Está consumado a separação entre António Costa e José Sócrates, uma separação que começou ainda durante o governo do primeiro e que ao longo dos tempos se tornou numa separação de fato. Durante anos José Sócrates movimentou algumas bases do PS em sua defesa e manteve alguns dos seus em lugares chaves do partido. Mas nunca conseguiu que o seu partido assumisse a sua defesa e a separação era inevitável.
Ana Gomes começou a sua campanha para renovar o seu mandato de deputado no luxuoso e confortável Parlamento Europeu e nada melhor do que voltar a Sócrates, o seu ódio de estimação desde que este formou um governo e não a a promoveu a ministra dos Negócios Estrangeiros. Desde então que Sócrates tem pago com língua de palmo a desfeita. A única forma de calar a ex-MRPP era tirar-lhe o assunto, terá agora de encontrar outra bandeira oportunista para dar nas vistas no próximo congresso do PSD.
De um dia para o outro, desapareceram os problemas na saúde, as cativações do Centeno ou os relatórios dos incêndios, o potencial eleitoral do caso Manuel Pinho alterou totalmente a preocupação dos nossos políticos garimpeiros. O BE deixou de se preocupar com o Centeno e os seus especialistas em finanças são agora especialistas em corrupção.