Jumento do Dia
Dos argumentos que Pedro Siza Vieira usa para justificar a perda do direito á atualização dos vencimentos por parte dos funcionários públicos só se pode dizer uma coisa, que metem nojo. E metem nojo porque são argumentos muito porquinhos, inaceitáveis e que re revelam alguma falta de respeito por centenas de milhares de profissionais.
Os funcionários estiveram anos e anos sem qualquer progressão, foram sacrificados, para eles o progresso parou há uma década. Agora vem este senhor tratar aquilo que é normal em qualquer profissão como uma benesse. A isto só se pode dar uma resposta , vá à bardamerda.
Os funcionários públicos foram obrigados a ceder trabalho escravo, trabalhando mais horas sem qualquer remuneração e na mesma altura em que lhes foram reduzidos arbitrariamemnte e inconstitucional mente os vencimentos. Vir agora tratar a reposição do horário como uma benesse só merece uma resposta, vá á bardamerda.
Usar o direito a um vencimento em alternativa á necessidade de mais funcionários é um argumento sacana, velhaco e imoral. Segundo esta lógica poder-se-ia cortar os vencimentos para contratar mais médicos ou mais bombeiros porque entre o vencimento dos funcionários e a vida dos portugueses não há escolha.
Certa vez António Costa disse que quando pensamos como a direita acabamos por governar como a direita e é isso que este senhor está fazendo. Os seus argumentos, os seus valores e princípios, o seu respeito pelos funcionários públicos está ao mesmo nível dos governantes mais velhacos do governo anterior. Um nojo.
Se o senhor acha que os funcionários públicos não podem ser aumentados por falta de dinheiro que o diga frontalmente, não precisa de ser sujo e velhaco ou de ofender a inteligência dos portugueses.
«Mas o discurso do Governo mudou este fim-de-semana. Em entrevista ao Negócios e à Antena 1 – que foi para o ar no sábado à noite e que é publicada esta segunda-feira na edição impressa do Negócios –, Pedro Siza Vieira assume que é preciso fazer escolhas. Depois de lembrar a valorização das remunerações dos funcionários públicos que tem estado em curso – eliminação dos cortes, redução do horário semanal das 40 para as 35 horas, descongelamento da progressão na carreira –, o ministro adjunto defendeu que é muito importante avaliar como vamos despender esses recursos. "É preciso rejuvenescer a FP, é preciso fazer crescer os recursos na FP, nós precisamos de mais médicos, de mais enfermeiros, de mais funcionários na Segurança Social de mais funcionários, precisamos de mais gente, portanto temos de fazer escolhas sobre como vamos usar os recursos que a gestão financeira do governo foi capaz de gerar.
Siza Vieira não quis adiantar a sua escolha (deixando-a apenas implícita), mas o primeiro-ministro fê-lo em entrevista ao Diário de Notícias, publicada este domingo: "se me perguntar o que é mais importante, aumentar o número de funcionários ou o vencimento dos funcionários, respondo é que o aumento do número de funcionários". Mais importante para quem? Para satisfazer "as necessidades dos portugueses", melhorando a qualidade dos serviços públicos, mas também para "melhorar a qualidade de vida de quem já está hoje na Administração Pública".» [Jornal de Negócios]