Se a direita beneficiasse de uma pensa de sobrevivência estaria na hora de lhe exigir uma prova de vida, não porque receemos que esta morta mas há tanto tempo que não sai à rua que o mais provável é que esteja acamada.
Excluindo a pretensa elite intelectual que escreve nalguns blogues, cujas estatísticas vão sendo animadas (ou reanimadas) pelos links do Abrupto, a síntese do que lê nos jornais americanos, colocando aqui ou acolá uns excertos dos livros em destaque na Bulhosa, a verdade é que a direita não dá sinais de vida. Não estando morta nem acamada resta-nos pensar que se meteu no frigorífico por causa das temperaturas deste Verão ou então enganou-se no calendário e entrou em hibernação antes de tempo.
E o argumento de que a esquerda governa com um programa de direita não é suficiente, se há algo que os governos de direita apreciam é adoptar as medidas que são supostamente da esquerda, Durão Barroso e Santana Lopes não resistiram a essa tentação, e não me recordo dos dirigentes de esquerda, mesmo com a perseguição desencadeada com o Processo Casa Pia, terem que andar nos rescaldos dos incêndios para conseguirem tempo de antena.
Bem, o Marques Mendes lá vai aparecendo de rescaldo e rescaldo o que poderá ser uma prova de que existe direita, mas se é para dizer que a solução para os incêndios está na adopção de penas mais pesadas para os incendiários, então é melhor que morra, talvez ressuscite com novas ideias.
Manuel Monteiro tem razão, é necessário discutir o que é isso da direita e da esquerda, mesmo que o debate tenha que ser iluminado com faróis de nevoeiro, porque se à esquerda não são poucos os que constroem sociedades nas nuvem, à direita persiste o sebastianismo, pouco importando que o nevoeiro seja junto a uma qualquer bomba de gasolina do Algarve ou, o que seria mais provável, à porta da Goldman Sachs, em Londres.