sexta-feira, fevereiro 16, 2018

O AGRADECIMENTO AO PILANTRA

Empolgado pelas memórias do último congresso do PSD em que esteve presente, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu mais uma vez a Passos Coelho por tudo o que fez. Na primeira vez que o fez disse que o ainda líder do PSD abriu um trilho que este governo aproveitou, agora elogiou a coragem de Passos Coelho para governar numa situação tão difícil.

Não sei se Marcelo s sentiu influenciado pelos postos que Passos Coelho colocou no seu Facebook com reprodução de cartas que recebia ou com a informação de que só daria prendas às crianças mais pequenas. Deve ter sido por isso, porque quanto ao resto não parece que sacrifício tenha sido assim tanto, até ficou mais rechonchudo e ainda chamou piegas aos portugueses.

Sejamos honestos, a vinda da Troika foi desejada por Passos Coelho e enquanto o governo de então negociava com as organizações internacionais, Passos Coelho tudo fez para dar uma imagem mais grave da situação do país, apoiando medidas mais duras. Marcelo Rebelo de Sousa leu certamente o livrinho que Passos tinha escrito e deve ter acompanhado a crise política de então. 

A verdade histórica não corresponde à de alguém que foi chamado a fazer um sacrifício, mas sim a de um político que se aproveitou de um contexto para forçar os trabalhadores a fazerem sacrifícios muito para além do que era exigido pela troika, como achou pouco ainda se lembrou de lhes chamar de piegas.

Passos Coelho quis que o cenário que justificou a vinda da troika fosse o mais grave possível e quando chegou ao governo ainda inventou “desvios colossais” para adotar medidas ainda mais duras do que as exigidas pelos credores. Marcelo Rebelo de Sousa está enganado, quem fez o sacrifício foram os trabalhadores portugueses e não o pilantra do Passos Coelho.