Sentem-se num sofá numa daquelas casinhas norueguesas com vista para o fiordes e vejam as celebrações futebolísticas cá do sítio, digam-lhes que depois da festarola junto ao estádio, digam-lhes que o presidente do clube é médico e às tantas da madrugada mandou os jogadores promover mais um grande ajuntamento junto ao Marquês de Pombal.
Agora imaginem o que eles dizem de nós, provavelmente dirão
o mesmo que nós já dissemos das manifestações dos holandeses e dos muitos
vídeos virais que fizemos circular entre nós. E ainda bem que eles não sabem de
tudo, porque não perceberiam a razão porque num lado se põe um concelho dentro
de uma cerca sanitária e do outro promove-se o regabofe.
Dizer que foi autorizada a realização de uma manifestação a uma claque de futebol e que isso
não poderia ser impedido por ser um direito constitucional, como se a
democracia dependesse do ecrã gigante e das escaramuças de uma claque banida pelo
clube é gozar com a nossa inteligência. Então os mesmos que tentaram impedir
que os cidadãos se candidatassem às autárquicas estão agora a dizer-nos que que
a democracia não sobrevive sem as “manifestações” da Juve Leo?
Não vale a pena virem agora com resquícios da reacção ao
Mapa Cor-de-Rosa, porque quem quer promover a imagem de um destino turístico de
confiança não pode permitir ou mesmo promover aquilo a que se assistiu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros descobriu que não era
lá muito inteligente promover espectáculos como aqueles que agora partilhamos
nas redes sociais, é pena que o tenha feito tarde, depois de terem arruinado as
expectativas do turismo português.