"Eu não seleciono empresas, nem sei de quem são as empresas, não faço ideia de nenhuma. As empresas foram seleccionadas, foram convidadas, o processo foi desenvolvido pela Autoridade Nacional, as conclusões virão do inquérito" [Padeiro de Arouca]
É incrível como um governo faz um excelente trabalho, consegue até projetar o nome do seu ministro das Finanças ao ponto deste ser presidente do Eurogrupo e um possível diretor-geral do FMI e no fim aparecem meia dúzia de pilha-galinha fazerem negócios de tostões. É incrível como um país enfrenta uma grave crise no meio rural com os fogos, tendo de enterrar muitas dezenas de cidadãos e sabe-se que alguns dos que deviam estar dando o máximo para evitar que a situação se repita andam, afinal, a escolher empresas do pessoal de Arouca para aproveitar a situação para uns pequenos negócios.
Há ministros e secretários de Estado a dar o melhor, há milhares de agentes do Estado, desde polícias a médicos, dando tudo pelos cidadãos, há gente que se dedica à causa públcia por motivações políticas ou por opção profissional e que dedicam a vida ao Estado, muitas vezes mal remunerados e sem reconhecimento público. Depois há uns inúteis que se metem nos aparelhos dos partidos do poder, tecendo teias mafiosas para que na hora do poder tirem o maior proveito pessoal possível.
No topo destas hierarquia manhosas estão alguns barões dos partidos que têm uma preferência muito especial por algumas pastas. De entre elas a mais desejada é a da Administração Interna, porque tem a tutela de importantes serviços do Estado como a DG da Administração Local ou a Inspeção-Geral da Administração Local.
Desde a primeira hora que se percebeu a atrapalhação de um ministro que tentou intimidar os jornalistas com declarações pacóvias. O ministro deve ter pensado que tinha assustado toda a gente e só depois percebeu que tinha que ordenar um dos inquéritos usuais. Antes disso o país ainda teve de rir à gargalhada, um desses idiotas de Arouca lembrou de dar a explicação mais ridículas ao tentar justificar o dobro de um preço com o argumento de que estando em causa uma grande quantidade duplicavam os custos, enfim, o poliester é uma matéria-prima tão cara que o aumento da procura duplicou o preço no mercado de Xangai!
Como era lógico tinha de se arranjar um culpado de serviço e o país ficou a saber que um dos especialistas em proteção civil era um padeiro. Talvez o homem trabalhe com fornos de lenha e saiba muito de incêndios, mas pelos vistos é graças a ele que o seu secretário de Estado pode dizer que não sabe nadinha de nada. Promoveu-se o padeiro a "membro do governo" e mandaram-no assar nos fornos da padaria.
Desde quando o assessores deixaram de ser criados dos governantes para serem "membros do governo"? É óbvio que o secretário de Estado sabe tudo o que se passa em Arouca e ainda antes do ministro investigar o material de que são feitos os microfones dos jornalistas já devia ter sido devolvido a Arouca, talvez haja lugar para ele na padaria, pode não saber nada de empresas mas depressa aprende a fazer papo-secos.
E o ministro Cabrita escolheu a seita de Arouca para um dois dossiers mais sensíveis, tendo padeiros a servir de assessores? Imagine-se se o Mário Centeno tivesse arranjado calceteiros para negociar a dívida soberana.
É tempo de o PSD e do PS fazerem uma limpeza profunda dos seus aparelhos partidários, pondo fim a esta mania de encher os corredores governamentais com "padeiros de Arouca"!
A forma como o ministro da Administração Interna reagiu às
perguntas dos jornalistas em relação às golas revela alguma incompetência
pessoal, para não referir a forma desastrada e arrogante com que o ministro
falou.
Não seria necessária muita inteligência para explicar aos
jornalistas a diferença entre explosivo e inflamável. Não seria difícil de
explicar que para que o material começasse a arder seria necessário muito mais calor
e chamas do que uma simples fagulha e nesse caso a questão dos materiais
coloca-se não só nas golas mas também em toda a indumentárias. Enfim, se os
bombeiros estivessem impedidos de usar materiais inflamáveis teriam de se
deslocar a pé e em vez de mangueiras teriam de voltar a usar os tradicionais
baldes em chapa de alumínio.
Mas em vez de explicar isto o ministro fez lembrar os tempos
de deputado, na célebre cena de disputa do microfone do parlamento com o então
SEAF Paulo Núncio. O ministro reagiu de forma disparatada e levou demasiado tempo
a perceber que a resposta imediata teria sido um inquérito. Para ajudar à festa
veio o secretário de Estado da Proteção Civil atirara as culpas para baixo,
isto é anuncia-se um inquérito e ainda antes de quaisquer conclusões já se sacode
a águia do capote.
É evidente que as golas estão longe de ser um caso, se
existe um caso foi o ministro que o criou.
A direita portuguesa já não consegue esconder a
incompetência, estupidez e pequenez de algumas das suas personagens. Após os
incêndios de Pedrogão os portugueses assistiram a um Passos Coelho a anunciar mortos
e feridos na sequência de suicídios ou tentativa de suicídios.
Depressa se percebeu que era mentira e para memória ficou um
ex primeiro-ministro miserável que perante a desgraça teve mais olhos do que
barriga e não hesitou em inventar para tirar proveito da desgraça. Mas a direita
não aprendeu a lição e sempre quando se aproxima o verão percebe-se o
nervosismo deles, sem argumentos políticos e incompetentes para preparar uma
alternativa apostam tudo nos desastres naturais. Apostam tanto que um dia
destes ainda vamos ver algum dirigente local armado em incendiário.
Desta vez foi o autarca de Mação,. Não apareceu na televisão
para se manifestar preocupado com o seu concelho, para dizer o que fez como
responsável local da proteção civil, ou o que pretendia fazer para ajudar os
seus concidadãos. Vestiu o colete à pressa e foi procurar as televisões para
partidarizar os incêndios que destroem os bens dos cidadãos do seu concelho.
Todos sabemos como Passos Coelho sempre foi um homem de palavra, o agora catedrático sempre cumpriu com a sua palavra e não teremos dúvidas de na hora de votar nas próximas eleições legislativas votará num dos partidos da esquerda. Foi essa a promessa que assumiu no dia 1 de março, numa entrevista dada à SIC na qualidade de presidente do PSD.
É bom recordar que nesse tempo Passos Coelho estava tranquilamente no cargo de presidente do PSD, certo de que o diabo viria em setembro sob a forma de segundo resgate e com eleições antecipadas ele regressaria a São Bento para salvar o país com o seu brilhantismo inteletual e competência. O diabo não veio e o governo conseguiu verificar as premissas colocadas por Passos Coelho para que viesse a votar na esquerda.
Aliás, o governo conseguiu muito mais do que ele exigiu para dar o seu voto, apesar do trabalho de diabetes como os bastonários dos médicos ou dos enfermeiro, para não falar do enjoativo Mário Nogueira, o país está muito melhor do que qualquer político deste país, a não ser aquele Centeno de quem o Passo riu até às lágrimas na primeira ida do ministro das Finanças ao Parlamento.
Com estes resultados Passos Coelho tem mais do que a obrigação de votar num partido da geringonça, se ele fosse consequente já se tinha ido inscrever no centro de trabalho do PCP de Massamá ou estaria inscrito no próximo acampamento de verão do Bloco de Esquerda, onde o iríamos ver a dançar o vira com uma das manas Mortágua, de preferência com a Mariana, que é a mais engraçadinha. Se optar pelo PCP ainda vai a tempo de retomar a sua carreira falhada de tenor e talvez consiga atuar na próxima Festa do Avante.
Quem ouviu Rui Rio apresentar o seu programa fiscal fica com
a impressão de que a política económica se resume a uma questão de impostos,
tira-se daqui, mete-se ali e a economia cresce milagrosamente e ao crescer gera
mais impostos do que antes se cobrava e tudo resolvido, nada mais fácil. Se
alguém um pouco mais chato questiona se o crescimento resulta de investimento
tecnológico o problema resolve-se, arranja-se um benefício fiscal que favoreça
o investimento tecnológico.
Os fiscalistas, normalmente formados em direito e
convencidos de que têm vocação para economistas têm soluções para todos os
males da economia. Com a crise financeira, que obrigou a que num espaço muito
curto se cortassem despesas e fossem geradas receitas, criou-se a ilusão de que
a solução de todos os males estaria na política fiscal.
Não importa se os recursos humanos disponíveis no mercado de
trabalho são escassos e não correspondem â procura, não interessa se o
crescimento consegue-se à custa da venda de bitoques ou da exportação de mercadorias
com elevado valor acrescentado. Apenas interessa se as receitas fiscais crescem
com a ilusão de diminui a carga fiscal sobre as empresas, depois a mão
invisível faz o resto. A política económica fica reduzida à política fiscal e
este deve ser desenhada para uma boa gestão da máquina que cobra impostos.
De fora fica uma infinidade de questões que no seu conjunto
formam uma política económica e que vão desde as políticas ambientais à política
de preços, da concorrência à política industrial, da saúde ao mercado laboral.
Tudo isso são coisas sem interesse ou meras despesas públicas, a política económica
faz-se apenas com IRC, IRS, IVA e IMI.
Não admira que poucos dias depois de ter apresentado a
política fiscal que nos resolveria todos os males, Rui Rio apresentou as suas
propostas ambientais, parecendo que eram neutras do ponto de vista da economia.
Isto é, um dos grandes motores da economia nesta primeira metade do século XXI ficou
reduzido a um par de medidas simpáticas destinadas a conquistar os votos dos
que estão mais preocupado com as questões ambientais, mas sem grandes
preocupações económicas.
Quase aposto que Rui Rio nada vai dizer sobre políticas industriais,
vai reduzir a política de transportes à linha verde do Metro de Lisboa ou ao
problema da UBER e dos camionistas de matérias perigosas e quanto ao mercado de
trabalho vai ignorar as questões do ensino e da saúde, reduzindo-as a um
problema de relação entre aumentos salariais e crescimento económico.
Enfim,. Por este andar ainda vamos ter um TOC em prémio
Nobel da Economia.
O pobre do Rui Rio não sabe o que propor, o Santana Lopes há
muito o abandonou, os vice-presidentes que escolheu parece terem-no abandonado,
o Morais Sarmento não se deixa ver. É evidente que o PSD já quase não existe e
o CDS parece ter fechado para obras, até colocaram um outdoor apenas com um
fundo azul informando os clientes de que estarão a preparar o futuro.
Não admira que estejam a surgir freelancers a fazem oposição
com o que podem. O bastonário da Ordem dos Médicos está promovendo uma
campanha itinerante junto de todos os hospitais do país, promovendo uma imagem desastrosa
do SNS, uma verdadeira campanha publicitária a favor dos hospitais privados.
Se na campanha de Passos Coelho o centro das atenções foram
as escolas privadas, aprece que desta vez tudo se faz para destruir o SNS,
levando a que os dinheiro públicos sejam canalizados para o setor privado.
Depois de uma greve cirúrgica de enfermeiros financiada de forma duvidosas e
que apenas resultou na transferência de doentes para os hospitais privados,
parece que agora se assiste a um verdadeiro assalto ao SNS. O próprio Rui Rio apressou-se
a dizer o que querem, que o SNS seja um serviço de encomendas ao setor privado.
Quem anda um pouco em baixo é a conhecida militante da
extrema-direita chique do catedrático Passos Coelho, algo que se compreende, a
rapariga tudo faz para impedir uma sindicância à sua Ordem, talvez por recear
por eventuais rabos-de-palha, Agora encomendou uns pareceres a que atribuiu o
estatuto de acórdãos do Constitucional, achando que os pode usar para
desrespeitar a lei.
Depois das greves dos enfermeiros e do professores esta
gente deveria ter parado para refletir, pelos resultados das eleições europeias
poderiam ter reparado que esta estratégia de fazer a vida dos portugueses num
inferno, na esperança destes se virarem contra o governo não deu qualquer
resultado, até o PCP pagou caro o uso e abuso de um Mário Nogueira que já ninguém
consegue ouvir.
A Fátima Bonifácio, lá do cimo da sua inteligência, achou que ela é que ia resolver o problema, a solução era virar os portugueses contra pretos, emigrantes e ciganos, o racismo e o medo é que iriam ajudar Rui Rio e Cristas. Decidiu lançar o mais execrável manifesto racista e xenófobo, tão execrável que deu mais uma machadada na direita.
A verdade é que depois do que Passos Coelho fez aos portugueses
e a instituições como o SNS, estas estratégias viram-se mais contra a direita
do que contra o governo e os resultados das sondagens mostram isso. Palermas e
incompetentes… por este andar é a direita que fica em estado de coma e nem os donos dos hospitais privados a salvam.
Com tanto bom porto onde ir mostrar a sua competência a ministra do Mar escolheu VRSA para dar o seu pobre contributo ao PS, mas não veio fazer nada, não veio ver nada, não veio inaugurar nada, veio almoçar, muito provavelmente com o pouco que resta na tesouraria da autarquia, talvez alguns trocos adiantados pela ESSE ou com as taxas dos feirantes do carrosséis.
Mas o que trouxe a distinta ministra mais o seu fiel escudeiro José Apolinário, uma espécie de cangalhada partidária formação nas jotas e que até hoje tem vivido do erário público por conta dos algarvios que votaram no PS, terão vindo fazer a terra tão distante, deixando os assuntos urgentes dos seus gabinetes e num dia de semana, gastando o dinheiro dos contribuintes com tão longa e cansativa viagem?
Desta vez não veio cumprimentar o seu aluno Luís Gomes, de quem disse recentemente que tinha ultrapassado a mestre, também não veio entregar qualquer estudo que a autarquia tenha encomendado à sua empresa. Veio fazer uma visita técnica e de caminho inaugurou uma grande obra pela qual o concelho lhe vai ficar eternamente grato, ele mais a sua protegida da autarquia pior gerida e mais falida do país. Isso mesmo, a ministra veio a VRSA de propósito para inaugurar um farolim. Um dia destes vou convidar o primeiro ministro a vir à minha casa inaugurar as novas pilhas do telecomando da televisão!
A ministra e a autarca ficaram bem na fotografia, a simetria é perfeita e compreende-se tanta simpatia por parte da ministra em relação a uma autarca que muito recentemente e depois de se ter reunido em Lisboa com os responsáveis do FAM declarou em sessão de câmara o seguinte:
“Relativamente a esta questão da SGU e do FAM, na semana passada estivemos lá, pedimos novamente a estes senhores que se deslocassem cá, estão a ter uma grande pressão do PS para não nos ajudar, é importante também ouvirem isto, o governo está a ter uma grande pressão sobre estes senhores para que não nos seja facilitada a ajuda, isso era importante que os vereadores do PS conseguissem também dar uma ajuda neste sentido e se possível até, eu sei que já receberam várias cartas, o FAM disse que já receberam para responder dos vereadores, para responder a determinadas questões, portanto, convidei-os novamente para virem cá e ter uma reunião convosco, até seria importante e perceber a volta que isto dá em termos políticos e como é importante muitas vezes ajudar umas câmaras e não ajudar outras.” [Podcast da reunião de 2/04 minuto 35]
Será que a ministra veio pedir desculpa à autarca pelas pressões do primeiro-ministro para prejudicar Vila Real de Santo António?
Como parece ter dedicado a viagem à navegabilidade do Guadiana teria sido uma excelente oportunidade para inaugurar ou pelo menos Visitar o Centro de Interpretação do Guadiana, um projeto apresentado em Bruxelas para sacar umas centenas de milhares de euros de fundos comunitários, com que reconstrução a Alfândega, para depois entregarem o edifício a uma empresa privada, para aí instalar um bar e uma sala de fumo para charutos. Enfim, uma das muitas treta do nosso município, nada que a ministra estranhe pois recentemente o país ficou a saber que a própria tinha vindo-a a VRSA sacar
Compreende-se que a ministra goste tanto dos autarcas do PSD que há muitos se entretèm a arruinar o concelho com estudos da treta:
“A Transnetwork, empresa criada em 2011 pela então deputada Ana Paula Vitorino, celebrou dois contratos por ajuste directo, em 2015 e 2017, com a Câmara de Vila Real de Santo António (VRSA). O primeiro só foi parcialmente cumprido e parcialmente pago. O segundo deu origem a três documentos, um dos quais se limita a reproduzir o relatório entregue dois anos antes. No total, a empresa da ministra facturou 55.820 euros ao município e à sua sociedade de gestão urbana (VRSA-SGU).
Luís Gomes, o anterior presidente da câmara e ex-líder do PSD Algarve, foi aluno de Ana Paula Vitorino no Instituto Superior Técnico, nos anos 90, e foi ele quem convidou a Transnetwork a trabalhar para a autarquia no final de 2014. Antes disso, explica o ex-autarca, a sua antiga professora já tinha prestado alguns serviços ao município por volta de 2010.” [Público]
Compreende-se que durante esta legislatura esta ministra venha tantas vezes a VRSA, para exibir-se ao lado dos autarcas locais, dando-lhes uma preciosa ajuda, aliás, como sucede com gente do ministério do seu marido. Um dia destes ainda se vão lembrar de fazer um mini conselho de ministros familiar nos Paços do Concelho da nossa terra.
As relações de Ana Paula Vitorino até deverão ser muito anteriores a este governo, Luís gomes o agora cantor cubano da botinhas brancas contou com o elogio do governo de Sócrates para o seu grandioso projeto do Dubai à beira do Guadiana. É desse tempo um famoso vídeo da autarquia pago a peso de ouro à empresa de comunicação Duda Portugal, pertencente a um tal Duda que conduziu as campanhas de Lula da Silva.
Curiosamente, é desse tempo um grande projeto turístico em Cacela, o resort de luxo que teria por nome “quinta da Gafa Resort”, um projeto que traria um investimento 306 milhões de euros a fazer pela famosa Odebrecht! É uma pena que a ministra não tenha aproveitado a vinda em VRSA e em vez de ir dar uns tropeções na ponta do molho, não tenha aproveitado para visitar as maravilhas arquitetónicas e industriais lançadas pelo seu pupilo.
Até poderia ter ido ver a reparação do segundo cais que anunciou aquando da sua visita realizada em 2018, quando cá veio ver o resultado de outra grandiosa obra, a reparação do cais da alfândega. Mas ainda antes, em 2016, a zelosa ministra já tinha vindo para estas bandas.
Mas a mais divertida e inútil das visitas desta distinta ministra ocorreu em 2016, veio cá a convite do então autarca e seu aluno para se inteirar dos grandiosos projetos que iam ser lançados ou já estava em fase de lançamento. Eram 150 milhões de euros e envolviam um “conjunto de investimentos previstos para a requalificação da frente ribeirinha da cidade”.
«Depois de uma forte aposta na requalificação do seu centro histórico, a estratégia da autarquia passa agora pela abertura da cidade à economia do mar, potenciando não só a criação de um cluster vocacionado para a inovação e para a construção naval, mas também a exploração das suas potencialidades turísticas»,
Dizia o então presidente da autarquia e aluno brilhante da senhora ministra. Noventa milhões para o Passeio de Santo António, a reabilitação do porto comercial, a requalificação do Jardim Sul, a requalificação das antigas estruturas industriais e a recuperação da muralha. Incluía ainda a construção de um porto de recreio, a criação de uma unidade hoteleira, a conversão das antigas zonas industriais em habitação e a implementação de uma zona verde no passeio ribeirinho e mais a construção da futura marina da zona da Ponta da Areia, junto à foz do Rio Guadiana.
Enfim, e com tanta obra que lhe foi apresentada em 2016, numa viagem feita de propósito, mais uma vez na companhia do seu fiel escudeiro e cacique político do Algarve, veio fazer uma visita técnica e inaugurar uma ninharia de um farolim? A ministra não parece ter a noção do ridículo.
Mas há um projeto que na ocasião lhe foi apresentado que deve ser recordado:
“Destas iniciativas faz parte a reabilitação do antigo porto comercial de VRSA, uma área de 7 hectares para onde está prevista a construção de duas unidades hoteleiras, um centro de congressos e uma clínica. A intervenção está avaliada em 20 milhões de euros e contempla a recuperação da zona da muralha (passeio ribeirinho) e do cais de embarque da cidade.” [CM VRSA]
Este projeto é muito interessante e valse a pena ser recordado porque tinha sido lançado pela DOCAPESCA, durante o governo de Passos Coelho. Acontece que, coincidência da coincidências, uns dias depois da notícia do Público sobre o estudo pago a peso de outro pelo concelho mais arruinado deste país à deputada mais bem sucedida do parlamento, a DOCAPESCA emitiu um comunicado muito discreto onde se anunciava que o projeto tinha sido abandonado. Antes disso já a empresa a concessionária tinha sido apanhada nas malhas dos Panamá Papers.
Mais uma daquelas coincidência, quem é que Passos Coelho tinha colocado à frente da DOCAPESCA? Pois, numa escolha em que certamente o Luís Gomes não esteve envolvido, o presidente escolhido por Passos Coelho para esta grande empresa tinha sido nada mais, nada menos o fiel escudeiro, esse grande gestor empresarial que se dá pelo nome de José Apolinário. Líder da jota, autarca, escudeiro da ministra, secretário de Estado e gestor, um homem muito polivalente.
É com esta tralha que António Costa pretende conquistar os votos dos algarvios e, em particular, dos vila-realenses? Esperemos que não faça escolhas desastrosas como esta em muitos distritos, sob pena de comprometer os resultados. É triste assistirmos a tudo isto e muito mais na terra do melhor ministro deste governo, é de ir a vómitos vermos gente que não vale nada a pavonear-se pelo Algarve à custa do trabalho e valor alheios. Talvez por isso os militantes algarvios do PS só muito em cima da hora foram informado que a vedeta no encontro de Portimão era a ministra mais o seu fiel escudeiro.
Por fim, queremos dedicar à senhora ministra o último videoclip do seu aluno, até pode dar um momento de dança no intervalo do próximo mini conselho de ministros d~familiar:
Nasci a 304 km da universidade mais perto, vivi numa
residência universitária dos serviços sociais da Universidade Clássica de
Lisboa e durante esse tempo contávamos os tostões para as refeições na cantina
universitária, para o passe social e para uma ou outra refeição barata ao
domingo, quando as cantinas estavam fechadas.
Conheci estudantes muito pobres vindos de aldeias remotas e
isoladas ou estudantes da Guiné Bissau vindo ao abrigo da cooperação. As
dificuldades de alguns eram mais do que muitas, os africanos passavam anos sem
irem ver as famílias, os portugueses iam a casa nas férias do Natal, da Páscoa
e no verão, as viagens eram caras, longas e cansativas.
Quase todos terminaram cursos superiores, tenhoencontrado alguns por esse mundo, licenciados
em direito que foram para magistrados e ocuparam altos cargos no Estado, médicos,
engenheiros. Foram raros os casos de insucesso, da mesma forma que nunca
registei quaisquer conflitos étnicos ou raciais na Residência Universitária
Ribeiro Santos, na Av. Dos Estados Unidos da América. Aliás, o único estudante
com tiques racistas era um mulato de origem moçambicana.
Hoje vivo relativamente perto dessa residência, quase do
outro lado da estrada em relação à universidade e a poucos metros de bairros
sociais. Num bairro social conheço que seja filha de um desempregado e de uma
empregada doméstica e vá para a universidades privada de carro. Curiosamente a
universidade fica a 200 metros do meu emprego e eu venho a pé ou uso
transportes públicos.
Não critico a rapariga, até porque nos bairros sociais que
conheço, com gente de várias raças e etnias é um caso raro de alguém que tenta furar
o cerco da pobreza através de estudos universitários. A maioria das famílias
recebem mais subsídios do que eu alguma vez tive enquanto estudei, beneficiam
de casas bem melhores e mais baratas do que as das famílias dos meus colegas
de residência e andando dez minutos a pé estão na entrada de qualquer faculdade
na Cidade Universitária de Lisboa.
Talvez valesse a pena meditar sobre isto para que o debate
das questões da pobreza ou de outras a ela associada não estejam poluídas por
sentimentos, complexos e arrogâncias ideológicas, culturais ou religiosas.
É uma tradição portuguesa, quando não sabemos o que fazer
entretemo-nos a fazer colheres de pau, dão sempre jeito. É mais ou menos o que
acabou de fazer Rui Rio com os seus cenários macroeconómicos, apresentados de
forma pobre e às prestações, para fazer render um pouco mais na comunicação
social. Chega a ser ridículo passar dias brincando ao gato e ao rato com a
comunicação social, escondendo as suas grandes propostas fiscais.
Desta vez o Marco António não fez 29 perguntas sobre os
cenários e ninguém se lembrou de exigir a avaliação da UTAO e muito menos do
Conselho de Finanças Públicas. Aliás, nem fizeram perguntas, nem deram muitas
explicações e é bem provável que venham a ter tanto sucesso com esta ideia como
tiveram com todas as que têm copiado ao PS.
E o que é que propõe Rui Rio com base nos seus aturados
cenários macroeconómicos? Nada mas, nada menos do que já tinha prometido Durão
Barroso com seu apregoado choque final, mas depois de tanta eletrocussão já
ninguém liga a choques, até porque todos sabemos que não passam de propostas
que visam apenas enganar os que insistem ser papalvos.
Rui Rio está perdido, irremediavelmente perdido e nem o Cavaco
o ajuda ao aparecer a dizer disparates como aquela de que não era amigo do
Salgado mas se tivesse havido alguma gorjeta de centenas de milhares de euros,
que perguntassem ao pobre do Vasco Valdez, que deve ter dado um pulo no sofá,
na sua casa da Ericeira.
A verdade é que dois ou três dias depois do anúncio do choque
fiscal já ninguém se recorda do tremelique que a coisa provocou, até porque
depois de uma campanha nas europeias inteiramente dedicada às legislativas, era
suposto que estava tudo dito. O que importa agora é que este arrefecimento global
passe e a água da praia esteja quentinha, porque Rui Rio decidiu começar a
pré-campanha para as legislativas com um disparate.
Ainda bem que Cavaco Silva gosta de escrever memórias e até tem revelado uma excelente cabeça para se recordar de patifarias. Como aparenta estar em boa forma estamos certos de que vai escrever memórias sobre todos os temas que interessam à história da sua passagem pelo poder, temas como, por exemplo, o rasto de cadáveres políticas que deixou no rasto da sua brilhante carreira. Outros temas interessantes seriam as suas relações de amizade com o Ricardo Salgado e outros agente da nossa vida política ou os seus negócios financeiros e imobiliários.
Foram muitos os que ficaram abandonados na estrada do sucesso de Cavaco, desde logo o Fernando Nogueira, vítimas das ambições presidenciais de Cavaco Silva, num tempo em que se diziA que os eleitores não punham os ovos no mesmo cesto. A forma como Cavaco garantiu ovos nos seu cesto presidencial foi tirar o tapete a Nogueira, tudo fazendo para que este perdesse as legislativas.
Mas Nogueira não foi o último homem a quem Cavaco muito deve que não hesitou em sacrificar em nome da sua ambição, o último foi Fernando Lima, apoiante e assessor de comunicação desde o congresso da Figueira. Cavaco foi em grande medida uma invenção de Fernando Lima, sem este é pouco provável que Cavaco não conseguisse ultrapassar a Junta de Freguesia de Boliqueime. De nada lhe serviu a lealdade de décadas, mas Cavaco se sentiu atrapalhado com as escutas a Belém, não hesitou em atirar o seu assessor às feras.
Desta vez Cavaco não podia ficar sob suspeita por causa dos dinheiros do BES, Cavaco é o homem que é insuperável em honestidade, está por nascer alguém mais honesto do que ele e os candidatos terão de nascer três vezes antes de tirarem meças, o que é um problema com as filas de espera para o acrtão do cidadão. Eu não fiz nada, mas se há alguma coisa então que perguntem ao Vasco Valdez, por outras palavras, se apanharem alguma coisa lixem esse gajo porque eu sou honesto...
Isto dito pelo homem que quase ia dizendo que só conhece o Ricardo Salgado. Um político que aceitou jantar com o banqueiro na casa deste, onde foi pressionado a candidatar-se a Belém!
"Recorde-se que em janeiro de 2004 o jornal Expresso noticiava que Cavaco Silva tinha sido o convidado de um jantar em casa de Ricardo Salgado - no qual estiveram também presentes Durão Barroso e Marcelo Rebelo de Sousa -, onde o banqueiro terá pressionado o atual Presidente da República a candidatar-se a Belém nas eleições que decorreriam em 2006." [RTP]
Mas se continuarmos a ler a notícia da RTP de 2014 vemos que a nata da alta finança se reuniu para ajudar Vasco Valdez a ter uma campanha farta. Era um tempo em que nem o BANIF estava falido, nem o Ricardo Salgado tinha caído em desgraça, nesse tempo ninguém fez perguntas a Cavaco nem este foi forçado a imitar Pedro, dizendo que não conhecia o Ricardo. Nesse tempo era uma honra jantar com ele e Cavaco não se esquecia da bazófia de que graças a ele tínhamos uma banca moderna e cheia de sucesso.
"No entanto, o BES não foi a única instituição bancária a doar verbas à campanha eleitoral de Cavaco Silva. João Rendeiro (então líder do BPP) também doou o valor máximo permitido por lei (22.482 euros), Horácio Roque (à data líder do BANIF) ofereceu 20 mil euros à campanha de Cavaco Silva e Paulo Teixeira Pinto (então presidente do BCP) doou cinco mil euros." [RTP]
Desde que uma modesta deputada do Bloco de Esquerda se
transformou numa grande vedeta da política portuguesa graças a uma piadola
dirigida ao antigo administrador da PT que sempre que alguém caído em desgraça
vai a uma comissão parlamentar de inquérito temos um espetáculo eu tende a ser
degradante. Basta o povo ter má opinião de um político, de um empresário ou de
um banqueiro e os nossos deputados depressa se transforma em grandes vedetas,
com cada um a puxar o chicote com mais força ou a fazer a provocação mais
engraçada.
Os deputados sabem que desde os tempos da oposição que o
povo adora assistir a autos de fé, para uns é divertimento, para outros o
prazer da vingança em relação a alguém de quem se tem ciúmes e ainda há os
convictos de que se está fazendo justiça a alguém que sabemos ser criminoso mas
vai escapar-se da condenação que todos defendemos, algo entre a perpétua e a
morte lenta.
De um lado está alguém ameaçado de uma queixa feita pelos
ilustres deputados ao MP, alguém que se não se lembrar do que jantou há seis
meses é alvo da chacota nacional, mais um que não se lembra. Do outro estão
destemidos deputados como o Pedro Duarte ou a Mariana Mortágua, personalidades
sempre presentes quando os visados merecem a fogueira, deputados que são
eleitos pelas suas vítimas, que ganham com os impostos pagos por essas mesmos
cidadãos, mas que podem ofender, “torturar”, insinuar, gozar, humilhar, fazer
tudo o que lhes apetece até que o presidente da comissão lhes pede
delicadamente para pararem com o abuso, porque beneficiam de imunidade
parlamentar para estarem ao abrigo da justiça das suas vítimas.
É por isso que vemos o Pedro Duarte gozar que nem um perdido
com um empresário ou assistimos à Mariana Mortágua inquirir Armando Vara perguntando-lhe
se são verdadeiras as insinuações que são feitas a seu respeito pelos
procuradores do Caso Marquês, A falta de vergonha na cara não tem limites, mas
como Joe Berardo, Armando Vara ou Constância são acusadas de serem as bruxas do
regime, quanto maior for o requinte da malvadez, mais likes consegue a Mariana
e o Pedro nas redes sociais.
Ainda ontem vi todos os representantes dos partidos
referirem-se ao empresário caído em desgraça por Joe ou por Jo, apenas Ferro
Rodrigues se referiu a este cidadão por Senhor Joe Berardo. Os deputados imitem
os polícias menos escrupulosos que tratam por tudo todos os abordam nos bairros
populares, como se um qualquer suspeito do que quer que fosse não tivesse direito
a qualquer forma de consideração ou educação, sendo reduzido a alguém que tratamos
por tu por não o considerarmos igual a todos os outros cidadão.
Mas o mais miserável disto tudo é que há um par de anos esta
gente faia filas para lamberem o cu ao Joe Berardo, faziam vénias a Armando
Vara ou metiam Cunhas a Vítor Constâncio.
Não consigo entender, como é que os enfermeiros conseguiram umas largas centenas de milhares de euros em poucos dias, muito mais do que já foi angariado para a pequena Matilde, numa campanha que sensibiliza muitos mais portugueses? É uma pena que aqueles que tanta ajuda deram para financiar uma greve de enfermeiros, não ajudem agora a Matilde.
O certo é que desta vez os enfermeiros vão fazer mais uma greve. Não sei muito bem o que exigem e parasse que a bastonária da Ordem dos Advogados está de férias, desde que fez uma tentativa desesperada para impedir a sindicância à ordem dos enfermeiros que parece que anda muito comedida, foi um ar que lhe deu.
Vamos ter mais uma greve dos enfermeiros e é mais do que certo que, como sucede com todas as corporações, o grande objetivo é defender o SNS, isto é, os mesmos que há poucos dias já anunciavam mortes por causa do atraso das cirurgias, são agora a vanguarda dos defensores do SNS. Enfim, os defensores do SNS são os enfermeiros, os defensores do MP são os magistrados, os defensores da escola pública são os professores, os defensores da justiça fiscal são os do sindicato dos impostos, os defensores da segurança pública são os sindicatos dos polícias, em especial os da extrema-direita, etc. etc.
Talvez seja tempo de acabar com este modelo soviético do movimento sindical, separando aquilo que são interesses legítimos dos trabalhadores do abuso do poder que começa a ser exercido pelos sindicalistas.
Talvez seja tempo de voltar aos sindicatos originais pondo fim a uma situação absurda que é serem os todos os contribuintes a pagarem os ordenados dos professores com o dinheiro dos impostos, isto é, quem paga ao Mário Nogueira não são os professores, são os trabalhadores que ficam sem saber o que fazer aos filhos nos muitos dias de greve que o Mário Nogueira decreta. Sucede o mesmo com a greve dos enfermeiros, quem paga o ordenado ao rapaz que se apressou a interromper a greve de fome não são os seus colegas enfermeiros, são aqueles que vão ver a consulta ou a cirurgia adiada para que os enfermeiros tenham umas pequenas férias de verão.