sexta-feira, agosto 28, 2020

UM PULINHO NO PLANATO?

Não sei se a decisão dos ingleses de nos deixarem fazer parte do seu corredor turístico teve como efeito estranho um pulo repentino nos casos de covid-19, mas a verdade é que de um dia para o outros os novos casos passaram de pouco mais de cem para os 400.

Há três dias a ministra da Saúde dava uma verdadeira cambalhota quando os casos passaram para a casa dos trezentos. Justificava a ministra que o pulinho estatístico poderia estar associado ao atraso na comunicação de casos. Mas pouco depois parece que a boca lhe fugiu para a verdade, dizia que com esta pandemia as grandes conquistas de um dia poderiam ser rapidamente perdidas.

Passados dois dias os casos continuam a aumentar e já vão na casa dos 400, com o governo a anunciar que a partir do dia 15 do próximo mês o país entraria em Estado de contingência, bem como o regresso das reuniões dos cientistas.

Não é preciso ser epidemiologista para se perceber que surgem novos focos de contaminação a um ritmo quase diário, quando não é o lar são os restaurantes do Carvalhal ou da Comporta. Todos sabemos como nalguns concelho do Algarve parece ter sido decretado o estado de bandalhice, com as autoridades a fechar os olhos aos horários dos bares ou os autarcas a dar ordens para não controlar o número de pessoas que entram nos mercados municipais.

Veremos se estamos apenas perante um pulinho no planalto ou se já estamos a praticar escalada. Esperemos que governo e oposição se deixem de olhar para a pandemia como uma espécie de sondagem eleitoral.