Quando Eusébio marcava golos ninguém era racista, ninguém lhe disse para que fosse para Moçambique, nem sequer que o enterrassem na terra dele, nem um se lembrou de contar anedotas, imitar gorilas ou dizer as barbaridades se vão ouvindo. Mais recentemente todos os racistas deste país sentiram o ego nacionalista em alta quando o Éder ou o Ederzinho despachou a França e apagou a luz da Torre Eiffel, não lhes passou pela cabeça sugerir que fosse para a Guiné.
Mas no anonimato do magote de uma claque ou de uma multidão eis que o pior deles veio ao de cima, agora a frustração era descarregada na pele de um jogador. Mas como a claque parecem ser os modelos de virtudes dos presidentes dos clubes o presidente do Vitória logo descobriu que a culpa não seria do racismo, seria uma resposta quase legítima às provocações do jogador. E para o André Ventura a culpa era da Joicine.
Não, em Portugal não há racismo, o que há são muitos cobardes que gostam de se sentir superiores porque com luz natural a sua pele fica branca, como se um qualquer idiota deixasse de o ser só porque a sua pele fica mais branca que a dos outros quando é iluminada. Não lhes basta ser racistas, são também cobardes e idiotas.