terça-feira, dezembro 11, 2018

GREVE ASSASSINA


Quando se programa uma greve de forma a tornar inoperacionais os bancos de cirurgia dos maiores hospitais do país têm-se objetivos e entre eles não está penalizar o patrão, pretende-se provocar prejuízos e neste caso os prejuízos são mortes. A expectativa é que morra gente para que as notícias se virem contra o governo, forçando-o a ceder. Não admira que os jornalistas já tenham perguntado ao bastonário da Ordem dos Médicos se considerava que já havia gente a morrer em consequência da greve.

Não é a primeira vez que setores da nossa extrema-direita fina não conseguem esconder o desejo de ver mortos para os trocar por votos. Passos Coelho não resistiu à tentação de comprar falsos mortos por suicídio em Pedrógão, para tentar ressuscitar politicamente. As lágrimas de alguns políticos perante mortos politicamente rentáveis não passam de lágrimas de crocodilo.

Não admira que toda a direita seja mais solidária com a greve dos enfermeiros do que o PCP costuma ser com as greves da CP, há um claro envolvimento de setores de direita nesta greve e já nem vale a pena referir essa personagem que é a bastonária da classe, que, aliás, anda muito escondida não vá alguém achar que o seu partido e principalmente os setores mais à direita do seu partido estão metidos.

Mas esta greve teve outra originalidade, está sendo financiada por gente anónima e em muito pouco tempo o “peditório” conseguiu a proeza de alcançar mais de 300 mil euros. Quem os deu, o cidadão anónimo, os enfermeiros não envolvidos na greve ou as empresas privadas de saúde que estão ganhando com os cidadãos que fogem de um SNS que está sendo destruído pelos enfermeiros? É muito estranho que ninguém exija que sejam tornados públicos os generosos doadores.