O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais não podia ter
sido mais claro, é a redução da despesa pública estrutural que vai financiar o
aumento dos lucros após impostos das grandes empresas. Isto é, para que a EDP,
a PT, os bancos e outras empresas aumentem os lucros terão de ser despedidos
trabalhadores no Estado. E tal como em muitos locais eram os próprios judeus a
cavar as suas covas, também no Estado uns terão de trabalhar mais horas para
que o colega do lado possa ser despedido.
Cortam-se os vencimentos, aumentam-se os descontos e aumenta
o horário de trabalho sem qualquer contrapartida ou negociação para que o
Estado faça o mesmo com menos funcionários. O argumento foi a aproximação ás
regras do sector privado, o que é mentira. A banca, um dos sectores que mais
vai ser beneficiado com a redução do IRC pratica o horário de 37 horas de
trabalho semanais. Para que os bancos tenham mais lucros os trabalhadores do
Estado terão de trabalhar mais horas, para que alguns deles possam ser
despedidos.
É a primeira vez que num país democrático e civilizado se
faz tal coisa, obrigam-se uns a trabalhar mais para compensar a perda de
recursos humanos resultante dos despedimentos e com os dinheiros poupados
reduzem-se as taxas de impostos sobre os lucros. O argumento é o de que se
criará emprego, mas os grandes ganhadores do negócio não criar um único emprego
e alguns deles, como é o caso da banca até estão a despedir trabalhadores por
imposição da Comissão Europeia.
É evidente que o povo português vai concorda r e se alguém
imagina que vai haver uma revolta que se desiluda, os portugueses são um povo
frustrado que graças ao discursos dos políticos em que não confiam consideram
que os culpados de todos os males são os funcionários públicos. Se alguém lhes
disser que o despedimento de 150.000 funcionários é a solução para todos os
seus males apoiarão o governo de Passos Coelho com a mesma convicção com que os
alemães apoiaram a ascensão de Hitler. Até porque no discurso oficial os
funcionários são seres aberrantes que só provocam despesa e estão a mais no
Orçamento.
Quando os portugueses perceberem que foram ludibriados e
verem que o dinheiro poupado com os funcionários foi para os mesmos que se
apossaram das ajudas da adesão à CEE e de uma boa parte da actual dívida
soberana nada poderão fazer. Vão eleger mais outro jota que voltará a fazer
tanta merda como o actual e um dia destes acabará por acontecer uma revolução a
sério neste país.
É bom dizer a Seguro que quando se dispõe a negociar a reforma do IRC pouco importa se amanhã o governo lhe fizer o frete de aceitar uma ou duas discussões, mais importante do que isso é que Seguro está a aceitar a aprovar esta transferência forçada de riqueza feita da forma mais brutal possível, despedindo um para entregar os seus vencimentos aos donos da banca, das eléctricas, das telecomunicações, sem qualquer contrapartida em criação de emprego ou em investimento. É com isto que Seguro estará a concordar, é com este dinheiro sujo que as suas sugestões vão ser financiadas.
É bom dizer a Seguro que quando se dispõe a negociar a reforma do IRC pouco importa se amanhã o governo lhe fizer o frete de aceitar uma ou duas discussões, mais importante do que isso é que Seguro está a aceitar a aprovar esta transferência forçada de riqueza feita da forma mais brutal possível, despedindo um para entregar os seus vencimentos aos donos da banca, das eléctricas, das telecomunicações, sem qualquer contrapartida em criação de emprego ou em investimento. É com isto que Seguro estará a concordar, é com este dinheiro sujo que as suas sugestões vão ser financiadas.