A forma como o ministro da Administração Interna reagiu às
perguntas dos jornalistas em relação às golas revela alguma incompetência
pessoal, para não referir a forma desastrada e arrogante com que o ministro
falou.
Não seria necessária muita inteligência para explicar aos
jornalistas a diferença entre explosivo e inflamável. Não seria difícil de
explicar que para que o material começasse a arder seria necessário muito mais calor
e chamas do que uma simples fagulha e nesse caso a questão dos materiais
coloca-se não só nas golas mas também em toda a indumentárias. Enfim, se os
bombeiros estivessem impedidos de usar materiais inflamáveis teriam de se
deslocar a pé e em vez de mangueiras teriam de voltar a usar os tradicionais
baldes em chapa de alumínio.
Mas em vez de explicar isto o ministro fez lembrar os tempos
de deputado, na célebre cena de disputa do microfone do parlamento com o então
SEAF Paulo Núncio. O ministro reagiu de forma disparatada e levou demasiado tempo
a perceber que a resposta imediata teria sido um inquérito. Para ajudar à festa
veio o secretário de Estado da Proteção Civil atirara as culpas para baixo,
isto é anuncia-se um inquérito e ainda antes de quaisquer conclusões já se sacode
a águia do capote.
É evidente que as golas estão longe de ser um caso, se
existe um caso foi o ministro que o criou.