Esta foi a semana em que o soviete do MP se reuniu em congresso para adoptar as diretivas que vai dirigir ao governo em matéria de justiça. Como seria de esperar nestas iniciativas sindicalistas organizadas segundo o melhor estilo soviético, o grande acontecimento sindical foi antecedido por muito foguetório, o sassarico foi de tal forma grande que por pouco era tema de debate no parlamento europeu, depois do perigoso Mário ter sido apanhado há uma ano a ver um jogo do Benfica.
Quem não deve ter reparado em nada foi o Presidente da República, tão dado a fazer comentários sobre tudo o que se passa, pronunciando-se sobre os temas do dia de manhã, à tarde e à noite, nesta semana quase não reparou em nada, se não fosse a legionella da CUF dir-se-ia que meteu férias. Os portugueses estão a ficar dependentes dos seus comentários, pelo que o seu silêncio em casos como a arvoada justiceiro e o negócio das crianças da IURD, estão a fazer com que muitos portugueses comecem a ter sintomas da síndrome da absteniência.
A líder do CDS também deve andar um pouco distraída, depois de todo o ruído que fez quando se registaram casos de legionella no Amadora-Sintra, esqueceu-se de fazer o competente aproveitamento político, agora que o azar bateu à porta do hospitado dos Mellos. Faltou-lhe imaginação, poderia ter acusado o governo de não fiscalizar devidamente os hospitais privados.
Menos distraído andou Passos Coelho, que continua firme e hirto mais a sua bandeirinha, sentadinho ao lado de Hugo Soares, enquanto Rui Rio continua a gozar das suas férias prolongadas lá para os lados do Porto. Passos não se limita a servir de pau da bandeira na primeira fila do grupo parlamentar do PSD, também fez um pequeno comício em que questionou o governo sobre as crianças da IURD. Não deve ter reparado em quem deixou a IURD levar as crianças pela porta da frente da Justiça.