segunda-feira, outubro 28, 2019

ESTÃO BEM UNS PARA OS OUTROS


Não há qualquer diferença entre ir à Assembleia da República fazendo-se acompanhar de um homem vestindo saias ou defender a redução de deputados, são duas formas, uma mais original do que outra, de chamar a atenção. É-me tão indiferente o que diz um ou o que vestem os outros, são formas populistas de fazer palhaçada.

Neste momento os amigos do senhor que usa saias vociferam contra a entrada da extrema-direita no parlamento, enquanto os do Chega brincam com piadas sobre a utilização das saias. À esquerda multiplicam-se os se mostram indiferentes às saias e vomitam contra a entrada da extrema-direita no Parlamento, enquanto na direita já se esqueceram do PAN e agora diabolizam o Livre.

O populismo é assim, nem o país fica rico de diminuírem os deputados, nem fica mais democrático se todos acharmos normal os homens desatarem a andar de saias, desde que não seja o Castelo Branco a fazê-lo é algo de democrático, senão mesmo de revolucionários. Um 25 de Abril na indumentária.

E em vez de estarmos a discutir os problemas do país parece que o tema é a altura das saias ou se os sapatos combinavam bem com o resto ou se para se sentar o deputado do Chega tem ou não de se roçar na sua colega do CDS que até bem mais gira vestindo fato de macaco do que o assessor do Livre, mesmo que se apresente de bikini.

Estão bem  uns para os outros, a extrema-esquerda e a extrema-direita promovem o circo, chamando a atenção para os seus e em vez de discutirmos problemas importantes que deviam ser resultado do trabalho parlamentar, discutimos o acesso dos deputados aos lugares ou as majorações de tempo com que se deve compensar a gaguez.