terça-feira, maio 29, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Rui Rio

Alguém devia explicar a Rui Rio que depois das medidas de austeridade excessiva que ele apoiou o país nunca poderia ser um "país das maravilhas". Talvez fosse melhor apresentar políticas alternativas consistentes do que andar a ler jornais em busca de problemas.

«O líder do PSD, Rui Rio, afirmou esta segunda-feira não ter saído "nenhuma ideia nova para o país" do Congresso do PS, onde foi mostrado um cenário de "António Costa no país das maravilhas" que não corresponde à realidade.

"Vi aquele congresso como uma manifestação interna do PS, que ganhou ali um ânimo, mas para o país não vejo nada de relevante", disse Rui Rio aos jornalistas, à margem de um encontro com o Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados.

Questionado se foi traçado um cenário demasiado cor de rosa pelo secretário-geral do PS no congresso, Rio respondeu: "sim, um pouco António Costa no país das maravilhas".» [DN]

      
 Outra vez a andar por aí?
   
«A direcção do PSD recebeu com alguma frieza a notícia de que Pedro Santana Lopes decidiu renunciar ao lugar de número 1 no Conselho Nacional, para o qual fôra eleito nas listas de Rui Rio.

O ex-primeiro-ministro enviou a carta de renúncia na sexta-feira, noticiou o Expresso. Ao PÚBLICO, o secretário-geral do PSD, José Silvano, considerou que nesta renúncia  “o facto político relevante não é nenhum”. Pedro Santana Lopes “achou que não tinha vontade de participar. Não conheço nenhum outro motivo, nem atribuo outro significado”, explica Silvano, referindo-se às razões invocadas pelo ex-líder do PSD na carta - razões pessoais.

“Se há outros motivos, Santana tem a frontalidade suficiente para o assumir. Ele, aliás, é conhecido por isso. Quando tem uma coisa para dizer, não tem problema em dizê-lo”, afirmou José Silvano, numa altura em que a renúncia de Santana está a ser vista no PSD como a ruptura final do ex-autarca de Lisboa com Rui Rio. Os dois defrontaram-se nas directas do PSD, tendo Rio ganho as eleições por 54,3 por cento dos votos. Três semanas mais tarde, em pleno congresso, os ex-adversários fizeram um acordo de paz que passou, entre outros aspectos, por Santana indicar nomes para os órgãos nacionais na proporção dos votos que obteve nas directas.» [Público]
   
Parecer:

Ou estará a pôr-se a jeito para um cargo a dar pelo governo?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Baixo nível
   
«Marques Mendes elenca três questões:

  1. “Abrir uma sociedade na véspera de entrar no Governo? É suspeito. É estranho”. E recorda uma capa do jornal Público desta semana onde se lia: “Ministro não responde se criou empresa para esconder património”.
  2. “Na energia é mais importante. [Pedro Siza Vieira] pediu escusa em matérias de energia. É louvável. Mas há uma coisa estranha? Porque só agora é que pediu escusa? Porque é que pediu escusa agora, quando antes reuniu-se com outras empresas, como a EDP?”
  3. “É muito estranho as funções. [Siza Vieira] trata de assuntos de energia, mas não é ministro da Energia. Trata de assuntos de economia, mas não é ministro da Economia. Parece que temos dois ministros da Economia. Isso não é transparente. Tem a ver com eventuais conflitos de interesse”.

Sobre António Costa, Mendes diz que “nunca deixa cair » [Eco]
   
Parecer:

Nunca Marques Mendes tinha descido tão baixo.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Marques Mendes que use o mesmo rigor para avaliar as suas empresas ou as da sua filha.»

 E se fosse em Portugal?
   
«Chegou do Mali em Setembro, sem documentos. Quando viu uma criança em apuros, na iminência de cair de uma varanda no quarto andar de um prédio no 18.º bairro de Paris, Mamoudou Gassama não hesitou: escalou o prédio e salvou-a. Pela sua coragem, foi recebido por Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu que lhe gabou a valentia. "Todos os papéis vão ser regularizados", assegurou Emmanuel Macron, no rescaldo do encontro com Gassama, no Palácio do Eliseu, cita o jornal Le Parisien. 

O Presidente francês propôs também que fosse posta em marcha a naturalização,  que o jovem de 22 anos aceitou, conta o Le Monde.» [Público]
   
Parecer:

O mais provável era estar agora numa "residência" do SEF.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

 Situação estranha
   
«O Banco de Portugal (BdP) vai voltar a fiscalizar a carteira de crédito em cumprimento do antigo Banco Português de Negócios (BPN) que o Estado transferiu em 2012 para a Parvalorem, uma entidade pública criada para gerir activos tóxicos e que não está autorizada a executar operações bancárias. A iniciativa do BdP surge depois de confrontado pelo PÚBLICO com um crédito vivo de 20 milhões de euros da Cofina que escapou ao radar do supervisor. Essa falha é justificada pelo BdP com o facto de apenas avaliar a carteira da Parvalorem por amostragem.

A 26 de Março de 2012, ainda incorporado e gerido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BPN concedeu um financiamento à Cofina [dona do Jornal de Negócios, da Sábado e do Correio da Manhã] de 20 milhões de euros, com maturidade até Outubro 2016, e garantido por uma livrança. O dinheiro serviu para a empresa de Paulo Fernandes, cotada na Bolsa de Lisboa, pagar à CGD uma divida de idêntico valor. À época o BPN era administrado por uma equipa da CGD chefiada por Francisco Bandeira, o ex-vice-presidente do banco público.   

Três dias volvidos, a 29 de Março de 2012, o crédito de 20 milhões atribuído à Cofina foi transferido para a Parvalorem, sociedade comercial constituída, em 2010, para limpar o “lixo” do balanço do BPN, para o tornar vendável. E no veículo público o empréstimo foi contabilizado em situação regular, como, aliás, não podia deixar de estar pelo pouco tempo que passara desde a sua concessão. E, com o crédito, foram transferidos os ficheiros com os dados confidenciais da empresa.» [Público]
   
Parecer:

Esta escapou ao Otávio, senão tinha dado uma primeira página do CM e muitas horas de debate na CMTV. O estranho que é que passado tanto tempo ninguém, nem mesmo quem tinha de pagar o que devia tivesse reparado.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Coisas estranhas
   
«Os bancos tinham fechado há hora e meia mas na sede do Banco Português de Negócios (BPN), localizada na Av. António Augusto Aguiar, em Lisboa, ainda era possível fazer levantamentos em numerário. Eram 16h44m do dia 19 de fevereiro de 2003 quando Carlos Duarte, funcionário do backoffice da unidade de offshore do BPN, recebeu um email de António José Duarte, responsável da Direção de Operação (DOP), a solicitar-lhe o processamento de uma operação ao balcão de 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,4 milhões de euros ao câmbio atual). Em notas, dinheiro vivo. “Esse levantamento será efetuado por mim e pelo António Tinoco dentro de meia hora”, informava o membro do inner circle de José Oliveira Costa, o líder do BPN.

Tinoco, natural de Portimão tal como António Duarte, já tinha ouvido falar nessas operações especiais ordenadas pela administração liderada por Oliveira Costa mas nunca tinha participado em nenhuma. Aquela seria a sua primeira vez. Depois das 17h00, o funcionário da DOP deslocou-se sozinho à agência da sede do BPN, situada no primeiro andar da sede, e recebeu um saco com o valor referido no email. Seguindo instruções, contou as notas, fechou o saco e dirigiu-se ao 8.º andar — o piso da administração. Saiu do elevador, entrou numa sala onde estava um casal espanhol e Manuel Joaquim Dias Loureiro, o ex-secretário-geral do PSD e ex-ministro de Cavaco Silva, e colocou o saco que trazia consigo em cima da mesa. Já lá estava uma mala preta que o espanhol tinha aberto para receber o dinheiro. Tinoco tirou os maços de notas do saco, colocou-os dentro da mala e voltou a contar as notas à frente de Dias Loureiro e dos restantes presentes.

O ex-secretário-geral do PSD já não era executivo do BPN. Tinha pedido a demissão em maio de 2002, devido à sua candidatura a um novo mandato como deputado do PSD. Mas mantinha um escritório no piso da administração, pois Oliveira Costa tinha-o convencido a ficar como administrador não executivo.

A mala fechou-se, Dias Loureiro despediu-se e Tinoco disponibilizou-se para levar o casal à garagem onde estava estacionado o carro dos espanhóis. Com a mala preta na mão, indicou aos visitantes o caminho para o elevador. Diligente e simpático, o algarvio colocou a mala com o 1 milhão e 500 mil dólares em notas dentro do automóvel de luxo com matrícula espanhola, ajudou a fazer a manobra de saída e acenou-lhes quando o casal misterioroso subiu a rampa da garagem da sede do BPN.» [Observador]
   
Parecer:

O estranho neste processo está no fato de os mesmos que agora andam sempre assanhado naquele tempo perdiam a pica para a investigação de uma forma quase tranquila. Se calhar foi o ex-Procurador-Geral que os travou...
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao procurador se a pica lhe apareceu com a idade.»

 Um cardeal muito empenhado
   
«O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, pediu aos deputados para votarem, na terça-feira, contra os quatro projetos de lei que descriminalizam a morte medicamente assistida, em declarações à agência Ecclesia. “Espero que todos e cada um dos deputados, como legisladores que são, tenham devidamente em conta o que a sociedade tem manifestado”, disse Manuel Clemente, em declarações à Ecclesia, no domingo, em Penafirme, Torres Vedras, durante a “Festa da Família” do Patriarcado de Lisboa.

O bispo lembrou as posições públicas do atual e dos antigos bastonários da Ordem dos Médicos, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e de antigos chefes de Estado e governantes de Portugal, numa referência a Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, e de organizações da sociedade civil e religiosas.» [Observador]
   
Parecer:

É uma pena que este senhor fique tantas vezes em silêncio e só levanta a voz para apoiar políticas de austeridade ou para tentar impingir a sua sharia.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»