segunda-feira, outubro 28, 2013

Mas não estava tudo a correr bem?

Isto de ter estado “fora” durante três meses tem destas coisas, adormecemos descansados porque todos os discursos oficiais apontavam para o sucesso, Passos Coelho dizia que não éramos como os gregos, o Portas já tinha pronto o guião para a reforma do Estado, o ti Silva prometia emprego e crescimento, tudo corria às mil maravilhas.
 
Passados uns meses tudo está mal, coleccionam-se sinónimos para a palavra resgate, o guião da reforma do Estado não aparece, Cavaco não se deixa ver e a culpa de todas as desgraças nacionais vai ser do Tribunal Constitucional se não permitir a Passos Coelho sacrificar aqueles com que ele sabe que não vai poder contar nas próximas eleições legislativas. O FMI vai no terceiro representante, a senhora Merkel nunca mais falou de Portugal, o Vítor Gaspar escreveu uma carta a assumir o falhanço total mas Passos insiste que tudo está a correr bem mas os juízes do Tribunal Constitucional é que vão estragar tudo.
 
Não se foi além da troika, não se adoptaram medidas gratuitas de austeridade, não se governou à vista, não se deixaram as fundações e as PPP como estavam, não se destruiu muito do que o governo anterior fez de bem, Passos Coelho diz agora que a culpa é da troika e da Constituição a que ele sempre foi alérgico.

O governo falhou, Cavaco Silva estampou-se, a nossa direita imbecil teve mais olhos do que barriga, os banqueiros esqueceram-se de que o povo até aguenta mas os seus bancos é que não estão a aguentar os prejuízos. Agora falam de crescimento, os mesmos que gozaram o Álvaro quando este o propôs desesperam por um milagre que traga crescimento independentemente da austeridade brutal que se propõe para 2014.
 
Quiseram o poder a qualquer custo e agora conduziram o país a um beco. Destruiu-se o Estado, mataram-se sectores inteiros da economia, desorganizou-se o ensino, aumentou-se a divida e o país está de rastos. Destruiu-se tudo o que havia de bom porque a liberalização traria o investimento nacional e estrangeiro mas a economia definha e em quase três anos não há um único investimento digno de nota que possa ser atribuído às políticas deste governo.
 

Este governo e este Presidente da República vão cair, a dúvida está em saber como e quando.