segunda-feira, outubro 21, 2019

O FRETE


Apesar da simpatia e confiança que deposito em João Galamba confesso que não me dei ao trabalho de me inteirar sobre o conteúdo do suposto caso que foi criado. Houve quem se tivesse queixado de que a interrupção do programa da RTP foi intencional e para proteger o Governo, mas a verdade é que a questão não existe e na campanha eleitoral já os magistrados do MP se tinham antecipado.

Pelo pouco que sei do processo este não tem substância e foi lançado apenas com um intuito, o de reverter uma decisão em que a intervenção de um governante recém nomeado foi diminuta. É óbvio que há grandes interesses envolvidos e isso significa que os muitos milhões que uns ganharão, foram perdidos por outros. Estando tantos milhões em causa e não havendo fórmula jurídica para reverter o processo, importaria lançar uma campanha para criar um caso político.

A intenção era clara, criando um escândalo que impedisse a recondução de João Galamba no cargo de secretário de Estado poder-se-ia inverter o processo, com o sucessor a revogar as decisões anteriores, dando esperança aos até aqui. O esquema é fácil de montar, há governantes anteriores envolvidos no processo, diretores-gerais ansiosos por se vingarem da destituição e até funcionários a fazer de toupeiras.

É fácil recolher matéria insidiosa capaz de fundamentar notícias e como em Portugal não há vacinas contra a corrupção, tanto de pode comprar políticos como jornalistas, aliás, estes até são mais baratos pois ganham mal e são menos vigiado. Estando muitos milhões em causa é possível comprar políticos para falarem mal de outros políticos, advogados e informadores.

Agora que os secretários de Estado já foram propostos ao Presidente da República veremos se há mais matéria ou se a Felgueiras dá o caso por encerrado se se dedica a um qualquer outro frete que lhe tenha sido encomendado.