Não há qualquer diferença entre ir à Assembleia da República
fazendo-se acompanhar de um homem vestindo saias ou defender a redução de
deputados, são duas formas, uma mais original do que outra, de chamar a atenção.
É-me tão indiferente o que diz um ou o que vestem os outros, são formas
populistas de fazer palhaçada.
Neste momento os amigos do senhor que usa saias vociferam
contra a entrada da extrema-direita no parlamento, enquanto os do Chega brincam
com piadas sobre a utilização das saias. À esquerda multiplicam-se os se mostram
indiferentes às saias e vomitam contra a entrada da extrema-direita no
Parlamento, enquanto na direita já se esqueceram do PAN e agora diabolizam o
Livre.
O populismo é assim, nem o país fica rico de diminuírem os
deputados, nem fica mais democrático se todos acharmos normal os homens
desatarem a andar de saias, desde que não seja o Castelo Branco a fazê-lo é
algo de democrático, senão mesmo de revolucionários. Um 25 de Abril na
indumentária.
E em vez de estarmos a discutir os problemas do país parece
que o tema é a altura das saias ou se os sapatos combinavam bem com o resto ou
se para se sentar o deputado do Chega tem ou não de se roçar na sua colega do
CDS que até bem mais gira vestindo fato de macaco do que o assessor do Livre,
mesmo que se apresente de bikini.
Estão bem uns para os
outros, a extrema-esquerda e a extrema-direita promovem o circo, chamando a
atenção para os seus e em vez de discutirmos problemas importantes que deviam
ser resultado do trabalho parlamentar, discutimos o acesso dos deputados aos
lugares ou as majorações de tempo com que se deve compensar a gaguez.