segunda-feira, outubro 28, 2019

ESTÃO BEM UNS PARA OS OUTROS


Não há qualquer diferença entre ir à Assembleia da República fazendo-se acompanhar de um homem vestindo saias ou defender a redução de deputados, são duas formas, uma mais original do que outra, de chamar a atenção. É-me tão indiferente o que diz um ou o que vestem os outros, são formas populistas de fazer palhaçada.

Neste momento os amigos do senhor que usa saias vociferam contra a entrada da extrema-direita no parlamento, enquanto os do Chega brincam com piadas sobre a utilização das saias. À esquerda multiplicam-se os se mostram indiferentes às saias e vomitam contra a entrada da extrema-direita no Parlamento, enquanto na direita já se esqueceram do PAN e agora diabolizam o Livre.

O populismo é assim, nem o país fica rico de diminuírem os deputados, nem fica mais democrático se todos acharmos normal os homens desatarem a andar de saias, desde que não seja o Castelo Branco a fazê-lo é algo de democrático, senão mesmo de revolucionários. Um 25 de Abril na indumentária.

E em vez de estarmos a discutir os problemas do país parece que o tema é a altura das saias ou se os sapatos combinavam bem com o resto ou se para se sentar o deputado do Chega tem ou não de se roçar na sua colega do CDS que até bem mais gira vestindo fato de macaco do que o assessor do Livre, mesmo que se apresente de bikini.

Estão bem  uns para os outros, a extrema-esquerda e a extrema-direita promovem o circo, chamando a atenção para os seus e em vez de discutirmos problemas importantes que deviam ser resultado do trabalho parlamentar, discutimos o acesso dos deputados aos lugares ou as majorações de tempo com que se deve compensar a gaguez.

quarta-feira, outubro 23, 2019

SEM O BOMBO DA FESTA NÃO HÁ FESTA


Desde os tempos em que Miguel Cadilhe informou o país de que haviam 150.000 funcionários públicos a mais e Cavaco Silva criou listas de disponíveis com vista ao seu despedimento que todos os males dos país são provocados pelos funcionários públicos. De vez em quando andam distraídos, com ciganos, africanos, gays, gagos e obstetras mas rapidamente voltam ao mesmo, o bombo da festa é sempre o funcionário público.

Não há nada em Portugal que não desague no Estado e todos os incidentes e crises, sejam financeiras ou da saúde, depressa alguém prova por dois e dois que a responsabilidade é do Estado e não tarda um qualquer político descobre logo que tudo se resolve com mais umas pancadas no bombo.

Ganham demasiado, a média salarial de médicos e de engenheiros é maior do que a média se salários na fábrica de parafusos? Cortam-se nos vencimentos, congelam-se aumentos e promoções. É preciso mais dinheiro para a Saúde? A solução é óbvia, aumentam-se os horários de trabalho, exigem-se mais consultas por hora, multiplicam-se os truques para aumentar a produtividade.

O modelo deu resultado, mas está sucedendo ao Estado o mesmo que sucedeu ao burro que se habituou a viver sem comer. Descobre-se que o vencimento de um professor não dá para pagar duas rendas de casa mais os transportes para as deslocações, que os médicos estão cansados com tantas horas e urgências, que os enfermeiros estão a ir-se embora, que em muitos serviços do Estado a maioria dos funcionários estão à beira da reforma.

Depois de quase trinta anos de festa em que se entretiveram a bater no bombo chega-se à conclusão que o bombo está à beira de rebentar e sem bombo deixa de haver festa. Mais um par de anos deste oportunismo político, deste processo de difamação dos funcionários públicos e iremos ver muita gente pagar com língua de palmo o ter andando a encontrar falsos culpados e falsas soluções.

Os serviços de urgências fecham porque faltam médicos jovens, os pais manifestam-se nas escolas por falta de polícias ou de funcionários auxiliares, os alunos estão sem aulas por falta de professores, os emigrantes não se legalizam por falta de recursos humanos no SEF, é impossível renovar o cartão do cidadão porque nos registo não há quem o faça. Um pouco por todo o lado o Estado rebenta. Afinal o burro precisava mesmo de comer.

terça-feira, outubro 22, 2019

PERCEBERAM OU É PRECISO FAZER UM DESENHO?


Depois de alguns comentários de amigos decidi ir ver o programa “Sexta às 9”. Tenho de confessar que não vi o programa até ao fim, antes da entrevista propriamente dita não vi nada de ilegal ou qualquer fato relevante que se pudesse acrescentar ao que já se tinha divulgado e que não passavam de insinuações.

Mas valeu a pena ver a primeira parte, onde o ex-presidente da autarquia Nuno Cardoso fez de conta que recebeu um telefonema que não estava à espera, dando uma entrevista telefónica dizendo coisas que certamente a jornalista ouvia pela primeira vez. A entrevista deu para perceber alguns pormenores que desconhecia e deu para perceber o que estava em causa.

A tal empresa que tinha sido criada era afinal o resultado de uma divisão entre sócios e o que estava em causa era uma tentativa de impedir uma decisão governamental com argumentos que habitualmente cabe aos tribunais dirimir. E onde entra essa personagem de nome Nuno Cardoso? É um homem bondoso, amigo do seu amigo e tendo de um lado um amigo empresário e do outro um amigo político decidiu, num gesto de generosidade, ajudar os dois. No meios de tantos milhões eis que temos uma alma bondosa que acorreu a Lisboa mais o seu amigo empresário, numa tentativa de salvar o seu amigo político e ex-aluno. Tanta bondade é coisa rara no nosso meio político.

A própria jornalista foi sensível ao gesto pois repara que o governo tomou uma decisão a favor de um sócio que se fazia acompanhar de alguém do PS, mas não reparou que estava produzindo uma notícia tentando favorecer o outro sócio que também se fazia acompanhar de alguém do PS, igualmente um ex qualquer coisa do poder. Tem os de um lado uma empresa perigosa e um político oportunista, do outro lado um sócio bom e um senhor cheio de generosidade, no meio e quase a afogar-se nos muitos milhões estava uma jornalista generosa que decidiu quem tinha razão e colocou a televisão ao serviço do sócio bom.

Temos portanto um sócio malandro, um político oportunista, uma jornalista justa, um sócio bom e um senhor movido a generosidade ilimitada para com os seus amigos.
Perceberam?

Um conhecido político e governante do PSD, já retirado da vida política, costumava dizer que há os amigos, os inimigos e os gajos do partido que são os piores. Este caso ilustra bem essa opinião. Apenas acrescentaria que com gente bondosa como vimos neste processo quase fico a admirar os mais velhacos.

Agora conto-vos outra história: um empresário que perdeu um litígio num negócio sabendo que o governo é de um determinado partido procurou alguém influente que conhecesse bem o ministro. Depois foi combinar a estratégia, marcou-se uma reunião com o ministro muito à pressa, sabiam que a decisão que queriam contraria estava por dias e era preciso impedir. Qual o argumento: cuidado porque há aí confusão entre sócios zangados. Falhada a tentativa havia uma única esperança, impedir a nomeação do secretário de Estado promovendo um escândalo. Isso era trabalho para um jornalista de investigação, lançava-se a suspeita de corrupção num primeiro programa, se não fosse suficiente fazia-se um segundo programa, já com a personagem mistério, que para justificar o serviço teria de dar a cara.

Pronto, o desenho está feito para o caso de não terem entendido. E assim se faz política, negócios e jornalismo em Portugal.

segunda-feira, outubro 21, 2019

O FRETE


Apesar da simpatia e confiança que deposito em João Galamba confesso que não me dei ao trabalho de me inteirar sobre o conteúdo do suposto caso que foi criado. Houve quem se tivesse queixado de que a interrupção do programa da RTP foi intencional e para proteger o Governo, mas a verdade é que a questão não existe e na campanha eleitoral já os magistrados do MP se tinham antecipado.

Pelo pouco que sei do processo este não tem substância e foi lançado apenas com um intuito, o de reverter uma decisão em que a intervenção de um governante recém nomeado foi diminuta. É óbvio que há grandes interesses envolvidos e isso significa que os muitos milhões que uns ganharão, foram perdidos por outros. Estando tantos milhões em causa e não havendo fórmula jurídica para reverter o processo, importaria lançar uma campanha para criar um caso político.

A intenção era clara, criando um escândalo que impedisse a recondução de João Galamba no cargo de secretário de Estado poder-se-ia inverter o processo, com o sucessor a revogar as decisões anteriores, dando esperança aos até aqui. O esquema é fácil de montar, há governantes anteriores envolvidos no processo, diretores-gerais ansiosos por se vingarem da destituição e até funcionários a fazer de toupeiras.

É fácil recolher matéria insidiosa capaz de fundamentar notícias e como em Portugal não há vacinas contra a corrupção, tanto de pode comprar políticos como jornalistas, aliás, estes até são mais baratos pois ganham mal e são menos vigiado. Estando muitos milhões em causa é possível comprar políticos para falarem mal de outros políticos, advogados e informadores.

Agora que os secretários de Estado já foram propostos ao Presidente da República veremos se há mais matéria ou se a Felgueiras dá o caso por encerrado se se dedica a um qualquer outro frete que lhe tenha sido encomendado.

quinta-feira, outubro 17, 2019

ERA DE ESPERAR


“Ministra do Mar fora do Governo? Não percebo nada disto! Afinal quem 'faz acontecer' e apresenta resultados é retirado do jogo? O mais importante devia ser a competência e o trabalho apresentado e não as relações familiares. Da nossa parte, um agradecimento muito especial à Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, pelo empenho na defesa da nossa causa e pela responsabilidade a nós atribuída. Vamos fazer tudo para levar o barco a bom porto."

Este é o texto de um post colocado esta quarta-feira no Facebook por uma ativista ambiental da ilha da Culatra (Algarve). Um texto em que se crítica o primeiro-ministro pelo facto de não ter reconduzido Ana Paula Vitorino no cargo de ministra do Mar. E que, cerca de uma hora depois de ter sido colocado online (em modo aberto), foi partilhado na mesma rede social (e também em modo acessível a todos) por Eduardo Cabrita, marido de Ana Paula Vitorino - e que Costa reconduziu como ministro da Administração Interna.” [DN]

Como era de esperar a ex-ministra do Mar não gostou nada de ser substituída e logo apareceram apoiantes, curiosamente de Olhão, reino do seu file escudeiro José Apolinário, fazendo comentários em defesa da sua grandiosa obra, que o seu querido e doce marido se apressou a partilhar no Facebook.

A pobre senhora não percebe porque motivo foi dispensada e reage com bazófia, dizendo que com ela a economia do mar duplicou o peso. Isto é, sem lhe conhecermos grandes medidas eis que por sua obra e graça a economia do mar duplicou. Não foi a globalização que favoreceu o porto de Sines, não foi o crescimento das exportações que aumentaram o m0vimento de todos os postos, não foram os investimentos públicos e privados, que se realizariam mesmo sem ela, que promoveram o crescimento económico do setor, foi o seu brilhantismo.

Se calhar este crescimento resultou de obras como a sua visita técnica ao farolim do molho do Guadiana ou os estudos da treta pagos a peso de ouro pelo seu amigo Luís Gomes, o autarca que mais arruinou uma autarquia do nosso país, e um dos maiores velhacos da política autárquica do PSD que o país conheceu.

É pena que esta senhora não tivesse sido demitida no dia em que o Público divulgou os seus negócios em VRSA, talvez agora estivesse caladinha. É uma pena que a justiça não tenha investigado este negócio, para ver se o seu marido partilhava as notícias no Facebook.

segunda-feira, outubro 14, 2019

TRÊS GOVERNANTES QUE DEVEM DEIXAR DE O SER

Aquilo que se passa em VRSA em matéria de relações entre um ex-autarca do PSD e ex-líder distrital do PSD e alguns membros deste governo aconselham a que António Costa tenha algum cuidado na formação do próximo governo:

https://largodaforca.blogspot.com/2019/10/vrsa-e-o-proximo-governo.html


"Deverão ser muito poucos os municípios a quem interessa saber quem serão os ministros do próximo governo. Infelizmente tendo em consideração o passado recente, a formação do governo não é indiferente a VRSA. Não porque o governo tome decisões especialmente dirigidas a este município, mas em consequência da teia de relações que o ex-autarca que arruinou as contas da autarquia soube tecer.

No centro dos relacionamentos de Luís Gomes com membros deste Governo estão duas personagens: a ministra do Mar Ana Paula Vitorino e o secretário de Estado das Pescas José Apolinário. Por via conjugal há uma terceira personagem que não pode ser esquecido, o marido de Ana Paula Vitorino e ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita.

Há muito que parece haver uma espécie de relação de entreajuda entre Luís Gomes e Ana Paula Vitorino, quando a agora ministra estava na oposição era Luís Gomes que lhe encomendava estudos da treta pagos a peso de ouro, como denunciou o jornal Público. EM compensação, quando a política do PS está no governo desdobra-se em viagens de apoio político ao PSD de VRSA e o Luís Gomes coleciona assessorias no dossier das frentes ribeirinhas, área tutelada precisamente por Ana Paula Vitorino.

A segunda personagem desta teia é José Apolinário, um rapaz de poucos recursos profissionais que quando estava na mó de baixo chega a presidente da DOICAPESCA pela mão de Passos Coelho, precisamente quando o Luís Gomes era vice-rei do Algarve. Pouco depois aparece um megaprojeto de hotel na Muralha, projeto abandonado pela DOCAPESCA poucos dias depois da notícia do Público sobre os negócios de uma empresa da ministra em VRSA.

A primeira pessoa a vir em defesa da ministra quando esta foi denunciada no Público foi precisamente o seu fiel escudeiro da pasta das Pescas, numa carta que metia nojo quase elogiou a vitória do PSD nas últimas autárquicas usando-a para justificar uma suposta vingança, que levou à notícia.

Aparentemente o ministro Eduardo Cabrita nada tem que ver com VRSA, mas não é bem assim. Para ganhar as eleições de 2017 o PSD de VRSA teve de gastar dinheiro à tripa forra e isso só foi possível usando o balão de oxigénio dado pelo FAM. O mesmo FAM que no relatório relativo a 2017 concluiu pelo incumprimento dos compromissos assumidos, mas, estranhamente, ignorou a sua própria lei, não cumprindo com o que ela determinava. Coincidência das coincidências, Eduardo Cabrita, marido da Ana Paula Vitorino, tem a tutela do FAM!

É por isso que não só consideramos que os negócios da ministra Ana Paula Vitorino, os negócios imobiliários da DOCAPESCA e o desrespeito da lei do FAM pela sua direção devem ser averiguados por quem de direito, como achamos que estas três personalidades não têm condições para fazerem parte do próximo governo. "

domingo, outubro 13, 2019

UM GOVERNO FRAQUINHO


Não vale a pena procurar desculpas para a fraca vitória do PS nas legislativa, o governo da geringonça era uma engenhoca onde quase todos os ministros viveram à sombra do trabalho de Mário Centeno. Tirando Vieira da Silva e Augusto Santos Silva poucos serão os ministros do governo da geringonça de que nos iremos lembrar daqui a um par de meses a não ser por razões negativas.

O ministro da Defesa foi um desastre tão grande como a Constança Urbano de Sousa na pasta da Administração Interna. Mas os maus ministros não se ficam por aqui, o Adalberto foi um desastre, foi ele que quando sentiu a corda ao pescoço atirou o odioso contra Mário Centeno, para a história da sua passagem pelo governo fica ainda a decisão absurda de mandar o INFARMED para o Porto.

E o que dizer do Eduardo Cabrita, um homem que não consegui9mos imaginar o que sabe fazer, mas que parece que ser uma espécie de ORH+ governamental, uma espécie de ministro capaz de qualquer pasta. A sua passagem pela Administração Interna foi um desastre tão grande como o da antecessora, foi ele que trouxe a padaria de Arouca para o Governo, com as consequências que vimos.

E por falar em Cabrita vale a pena referir que neste caso não se estraga uma casa de família, se o marido apanhou uma indigestão com o pão de Arouca, a esposa parece ter uma relação estranha no Algarve, com um dos mais perigosos autarcas do PSD, um rapazola que lhe deu de ganhar muito dinheiro no passado.

É uma pena que com uma nova geração de gente no PS, como não se via há muitos anos, António Costa tenha recolhido ao depósito da tralha, com as consequências eleitorais que vimos. Esperemos que perceba que sem um governo competente e com amigos em Arouca o próximo governo mais ter muitas dificuldades.

É verdade que o caso de Tancos teve consequência, mas com um ministro da Defesa teria tido as mesmas consequências? O caso das golas teve consequências, mas o que se esperava quando se um padeiro é assessor de um secretário de Estado da Proteção Civil?

sábado, outubro 05, 2019

FARTO DE CRISES


Estou farto de crises financeiras cíclicas, de perder a cada dez anos mais de metade do que se melhorou na década anterior, de ver gente a defender soluções autoritárias como garantia de equilíbrio financeiro, de ver elogiar provincianos autoritários como Salazar, Cavaco ou Gaspar, chega deste ciclo interminável que em mais de um século tem trazido ditaduras e atraso ao país.

Foi possível desmontar as mentiras e Salazar, de Cavaco e de Gaspar, austeridade não implica ditadura, medias inconstitucionais, a acusar as instituições de serem forças de obstrução, de tentar governar com medidas inconstitucionais, de defender que a única forma de desenvolvimento implica a pobreza dos que trabalham.

E nem foi preciso nenhum ministro das Finanças com cara de pau, de um provinciano fichado num forte virado para o Tejo, de um netinho da Dona Prazeres, mulher com os valores da serra, de um montanheiro complexado do barrocal algarvio.

Agora dizem que são contra uma maioria absoluta, a que dizia que era preciso suspender a democracia para fazer reformas aparece ao lado do Rio com receio de uma maioria absoluta, o mesmo Rio que não esconde tiques autoritários e que pertence ao partido que mais abusou dos poderes em maioria absoluta receia uma maioria absoluta, os defensores do marxismo-leninismo, do maoismo ou do trotskismo são contra a maioria absoluta.

Pois eu espero que continuemos em democracia, que as crises não sirvam para justificar as tentações autoritárias ou para promover políticos autoritários, sem crises financeiras que impeçam o enriquecimento do país e com um sistema estável para que se acabe com políticos fracos e incompetentes que costumam ter sucesso em ambientes de constante instabilidade política.

sexta-feira, outubro 04, 2019

TENHAM VERGONHA

Num dos momentos mais miseráveis, entre muitos outros, da sua carreira política, Cavaco Silva deixou Freitas do Amaral a suportar sozinho o pagamento de uma campanha presidencial apoiada pelo PSD e pelo CDS. Freitas do Amaral não se queixou e honrou os seus compromisso e pagou as dívidas. Agora que Freitas faleceu o mínimo que se esperava do velho acionista sortudo do BPN era que se mantivesse escondido na sua Quinta da Coelha. Mas não foi isso que o homem fez, foi o primeiro a vir a público chorar lágrimas de crocodilo.

Assunção Cristas chegou ao poder pela mão de outro traste do lado miserável da nossa direita, Paulo Portas, agora comentador político e gestor de influências. Foi com Portas, o mesmo Portas que "pariu" a Cristas, que o CDS teve uma das iniciativas mais miseráveis por parte de um partido político, não se limitaram a tirar a moldura de Freitas da galeria dos presidentes do CDS, ainda a mandaram por correio para a sede do PS, num gesto miserável digno dos fascistaszecos de Paulo Portas. 

Para se justificar depois de ter declarado que não sentia qualquer apetência por ser deputado Rui Rio, um dos mais fraquinhos líderes partidários que o país conheceu decidiu apoucar os deputados, para passar a imagem de um ser superior que nunca foi, não é e nunca conseguirá ser, disse que na época em que foi deputado o parlamento tinha gente muito fraquinha. Agora que Freitas faleceu tentou dar ares de gente recordando que foi deputado  com ele e recordou aquele que foi o melhor discurso que ouviu.

Freitas foi sempre um homem de direita, de uma direita que não tinha complexos em relação ao passado como evidenciam Portas, sem traumas do passado como é evidente em Portas e de uma classe que Cavaco e Rio nunca conseguirão ter. Mas acima de ser de direita e um democrata e um português, como democrata sempre veio em defesa dos seus valores e como português sempre fez as opções que entendia serem as que melhor servia o seu país.

Mas muita gente ainda não consegue ser de direita sem os velhos fantasmas e os velhos valores. É por isso que Cristas tentou recordar um ou dois episódios com quarenta anos para transformar Freitas em mais uma das suas pedras com que anda á pedrada com “as esquerdas". Cavaco sentiu a grandeza de Freitas e achou que o engrandeci um comunicado oportunistas e Rio até se lembrou de um deputado maior do que ele.

Enfim, um bocadinho de vergonha na cara não lhes faria mal nenhum.

quinta-feira, outubro 03, 2019

FREITAS DO AMARAL

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São HOMENS GRANDES como Freitas do Amaral que reduzem outros à insignificância a que estão limitados.

Aqui fica o tributo a um daqueles a quem devemos a democracia que ainda sofre ataques por parte daqueles que são generosamente remunerados para a defenderem.