quinta-feira, janeiro 23, 2020

DO HIRRITANTE AO HILARIANTE


Resultado de imagem para manuel vicente e eduardo dos santos

Ao acusar o vice-presidente angolano Manuel Vicente dos crimes de corrupção ativa, branqueamento de capitais e falsificação de documento a justiça portuguesa criou aquilo a que num momento dispensável de humor o primeiro-ministro português designou por irritante, logo ele que costuma dizer “à política o que é da política e à justiça o que é da justiça”.

O problema resolveu-se quando o Tribunal da Relação decidiu que o caso devia ser enviado para a justiça angolana. Sendo Angola, ao que agora dizem, um Estado de direito e uma democracia seria de esperar que o PGR daquele país dê continuidade ao processo, até porque se Angola está tão empenhado em combater a corrupção teria aqui um bom exemplo. Enquanto não apanham a Isabel Eduardo dos Santos podia pegar no Vicente que está ali mesmo à mão e treinar os seus dotes de justiça democrática.

O próprio presidente João Lourenço disse que se o problema era a imunidade de Vicente a solução seria fácil, bastaria que fosse pedido à Assembleia Nacional o levantamento da imunidade parlamentar. Acontece que o mesmo procurador-geral de Angola que para combater a corrupção até diz que está a caminho de Lisboa, enquanto por este lado todos manifestam a disponibilidade para colaborar com a justiça angolana, nada faz no tal caso que era um irritante.

Parece que há irritantes e irritantes ou que há corrupção e corrupção e no caso do Vicente bastou uma pomadinha para que a irritação passasse. Agora parece que o poder doi dinheiro está do lado do Vicente e dos amigos e já nada irrita.

Tudo isto começa a parecer hilariante.