Primeiro andaram um ano a divertirem-se convencidos de que o
diabo lhes faria o trabalho, em vez de alternativas fizeram prognósticos
desastrosos e antes do jogo, o resultado foi o que se viu, em vez de ir a São
Bento o Mafarrico optou por se instalar na São Caetano e no Largo das Caldas.
Abandonados pelo diabo a imaginação escasseou, tiveram de se
dedicar a coisas menores, pouco importando que se tratassem de situações
resultantes das políticas que adotaram no passado. O grande problema do país
passou a ser a linha verde do Metro de Lisboa. Aqueles que agora dizem que os
passes sociais é coisa de citadinos, andaram meses preocupados com os que os
algarvios, beirões ou transmontanos sofriam quando iam de Metro entre o Rossio
e a Praça de Alvalade.
O Metro lá superou as maldades que lhe fizeram e foi a
Catarina Martins que encontrou um argumento fundamental na crítica às políticas
de Mário Centeno, era tudo culpa das cativações. Desta vez a direita optou por
ser bipolar, começou por o sucesso económico à austeridade, sugerindo que
Centeno era aluno do Gaspar, ao mesmo tempo descobriu que quem morria de
pneumonia teria sobrevivido se não houvessem cativações.
Mas o diabo apareceu mesmo e veio trazendo o fogo do
inferno, Passos exultou e até começou a sonhar com mortos e se as vítimas dos incêndios
não podiam ser atribuídas ao governo, então alguém teria de se suicidar porque
o governo não os ajudou e surgiram logo mortos e feridos. A teoria da culpa das
cativações evoluiu para a teses da ausência do Estado, por causa do Centeno o
Estado falhava. A tese até teve honras de apoio presidencial.
Sem mais desgraças alguém reparou que no executivo havia um
casal a que se juntavam um assessor e uma chefe de gabinete, descobriram logo
que o governo em vez de ter tomado posse em Belém tinha-o feito numa repartição
do Registo Civil. Os jornalistas do Observador deixaram de ler a comunicação social estrangeira para ver
o que se podia copiar, agora era necessário encontrar primos até ao terceiro
grau, tarefa penosa num ais em que quase todos são Silvas, Pereiras ou Costas.
Cansaram-se depressa, esperemos para ver como é que a
direita vai esconder que não têm propostas a fazer ao país, ficaram bloqueados
com as políticas da extrema-direita chique e não conseguiram propor um programa
diferente do de Passos Coelho.