terça-feira, agosto 11, 2020

USAR OU NÃO USAR MÁSCARAS EM PÚBLICO?

"Penso que relativamente às máscaras a questão já foi apresentada, é elaborar em relação à melhor evidência disponível e a melhor evidência disponível muitas vezes é contraditória de uns autores para outros autores. E nessa perspetiva é obrigatório fazer uma avaliação ponderada, uma avaliação tecnicamente sólida, que é feita, naturalmente, nos gabinetes, melhor do que provavelmente em relação àquilo que possa ser uma discussão pública.”

Foi esta a resposta dada recentemente pelo D4r. Rui Portugal, o recém-nomeado subdiretor-geral da Saúde. Com os seus bigodes farfalhudo o senhor subdiretor-geral explicou assim que a questão de se usar ou não máscara na via pública é coisa para decidir dentro dos gabinetes da DGS.

Dantes eram as evidências científicas, depois as evidências científicas robustas, por fim e para se usar máscara em locais fechados e depois de as senhores diretora-geral e ministra terem levado a teimosia ao limite, lá encontraram um estudo escrito algures na Europa que aconselhava o uso de máscara.

Parece que agora temos um novo folhetim, o da utilização de máscaras em locais públicos, algo que muita gente, como o Presidente da República já faz, apesar da autoridade sanitária continuar a estudar o assunto.

Mas agora já não se fala de evidências científicas, robustas ou não, agora são evidências disponíveis, entendidas estas como opiniões de autores. Pelos vistos a melhor evidência disponível não é única, são várias, ainda que o bigodaças não nos explique como são escolhidas. Apenas diz que tem de ser feita uma avaliação ponderada, sólida, acrescenta ele. Mas se um autor gera uma evidência disponível que sugere a utilização de máscara e outro sugere o contrário, com base em que avaliações tecnicamente sólidas dentro de gabinetes cujos estudos ficam em segredo?

Está bem Dr. Rui Portugal, a única dúvida que subsiste está em saber qual o argumento que vai usar daqui a um par de semanas para defender a utilização de máscaras em locais públicos. Nem que seja o princípio da precaução.