quinta-feira, outubro 31, 2013

Uma bodega

Sejamos claros, Paulo Portas pode ser um sobrevivente político, pode ter atrás de si uma colecção de cadáveres políticos de antigos amigos, pode andar armado em Paulinho das Feiras, pode ter feito a vida negra a Cavaco Silva, pode ter sido um exímio comprador de submarinos, pode ter feito tudo isto e muito mais, mas se analisarmos o pensamento e propostas políticas do líder do CDS desde que anda por aí a verdade é que nada disse, nada propôs.
 
Paulo Portas é uma banalidade política e da sua boca só saem banalidades de ocasião, o que Paulo Portas diz é o que em cada momento interessa ouvir, Paulo Portas não passa de uma loja que apenas tem as montras, lá dentro não há stock, ele vende o que pensa que é mais procurado mas depois não tem conteúdo. O tão aguardado guião para a reforma do Estado não passa de uma manta de retalhos para aquecer a alma dos putos da JC.
 
O que não se entende é que aquela bodega tenha sido aprovada pelos restantes ministros, todos sabemos que uma boa parte deles não é grande coisa, mas ainda há um ou dois com dois palmos de cabeça. Como é possível que o governo de um país da EU se aprove um guião para na reforma do Estado que não passa de um arrazoado de idiotices. Compreende-se que um ou outro ministro vá beber uns shots e no meio dos vapores tenham umas ideias. Aprovar aquela bodega em Conselho de Ministros?
  
Vender as escolas a professores? É uma excelente ideia, os professores que fiquem caladinhos na hora do despedimento em massa, afinal o governo está fazendo com as escolas o mesmo que faz com os CTT, reduz os custos ao máximo para que os futuros compradores maximizem os lucros. Mas porque não vender os serviços de finanças? Imaginem o que seria, os bancos em vez de andarem a recolher depósitos compravam os serviços de Finanças e arrecadavam os impostos.
 

A ideia é brilhante, vendiam-se os hospitais aos Mellos, os centros de saúde aos médicos, os postos da PSP aos polícias, o edifício do Conselho de Ministros a um qualquer secretário de Estado, o Terreiro do Paço ao cavalo do D. José, as Berlengas e as Selvagens aos faroleiros, o Cabo da Roca ao capitão do porto e por aí adiante.