Jumento do Dia
Envolver Marcelo Rebelo de Sousa n sua estratégia de diálogo com o PS, num momento em que ainda não se percebeu se está preocupado com consensos ou se não estamos perante mais uma tentativa de meter grãos de areia na Gerigonça, não parece ser boa ideia.
Ao fazê-lo passa a imagem do afilhado do Presidente, isto depois de Santana Lopes já ter feito o mesmo. Parece ser um tique no PSD, tentando conseguir boleia com os likes presidenciais vão almoçar com Marcelo passando a ideia de que são apoiados por Belém. Veremos como reage Marcelo, principalmente se as coisas derem para o torto, até porque Rui Rio parece querer conquistar o país sem ter conquistado metade do seu partido.
«O líder do PSD defendeu esta segunda-feira que o Presidente da República pode ter um "papel muito importante no sentido da aproximação dos partidos para o diálogo construtivo" sobre matérias que precisam de consensos". Rui Rio falava à saída de um almoço com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.
Questionado sobre o tema do almoço, o líder social-democrata disse terem abordado vários "temas de actualidade", sublinhando os dois dossiers que estão em cima da mesa das conversações com o Governo - descentralização e fundos comunitários. Mas disse não ter levado "projectos de lei e propostas" na mala. A propósito da descentralização, Rio reforçou a ideia de que esse é um processo muito mais amplo e que o que está em causa agora é a transferência de competências para os municípios. "A descentralização é muito maior, é preciso fazer direito, com calma e com tempo.
Relativamente a uma eventual reunião com o grupo parlamentar, Rui Rio lembrou que "a direcção ainda não está toda eleita" - faltam os coordenadores e vice-coordenadores. "Deixe estabilizar", afirmou. Já sobre o ambiente na bancada - que só deu 35 votos ao candidato a líder parlamentar - Rio disse que "os deputados são 89", que "à partida" colabora com todos e que "os que não quiserem colaborar assumem as responsabilidades". » [Público]
Ainda que mal pergunte
Se as posições do BE são simétricas das do CDS porque motivo o BE é de extrema-esquerda e o CDS não é de extrema-direita? Dizem que é porque o BE apoia ditaduras, ma será que falam de Angola e Moçambique? Tanto quanto sei são as únicas democracias duvidosas apoiadas por políticos portugueses e, em particular, do CDS.
Se as posições do BE são simétricas das do CDS porque motivo o BE é de extrema-esquerda e o CDS não é de extrema-direita? Dizem que é porque o BE apoia ditaduras, ma será que falam de Angola e Moçambique? Tanto quanto sei são as únicas democracias duvidosas apoiadas por políticos portugueses e, em particular, do CDS.
As sensações estranhas da Catarina
«Não, muito obrigado. É desta forma que Catarina Martins responde à disponibilidade já demonstrada por Rui Rio para dialogar com todos os partidos em matérias tão centrais como o novo quadro de apoio comunitário e o dossiê da descentralização. Numa altura em que socialistas e sociais-democratas vão ensaiando os primeiros passos dessa valsa, a coordenadora bloquista foi taxativa: “O Bloco de Esquerda não sente qualquer necessidade desse diálogo“.
Na conferência de imprensa que marcou o arranque das jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda no distrito de Leiria, Catarina Martins descartou qualquer tipo de conversação com os sociais-democratas e fez marcação cerrada aos socialistas: António Costa terá de levar em conta as propostas do Bloco de Esquerda em matéria de investimento público e romper de vez com os princípios que têm norteado a aplicação dos fundos comunitários, pediu a bloquista, para quem as decisões tomadas em quadros comunitários anteriores são reflexos do “monopólio do Bloco Central“, que tem servido apenas para alimentar “interesses particulares e setores privilegiados da economia”.» [Observador]
Parecer:
Confesso que era mais divertido ver a Catarina a dialogar com a Cristas.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»
Ignorância imperdoável
«A Segurança Social tem acordos de cooperação com 1.862 creches em todo o país. Mas o chamado “acordo atípico”, que permite o funcionamento de uma creche aos fins de semana e feriados, só foi assinado com um estabelecimento. E é privado. A Fundação Pão de Açúcar Auchan – que tem estatuto de IPSS desde 1993 – é a única que beneficia de financiamento público para um dos seus colégios.
Isto quer então dizer que a solução pretendida pelo ministério do Trabalho e Segurança Social para a Autoeuropa é uma absoluta exceção. Na altura da decisão da empresa de alargar o horário de trabalho e incluir os sábados, para fazer face à produção do novo T-Roc, o ministro Vieira da Silva garantiu que o Governo iria assumir “responsabilidades sociais de apoio à família” e destacou que “este apoio não é novo nem exclusivo para os trabalhadores da Autoeuropa”.» [Observador]
Parecer:
É imperdoável, da mesma forma que o ministro das Obras Públicas deve saber de cor e salteado os horários da CP, da TAP e da Carris, o ministro do Ambiente tem de ser capaz de debitar o boletim meteorológico, dizer como estamos de barragens e o estado da camada de ozono, o da Segurança Social é obrigado a saber os horários das creches e dos lares de terceira idade.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se com condescendência.»
Mais um admirado com a ascensão da Elina
«O ex-bastonário da Ordem dos Advogados Rogério Alves diz que ficou “perplexo” quando soube que Rui Rio tinha convidado Elina Fraga para a nova direção do PSD. Numa entrevista ao DN e à TSF, o advogado lembra as críticas, por vezes “ácidas” que a ex-bastonária dedicou ao Governo de Pedro Passos Coelho e considera que, se Fraga fosse a escolha de Rio para a pasta da Justiça (num hipotético Governo do PSD), teria dificuldade para encontrar “consensos” e até a “aprovação” do setor.
“Fiquei absolutamente perplexo com a escolha de Elina Fraga, não pela pessoa em si, mas porque sempre criticou a política de justiça do governo do PSD”, diz Rogério Alves. Na memória do ex-bastonário, estão ainda frescas as posições que a vice-presidente do PSD tomou ao longo de quatro anos. “Sempre criticou, às vezes de forma ácida, as políticas de Justiça do Governo PSD” e, por isso, “uma coisa que ficamos a saber é que a tal reforma da justiça (…) não será aquela que foi dirigida e efetuada no Governo de Passos Coelho”, diz Rogério Alves.» [Observador]
Parecer:
Pobre rapariga, são uns ciumentos.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Peça-se à Elina que fique, um dia destes e com a sua voz ainda vai ser uma fadista famosa.»