quarta-feira, maio 09, 2018

SEJA MAIS CUIDADOSO SENHOR PRESIDENTE

Se um primeiro-ministro declarasse que se demitiria se ocorrem incêndios com consequências materiais e/ou humanas trágicas, abrindo uma crise politica e criando mais uma modalidade para derrubar governos, o mínimo que se poderia chamar a esse primeiro-ministro era irresponsável e seria saudável que o mesmo se demitisse ou fosse demitido antes da época seca.

Já basta o espetáculo para pirómanos que são proporcionados pelas nossas televisões, quanto mais termos agora malucos extremistas ou irresponsáveis a atear incêndios para derrubar um governo da Geringonça ou dos Pafiosos. No dia em que os incêndios forem motivo para derrubar governos as campanhas eleitorais passam a realizar-se nos meses de Julho a Setembro e em vez de comícios e outdoors serão utilizadas garrafas com gasolina.

Se o presidente da República recuasse no tempo chegaria facilmente à conclusão de já teriam caído vários Presidentes da República e vários primeiros-ministros, a começar, por exemplo, por Durão Barroso, que viu o Algarve arder de uma ponta à outra, antes de fugir para Bruxelas ou de ter ajudado a pegar fogo ao Iraque.

Além disso, não se percebe porque motivo o Presidente da República dá preferência aos incêndios para se demitir, quando há tragédias naturais, eventualmente com mais consequências devido à incúria dos governos, como terramotos, epidemias ou tsunamis. Se ocorrer um terramoto em Lisboa o Presidente da República foge? Teria fortes motivos para se demitir, poderia assumir que apenas se preocupou com os incêndios e nunca exigiu do governo quaisquer outras medidas para prevenir as mais diversas tragédias que podem ocorrer num país.

Além disso, parece que este Presidente anda obcecado com eleições e de vez em quando ou fala da sua recandidatura, faz ameaças em relação a eleições antecipadas, avisa contra eleitoralismos. Fica-se com a sensação de que o Presidente da República não quer ser apenas ele a gerir os calendários eleitorais, como parece querer condicionar a opinião dos portugueses e, consequentemente, orientar o seu voto.

Nunca um Presidente da República fez tantos avisos e ameaças de dissolução do parlamento com anos de antecedência ou colocou condições `sua recandidatura criando tabus a três anos de antecedência, quando ainda nem se sabe o que vaio acontecer até lá. O país não precisa de crises antecipadas, de aviso e amuos, precisa de criar riqueza, de ser mais justo e de resolver os problemas. om a idade que o Senhor Presidente já tem era tempo de perder a mania de criar fatos políticos, porque fazê-lo como jornalista é uma brincadeira, mas se o fizer como presidente será uma irresponsabilidade.