Quem tivesse distraído e ligasse a televisão neste fim de
semana pensaria que estava a festejar-se uma espécie de Halloween político
dedicado ao governo de Passos Coelho. Primeiro foi o morto vivo dos Assuntos
Fiscais, Paulo Núncio, a aparecer a dar uma entrevista, uma forma de tornar
público que acabava de ressuscitar. No domingo abriram as portas do cemitério
do governo de Passos Coelho e foi o que se viu na apresentação do Monte de
negro, só lá faltava o Cavaco Silva.
Nunca a apresentação de um candidato à liderança do PSD foi
tão claro quanto às ideias, propostas e gente para governar, aliás, tudo aquilo
foi perda de tempo e de dinheiro, o candidato não passa de um xarabaneco. Tudo
aquilo não passou de uma peça de um teatro de xarabanecos e até lá estava o
próprio Passos Coelho, mas como era ele a manipular os xarabanecos não era
visível, por estar atrás da cortina.
Estava lá o xarabaneco do grupo paralemntar, a xarabenca das
finanças e vários outros xarabanecos do governo de Coelhos, defuntos da nossa
vida política ressente, que ganharam vida neste Halloween fora de época, graças
a esta encenação de xarabanecos.
Mas se tudo aquilo foi ridículo não deixa de ter alguma
utilidade, os portugueses sabem agora que há um PSD que quer acabar a obra
inacabada de Passos Coelho, quer voltar a cortar nas pensões, voltar a cortar
nos vencimentos do Estado e aplicar o mesmo corte dos trabalhadores do privado.
Voltou a ladainha das duas legislaturas e são não disseram o que defendem
porque todos os sabemos.
Este regresso de Passos Coelho escondido atrás do xarabaneco
que era líder parlamentar tem muito de positivo e se Rui Rio for derrotado o
governo de António Costa tem muito a ganhar. Desde logo porque o PCP e o BE
percebem que ainda não é tempo de derrubar um governo do PS e que o cenário do
passado se repete, se o derrubarem terão de enfrentar a política de Passos
Coelho. E o Presidente da República dificilmente sonhará com a hipótese de usar
o segundo mandato para ajudar o PSD a regressar ao poder.