É evidente que o PCP e a CGTP apostaram tudo no 1.º de Maio
para fazer uma grandiosa encenação ao melhor estilo norte-coreano. Tudo isto
para um discurso da líder da CGTP em que nada se disse de relevante, para além
da afirmação de que a queriam impedir de estar ali. Uma afirmação de
organização e de resistência a que não podia faltar a presença de Jerónimo de
Sousa, firme e hirto, porque vírus fascista não mata comunista.
Valeu a pena, foi dito alguma coisa de novo, mudou alguma
coisa em favor dos trabalhadores’ É óbvio que não, fica para a história de que
nada impede os grandiosos primeiros de maio da CGTP/PCP, que tudo parou desde
os abraços do Marcelo à peregrinação a Fátima, mas contra tudo e contra todos,
o 1. De Maio não falhou.
Valeu a pena, o PCP ganhou alguma coisa com esta
manifestação, mais uma sempre com os mesmos e transportados com os autocarros
das autarquias dos “territórios libertados? É óbvio que não, percebe-se que a manifestação
provocou alguns meios mais conservadores da Igreja Católica e que despertou
reações de ódio por parte da extrema-direita. Quem ganhou foram os populista e
quem mais perdeu foi o PCP.
A radicalização artificial do PCP frente aos populistas da
extrema-direita é uma luta que apenas serve aos segundos e se o PCP julga que
radicalizando esta luta com os populistas do outro lado bipolariza o debate, promovendo-se
como o grande lutador antifascista é porque ainda não reparou onde votam agora
os velhos militantes do PC francês.
O PCP recusa-se a muda e quando mais muda o muito mais se
afirma com valores cada vez mais ortodoxos. Com Jerónimo de Sousa recuperou-se
o estalinismo e o leninismo na sua forma mais pura e dura. Foi uma encenação
dessa ortodoxia que o PCVP montou no 1.º de Maio, veremos o que ganhou com o espetáculo.