domingo, dezembro 01, 2019

POUCA SORTE




Não sendo a terra maravilhosa que é para os mais afortunados, Vila Real de Santo António não deixa de ser graças ao clima e à sua posição geográfica uma das terras que oferece melhores condições para viver. E se é fácil viver melhor seria se a terra tivesse tido sorte com as suas elites, sejam económicas ou políticas.

A sorte que tivemos com a geografia não tivemos com os dirigentes, exceção feita para o seu fundador e para os investidores que asseguraram ao concelho uma imagem de progresso que durou até finais de anos 70. Desde então temos assistido a uma decadência que não foi travada pelo crescimento do turismo ou por alguns negócios de ocasião gerados pelas vantagens comparativas em relação a Espanha, que geram numerosas oportunidades de negócios.

A última geração de industriais das conservas ou não conseguiram renovar as ambições industriais do concelho ou preferiram fazê-lo noutras paragens. O turismo que nasceu sob o signo da ambição, com a construção do Hotel Vasco da Gama, acabou por ir perdendo qualidade e agora surgem empreendedores anónimos promovidos por concursos camarários a que concorre um único interessado com um capital de 15.000!

Mas se as elites industriais e comerciais não estiveram à altura das possibilidades oferecidas pelo concelho, a verdade é que os vila-realenses não foram exigentes para com os diretórios políticos locais, capítulo em que o concelho nunca teve grande sorte. Os vila-realenses escolheram sucessivas lideranças autárquicas sem grande visão na última década e meia escolheram mesmo alguém que pada e meia escolheram mesmo alguém que quase destruiu a terra e parece querer voltar para destruir o que ainda está de pé.

Vila Real de Santo António merecia melhores industriais, melhores comerciantes melhores políticos locais, mas também merecia que os seus eleitores fossem mais criteriosos e em vez de fazerem como alguns políticos que governam segundo interesses, votassem sem pensar em benesses e envelopes. A margem para mudar este estado de coisas é cada vez mais pequena e mais uma escolha desastrosa e as consequências não apenas ainda mais ruína, o mais provável é que4 o concelho deixe de se é que o concelho deixe de se viável.