A tentativa de transformar Zelensky na imagem mundial do democrata o ocidente está a chegar à loucura e não me surpreenderia nada se um dia destes a senhora Ursula Gertrud von der Leyen, presidente da Comissão Europeia se lembrasse de sugerir que o cabo austríaco fosse elevado a grande lutador contra a ditadura comunista da URSS, agora maldita Rússia. A paranoia coletiva está de tal forma descontrolada que só falta atribuir o prémio Sakharov a título póstumo ao grande lutador pela democracia e pela independência da Ucrânia a Stepan Bandera.
Há uns tempos, um mercenário russo, que usando equipamento Ocidental, isto é, equipamento que estamos pagando com dinheiro e com inflação, invadiu o território russo à frente de um grupo de russos apresentados como democratas que lutam pela democracia na Rússia. Todos se esqueceram de dizer que o tal democrata russo era um neonazi que depois de ser expulso da Europa foi para a Ucrânia onde pediu a nacionalidade.
Todos os que lutem ou tenham lutado contra a Rússia merecem o apoio do Ocidente. Não é nada de novo, o fundamentalismo islâmico que hoje inferniza a vida de muitos países não existia até que os EUA se lembrou de os apoiar em nome da luta contra a URSS no Afeganistão.
Este pragmatismo cínico, perverso e perigoso está de regresso à Europa e à América do Norte, depois da ofensiva que iria libertar os territórios ocupados pela Rússia ter morrido na primeira linha defensiva do exército russo, à guerra armada e à guerra económica juntou-se uma guerra ideológica e para transformar a guerra da Ucrânia numa batalha à escala mundial pela democracia é necessário rever a história.
Não admira que o parlamento do Canadá tenha dado o passo mais absurdo, a transformação de um soldado da 14.ª Divisão de Granadeiros da Waffen SS Galizien, uma divisão criada por nacionalistas ucranianos. Não é novidade, o nazi ucraniano Stepan Bandera, cujos restos mortais já foram trasladados para cemitério dos heróis ucranianos e muitas importantes artérias de cidades da Ucrânia. E se o herói nazi foi promovido a herói da Ucrância, fará todo o sentido que todos os que lutaram nas SS sejam agora promovidos a heróis do Ocidente.
O primeiro-ministro e presidente do Canadá não sabiam? Não é possível, o mundo sabe que milhares de soldados das duas divisões ucranianas das SS se refugiaram no Canada, escapando ao Tribunal de Nuremberga. Ambos sabem de que a herança destes emigrantes deu lugar a um forte movimento neo-nazi no Canadá.
Dizer que o solfado Hunka da 14.ª Divisão de Granadeiros da Waffen SS Galizien lutou pela independência da Ucrânia é gozar pela história. Pare estes e outros nazis ucranianos a sua pátria já tinha sido libertada pelo exército nazi de Hitler, ao qual ajudaram na perseguição de comunistas e judeus, para não falar do massacre de 70.000 polacos..
Onde este soldado libertador lutou não foi para libertar pela independência do seu país, as únicas batalhas que a da 14.ª Divisão de Granadeiros da Waffen SS Galizien travou nos territórios da atual Ucrânia foi a resistência polaca e soviética.
Mas este novo revisionismo histórico tem tido mais episódios, a presidente da Comissão Europeia, que foi ministro da Alemanha, onde mais se fez pela desnazificação, na cerimónia de atribuição ao PM japonês do prémio anual do Conselho Atlântico já tinha dado um passo absurdo deste revisionismo da história ao, no seu discurso, declarar bombas de Hiroxima e Nagasaki tinham sido lançadas pela Rússia, ao declarar sem o mais pequeno rebuço “…numa altura em que a Rússia ameaça utilizar armas nucleares outra vez”.
Peço desculpa a este novo Bloco Central à escala do Ocidente que não dou para este peditório, não vejo no Zelensky o meu modelo de democrata, para mimo o soldado Hunter foi um nazi e até esta data o único país que carrega na consciência os mortos de Hiroxima e de Nagasaki não é a “maldita” Rússia.