segunda-feira, fevereiro 03, 2020

A JOICINE SAIU MELHOR DO QUE A ENCOMENDA


Quando a Joicine foi eleita e perante os primeiros debates fiquei logo com a ideia de que uns rapazinhos muito espertos tinham escolhido alguém a pensar nas suas características, a raça e a gaguez, para conseguirem mais votos. Muito ao de leve dei essa opinião, ao de leve porque nesses dias quem ousasse criticar o que quer que fosse na Joicine era logo acusado de racismo e mais meia dúzia de coisas, o LIVRE sentia-se na mó de cima.

Agora é a própria Joicine que acusa o LIVRE de a ter usado e no congresso desta agremiação partidária acusou mesmo este partido de a ter usado para obter proveitos financeiros. Até agora ainda não ouvi ninguém do LIVRE provar o contrário ou contestar a declaração da deputada de que o libelo acusatório que lhe foi apontado estava cheio de mentiras.

O último discurso da deputada foi ainda mais forte ao sugerir que além de não se poder dissociar o racismo do fascismo também não se pode dizer que na esquerda o problema não existe. Porque a ser verdade que houve um aproveitamento da raça e da gaguez, como se nas eleições se tivesse voltado ao tempo dos animais de circo, estamos perante algo de muito grave e o silêncio do LIVRE é preocupante.

Afinal há mesmo racismo em Portugal e do puro e duro. E se a forma como o LIVRE se portou e fez eleger uma deputada nada tem de elegante, as declarações recentes da Joicine tiveram a vantagem de se pôr fim a uma mentira, a de que em Portugal não há racismo, algo que vem na linha de outra mentira, a do colonialismo benevolente que tratava os africanos como iguais, ao ponto de em finais do século XX ainda tentarem passar a imagem de um país com províncias em África.

Compreende-se o ódio que por aí vai em relação à Joicine, quer à direita como à esquerda. EM pouco tempo ficámos a conhecer melhor os nossos fascistas e alguns dos nossos progressistas.