CATARINA MARTINS, CHEFE DE MESA NO BE
Não entendo tanta desilusão em relação à posição do BE, parece que anda por aí muita gente desiludida com a bondade das dirigentes deste partido, como se não tivessem percebido que ainda o OE não tinha sido entregue no Parlamento e já o não estava mais do que decidido.
Como é possível negociar com quem acha que enquanto não estiver no fundo uma empresa não pode despedir, como se o despedimento fosse uma espécie de boia entregue a náufragos na hora em que o comandante do navio concluiu que o barco vai ao fundo?
Não estamos no domínio da esquerda ou da direita, do bem ou do mal do povo, das conquistas de abril ou de janeiro, é política pura e dura e para o BE o objetivo é o poder a qualquer custo. Se o governo cedesse nas exigências do SNS vinham propor uma dúzia de hospitais, se o governo tivesse cedido no novo Banco vinham com uma qualquer exigência em relação ao BCP, se o governo cedesse na prestação social exigiriam um aumento do subsídio de desemprego.
O não estava certo e quanto mais o governo cedesse, mais o
BE exigiria.
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