Sejamos
claros, Paulo Portas pode ser um sobrevivente político, pode ter atrás de si
uma colecção de cadáveres políticos de antigos amigos, pode andar armado em
Paulinho das Feiras, pode ter feito a vida negra a Cavaco Silva, pode ter sido
um exímio comprador de submarinos, pode ter feito tudo isto e muito mais, mas
se analisarmos o pensamento e propostas políticas do líder do CDS desde que
anda por aí a verdade é que nada disse, nada propôs.
Paulo
Portas é uma banalidade política e da sua boca só saem banalidades de ocasião,
o que Paulo Portas diz é o que em cada momento interessa ouvir, Paulo Portas não
passa de uma loja que apenas tem as montras, lá dentro não há stock, ele vende
o que pensa que é mais procurado mas depois não tem conteúdo. O tão aguardado
guião para a reforma do Estado não passa de uma manta de retalhos para aquecer
a alma dos putos da JC.
O
que não se entende é que aquela bodega tenha sido aprovada pelos restantes
ministros, todos sabemos que uma boa parte deles não é grande coisa, mas ainda
há um ou dois com dois palmos de cabeça. Como é possível que o governo de um país
da EU se aprove um guião para na reforma do Estado que não passa de um
arrazoado de idiotices. Compreende-se que um ou outro ministro vá beber uns
shots e no meio dos vapores tenham umas ideias. Aprovar aquela bodega em
Conselho de Ministros?
Vender
as escolas a professores? É uma excelente ideia, os professores que fiquem
caladinhos na hora do despedimento em massa, afinal o governo está fazendo com
as escolas o mesmo que faz com os CTT, reduz os custos ao máximo para que os
futuros compradores maximizem os lucros. Mas porque não vender os serviços de
finanças? Imaginem o que seria, os bancos em vez de andarem a recolher depósitos
compravam os serviços de Finanças e arrecadavam os impostos.
A
ideia é brilhante, vendiam-se os hospitais aos Mellos, os centros de saúde aos
médicos, os postos da PSP aos polícias, o edifício do Conselho de Ministros a
um qualquer secretário de Estado, o Terreiro do Paço ao cavalo do D. José, as
Berlengas e as Selvagens aos faroleiros, o Cabo da Roca ao capitão do porto e
por aí adiante.