O PCP é um “velho teimoso” da nossa vida política pelo que nem vale a pena tentar discutir a questão da Festa do Avante e depois das várias encenações de manifestações ao estilo norte-coreano todos sabemos que A Festa vai realizar-se e isso já está decidido. A questão não é do domínio da saúde mas sim do da política e a festa vai ser mais uma grandiosa jornada de luta contra os pecados do mundo.
Quem viu imagens em diretas da tourada realizada no Campo Pequeno apercebeu-se de uma nova modalidade de distanciamento social, o pessoal juntava manchas de espetadores ao lado de mansas de lugares vazios e assim cumpriam-se os 50% de lotação. É fácil de perceber que nas touradas realizadas à tarde as pessoas ficarão todas à sombra enquanto o espaço para distanciamento social ficará ao sol, cumprindo-se a norma da Graça do distanciamento social medido pela bilheteira.
Já no caso das manifestações os critérios são os mais diversos e como se trata de direitos políticos cada partido ou organização adota o seu modelo de distanciamento social. Uns separam-se na Alameda e juntam-se nos autocarros, outros juntam-se nas filas na AV da Liberdade e o distanciamento é assegurado pela distância entre as filas.
Voltando à Festa do Avante já começa a ser evidente que estaremos perante mais uma gloriosa luta entre comunistas e fascistas, nem uns, nem outros perdem uma destas lutas. A festa vai realizar-se com ou sem pandemia, porque o partido é uma máquina organizativa exemplar, enquanto a extrema-direita vai inundar as redes sociais de posts denunciando a democracia. Ambos vão ter mais uma gloriosa vitória.
Entretanto, a festa vai ser visitada por fotojornalistas como nunca foi, para não referir muitos visitantes que não deixarão de colocar fotos mostrando exemplos de distanciamento social. O debate vai prolongar-se e por mais que os militantes do PCP divulguem coreografias da “Carvalhesa”, ao estilo das paradas onde o chão está cheio de marcas, todos sabemos que quando os Chutos e Pontapés cantarem vai ser tudo ao molho e fé em Deus, já que a maioria dos presentes não participaram nos ensaios coreográficos da JCP nem são tão disciplinados como o pessoal dos Kins.
Veremos qual ser o preço que o PCP e toda a esquerda terá de
pagar pela teimosia do Jerónimo de Sousa, já para não falar da pandemia.