Jumento do Dia
Não é fácil ganhar protagonismo no cargo de bastonária dos advogados, declarar-se arrependia de ter votado PSD, processar o governo de Passos Coelho e dois ou três anos depois, pela calada, sem nunca tomar posições públicas, sem justificar a cambalhota, aparecer como militante do PSD em pleno congresso, passar à frente de milhares de companheiros de partido, sentar-se ao lado do líder, não abrir pio durante o evento e acabar como vice-presidente do partido.
Há muitas formas de subir na vida e a da Elina é uma das melhores e mais cómodas, em pouco anos e gerindo os lugares em seu favor passa-se do cinzentismo ao protagonismo, do desconhecimento a candidata a ministra da Justiça, faz-se uma carreira meteórica. Durante anos vi esta eprsonagem fazer oposição ao governo do PSD, ganhando fama graças ao estatuto que tinha, entendia as sus intervenções como uma defesa dos seus pares. Agora percebe-se ao que a senhora vinha.
Veremos qual o preço que Rui Rio terá de pagar por ignorar milhares de militantes anónimos para promover esta cristã nova.
«Elina Fraga, que agora entra para a direcção de Rui Rio, na qualidade de vice-presidente, teve enquanto bastonária da Ordem dos Advogados uma “guerra” acesa com a ministra da Justiça do Governo de Passos Coelho. Elina Fraga chegou mesmo a apresentar uma queixa-crime, em Setembro de 2014, por atentado ao Estado de Direito contra todos os membros do Governo de Passos e Portas que estiveram na reunião do Conselho de Ministros em que foi aprovado o mapa judiciário.
Em Dezembro de 2013, depois ser reeleita bastonária da Ordem do Advogados, Elina Fraga afirmava que o ministério da Justiça era “um ministério da propaganda”. “Está-se mais interessado em propagandear reformas do que em fazê-las”, disse. Fraga afirmou mesmo que “não teria votado no PSD se soubesse das reformas na justiça”.
Nesta entrevista, também Passos Coelho não foi poupado. Sobre o que tinha escrito no Twitter quando o então líder do PSD chegou ao poder –que ele era “ideologicamente vazio, cheio de cosmética e muita areia” –, disse: “O tempo encarregou-se de demonstrar que este primeiro-ministro, ao consentir as reformas em curso na justiça, veio dar razão às minhas premonições. Nessa altura apoiei Paulo Rangel”.» [Público]
Quando Rui Rio se engasgou
Tinha acabado de dizer que a política assente no aumento da procura tinha sido a causa da desgraça financeira quando leu no papel que "o aumento do consumo privado é o objectivo pretendido". Ficou óbvio que Rio não tinha escrito o discurso, a surpresa foi tão grande que se engasgou, leu e releu e continuava engasgada, até que lá disse que a frase era importante, que o aumento do consumo era uma consequência do crescimento.
Esta é uma teoria que Rui Rio terá de explicar, mas depois de um vídeo oficial em que er apresentado como um grande economista não lhe será difícil fazê-lo.
O site do PSD já depois do congresso
Colocaram o discurso do Rui Rio, mas "esqueceram-se" de substituir a mensagem de Passos Coelho. Um dia depois ainda é Passos Coelho que dá a imagem ao apelo aos novos militantes. [PSD.PT]
Tinha acabado de dizer que a política assente no aumento da procura tinha sido a causa da desgraça financeira quando leu no papel que "o aumento do consumo privado é o objectivo pretendido". Ficou óbvio que Rio não tinha escrito o discurso, a surpresa foi tão grande que se engasgou, leu e releu e continuava engasgada, até que lá disse que a frase era importante, que o aumento do consumo era uma consequência do crescimento.
Esta é uma teoria que Rui Rio terá de explicar, mas depois de um vídeo oficial em que er apresentado como um grande economista não lhe será difícil fazê-lo.
O site do PSD já depois do congresso
Colocaram o discurso do Rui Rio, mas "esqueceram-se" de substituir a mensagem de Passos Coelho. Um dia depois ainda é Passos Coelho que dá a imagem ao apelo aos novos militantes. [PSD.PT]
A social-democracia" está cheia de cristãos novos
«Aos 51 anos, Feliciano Barreiras Duarte sobe pela terceira vez a um lugar cimeiro da direcção nacional do PSD, agora como secretário-geral. Fá-lo depois de uma aproximação relativamente recente a Rui Rio, numa atitude política que significa uma mudança de posicionamento dentro das famílias políticas do PSD. Ao juntar-se a Rio há cerca de um ano, Feliciano assume a adesão à linhagem social-democrata do PSD, rompendo com a ligação aos que se inscrevem num pensamento mais liberal.
O rompimento com Passos Coelho surge depois de ter participado da sua ascensão ao poder, tendo sido chefe de gabinete deste líder durante o período de oposição e de conquista da vitória nas legislativas de 2011. Sobe então ao Governo ocupando o lugar de secretário de Estado adjunto do ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, mas soma a tutela das questões da imigração, tema em que é especialista, tendo-se doutorado em Direito na Universidade Pública de Berkeley, Califórnia, EUA, onde dá aulas como professor visitante, precisamente com uma tese sobre “O Direito dos Estrangeiros e o Direito Internacional dos Refugiados - O caso português e o caso europeu ”. Tem, aliás, publicada uma vasta obra de quase três dezenas de títulos sobre temas jurídicos e de sistema político.
O fim da proximidade a Passos deu-se em Abril de 2013, quando sai do Governo, acompanhado a saída do seu ministro, Miguel Relvas, com quem aliás já estivera anteriormente na construção do que foi a liderança do PSD de Durão Barroso, em 1999, vindo das lutas as lutas de contestação social ao cavaquismo na região do Oeste. Quando em 2002, Durão sobe a primeiro-ministro foi nomeado secretário de Estado adjunto do ministro-adjunto do primeiro-ministro, José Luís Arnaut. Manteve-se como secretário de Estado do Governo de Santana Lopes, quando Durão trocou Lisboa por Bruxelas.» [Público]
Parecer:
Mais um liberal a converter-se.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
A frustação
«A antiga ministra da Justiça durante o Governo de Pedro Passos Coelho, Paula Teixeira da Cruz, classificou este sábado de “traição” a escolha de Elina Fraga como vice-presidente do PSD. Em declarações ao Observador, Paula Teixeira da Cruz lamentou que “todos aqueles que criticaram e atacaram Pedro Passos Coelho e o seu Governo nas horas mais difíceis estão agora a ser premiados”. E acrescentou, com violência: “Esse prémio tem nome: chama-se traição”.
Paula Teixeira da Cruz destacou ainda a incoerência de Rui Rio sobre o facto de estar disponível para dialogar com o PS: “Não posso comentar porque ouvi uma coisa e o seu contrário. Para já, a posição de Rui Rio é ambígua”.
Elina Fraga respondeu a este domingo, em entrevista à RTP, às críticas de Paula Teixeira da Cruz, garantindo: “Nunca traí Portugal nem o meu partido“. Quando era bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga chegou a apresentar uma queixa-crime, em 2014, contra todos os membros do Governo de Passos Coelho por atentado ao Estado de Direito. A queixa visava todos os membros do Executivo PSD/CDS, incluindo Paula Teixeira da Cruz, que estiveram na reunião do Conselho de Ministros em que foi aprovado o mapa judiciário. Foi, por isso, apupada no Congresso do PSD no domingo quando o seu nome foi anunciado como vice-presidente.» [Observador]
Parecer:
Com companheiras destas ainda muda de partido.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»