quarta-feira, dezembro 23, 2020

UMA TORRE MUITO FEIA

Todos os dias são abatidas manadas de bovinos, rebanhos de cabras, bandos e bandos de frangos e de perus ou varas de porcos. Só que nenhum dos proprietários dos animais se aproveitaram e cobraram o direito de matar os animais a tiro, numa orgia desumana que nem em tempos medievais o mundo assistiu. 

Aquilo que sucedeu na Torre Bela foi uma orgia de morte e qualquer um dos idiotas que lá estiveram com os melhores e mais caros trajes de falsos caçadores mataria com o mesmo prazer um veado ou uma vitela, da mesma forma que se sentem tão grandes caçadores quando mata uma perdiz selvagem ou atira sobre uma perdiz de aviário. 

O argumento dos caçadores, de que controlam a caça, que defendem o ambiente ou ajudam a repovoar a vida selvagem, não passa de bazófia dos dirigentes de associações ou de caçadores finos como o Sousa Tavares. A verdade é que substituem espécimes selvagens por “frangos” e não raras vezes atiram sobre tudo o que corre ou voa, à falta de melhor até se divertem a atirar a sinais de trânsito. 

Mas há uma segunda dimensão desta hipocrisia, é a transformação de uma exploração agrícola para produzir energia supostamente limpa. Isto é, em vez de os terrenos serem avaliados segundo as suas aptidões agrícolas, a sua biodiversidade ou importância para a manutenção da biodiversidade, semeiam-se parques de energia fotovoltaica por todos os cantos. 

É a hipocrisia das energias limpas, a mesma hipocrisia que para promover o biodiesel substituiu florestas por campos de soja ou de milho, destruindo florestas e terrenos com aptidões agrícolas para alimentar a bazófia ambientalistas de políticos da treta..