Apesar da simpatia e confiança que deposito em João Galamba
confesso que não me dei ao trabalho de me inteirar sobre o conteúdo do suposto
caso que foi criado. Houve quem se tivesse queixado de que a interrupção do
programa da RTP foi intencional e para proteger o Governo, mas a verdade é que
a questão não existe e na campanha eleitoral já os magistrados do MP se tinham
antecipado.
Pelo pouco que sei do processo este não tem substância e foi
lançado apenas com um intuito, o de reverter uma decisão em que a intervenção
de um governante recém nomeado foi diminuta. É óbvio que há grandes interesses
envolvidos e isso significa que os muitos milhões que uns ganharão, foram
perdidos por outros. Estando tantos milhões em causa e não havendo fórmula jurídica
para reverter o processo, importaria lançar uma campanha para criar um caso
político.
A intenção era clara, criando um escândalo que impedisse a
recondução de João Galamba no cargo de secretário de Estado poder-se-ia
inverter o processo, com o sucessor a revogar as decisões anteriores, dando
esperança aos até aqui. O esquema é fácil de montar, há governantes anteriores
envolvidos no processo, diretores-gerais ansiosos por se vingarem da
destituição e até funcionários a fazer de toupeiras.
É fácil recolher matéria insidiosa capaz de fundamentar
notícias e como em Portugal não há vacinas contra a corrupção, tanto de pode
comprar políticos como jornalistas, aliás, estes até são mais baratos pois
ganham mal e são menos vigiado. Estando muitos milhões em causa é possível comprar
políticos para falarem mal de outros políticos, advogados e informadores.
Agora que os secretários de Estado já foram propostos ao
Presidente da República veremos se há mais matéria ou se a Felgueiras dá o caso
por encerrado se se dedica a um qualquer outro frete que lhe tenha sido
encomendado.