sido incapaz de sanar a situação criada com a eleição de um líder parlamentar fraco e enfraquecido, parece que Rui Rio segue em frente e vai criar um governo sombra, uma experiência há muito abandonada. Aparentemente poderá ser uma boa ideia, mas se s~~ao os ministros a negociar os acordos, o líder parlamentar é um fraco Santanete, a sede do PSD é descentralizada e o protagonismo vai para os ministros sombras, o líder do PSD só vai aparecer à vistas dos eleitores quando for tomar um cimbalino na Rua de Santa Catarina.

A criação de um governo sombra sem ter resolvido os problemas no grupo parlamentar só servirá para criar mais divisões, por cada ministro sombra irão haver vários desiludidos e no fim vamos ter um governo sombra sem "apoio parlamentar", isto é, tendo o grupo parlamentar a servir de oposição. O governo sombra vai entrar em crise bem mais cedo do que a geringonça.

«A reorganização do PSD não terminou com a escolha dos novos rostos da direção de Rui Rio. O líder social-democrata, sabe o Expresso, tenciona organizar uma equipa de porta-vozes sectoriais, que darão a cara pelas propostas do partido nas várias áreas de políticas públicas e farão a marcação à atividade do Governo nesses sectores. Será uma espécie de “governo-sombra”, embora Rio goste pouco dessa designação.» [Expresso]

 O congresso uniu Rio com o vazio

Um dos aspectos mais caricatos do último congresso do PSD foi terem chamado unidade do partido à aproximação de Santana a Rui Rio, cujo primeiro resultado foi a eleição de um santanete para a liderança do PSD. Graças a essa unidade Rui Rio, que já tem poucos apoios no parlamento, conta agora com um apoiante do outra que depois da "traição" dos santanetes no congresso não é reconhecido pelos que alinhados com Passos que por questões circunstâncias apoiaram Santana Lopes na corrida à liderança.

A verdade é que Santana não representa os que apoiavam e continuam a apoiar Passos Coelho e não se revêm na sua aproximação ao novo líder. Uma aproximação que poderá ter servido para que com uma ida para o Parlamento Europeu Santana Lopes superes parte das perdas financeiras resultantes do abandono do tacho na Santa Casa.

 Vota no sobreiro tuga





      
 Cristas descola de Rui Rio
   
«Assunção Cristas foi eleita há dois anos e, depois de ter passado o teste das autárquicas, chega ao Congresso do próximo fim de semana, 10 e 11 de março, em Lamego, para dar “um passo à frente”. É esse o lema da moção de estratégia global que vai levar a votos ao Congresso, onde apresenta o CDS como o partido “que representa a alternativa ao Governo das esquerdas unidas” e que, à luz das mudanças no xadrez político, ambiciona “chegar lá”. Ou seja, com o novo PSD de Rui Rio a entrar numa lógica de aproximação ao PS, o CDS vai fazer disso um trunfo e afirmar-se como o único partida da “alternativa”: o que tem “o melhor programa e os melhores protagonistas”.

“Queremos apresentar-nos como o partido que representa a alternativa ao Governo das esquerdas unidas, com o programa mais sólido e fundamentado, com os melhores protagonistas”, lê-se no texto na moção, de 17 páginas, onde a presidente do CDS não apresenta propostas concretas sobre temas específicos, argumentando que as linhas programáticas da moção que apresentou há dois anos “continuam válidas”.

Defendendo que o “voto útil acabou” e que o “voto é cada vez mais livre”, Assunção Cristas deixa preto no branco que o CDS deve “disputar as eleições europeias e as legislativas em listas próprias”, com a “profunda convicção” de que assim o partido dará o seu “melhor contributo para Portugal ter uma alternativa às esquerdas unidas”. Ou seja, sem o PSD, e sem Rui Rio. Cada um por si, para que a soma das duas partes seja superior à soma das esquerdas.» [Observador]
   
Parecer:

Mais tarde o mais cedo a aproximação de Rio ao PS em vez de acabar com a Gerigonça vai pôr fim ao PAF.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 É óbvio
   
«“Antes que seja tarde, antes que o atinja a si, limpe o mato 50 metros à volta da sua casa e 100 metros nos terrenos à volta da aldeia.” Esta é uma das primeiras frases que se podem ler no email que a Autoridade Tributária (AT) está a enviar aos contribuintes, pedindo-lhes que limpem os terrenos.

Se não o fizer até 15 de março, pode ser sujeito a processo de contraordenação. As coimas podem variar entre 140 a 5 mil euros, no caso de pessoa singular, e de 1500 a 60 mil euros, no caso de pessoas coletivas”, acrescenta o Fisco.» [Observador]
   
Parecer:

É óbvio que um governante nunca poderia ter mandado usar endereços que os contribuints fornecem com base na informação de que servirão para notificações fiscais. O e-mail da limpeza do mato pode ser um dos primeiros a tratar as bases de dados do fisco como bases de dados ao serviço de todos os ministérios e para serem usadas para qualquer fim.

O e-mail da limpeza do mato foi um abuso imperdoável.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

sábado, fevereiro 24, 2018

A FOBIA NACIONAL DOS INCÊNDIOS

O problema dos incêndios tem vindo a criar uma hierarquia entre espécies florestais e entre árvores e arbustos. Como o e-mail ameaçador enviado através da AT, um gesto abusivo pois os contribuintes deram o seu endereço de e-mail para receber notificações fiscais e não para que sejam ameaçados pelo governo por causa das florestas, das desratizações, das epidemias da gripe ou por qualquer outra causa da Nação, foi lançado o pânico. É preciso acabar com a praga do mato.

Antes de mais é muito lamentável que o Estado use o medo do fisco e o terror de multas e penhoras para atemorizar o cidadão comum levando-o a correr a limpar o mato. O governo usou abusiva e ilegalmente informações dadas pelo cidadão ao fisco para mandar emails cheios de ameaças a tudo e a todos, tentando desencadear um ambiente de terror que condicione o comportamento de cada um. A utilização daqueles endereços foi abusiva e muito provavelmente constituiu um crime por utilização abusiva de dados por quem não tem autoridade para ordenar tal comportamento. 

De um dia para o outro o mato foi promovido a inimigo número um da Nação e apetece-me perguntar à CML se vai limpar todo o mato do parque florestal de Monsanto e ao governo se vai eliminar todo o mato do Parque Natural da Arrábida. Passa-se do oito ao oitenta, dorme-se à sombra da bananeira pensando-se que uns aguaceiros anunciavam o outono, o frio e a estação da chuvas. Agora veio o pânico e antes que ocorram incêndios elimina-se todo o mato.

É bom recordar que uma boa parte da vegetação do Parque Natural da Arrábida é ocupado por vegetação mediterrânica, o mesmo sucedendo com  as serras dos Algarve. Nestas regiões uma boa parte da vegetação é constituída por arbustos, muito deles resinosos e altamente combustíveis. Esta paranoia anti-incêndio, de mistura com ecologistas finos que parece quererem transformar o país numa floresta tipo coleção botânica, está a ignorar a biodiversidade, uma das grandes vítimas dos incêndios.

O medo político de que ocorram incêndios instalou um fundamentalismo que tem um único objetivo, plantar a árvore que não arde e é politicamente correta e evitar os incêndios destruindo tudo o que possa arder á volta dessas árvores. Não importa a ecologia, o que é preciso é evitar incêndios a qualquer custo. 

É bom recordar que os últimos grandes incêndios tinham ocorrido com Durão Barroso como primeiro-ministro e a região atingida foi o Algarve, muitos desses incêndios ocorreram em zonas sem floresta, alimentados por arbustos tipicamente mediterrânicos.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
João Oliveira, deputado do PCP

Quando ouvi a notícia de que um idoso com problemas de mobilidade andou dois quilómetros para aceder a um telefone-me interroguei os meus botões porque motivo não usou um telemóvel. Quando vi a filha queixar-se ás televisões pensei para comigo, que na zona não há acesso a rede móvel, porque se assim fosse a filha, preocupada com uma mãe com problemas cardíacos e um pai com problemas de mobilidade compraria um telemóvel que custa 20 euros.

Afinal, havia havia rede móvel com qualidade na zona e a Altice assegura que a rede fixa não foi instalada porque ninguém respondeu a mais de uma carta. Em qualquer dos casos, para fazer uma chamada para o 112 não é preciso ter uma grande visão e na maioria dos aparelhos nem é necessário ter uma assinatura com um operador ou introduzir o pin no telemóvel.

Depois ouço o deputado João Oliveira, todo empolgado, acusando a Altice de todas as culpas. Isto é, para o deputado a Altice é o demónio e por isso dispensa qualquer apuramento da verdade. Perante uma situação em que ocorreu uma morte seria de esperar mais responsabilidade, só tomando posição depois do apuramento de responsabilidades.

 Lições de economia que a realidade nos dá

Há poucas semanas os trabalhadores da Triumph festejaram a declaração de falência da empresa, podiam ir para casa descansados e enquanto trabalhadores despedidos poderiam receber subsídio de desemprego e procurar novo emprego.

Há poucos dias os trabalhadores da Rincon festejaram pelo mesmo motivo e ontem estavam esperançados de que as instalações fossem vendidas a uma segunda empresa que poderia voltar a trabalhar.

É pouco provável que os trabalhadores da Triumph tenham tanta sorte quanto os da Rincon, a vida daquela empresa foi muito provavelmente levada até ao limite da viabilidade. Pelo contrário, a Rincon morreu quando devia ter morrido, os equipamentos e instalações são modernos, os custos da reconversão são inferiores. Na Triumph está em causa um mercado onde se deixou de ser competitivo.

É uma lição de como para os trabalhadores as falências podem ter resultados positivos, é preferível que uma empresa declare falência, dando lugar a uma nova empresa mais competitiva e com donos mais competentes, do que arrastar uma empresa falida durante meses à custa de fornecedores que não recebem, impostos que não são pagos e ordenados que ficam por pagar. Empresas que não pagam os ordenados, os imposstoss e as matérias-primas só servem para destruir a economia.

Não é agradável para ninguém que uma empresa deixe de ser inviável, porque o seu mercado desapareceu, porque os seus gestores foram incompetentes ou por qualquer outra causa. Mas se a empresa deixou de ser inviável é bom para todos e mais saudável para a economia que seja declarada falida, quanto mais depressa for o seu funeral melhor. É bom que as empresas inviáveis declarem falência e deixem de fazer concorrência desleal à custa de todos.

A Rincon e a Triumph são dois exemplos que alguns setores da esquerda portuguesa deviam estudar, talvez deixassem cair alguns dos seus dogmas.

      
 Os deputados são como as putas
   
«Manuel Ferreira Leite desvaloriza a fraca votação conseguida por Fernando Negrão como líder parlamentar e considera que os deputados do PSD, mesmo sendo uma bancada afeta a Passos Coelho, acabarão por afinar pela posição do novo presidente» [TVI24]
   
Parecer:

Nunca a imagem dos deputados bateu tanto no fundo quanto o que resulta da última apreciação feita por Manuela Ferreira Leite. Ao declarar que "Cada deputado vai começar a trabalhar para ver se entra nas próximas listas", Manuela Ferreira Leite parece dizer que os deputados estão sempre disponíveis, tudo é uma questão de preço.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
 Um país de doidos, um presidente idiota e um polícia cobarde
   
«Um agente armado da polícia da Florida destacado para o liceu Stoneman Douglas no dia em que um atirador matou 14 alunos e três professores a tiro, e que estava à entrada do edifício à hora do ataque, ouviu os tiros mas nada fez para travar o massacre. Assim informou na quinta-feira o xerife do condado de Broward, Scott Israel, avançando que Scott Peterson apresentou imediatamente demissão após ter sido suspenso. "Estou devastado e revoltado", declarou Israel aos jornalistas. "Ele nunca entrou [no liceu]" após ouvir o tiroteio.

A notícia chegou nem um dia depois de Donald Trump ter sugerido que a solução para prevenir tiroteios em massa em escolas é armar professores, uma proposta há muito defendida pela National Riffle Association (NRA), a mais poderosa organização de lóbi pró-armas dos EUA. Também na quinta-feira, na sua primeira reação pública desde o massacre, o presidente da NRA acusou os democratas e os jornalistas de estarem a "explorar" o ataque por exigirem mais medidas de controlo de armas.» [Expesso]
   
Parecer:

E a solução encontrada pelo imbecil foi armar os professores transformando-os em polícias de corredor.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se tanta estupidez.»

 Um dia negro para o Negrão
   
«A eleição do novo líder parlamentar deixou ontem a bancada do PSD em clima de guerra civil. Fernando Negrão contou 35 votos a favor, 32 brancos e 21 nulos num universo de 88 deputados (um dos parlamentares, Pedro Pinto, já tinha anunciado que não votaria). E se o resultado já expressa o mau estar na bancada social-democrata, as declarações posteriores de Fernando Negrão carregaram o tom do descontentamento.

"Há um problema, não de natureza política, mas de natureza ética, neste grupo parlamentar", afirmou Negrão, na declaração em que assumiu a liderança da bancada, afirmando que os 32 votos em branco "podem ser considerados um benefício da dúvida". Afirmações que deixaram incrédulos muitos deputados, que esperavam que Negrão não assumisse o cargo, face à maioria que não optou pelo sim - 53 deputados, somando os brancos e os nulos, num contexto em que não é possível o voto contra. Dois parlamentares deram expressão pública desse descontentamento. Foi o caso de Paula Teixeira da Cruz, que em declarações ao jornal on-line Observador devolveu "em dobro" a Negrão a acusação de falta de ética. A ex-ministra, que recentemente qualificou a escolha de Elina Fraga para a direção do partido como uma "traição", considerou também que "a liderança da bancada do PSD não está legitimada nem do ponto de vista político nem do ponto de vista jurídico".

Já Sérgio Azevedo, ex-vice presidente da bancada, escreveu no Facebook: "Não querendo pessoalizar, porque vai muito além disso, teremos que remontar ao plebiscito para a aprovação da Constituição de 1933, num Estado autoritário e fascizante, para se admitir o "voto branco" como um voto favorável ou, se quisermos, de não rejeição. Para mais, teremos igualmente de contradizer séculos de teoria política, ou no limite pôr em causa, uma certa doutrina, maioritária de resto, que considera o mesmo voto como uma "rejeição ativa". E não ficou por aqui. Para o deputado, "pior do que isso", e "aqui sim pessoalizando, são as suspeições de razão ética sobre colegas que supostamente teriam nãoO JUMENTO votado mesmo integrando a lista que se apresentou a sufrágio". Por uma razão simples, conclui Sérgio Azevedo, "sendo o voto secreto isso é impossível de aferir".» [DN]
   
Parecer:

Pobre Negrão, ia sugerindo que os votos brancos deviam ser votos a favor.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Rui Rio se vai aplicar no seu grupo parlamentar as propostas que fez em relação aos votos brancos nas legislativas.»

 O e-mail da AT
   
«O PCP acusa o Governo de espalhar “alarme injustificado” ao enviar e-mails em massa para os contribuintes a avisar que é necessário limpar os terrenos em volta das casas e das aldeias, escreve a TSF. O deputado João Ramos contou que já foi contactado por idosos assustados sem saberem o que fazer.

As pessoas começaram a receber a informação no início da semana, até mesmo aquelas que não têm terrenos ou casas em espaços rurais, razão pela qual os comunistas criticam a ação. Mesmo que no e-mail se explique que é apenas uma comunicação em colaboração com o Ministério da Administração Interna e o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, para eles não faz qualquer sentido que tenha sido enviado pela Autoridade Tributária.» [Observador]
   
Parecer:
Como era de esperar o e-mail da AT ia acabar mal, até porque o Estado não está a autorizado a usar os endereços de e-mail que os contribuintes deram apenas para receberem notificações fiscais.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais que tenha mais cuidado com a forma como usa o seu poder.»

sexta-feira, fevereiro 23, 2018

EXTREMISTAS, DIZEM ELES

Se olharmos para a história da democracia portuguesa e considerarmos que os partidos da esquerda tivessem adotado no passado o pragmatismo que levou á formação do atual governo, teremos de concluir que muita coisa teria sido diferente. A direita portuguesa beneficiou muito das decisões políticas do PCP e mais tarde do PCP e do BE. Durante décadas o país teve um parlamento em que uma parte dos deputados não contavam a não ser quando o seu voto era útil à direita.

Ontem, na SIC Notícia, ouvimos mais uma vez o argumento da direita que dito até á exaustão quase parece ser um princípio constitucional, num debate com João Galamba o deputado do CDS Adolfo Mesquita voltou a lançar o cisma sobre o PCP e o BE com a simples acusação de serem de extrema-esquerda, justificando esta condenação com ditaduras sanguinárias e a posição em relação à Europa.

Muito provavelmente o Adolfo não saiba quem mandou matar Humberto Delgado a tiro, atirando o seu corpo e o da sua secretária para a valeta de uma estrada espanhola. Também deve estar esquecido de muitas posições do CDS em relação a questões europeias ou de quando o PSD encheu o país com cartazes com a frase “Portugal Connosco”, por oposição às posições europeias do PS.

O CDS luta desesperadamente pelo fim da geringonça e pela marginalização do PS com um argumento típico de quem na geometria política está tão distante do centro quanto o PCP. As posições do CDS são em quase todos os domínios simétricas das do PCP e do BE e, não raras vezes, são bem mais extremistas, como sucede sempre que estão em causa questões que põem em causa a defesa da criminalização de tudo o que é pecado ou pecadilho para os seus padrões cristãos conservadores.

Nos anos 70 uma parte da esquerda aceitou com orgulho a classificação de “extrema-esquerda”, assumindo os seus valores ideológicos. DO outro lado, na extrema-direita saída da ditadura todos se converteram em democratas cristãos e em social-democratas, deixou de existir extrema-direita e esta passou a ser associada às formas mais marginais de extremismo político, designadamente, os neo-nazis.

Passou a haver uma geometria política que vai no sentido do interesse do CDS e do PSD, a extrema-direita mais conservadora é democrata cristã, a extrema direita chique ora é personalistas, social-democrata ou liberal, o PS é de esquerda e a sua ala esquerda ou tudo o que fica à esquerda é da extrema-esquerda perigosa e pecaminosa. 

A verdade é que as posições de Passos Coelho e dos seus apoiantes da extrema-direita chique do Observador são bem mais à direita do que as do BE estão à esquerda. Os cortes de rendimentos e de pensões sob a ameaça do medo de medidas mais graves, o chamar piegas aos portugueses, um adotar uma agenda económica escondida por mentiras, chamar requalificação ao despedimentos e zonas de conforto ao destino da emigração, são formas políticas bem mais extremistas do que qualquer medida apoiada ou proposta durante os últimos anos pelo PCP ou pelo BE.

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Isabel Meirelles, vice-presidente do PSD

Convenhamos que para uma vice-presidente do PSD e possível futura ministra o argumento e que só foi dar de vaia aos amigos e nem se lembra de ter assiando uma ata só merece uma gargalhada. Trata-se de uma desculpa que não abona muito a favor das suas qualidades e muito menos de uma advogada, que sabe muito bem o valor de uma assinatura numa ata. A vice de Rui Rio só poderá estar a gozar connosco.

«Isabel Meirelles, uma das vice-presidentes de Rui Rio no PSD, participou na reunião do Conselho Geral da Ordem dos Advogados em que foi aprovada, por unanimidade, uma auditoria externa à gestão da antiga bastonária, Elina Fraga. A ata, publicada no site da Ordem dos Advogados (OA), confirma que Isabel Meirelles esteve nessa reunião — a segunda do mandato do atual bastonário, a 20 de janeiro de 2017 — mas a advogada e vice-presidente do PSD confessa ao Observador que “não se lembra” de ter participado e que, no máximo, poderá “ter passado por lá brevemente“. Elina Fraga, colega de direção de Isabel Meirelles, tem associado o pedido de auditoria a uma perseguição do atual bastonário, Guilherme Figueiredo. A decisão foi, no entanto, tomada num órgão colegial, no qual participou a sua nova colega na direção do PSD.

A advogada, que fez parte da lista ao Conselho Geral de Guilherme Figueiredo, que não se recorda de “ter discutido qualquer auditoria“, até porque “por motivos de saúde” pediu “escusa logo na primeira reunião“. Ora, esta decisão foi tomada na segunda reunião, onde Isabel Meirelles admite, no máximo, ter “passado” para se “despedir dos colegas”. Além disso, já não esteve na terceira reunião, onde foi aprovada a ata anterior, não podendo, por isso, ser responsável por eventuais erros que a mesma possa ter.» [Observador]

      
 Marcelo recebe outra vez Rui Rio
   
«Uma semana depois de ter ido ao Palácio de Belém apresentar cumprimentos ao Presidente da República, Rui Rio volta a encontrar-se com Marcelo Rebelo de Sousa na próxima segunda-feira.

Como o Expresso noticiou, Marcelo manifestou intenção de ter uma segunda conversa com o novo líder do PSD depois do primeiro encontro, em que Rio se fez acompanhar de membros da sua direção no partido. Esta quinta-feira, em S. Tomé, o Presidente anunciou que já está marcado para segunda-feira. Será um almoço a sós.

À mesa estarão as propostas de acordos que o novo líder da oposição lançou ao Governo e que o primeiro-ministro acolheu. Para já, descentralização e quadro comunitário de apoio (os fundos que virão para Portugal até 2030) são os dois dossiês que Rui Rio e António Costa aceitaram negociar, tendo já indicado os interlocutores dos dois lados. [Expresso]
   
Parecer:

Bem, o líder do PSD parece que vai mais vezes a despacho com o Presidente do que o próprio primeiro-ministro, algo inédito na história das relações institucionais entre Presidentes de líderes de partidos com representação parlamentar. Talvez não fosse má ideia se o Presidente explicasse porque diferencia os partidos na forma como recebe os seus líderes em Belém ou como os convida, incluindo os candidatos, para almoçar.

O encontro semanal com Rui Rio tem uma tal importância que para a sua divulgação não bastou que constasse da agenda, Marcelo assumiu ele próprio a tarefa de o fazer em São Tomé e Príncipe. Veremos se o pequeno empurrão da Marcelo ajuda Rio nas sondagens...
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao presidente da Casa Civil da Presidência da República que arranje um gabinete no Palácio de Belém para o líder do PSD e talvez um outro para Santana Lopes.»
  
 É o que dá a falta de cultura
   
«Quando em 2006 Sacha Baron Cohen lançou o filme “Borat”, as salas de cinema no Cazaquistão não se encheram para o aplaudir. Ao mesmo tempo que ridicularizava os cidadãos daquele país, o jornalista cazaque personificado por Cohen tornou-os alvo de piadas de várias nações. E este problema chegou até 2018.

A 15 de fevereiro, quando o Sporting bateu o Astana por 3-1 na primera-mão da Liga Europa, os leões festejaram o triunfo com a publicação nas redes sociais de um gif da personagem de Cohen vestido de Borat.

Escusado será dizer que esta atitude não caiu bem junto dos adeptos do Astana. Em Lisboa, Stanimir Stoilov, treinador do Astana, lembrou esse momento.

“O Sporting usou a imagem do Borat. Foi algo ético da parte deles ou é normal na Europa. Tem de haver respeito pelo adversário. Se o fizeram, têm de nos pedir desculpa”, disse em conferência de imprensa de antevisão à partida.» [Expresso]
   
Parecer:

Parece que SCP tem na comunicação um jornalista imbecil, que não sabe o quanto o Borat ofende toda uma nação.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 É preciso lata!
   
«"Lanço um desafio, em especial ao PS, que se o dinheiro é à borla, as taxas de juro estão em níveis negativos, porque continuamos a cobrar tanto dinheiro aos contribuintes através do IRS para devolver um ano depois. Talvez fosse uma boa altura para corrigir este sistema, porque há melhores formas de poupança do que esta", disse a antiga ministra do governo de Passos Coelho numa conferência na Nova School of Business & Economics em que participava também o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade (PS).

Em declarações à agência Lusa no final da sessão, Maria Luís Albuquerque explicou que a afirmação feita surgiu na sequência de um comentário de Rocha Andrade "que dizia que neste momento para o Estado, a curto prazo, o dinheiro é à borla, ou melhor, até é mais do que isso porque estamos com taxas de juro negativas e portanto que o Estado não tinha nenhuma vantagem em cobrar antecipadamente e procurar adiantamentos dos contribuintes, que isso não traria nenhuma vantagem financeira".

"A minha resposta foi nesse sentido: se não deveremos aproveitar este momento para fazer essa correcção estrutural em termos do que são as tabelas de retenção para que se aproxime o mais possível aquilo que se retém a cada contribuinte daquilo que ele tem efectivamente que pagar", disse.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:

Esta senhora como achou que os cortes de vencimentos não bastavam, tentou enganar os portugueses com o reembolso da sobretaxa e aumentou as receitas fiscais de 2017 aumentando a retenção de IRS na fonte, forçando os trabalhadores a fazerem um empréstimo forçado ao Estado. Agora usa o seu próprio abuso para atacar o governo.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Mande-se a senhora à bardamerda.»

quinta-feira, fevereiro 22, 2018

A MAIS RECENTE PAIXÃO DO PSD

Ao fim de dois anos e já com uma mudança de líder pelo meio o PSD revela-se incapaz de aceitar um parlamento onde todos os deputados podem ser contados para formar maiorias parlamentares. Desde o primeiro dia que a aposta do PSD não é ganhar eleições no fim da legislatura, mas chegar ao poder na sequência de uma crise na maioria parlamentar.

Desde o tempo em que chegou ao poder graças ao aparecimento do PRD de Ramalho Eanes e esposa, o PSD se habituou a chegar ao poder graças à divisão dos votos na esquerda. Num país que sociologicamente tende a votar à esquerda, a incapacidade que o PCP e mais tarde também o BE revelaram em apoiar um governo do PS, era a garantia para a direita chegar facilmente ao poder.

A esquerda conservadora só inviabilizava governos minoritários do PS, estes só sobreviviam enquanto as sondagens não aconselhassem a oposição de direita a juntar-se ao BE e ao PCP na votação de moções de censura. Uma parte dos deputados eleitos pelo “povo de esquerda” serviam apenas para derrubar ou inviabilizar governos da esquerda. Agarrado aos seus preconceitos ideológicos o PCP e o BE nunca reconheceram quaisquer melhorias sociais em resultado do governo, tudo o que de bom sucede aos trabalhadores só pode ser conquistado por lutas e à maioria da direita no parlamento o PCP e o BE sempre opuseram uma maioria nas ruas.

A formação da “geringonça” foi uma surpresa para a direita que ainda hoje não a consegue aceitar. Não só não aceita como ainda não acredita que consiga ser mais estável do que o seu governo onde não faltaram demissões irrevogáveis. O próprio apoio do BE ao governo do PS foi mais do que uma surpresa, soube mesmo a traição, durante anos a direita e a sua comunicação social promoveram o BE, os seus dirigentes e, em especial, as meninas com dois palmos de cara ou de mamas eram promovidas a vedetas. Daca jeito à direita um BE que servia para tirar 8 a 10% de votos ao PS.

Não admira que durante estes dois anos o PSD tenha mudado várias vezes de estratégias, sempre com o apoio do seu apêndice da Cristas. A estratégia tem mudado, mas o objetivo permanece o mesmo, tentar a todo o custo dividir a coligação parlamentar e restabelecer aquilo que a direita considera ser normal, para um governo de direita todos os deputados contam, mas para um governo de esquerda só podem contar os deputados do PS.

De um dia para outro, gente que espumava ódio ao governo, como o autarca da Guarda, tornaram-se em dóceis paladinos do diálogo, os membros da liderança do PSD que defendem o diálogo vão para a televisão dizer que sentem repugnância por um governo só por ser de esquerda. É muito duvidoso que Rui Rio tenha qualquer intenção de diálogo, esta estratégia visa apenas não perder o voto útil nas próximas legislativas, passar a ideia de que o PSD está mais à esquerda e tentar dividir a coligação, desta vez com uma nova estratégia.

A direita só quer consensos enquanto não voltar a ter o poder, de preferência consensos que deixem de foram todos os parceiros do PS e que conduzam ao fim de uma maioria parlamentar que põe fim à hegemonia da direita no poder.



UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
José Manuel Fernandes, deputado rico

Usar a presença do Presidente do Eurogrupo, neste caso Mário Centeno, para fazer questões a pensar na política portuguesa apenas serve para percebermos a tacanhez intelectual deste eurodeputado.

«Mário Centeno lembrou esta manhã que, pela primeira vez, o crescimento português convergiu com o da zona euro, depois de ser questionado pelo eurodeputado José Manuel Fernandes sobre a possibilidade de Portugal ficar abaixo da média europeia este ano.

No primeiro "diálogo económico" de Centeno com a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu desde que assumiu a presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), o eurodeputado social-democrata confrontou o ministro das Finanças com as previsões da Comissão Europeia, que estimam que Portugal vá crescer menos do que a média europeia este ano.

"O que é que o presidente do Eurogrupo recomenda ao Governo e ao ministro das Finanças de Portugal para inverter a situação?", inquiriu José Manuel Fernandes, que é o coordenador do Partido Popular Europeu (PPE) na Comissão de Orçamentos do PE.

"Eu, enquanto presidente do Eurogrupo, recomendaria a todos os países da área do euro manterem o excelente trabalho que tem sido feito em cada um desses países no sentido de promover a estabilidade das contas públicas, a estabilidade do sistema financeiro e a melhoria da competitividade da área do euro", começou por responder Centeno.» [Expresso]

 Oportunidade única

Pela primeira-vez um primeiro-ministro e o líder da oposição abordam a questão da justiça sem haver uma tentativa de aproveitamento partidário de casos judiciais, um comportamento que no passado tem permitido a algumas personalidades do setor dividir para reinar. É uma oportunidade única para pensar na justiça com independência em relação às corporações do setor e em especial dos justiceiros que desde há mais de uma década se têm entretido a substituir os velhos generais dos golpes de Estado.

      
 Bom dia médio Silva
   
«O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) prepara-se para avançar com uma proposta revolucionária. Miguel Guimarães adianta que está a pensar propor no Conselho Nacional Executivo da OM que “os médicos deixem de ser chamados doutores”.

Porquê? “Há tantos licenciados. Toda a gente é doutor. Gostava de uma designação nova. Doutor é um título que corresponde a uma licenciatura ou a um mestrado. Estas nomenclaturas já estarão ultrapassadas. O que o doente tem que saber é o nome e a profissão [de quem o está a tratar]”, explica o bastonário. "É uma matéria que vou colocar à consideração dos meus colegas [no conselho executivo]", diz Miguel Guimarães que ainda não pensou numa designação alternativa.

A ideia surge numa altura em que o ministro da Saúde está debaixo de fogo depois de, na semana passada, ter sido aprovada uma licenciatura em medicina tradicional chinesa. Foi, diz Miguel Guimarães, “a cereja no topo do bolo da nossa indignação”. "A maior parte destas práticas [da medicina tradicional chinesa] não passaram no crivo da fundamentação científica", critica Miguel Guimarães, que garante que "os médicos estão todos contra o ministro da Saúde”.» [Público]
   
Parecer:

O bastonário tem alguma razão, ainda que o problema seja comum a muitas profissões, um dia destes teremos mesmo de tratar a educadora de infância por Professora Doutora. Aliás, profissionais como os fisioterapeutas e enfermeiros já são tratados pela profissão e não pelo grau académico. O problema é que depois o pessoal das agulhas também vão querer ser designados por médicos de agulhas.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 Um sapo chamado Elina
   
«Luís Montenegro afirmou ontem à TSF que “a questão política mais relevante” com a escolha de Elina Fraga para vice-presidente de Rui Rio é saber qual é o projecto da direcção política do PSD na área da justiça, e qual o papel de Elina Fraga nesse projecto.

"O ponto não é a dra. Elina Fraga como bastonária e aquilo que está a seguir o seu percurso normal de averiguação. A questão política mais relevante é saber qual é o projecto da direcção política do PSD na área da justiça, qual o papel da dra. Elina Fraga nesse projecto, o que é que vai mudar ou não na linha política do PSD", defendeu Montenegro no programa da TSF Almoços Grátis.

O antigo líder da bancada parlamentar diz ainda que "há um problema" que Rui Rio e a direcção do partido "terão de clarificar nos próximos tempos": o facto de Elina Fraga "ter sido uma feroz opositora da política da área da justiça do último Governo, pródigo em decisões e em reformas relevantes na área da justiça".

Luís Montenegro diz mesmo temer que Rui Rio esteja a planear defender uma reforma na justiça ou "mudar de opinião relativamente a alguns dossiers que são importantes", uma vez que Elina Fraga se manifestou contra, por exemplo, a reforma do mapa judiciário.» [Público]
   
Parecer:

A Elina Fraga está a transformar-se num grande sapo para uma boa parte do PSD.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 O culpado é o Mário Centeno
   
«O ministro da Saúde disse esta quarta-feira que o processo para abrir concurso para 700 médicos recém-especialistas nos hospitais que aguardam colocação há dez meses está no Ministério das Finanças. O concurso para contratar os 110 médicos de família que concluiram o internato em 2017 foi aberto esta quarta-feira, mas faltam ainda fazer um procedimento similar para os médicos da área hospitalar.

"São precisas duas assinaturas e um despacho conjunto (...). Este ano há um atraso maior porque o processo está no Ministério das Finanças à espera de ser concluído", afirmou à Lusa Adalberto Campos Fernandes à margem da assinatura da apresentação de um projecto conjunto com a fundação bancária La Caixa sobre cuidados paliativos.

Nesta quinta-feira, dirigentes da Ordem dos Médicos (OM) vão acompanhar um grupo de recém-especialistas da área hospitalar ao Parlamento na entrega de uma carta a contestar o facto de mais de 700 profissionais estarem há muitos meses à espera da abertura de concurso.» [Público]
   
Parecer:

Desde há algum tempo que sempre que há algum problema no setor da saúde que se passa a mensagem de que a culpa é do Centeno, aliás, o Mário Centeno parece ter as costas largas e tornou-se um inimigo público, sendo um saco de boxe. Desta vez foi um ministro a "promover" o Mário Centeno a culpado dos males do seu ministério.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»