Uma nova tendência Primavera/Verão?
A DG da Saúde esta semana no canal S+ vestida com um casaco decorado com o coronavírus?
A diretora-geral da Saúde está a tornar-se uma caricatura e
parece que ainda não percebeu que a comunicação não serve para trabalhar a sua
imagem mas sim para influenciar quem a ouve para que tenha comportamentos que
evitem o crescimento exponencial da pandemia. Parece que não aprendeu com o
erro do famoso cenário do milhão e voltou a exibir-se com conjeturas sobre o
cordão sanitário do Porto, revelando uma total ausência de sentido de Estado.
Nem sempre uma boa técnica dá um bom dirigente e esse parece
ser o caso desta diretora-geral que de dia para dia é confrontada com cada vez
mais erros e contradições. É por isso que circulam vídeos a ridicularizá-la, o
último dos quais é um onde ela aparece a entrar com um magote de gente dentro
de um pequeno elevador e sugerindo que se voltem para a parece.
É cada vez mais óbvio que ocorreram erros de previsão, que a
DGS confiou demais em conclusões pouco credíveis como a de que dificilmente o
vírus era transmissível entre humanos, semanas depois do início da crise não há
dia em que os dados divulgados pela DGS revelam erros crassos de aritmética,
tornando-os pouco confiáveis.
O problema é que a senhora parece pensar que a comunicação
serve para gerir a sua imagem e nem os membros do governo respeita. A palavra
que mais usa nas conferências de imprensa é “complementar”, porque sempre que a
ministra ou o secretário de Estado acabam de falar a senhor acha por bem pedir
sempre a palavra para “complementar” o que foi dito. Ficamos com a impressão de
que os governantes disseram o que lhes terão dito para dizer, mas esqueceram-se
sempre de alguma coisa.
Ontem a conferência acabou com um incidente ridículo, a
pobre senhora enganou-se num dado que deu a conhecer, relativo ao pessoal de saúde
infetada. No final da conferência o secretário de Estado corrigiu com base numa
informação que lhe chegou por SMS. A pobre senhor não se conseguiu conter e
explicou que não tinha corrigido porque evita trazer o telefone para a
conferência para evitar a contaminação. Enfim, se o secretário de Estado lhe
passou à frente é porque usa telemóvel…
É evidente que o governo fez uma grande aposta na
comunicação, o que se entende pois o sucesso de qualquer guerra depende muito
da comunicação. Lamentavelmente ninguém explicou que numa guerra o objetivo não
é gerir a imagem de quem fala.