sexta-feira, novembro 12, 2021

PAULO RANGEL

 


Há políticos de que gosto e políticos de que não gosto, Rangel está numa categoria diferente, não passou nos psicotécnicos para ser avaliado como politico. Desde que esta criatura apareceu na política, uma espécie de almondega vinha do CDS, nunca consegui levá-lo a sério.

Felizmente o homem tem-se em maior conta do que a que resulta da minha avaliação e nunca desistiu de chegar ao topo da vida política. Por isso, chegada a hora e empurrado por aqueles que sabem que não é o momento apropriado para o assalto ao poder, vulgo pote, decidiu avançar. 

É um daqueles ciclistas que fogem do pelotão ms ninguém leva a sério, Rangel sente-se neste papel e encetou a sua fuga, apostou num golpe de sorte. Melhor, em dois golpes de sorte, já que se conseguir descolar de Rio ainda terá de ultrapassar Costa, que já vai a meio da montanha.

Em tempos alguém que conhecia bem um dos mais vaidosos ministros de Cavaco Silva, contou-me que o homem fazia belos discursos com base em artigos de revistas estrangeiras, de onde ia retirando ideias, dados e citações. Quando ouço Rangel discursar imagino-o, na note anterior, a folhear revistas estrangeiras, documentos do Parlamento Europeu e livros de notas, de lápis enfiado na orelha.

Por mais que este canário cante irei sempre desconfiar que debaixo da gaiola está um gravador.