quarta-feira, maio 06, 2020

O PCP AINDA NÃO PERCEBEU


É evidente que o PCP e a CGTP apostaram tudo no 1.º de Maio para fazer uma grandiosa encenação ao melhor estilo norte-coreano. Tudo isto para um discurso da líder da CGTP em que nada se disse de relevante, para além da afirmação de que a queriam impedir de estar ali. Uma afirmação de organização e de resistência a que não podia faltar a presença de Jerónimo de Sousa, firme e hirto, porque vírus fascista não mata comunista.

Valeu a pena, foi dito alguma coisa de novo, mudou alguma coisa em favor dos trabalhadores’ É óbvio que não, fica para a história de que nada impede os grandiosos primeiros de maio da CGTP/PCP, que tudo parou desde os abraços do Marcelo à peregrinação a Fátima, mas contra tudo e contra todos, o 1. De Maio não falhou.

Valeu a pena, o PCP ganhou alguma coisa com esta manifestação, mais uma sempre com os mesmos e transportados com os autocarros das autarquias dos “territórios libertados? É óbvio que não, percebe-se que a manifestação provocou alguns meios mais conservadores da Igreja Católica e que despertou reações de ódio por parte da extrema-direita. Quem ganhou foram os populista e quem mais perdeu foi o PCP.

A radicalização artificial do PCP frente aos populistas da extrema-direita é uma luta que apenas serve aos segundos e se o PCP julga que radicalizando esta luta com os populistas do outro lado bipolariza o debate, promovendo-se como o grande lutador antifascista é porque ainda não reparou onde votam agora os velhos militantes do PC francês.

O PCP recusa-se a muda e quando mais muda o muito mais se afirma com valores cada vez mais ortodoxos. Com Jerónimo de Sousa recuperou-se o estalinismo e o leninismo na sua forma mais pura e dura. Foi uma encenação dessa ortodoxia que o PCVP montou no 1.º de Maio, veremos o que ganhou com o espetáculo.