quinta-feira, novembro 11, 2021

NOTAS BREVES, OU NEM TANTO...


 


Apesar da pouca vontade de comentar a nossa vida politica, não resisto à tentação de fazer alguns comentários ao que vou vendo por aí.

Antes de mais, valeria a pena recuperar o velho aviso das televisões: “Pedimos desculpa por esta interrupção, o programa segue dentro de momentos”. Aplica-se a muito do que temos visto estes dias.

Foi do que me lembrei quando vi a CGTP fazer uma espera ao ministro da Economia, recuperando o estilo sindical do incansável Mário Nogueira, de quem todos temos saudades. Mal o PCP decidiu atirar para a sucata uma geringonça que há muito estava desengonçada, que recuámos um bom par de anos. Nada mudou, o PCP volta a ter a maioria absoluta nas ruas, para usar a expressão em tempos inventada por Jerónimo de Sousa.

No domínio da saúde também poderíamos usar o aviso, com a partida do vice-almirante assistimos ao regresso em força das libelinhas, besouros e outros bichos com que a diretora-geral de Saúde se gosta de embelezar quando vais às televisões. O problema é que não foram só as libelinhas a aparecerem com o frio, foi também a quinta vaga, a confusão nas vacinas.

Ali para os lados da tropa as coisas estão a ficar divertidas , parece que um negócio de contrabando de diamantes de sangue feito graças aos controlos ineficazes ou mesmo ausentes nas chegadas de aviões militares. O exército português é notícia à escala mundial e, por cá, desde políticos a militares, todos concordam que a tropa saiu prestigiada!

Bem, depois de termos inventado heroínas porque Portugal é dos países do mundo onde a pandemia matou mais gente por 100.000 habitantes, ainda alguém se vai lembrar de propor uma condecoração para o ex-sargento pois graças ao seu contrabando ficámos bem vistos.

Para acabar, dou conta de uma dúvida que me tem assaltado. Se das eleições legislativas resultar um cenário parlamentar idêntico ao atual, o que vai acontecer? Costa vai apresentar o orçamento B? Jerónimo de Sousa vai dizer a CGTP para deixar de chamar nomes aos ministros e aceita uma reparação da geringonça? A Catarina Martins vai exigir que a Mariana Mortágua seja ministra das Finanças como previu o eterno Louçã, o nosso cardeal do trotskismo?

Desconfio que tudo ficará na mesma, ou Jerónimo ceita a geringonça, ou o PS descobre que o PSD de Rio é mais próximo do OS do que este do PCP, ou o inimitável Marcelo dissolve outra vez o paramento e pede desculpa por mais esta interrupção.

Livres do Passos Coelho, da troika e com ageringonça atirada para o caixote dos aparelhos avariados, no super mais próximo, regressámos ao Portugal do costume.